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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

D. Afonso VI na ilha Terceira Açores

 


Há 350 anos, desembarca, na cidade de Angra, D. Afonso VI, a quem roubaram trono e mulher.

Aproaram à baía de Angra, no dia 17 de Junho, três fragatas e uma caravela, portuguesas, sem comunicarem com a terra. No dia seguinte fundearam na bacia da cidade e só no dia 20 desembarcaram em terra alguns oficiais a conferenciar com as autoridades locais, sabendo-se que a bordo estava el-rei, prisioneiro e desterrado, indo recolher-se no Castelo de São João Baptista.


Após combinação necessária e cautelosa, desembarcou Afonso VI, sendo saudado com as salvas do estilo, repiques de sinos nas paróquias e conventos e todas as mais demonstrações de respeito devidas ao rei. A população da ilha enchia as ruas da cidade e toda a guarnição do Castelo estava em armas.


Apenas pôs pé em terra Sua Magestade entrou para uma liteira que o aguardava, seguindo logo para a fortaleza com o comandante da armada e titulares que o acompanhavam. À porta do presídio foi esperado como rei, assim como tratado foi durante o tempo da sua permanência na ilha.



O povo recebeu, contristado, esta resolução do Regente, lamentando o procedimento do irmão, contudo soube manter-se sem um distúrbio, sem uma manifesta reprovação.


No dia 24 de Agosto de 1674, era o rei conduzido ao Porto Novo, por quatro fidalgos, e a bordo duma esquadra seguiu para o continente.


Ainda hoje se observa, no local onde o rei passeava demoradamente, as pedras gastas pelos seus passos, assinalando o sítio onde tanto amargurou.



terça-feira, 30 de agosto de 2022

David Dias Pimentel Bispo da Diocese de São João da Boa Vista nasceu nos Açores

 


Bispo da Diocese de São João da Boa Vista, no estado de São Paulo, Brasil.

Dom David Dias Pimentel nasceu no dia 18 de Março de 1941, na freguesia de Algarvia, conselho do Nordeste, ilha de São Miguel – Açores.

Terminou os estudos primários nos Açores. Com 13 anos rumou para Fátima, onde ingressou no Seminário da Consolata, tendo frequentado e concluído o curso de Ginasial.


Em 1960, foi para o Brasil com a família. Três anos mais tarde, iniciou o curso de Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, Brasil, e, em 1965, o de Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, Itália.

No dia 21 de Dezembro de 1969, foi ordenado Sacerdote em São José do Rio Preto. Aí trabalhou durante 16 anos, tendo desempenhado diversos cargos diocesanos, entre os quais o de Reitor de Seminário, Pároco em Nhandeara, São José do Rio Preto, Cedral e Monte Aprazível, Coordenador Diocesano de Pastoral, professor do seminário e membro do conselho de presbíteros.

Em 1986, foi transferido para Guarulhos, onde trabalhou durante oito anos como pároco do Jardim Munhoz e da Catedral Nossa Senhora da Conceição, fazendo também parte da Coordenação de Pastoral e do conselho de presbíteros.


Em 1991, durante o período sede vacante, foi Administrador Diocesano e depois vigário Geral da Diocese.

No dia 11 de Dezembro de 1996 foi nomeado pelo Papa João Paulo II, Bispo de Belo Horizonte. Em 1997, recebeu a Ordenação Episcopal em São José do Rio Preto.

No dia 7 de Fevereiro de 2001, foi nomeado Bispo de São João da Boa Vista, cargo que desempenha até à actualidade.




segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Iracema Silvina de Sousa

 

Iracema Silvina Cármen Furtado de Sousa nasceu a 19 de Janeiro de 1877, na cidade da Horta, ilha do Faial. Foi educada em Lisboa, onde recebeu aulas de piano, pintura, dactilografia, dança, além de outras disciplinas básicas. Desde cedo se destacaram os seus dotes literários, com especial propensão para a poesia. Silvina aprendia com facilidade e interesse.

No Salão de Teatro Éden, houve récitas, levaram-se à cena muitas peças de teatro e projetaram-se filmes da época. Também neste salão se realizavam saraus públicos e particulares, com fins culturais.

