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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Manuel Lima


Manuel Lima nasceu no dia 3 de maio de 1978,na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel -Açores.
Licenciou-se em Design, na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Mais tarde, completou o mestrado em Design e Tecnologia, na Parsons School Of Design, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
Actualmente, desempenha as funções de Sénior UX Design Lead na Microsoft. É o fundador da VisualComplexity.com: A visual exploration on mapping complex networks.
Antes de ingressar na Microsoft, trabalhou para a Nokia, R / GA, e para a Kontrapunkt.
Realiza palestras por todo o mundo, tendo sido orador em eventos como Elevador, OFFF, AEIO, Ars Electronica, Interação IxDA, Royal College of Art, Tisch NYU School of the Arts, ENSAD Paris, da Universidade de Amsterdão, MediaLab Prado Madrid. Foi destacado em várias revistas e jornais como: Wired, New York Times, Ciência, BusinessWeek, Creative Review, revista Grafik, SEED, Etapes, e El País.
Depois de ter participado na TEDx Buenos Aires e TED Global em Oxford, em Março de 2015, Manuel Lima subiu ao palco principal da TED, na cidade de Vancouver. A palestra apresentada pelo designer e investigador foi o resultado de dez anos de investigação na área da visualização e de livros publicados pela Princeton Architectural Press e traduzidos em diversas línguas.

Foi distinguido, pela revista norte americana Creativity, como uma das 50 mentes mais criativas e influentes em 2009.
O seu primeiro livro, intitulado Visual Complexity: Mapping patterns of information, foi traduzido para os idiomas francês, chinês e japonês.

É membro da Royal Society of Arts e Conselheiro do projecto da “Rede Prestige Azores.”

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Dr. Cândido Pamplona Forjaz


Cândido de Menezes Pamplona Forjaz de Lacerda Com M (Angra do Heroísmo, 13 de Agosto de 1901 — Angra do Heroísmo, 14 de Novembro de 1987) foi um professor, político, empresário e jornalista açoriano, que, entre outras funções, foi deputado à Assembleia Nacional, governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo e dirigente distrital da União Nacional  . Foi sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, do Instituto Açoriano de Cultura e do Instituto Cultural de Ponta Delgada.
Cândido Forjaz fez os seus estudos primários na sua cidade natal, tendo iniciado os seus estudos secundários no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, vindo a concluí-los no Colégio Moderno, na cidade de Coimbra. Destinado a cursar engenharia, matriculou-se em 1919 no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, mas desistiu do curso, transferindo-se para a cidade belga de Liège, onde estudou engenharia até 1921, regressando aos Açores sem concluir o curso.
Fixou-se em Angra do Heroísmo, em cujo liceu ensinou língua francesa, como professor provisório até 1927, ano em que se matriculou no curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, licenciando-se em 1931. Concorreu a um lugar de professor de francês no ensino secundário e depois passar por vários liceus, foi colocado como professor efectivo do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, funções que exerceu de 1935 a 1965, sendo reitor da daquela instituição nos anos de 1942 a 1944.
Partidário da União Nacional, de que foi presidente da comissão distrital entre 1937 e 1942, paralelamente à carreira docente foi ocupando vários cargos políticos de relevo, entre os quais o de presidente da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo (1942-1944), deputado à Assembleia Nacional (1942-1944) e governador civil de Angra do Heroísmo (1944-1952).
Iniciou muito jovem a sua colaboração com diversos periódicos, deixando vasta obra dispersa, em particular no Açoriano Oriental, no Açores e em A União. Foi director entre 1937 e 1942 do jornal A Pátria, um periódico de Angra do Heroísmo que fora adquirido pela União Nacional. Quando aquele periódico encerrou, fundou o Diário Insular, periódico de que foi director de 1962 a 1974. Apesar da sua ligação ao Estado Novo, alguns dos seus artigos foram sujeitos a censura.
Em 1980 fundou o periódico O Futuro, que dirigiu até 1983, ano em que deixou de se publicar, continuando a defender com vigor as suas ideias e o que considerava serem os interesses da ilha Terceira e dos Açores  . Germanófilo durante a Segunda Guerra Mundial e adepto de um Estado forte e centralizador, não defendeu a autonomia política dos Açores, optando por soluções de ordem financeira que favorecessem o desenvolvimento distrital e procurando uma estrutura institucional que permitisse a sobrevivência dos distritos, temendo que a sua extinção correspondesse à centralização do poder político açoriano na cidade de Ponta Delgada.
Na área cívica e empresarial, foi presidente da Junta Autónoma dos Portos de Angra do Heroísmo (1955 a 1967), da mesa da assembleia geral do Grémio do Comércio de Angra do Heroísmo (1963 a 1968), membro da direcção da Associação Comercial de Angra do Heroísmo (1977 a 1979) e da mesa da assembleia geral da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (1981 a 1985) e sócio-gerente de várias empresas.
Interessou-se pela cultura, em particular pela História, sendo sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, do Instituto Açoriano de Cultura e do Instituto Cultural de Ponta Delgada.
Foi agraciado em 1982 com o título de cidadão honorário de Angra do Heroísmo e a 6 de Abril de 1988 recebeu a título póstumo o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Manuel António Lino

