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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Jaime Garcia Goulart nasceu na ilha do Pico e foi o primeiro Bispo de Díli


Este prelado nasceu na freguesia da Candelária da ilha do Pico – Açores, a 10 de Janeiro de 1908. Em 1921, partiu para Macau onde frequentou o seminário de S. José. Ainda estudante do terceiro ano de teologia, foi nomeado secretário de D. José da Costa Nunes. Este Picoense concluiu o curso de teologia no Seminário de Angra do Heroísmo e foi ordenado sacerdote a 10 de maio de 1931, tendo partido, de seguida, para a sua terra natal. Celebrou a sua primeira missa na Candelária, freguesia de onde era natural, no dia 15 do mesmo mês.
Algum tempo depois, regressou a Macau, permanecendo ali até 1933, ano em que partiu para Timor. Esteve em Díli até 1937. Durante a sua permanência neste território empenhou-se na fundação do seminário menor de Nossa Senhora de Fátima da Missão de Soibada, destinado à formação de sacerdotes indígenas. Em 1937, regressou a Macau e , em 1940, já se encontrava de novo em Timor, investido nas altas funções de vigário-geral das missões.

A 4 de Setembro de 1940, o papa, pela bula Sollemnibus conventionibus, criou a diocese de Díli. O seu primeiro bispo foi o douto açoriano D. Jaime Garcia Goulart, que a governou desde 18 de Setembro de 1941 como administrador apostólico e, como bispo, desde 12 de Outubro de 1945, a 31 de Janeiro de 1967. A sua sagração efectivou-se em Sidnei, Austrália, na capela do colégio de S. Patrício, a 28 de Outubro de 1945, sendo sagrante o bispo D. João Pânico. Dali partiu para dar entrada solene na sua diocese de Dili a 9 de Dezembro do mesmo ano. Exercia ainda administração apostólica, quando, em 1942, teve de deixar o bispado devido à ocupação japonesa.
Elementos estatísticos indicam que em 1966, a diocese de Díli possuía 15 paróquias para 131 455 fieis, de entre uma população de 574 805 habitantes, ao cuidado de quatro dezenas de sacerdotes.
Dando mostras de cansaço e com a saúde abalada, este prelado pediu à Santa Sé a nomeação de um bispo coadjutor com sucessão e resignou a 31 de Janeiro de 1967, permanecendo como bispo titular de Trofimiana. Em comunicado, dirigido ao seu povo, explicou as razões do seu afastamento.
D. Jaime foi agraciado pelo governo português com o oficial ato da Ordem do Infante D. Henrique, que lhe foi concedido por decreto de 23 de maio de 1964.

Depois de resignar, regressou aos Açores em 1967, fixando-se, inicialmente, na cidade da Horta, ilha do Faial. Mudou-se depois para a ilha do Pico, onde na sua freguesia natal – a Candelária, dirigiu o Patronato Infantil da Casa de São José, instituição particular de solidariedade social fundada pelo seu primo cardeal D. José da Costa Nunes.
Motivos de saúde levaram-no a fixar residência junto de familiares em Rabo de Peixe, na ilha de S. Miguel, vindo a falecer, com 89 anos, na cidade de Ponta Delgada, a 15 de Abril de 1997.

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