D. Silvina também fez parte da «Orquestra Simaria», que ganhou grande fama na Horta e que tinha como maestro o célebre músico e compositor Francisco Xavier Simaria. Em outras orquestras era a própria D. Silvina que regia.

A  vontade de divulgar a cultura, fez com que, em 1918, Silvina de Sousa tenha sido a principal impulsionadora da criação do Colégio Insulano, onde eram ensinadas várias disciplinas como Português, Línguas, Literatura Inglesa e Francesa, Música, Piano, Dança, Canto, Harmónio, Pintura e Lavores de todo o género. Ainda eram ministrados o 1.º e o 2.º graus da Instrução Primária.


Além de ter sido uma grande impulsionadora da cultura, esta senhora foi a primeira mulher açoriana a empregar-se numa instituição bancária, no chamado «Banco Fayal», em 1926.




domingo, 28 de agosto de 2022

Darrell Kastin neto de Poetas e Jornalistas Açorianos

 

Darrell Kastin é um escritor norte-americano de ascendência açoriana e bielorrussa. Nasceu na cidade de Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos da América, no dia 15 de  Fevereiro de 1957. É neto, pelo lado materno, dos poetas e jornalistas açorianos Francisco e Josefina do Canto e Castro, que emigraram na década de 40, mas continuaram ligados à sua terra e cultura. A família tem raízes nas ilhas Terceira, Faial, Pico, S. Jorge e Corvo. O escritor é um frequente visitante dos Açores, passando parte do tempo em Santa Maria, ilha onde nasceu a sua mulher.

Romancista, contista, poeta, músico e compositor, Darrell Kastin dedica-se inteiramente à sua arte, muito influenciado pela cultura e música portuguesas e açorianas, mas não só. Tem contos publicados em várias revistas literárias norte-americanas incluindo “The Seattle Review”, “The Crescent Review”, “The Blue Mesa Review”, “The Windsor Review”, “Confrontation”, “Gávea-Brown”, entre outras. Em Portugal colabora com as revistas “NEO” e “Oficina de Poesia”.


 Em 2009 publicou o seu primeiro romance intitulado “The Undiscovered Island” que recebeu o prémio em Ficção Multicultural da agência IPPY Independent Publishers, em 2010. Presentemente este romance encontra-se esgotado. Em 2012 publicou a colectânea de contos “The Conjurer & Other Azorean Tales”, inspirados na mítica das ilhas, na sua vivência e contato com elas. Como compositor e músico, em 2007, lançou o CD de folk-rock “Lullabies for Sinners” de temas originais; em 2011 lançou o CD “Mar Português/Portuguese Sea”, um tributo a Fernando Pessoa e Florbela Espanca, musicando alguns dos seus poemas. O trabalho teve a colaboração vocal de Shawna Lenore, sua filha, e do maestro Pedro Barroso, também produtor do CD.

Independente, auto didata, estudou e viveu em diversos estados norte-americanos. Durante vários anos foi proprietário de uma livraria em S. Pedro, Califórnia. É um bibliófilo apaixonado e estudioso da História de Portugal e dos Açores.

Vive atualmente em Sacramento. Entre vários projetos, está a trabalhar em dois novos romances: “A Tale of the Azorean Nights”, que pode ser considerado como a continuação do primeiro, e um romance histórico intitulado “Inês de Castro: Queen After Death”. Encontra-se também a compor música para alguns poemas de Camões e Antero de Quental.



sábado, 27 de agosto de 2022

Convento dos Franciscanos e Igreja de Nossa Senhora da Conceição na ilha do Pico Açores

 


O Convento dos Franciscanos e Igreja de Nossa Senhora da Conceição localizam-se na freguesia e concelho das Lajes do Pico, na ilha do Pico, nos Açores.


De acordo com a tradição local, uma senhora de nome Mor Pereira fundou, numa propriedade que possuía nos limites da vila das Lajes do Pico, uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição para cobrir o local onde havia sido sepultado o pai, falecido em condições que impediam o corpo de ter sepultado em solo sagrado.


Posteriormente, em 1629, junto a essa ermida, foi fundado o convento dos franciscanos.


Frei Diogo das Chagas regista, entretanto, que "...o convento dos frades nossos se fundou em Agosto de 1641 em uma ermida de Nossa Senhora da Conceição tão grande e formosa, e de tão boas paredes, que, alevantada mais 5 palmos em roda, ficou servindo de igreja."