Manuel António Lino (Angra do Heroísmo, 4 de Janeiro de 1865 - Angra do Heroísmo, 15 de Junho de 1927) foi um médico, político, poeta e dramaturgo. Foi governador civil do Distrito da Horta.
Bacharel em Medicina e Cirurgia formado pela Universidade de Coimbra em 1892, foi delegado de Saúde do Distrito de Angra do Heroísmo. Em 1889 foi convidado pela Junta Geral de Angra para ir ao estrangeiro estudar a montagem e funcionamento dos postos de desinfecção. Nessa ocasião esteve na cidade do Porto a estudar a peste bubónica.

Foi Governador do Distrito da Horta, na ilha do Faial, em 1906.







segunda-feira, 27 de julho de 2015

Governador Civil José Maria Raposo do Amaral Júnior


José Maria Raposo do Amaral Júnior (Ponta Delgada, 1856 — Ponta Delgada, 1919) foi um rico proprietário, industrial e político açoriano, apoiante do Primeiro Movimento Autonomista Açoriano e líder do Partido Progressista Autonomista. Herdeiro de uma das mais ricas casas dos Açores, fundada pelo seu bisavô Nicolau Maria Raposo do Amaral na segunda metade do século XVIII, sucedeu a seu pai nos negócios da família e, mais tarde, na chefia do Partido Progressista (1901-1910). Foi grande produtor de chá nas suas propriedades das Sete Cidades e da Barrosa, concessionário da Água das Lombadas, accionista da Fábrica de Álcool de Santa Clara e da Empresa Insulana de Navegação e presidiu a um grupo de micaelenses que em 1917 abriu o Coliseu Avenida, hoje o Coliseu Micaelense. Fundou a banda Filarmónica Minerva, da freguesia dos Ginetes, localidade onde veraneava na Casa do Monte. Foi nesta sua casa de campo que foi hasteada pela primeira vez a bandeira dos Açores.
José Maria Raposo do Amaral Júnior era filho do grande capitalista e político José Maria Raposo do Amaral, um dos mais ricos proprietários da ilha de São Miguel, dono de extensos terrenos na zona oeste do concelho de Ponta Delgada, especialmente nas actuais freguesias dos Ginetes e Sete Cidades, e um dos mais prósperos negociantes daquela cidade.

Apesar da fortuna familiar, o seu pai foi um importante militante da esquerda liberal, líder do Partido Progressista no Distrito de Ponta Delgada de 1879 até ao seu falecimento em 1901. Seguindo a tradição paterna, José Maria Raposo do Amaral Júnior inscreveu-se no Partido Progressista, cuja actividade financiou liberalmente. Após a morte de seu pai, ascendeu à liderança distrital do campo progressista, cargo que manteria até à dissolução do Partido após a implantação da República Portuguesa em 1910.
Apesar de ser líder partidário, preferiu não exercer cargos políticos de relevo, permanecendo em Ponta Delgada, onde administrava a sua importante casa. A sua importante intervenção política, determinante no sucesso do Primeiro Movimento Autonomista Açoriano, foi exercida, em concertação com o seu pai, então líder do Partido Progressista Autonomista, na condução e financiamento do movimento autonomista.

Foi Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e governador civil substituto do Distrito Autónomo de Ponta Delgada. Nestas funções, em Fevereiro de 1897 convidou a Comissão Distrital de Ponta Delgada a estudar possíveis modificações ao Decreto de 2 de Março de 1895, numa manifestação clara que considerava aquele documento insatisfatório face ao desiderato da ‘’livre administração dos Açores pelos açorianos’’ que servira de moto ao movimento autonomista.

sábado, 25 de julho de 2015

Billy Martin


Alfred Manuel “Billy” Martin,Jr., mais conhecido por Billy Martin, nasceu a 26 de maio de 1928, na cidade de Berkeley, na Califórnia,EUA.
Filho de pais com origens portuguesa e italiana (o pai era descendente de açorianos),foi criado pela mãe, que o chamava carinhosamente de “Bello” (em italiano significa “bonito”), origem do “nickname” Billy.
Começou a jogar basebol muito novo, no parque próximo da casa onde residia, aprendendo as técnicas do jogo, através da observação de jogadores profissionais.
No secundário, Martin ingressou na equipa de Oakland Junior Oaks. Após a sua graduação em 1946, juntou-se à equipa de Idaho Falls conseguindo 254 pontos em 32 jogos, um marco importante, na altura.
A nível profissional, iniciou a sua carreira como jogador na Liga, como segundo “baseman” no ano de 1950, na equipa dos New York Yankees. Em 1953, atingiu o auge da sua carreira, obtendo destacadas pontuações em “home runs”, “RBI’s”, “doubles” e “triples”. Em 1956, foi designado “All-Star”.

Terminou a sua carreira como jogador nos Minesota Twins, em 1961. Oito anos mais tarde, iniciou a sua carreira como treinador, também nos Minesota Twins.
Enquanto treinador ganhou dois campeonatos da American League pelos New York Yankees, em 1976 e 77. Nestes mesmos anos, levou os Yankees à World Series. Venceu esta competição em 1977, frente aos Los Angeles Dodgers.

Faleceu no dia 25 de Dezembro de 1989, com 61 anos.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

CASA DE CAMPO DO TI' JOSÉ BORGES


Aqui nasceu em 1889. José Borges foi um “homem bom” da, então, freguesia das Lajes, conhecido pelas suas qualidades pessoais como proprietário e conceituado agricultor e pelo bem que fez aos outros e à sua terra. Como reconhecimento da sua personalidade, a rua que dá acesso à “Casa Ti José Borges” tem o seu nome.
José Borges Leal de Menezes Júnior, de seu nome completo, descende das mais antigas e representativas famílias da ilha Terceira, sendo que o ramo geneológico do qual descende directamente se fixou nas Lajes desde o século XVI.
Com efeito, José Borges descende directamente de Gaspar Camelo do Rego, ouvidor, capitão-mor, vereador e juiz ordinário da Praia da Vitória, onde viveu, vindo da ilha de São Miguel, nos finais do século XVI e início do século XVII, tendo casado com D Catarina Cardoso Evangelho trisneta de Álvaro Martins Homem, “fidalgo da casa da Infanta D. Beatriz”, que “veio para a Terceira cerca de 1461 e foi o 1º capitão donatário da Praia, por carta da dita infanta, dada em Évora a 14.2.1474”.
Situada na Vila das Lajes, ilha Terceira, a 1 km do aeroporto e a 8 km do porto oceânico, numa zona conhecida por Ramo Grande, constituída por uma vasta planície na qual se produziam das maiores quantidades de trigo e milho dos Açores e onde se situa o solar de uma raça bovina autóctone.
No Verão de 2004, iniciou-se a recuperação de uma casa com traços de cariz rural, erigida essencialmente em pedras de cantaria – Lajes – que dão origem ao nome da localidade onde se situa. Trata-se de uma habitação de família do século XIX, com toda a sua estrutura original, chaminé de “mãos postas”, forno e fogão de pedra. Para além da comodidade aconchegante das madeiras e pedras naturais em que está construída, oferece cozinha e lavandaria totalmente equipadas, w.c., 2 quartos duplos e sala com sofá-cama. Poderá, ainda, usufruir de uma área de lazer com árvores de fruta e ornamentais, plantas aromáticas utilizadas para infusões típicas da ilha, bem como, instrumentos e peças ligadas à vida rural do Ramo Grande, para além de churrasqueira e parque de estacionamento privado.
Daqui pode conhecer a cidade de Angra do Heroísmo (a 20 km), património da humanidade, e a cidade da Praia da Vitória (a 5 km) com o maior areal dos Açores e as suas festas populares - "Sanjoaninas" e Festas da Praia – as touradas à corda e o Carnaval único no mundo que aqui se realiza. Pode, ainda, desfrutar do mar, da rica gastronomia regional, das maravilhas naturais, históricas e belas paisagens que caracterizam a ilha!