Um século mais tarde, em 1768, o convento foi ampliado. Uma nova igreja, construída pelo lado norte, transformou-se em um dos mais belos templos da ilha, onde se destacavam os trabalhos em talha dourada nos retábulos, possuindo já os ornamentos de praxe: vasos sagrados, lâmpada de prata, coroas e resplendores em todas as imagens.

No século XIX, em uma noite de Fevereiro de 1830 um violento incêndio consumiu o interior da igreja e todo o seu precioso recheio. Dois anos mais tarde, os conventos foram extintos no país pelo Decreto de 17 de maio de 1832.


As dependências do convento foram entregues interinamente pela Junta do Crédito Público à Câmara Municipal, em 3 de janeiro de 1840, para nelas serem estabelecidas as Repartições Públicas.


No século XX foram objeto de intervenção de conservação e restauro, por iniciativa da Câmara, em 1947.




sexta-feira, 26 de agosto de 2022

José Ávila Martins nasceu na ilha do Pico Açores e foi o responsável pela cartografia geológica do Estado da Índia

 

José Ávila Martins nasceu no dia 5 de Agosto de 1917, na freguesia de São João, Concelho das Lajes do Pico, ilha do Pico – Açores.

Destacou-se no campo da geologia e no seu ensino a nível universitário.

Frequentou os liceus da Horta e Angra do Heroísmo. Mais tarde, rumou para Coimbra, onde, em 1943 e 1945 obteve as licenciaturas em Farmácia e Ciências Geológicas. Após terminar a licenciatura em Ciências Geológicas, leccionou no ensino secundário durante quatro anos, tendo sido convidado, posteriormente, para assistente da secção de Ciências Geológicas da Faculdade de Ciências de Coimbra, cargo que deixou de exercer, após ter sido nomeado, em 1949, para o lugar de geólogo dos Serviços de Geologia e Minas de Angola.

Em Angola dirigiu e participou, durante seis anos, em diversas campanhas de prospecção geológica e mineira. Ao regressar a Portugal, ingressou nos quadros da Junta de Energia Nuclear. Durante oito anos, realizou trabalho de campo, chefiando uma brigada que efectuou levantamentos geológicos um pouco por todo o país.


Em 1960, ingressou na Junta de Investigações do Ultramar e durante três anos foi o responsável pela cartografia geológica do Estado da Índia. De regresso a Portugal, depois de alguns meses retido na Índia devido à invasão do território, José Ávila Martins apresentou as provas de doutoramento em Ciências Geológicas na Universidade de Lisboa.


Em 1963, rumou à Noruega onde permaneceu durante pouco mais de um ano, aprofundado os seus estudos de rochas graníticas e metamórficas anticas. De regresso a Portugal, ingressou, em 1964, na Faculdade de Ciências do Porto, onde progrediu na sua carreira académica, tendo permanecido nesta instituição durante 12 anos.

A 1 de Dezembro de 1979, foi nomeado Professor Catedrático.

Três anos antes, em 1976, regressou ao Açores para trabalhar no recém-criado Instituto Universitário dos Açores, tendo sido o fundador do Departamento de Geociências.

Em 1983, foi convidado para Vice-Reitor e Director do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, cargos que desempenhou até à reforma, em 1987.


José Ávila Martins faleceu no dia 15 de Janeiro 1996.




quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Manuel Henrique Farias Ramos mais um Açoriano de sucesso no Brasil

 


Manuel Henrique Farias Ramos nasceu no dia 8 de maio de 1939, na freguesia do Raminho, concelho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. Emigrou para o Brasil em 1957, com apenas 18 anos.

Radicou-se em São Paulo e, depois de uma primeira década de trabalho árduo, retomou os estudos licenciando-se em Ciências Sociais pela Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

Frequentou os cursos de Filosofia, pela Universidade de São Paulo e de Pedagogia, pela PUC/SP.


Comerciante do ramo de carnes, Manuel Henrique Farias Ramos é uma personalidade de relevo na área da agro-pecuária do Estado de São Paulo. É presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, vice- presidente do Conselho Arbitral da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, conselheiro regional do Serviço Social do Comércio de São Paulo, conselheiro da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio e presidente da UNICARNES. Foi também presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte e da Casa dos Açores de São Paulo.


Apoiante entusiasta das Festas do Espírito Santo, Manuel Henrique Farias Ramos foi um dos participantes, em 2008, do III Congresso do Divino Espírito Santo, realizado em Angra do Heroísmo, tendo apresentado a comunicação “Espírito Santo – Crenças e Símbolos.”




quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Estalagem da Serreta na ilha Terceira Açores

 


A Estalagem da Serreta é uma das obras arquitectónicas mais emblemáticas dos Açores é particularmente conhecida por ter sido o ponto de encontro entre Marcelo Caetano pela Parte de Portugal, Georges Pompidou, pela parte da França e de Richard Nixon pela parte dos Estados Unidos, a quando da cimeira Pompidou/Nixon que se realizou na ilha Terceira em Dezembro de 1971.


Localiza-se junto à Mata da Serreta, uma zona de forte implatação Florestal na freguesia da Serreta.

Trata-se de uma obra do arquitecto João Correia Rebelo e hoje está completamente abandonada.




segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Leonor Frazão

 

Leonor da Silveira Tavares de Medeiros Frazão nasceu em 1905, numa família abastada, no concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel.


Em 1947, veio aos Açores um Padre Franciscano, Frei Mário Branco, extraordinário orador, a quem muitas almas se dirigiam sedentas de orientação para as suas vidas. Entre elas esteve o casal Frazão. Em ambos havia um grande desejo de perfeição para si e para os outros. A prosperidade material não lhes satisfazia a ânsia de mais e melhor. 

Frei Mário Branco aconselhou-os a instituírem uma obra de promoção social. Ouviram o conselho do franciscano e empreenderam várias iniciativas, entre elas, a distribuição de leite a pessoas idosas, a criação de um clube para jovens numa casa das Calhetas e mandaram fazer um campo de futebol numa propriedade sua, denominada «Casa do Morro», isto para que os rapazes ocupassem sãmente os seus tempos livres e não parassem pelas tabernas.


Em 1949, os caminhos do casal Frazão e de D. Maria Francisca de Vasconcelos, professora na Escola Feminina de Calhetas cruzaram-se. A professora procurou ajuda do casal para colmatar a fome que afligia as suas alunas, pois não havia cantina escolar. O casal Frazão, imediatamente, passou a fornecer uma refeição de sopa a todas as crianças da escola, confeccionada pelas suas empregadas, na garagem de sua casa. As crianças contribuíam com o pão que traziam. Só mais tarde foi inaugurada oficialmente uma cantina escolar.

Desta amizade, nasceu o projecto dos três, a obra do Socorro de Nossa Senhora das Mercês, nas Calhetas, dando início à Casa de Trabalho. À medida que as meninas iam terminando a 4.ª classe, iam ingressando, como alunas externas, na «Casa de Trabalho», onde aprendiam cardação, fiação, tecelagem, corte, costura e bordados.


Além destas actividades, as meninas internas ainda se revezavam rotativamente nos trabalhos da vida diária e na economia doméstica, cozinhando, limpando, tirando o leite à vaca, pois D. Leonor e D. Maria Francisca pretendiam dar-lhes uma educação integral, humana e espiritualmente. Foi-lhes ministrada educação religiosa e tinham também aulas para prosseguimento e consolidação dos conhecimentos adquiridos na escola, além de aulas de música dadas por uma senhora da Ribeira Grande, a Sr.ª D. Germana Rodrigues. Um médico, o Dr. Luís Gouveia, vinha dar-lhes noções de enfermagem, puericultura e primeiros socorros.

Num grande desejo de querer sempre mais e melhor, D.ª Leonor e seu marido construíram, em Ponta Delgada, na freguesia da Matriz, um bairro com mais de vinte moradias para fins beneficentes, cujas casas eram alugadas por um preço muito inferior ao praticado na altura, construindo também uma capela, naquele a que agora chamam Bairro Frazão.