Na Casa Ti´José Borges, encontra animais domésticos, pode, ainda, experimentar a ordenha manual da vaca, seguir o ciclo do milho, passear de carroça, montar a cavalo ou de burro ou, simplesmente, descansar. Aqui, uma família ou um grupo de amigos têm tudo o que podem desejar para umas férias inesquecíveis."
Estamos, assim, perante uma casa que identifica o viver típico de uma zona importante da vida económica, social e cultural da ilha Terceira, ao mesmo tempo que representa séculos da História da ligação de uma família a um lugar. Dos primeiros povoadores da ilha até aos nossos dias, muito tempo passou e muita gente viveu esta terra. Esta casa, pela obra de preservação e recuperação que lhe dedicaram os seus actuais proprietários – neto de José Borges Leal de Menezes -, é, na verdade, uma sentida homenagem aos antepassados e à ilha! No fundo, às gentes e à terra!...

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Carmen Correia

Filha de açorianos, naturais da ilha de S. Miguel, Carmen Correia, nasceu em Toronto e fez os estudos académicos na Malaspina University-College e na Vancouver Film School. Figura de renome no meio gastronómico canadiano e americano, tem passado a sua vida entre as cidades de Toronto e New York.
Fundou a “Chef Network Inc.” (CNI) da qual é proprietária e presidente.
Actualmente, esta empresa é tida como a primeira agência para chefes e especialistas gastronómicos da América do Norte.
Criada há 18 anos, a CNI possui uma equipa altamente qualificada de “chefs” e “foodies” famosos, e tem participado em muitos eventos mundiais, de entre os quais se destacam o: “Food & Wine”, “Festival e Comida de Barbados, vinho e rum”, “Ted Talks Brasil”, “Festival Internacional de Chocolate”, “Festival do Marisco Internacional”, etc.

Tem viajado por todo o mundo para participar, na qualidade de palestrante, juntamente com conceituados chefs” da CNI, em eventos internacionais, na área da culinária, nomeadamente: Curtis Stone, Lynn Crawford, Mark McEwan, Massimo Capra, Emeril Lagasse, etc.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Kara Miranda Lawrence


Descendente de açorianos, oriundos da ilha de S.Miguel, Kara Miranda Lawrence nasceu a 5 de Fevereiro de 1984, em Victoria, Britsh Columbia, Canadá.
É dançarina de flamenco, música e dança de origem árabe, associada à região da Andaluzia, no sul de Espanha.
Iniciou a sua viagem pelo mundo da dança há 20 anos, pela mão da professora Verónica Maguire na Escola de Dança Flamenca “Alma de España”, em Victoria.
Começou por atuar profissionalmente integrada na escola de dança e no grupo “Peña Flamenca”. Actualmente, participa em espectáculos com vários grupos sediados na área de Vancouver.
Em 2000, venceu o “Kiwanis Art Award”, com uma coreografia original.Com a atribuição deste prémio, a dançarina deslocou-se ao famoso Festival de Jerez, em Espanha, onde teve o privilégio de estudar com grandes mestres do flamenco.
Em 2007, terminou uma pós-graduação na companhia profissional “Flamenco Rosário”, em Vancouver. Participou em duas produções da companhia: “Los Quatro Vientos” (2006) e “Flamenco Ayer e Hoy” (2007).

Em 2008, actuou no Vancouver's Portuguese Heritage Month. Um ano mais tarde, subiu ao palco do Vancouver International Flamenco Festival com o grupo de dança “La Triana”. Em 2010, fez a sua estreia com a companhia de flamenco “El Mozaico”, num espectáculo realizado no “Café de Chinitas ‘Vilhetas del Mozaico’”. Já actuou, em duas ocasiões, nos Açores, nomeadamente, nos workshops “Danças dos Sentidos/Memórias em Movimento” (2007) e “Danças & Voltas com Sentido & Memória” (2010).
Recentemente, viajou para os Estados Unidos da América e dedicou-se ao estudo da dança com os bailarinos premiados Yaelisa e Fanny Ara.
Actualmente, estuda na Companhia de Dança “El Mozaico.”

domingo, 19 de julho de 2015

Casa do Castelhano


Esta casa foi moradia do Capitão Pedro de Mendonça que foi o comandante de uma companhia militar na então ainda Vila da Praia e actual cidade da Praia da Vitória durante as lutas da Restauração de 1641.
A Casa do Castelhano ou Casa do Espanhol como também é conhecida é uma casa histórica portuguesa que foi edificada junto ao mar no local denominado Caldeira das Lajes, freguesia das Lajes, concelho da Praia da Vitória, nos princípios do Século XVI. Faz parte da Lista de património edificado nos Açores e da Lista dos imóveis classificados no concelho da Praia da Vitória por Resolução nº 140/2001, de 4 de Outubro do Governo Regional dos Açores.
Trata-se de um edifício único pelas suas características especificas a nível dos sistemas construtivos tendo em atenção a data da sua edificação e também pela própria paisagem ambiente que o envolve. Trata-se de uma casa ensolarada, nobre, construída com belas cantarias de grande porte, edificada sobre colunas e arcos no piso térreo, denunciando uma arquitectura e gosto mourisco.
Na parte da frente da casa eleva-se uma escadaria em pedra basáltica de boa qualidade que dá acesso a uma varanda aberta e sustentada por uma galeria formada por arcos de volta perfeita dispostos em duas direcções. A ela liga-se o corpo do edifício de planta quadrada com dois alinhamentos de quatro arcos cada um, dispostos em cruz. Esta varanda estende-se ao longo de todo o andar superior dando assim aceso à parte nobre da moradia.
É esta casa ainda detentora de uma cisterna e de um forno de grande dimensão para cosedura de pão, que além dessa função era no mundo rural utilizado para a secagem de cereais, particularmente de milho. Sendo que um forno e uma cisterna eram considerados indispensáveis numa habitação do mundo rural do Século XVII.
A forma, dimensão e apresentação dos arcos dá-nos uma espessura das paredes, de um côvado (0,66 m), e são semelhantes aos de restantes elementos estruturais dessa época, existentes na cidade de Angra do Heroísmo a mais de 25 quilómetros de distância.
A simetria e volumétrica longitudinal só é quebrada pela presença do maciço forno que se encontra agregado à cozinha de cunho quase medieval.
No andar superior a varanda é larga e dá acesso a dois de quatro compartimentos, todos iguais e dispostos em cruz com chão em estrutura de madeira com traves apoiadas em cachorros. Os tectos são em caixotão.
O trabalho aplicado às cantarias, vãos, cimalhas e restantes elementos estruturais são determinantes para fixar a época da construção no Século XVII.
Os vãos interiores apresentam-se com vergas de pedra, ligeiramente sutadas e arredondadas na concordância com as ombreiras, tendo um rasgo em bico em toda a espessura, a meio vão, que constitui um remanescente decorativo dos bicos dos arcos em querena, comuns no estilo gótico. Estas peças de arquitectura são iguais a outras peças que se encontram no Solar do Provedor das Armadas.
Outros dos vãos são sutados nas esquinas das ombreiras, os cachorros de apoio das traves e a consola dupla em gomo que sustenta a soleira do lar do forno, são dispositivos construtivos comuns nas raras obras sobreviventes executadas anteriormente ao Século XVIII.
As particularidades estruturais mais relevantes mostram-se em projecção isométrica aplicada na escala de 1:100.
Sendo que ainda existem peças raras actualmente, como são o caso de um o talhão da água, uma maçaria de pedra, um canal de despejo, o forno na cozinha e a moenda manual. Sendo que é também de grande importância não apenas decorativas mas de raridade arquitectónica os tectos de caixotão das copeiras e dos pavimentos tradicionais.

Foi esta casa detentora de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz de que só restam vestígios não se sabendo qual a razão do seu desaparecimento sendo que a casa resistiu a dois grandes terramotos ocorridos nos anos de 1841 e 1980.