Posteriormente, ainda se empenharam na construção, nas Calhetas, de um novo bairro destinado a residências para as protegidas da Obra que fossem casando. Contudo, só chegaram a ser construídas 4 casas, que, segundo consta, foram pagas com o dinheiro proveniente da venda que a Senhora D. Leonor fez de jóias suas.


Texto de Margarida Enes (adaptado)




sábado, 20 de agosto de 2022

Queijo Vaquinha de João Cota, ilha Terceira Açores

 


Quando, há quinze anos atrás, começou a produzir o Queijo Vaquinha, João Cota, de 62 anos, natural da freguesia das Cinco Ribeiras, em Angra do Heroísmo, já sabia o que pretendia para a produção da mais antiga marca de queijos da ilha Terceira: uma fábrica que, além da manufactura, trabalha a arte de bem receber. Uma máxima que tanto se aplica à comunidade onde se insere, às populações locais que compram e saboreiam o queijo no local, como aos turistas e estrangeiros cujos circuitos de visitação já incluem de forma habitual, uma paragem na Fábrica do Queijo Vaquinha, associada da GRATER.


Isto porque, explica o proprietário, além da produção da fábrica para venda em diversos estabelecimentos comerciais na ilha e fora dela, hoje a marca está virada para o turismo. Um intuito que foi assim planeado e concretizado: “já na altura, quando fizemos investimentos, pensámos que seria usado também para quem nos visita, para os turistas”.


É por isso que, anos mais tarde, em 2002, decide investir não só na modernização da fábrica, como na ampliação da sala de visitação e de provas para apostar nos momentos de degustação e de convívio in loco. Um investimento co-financiado pelo PRORURAL/FEADER, apoiado por via da GRATER, no valor de 54 mil euros.

Uma estratégia, conta, comercial e a pensar o futuro: “se estivéssemos só a produzir queijo, o negócio não se justificaria”.


Daí que nas épocas altas do Verão, acrescenta, “90 por cento do nosso queijo é levado pelos turistas e vendida aqui”. No restante ano, a venda do Queijo Vaquinha acontece em estabelecimentos comerciais, desde as grandes superfícies aos pequenos mercados e lojas.


Nos Açores, os produtos Vaquinha chegam às ilhas de São Miguel e Faial. Fora das ilhas, os produtos são vendidos em Lisboa, através do “Espaço Açores – Tradição & Gourmet”, localizado na baixa da capital: “duas vezes por mês, estamos enviando queijo para Lisboa”.


João Cota diz que lhe interessa o mercado nacional e o da Madeira e, não fossem os custos relacionados com o transporte, essa intenção já estaria mais rapidamente concretizada e implementada além-lhas.


Para já, adianta, estão estabelecidos contactos com uma grande superfície no arquipélago vizinho. Uma oportunidade de negócio que a empresa familiar vê com bons olhos. Até porque, acrescenta, parecem existir semelhanças nos paladares insulares: “os madeirenses que nos visitam gostam muito do nosso queijo e levam muito queijo consigo”.


Além de pretender, de forma tranquila, conquistar outros mercados, o empresário refere necessitar, com mais premência, de aumentar a zona de visitação: “a sala já está a ficar pequena”


Pequena é igualmente a estrutura humana que sustenta esta conhecida marca terceirense. A empresa familiar não poderia ser mais … familiar. A trabalhar ao lado de João Costa está, não só a esposa, como os dois filhos do casal e duas cunhadas. Junta-se ainda ao grupo um ou outro ajudante, consoantes as altura do ano, mas o centro deste empreendimento é composto assim por forte ligações familiares.


O empresário, esposo, pai, cunhado diz-se orgulhoso de ter a família unida em torno do Queijo Vaquinha, sobretudo quando se trata dos filhos que darão continuidade ao seu trabalho: “quem é que não se sentia orgulhoso?”., não deixe de salientar, é o horário de abertura: “estamos abertos todos os dias, ou seja, 365 dias por ano, das 10H00 às 22H00. Como nós, só os chineses!”.


Actualmente a marca Queijo Vaquinha é composta por cinco tipos de queijos: o Vaquinha Tradicional (em formato barra); o Vaquinha Ilha Terceira Pequeno; o Vaquinha Picante; o Vaquinha Ilha Terceira Grande (tipo ilha); e o Vaquinha Fresco do dia.


Além dos queijos, a empresa lançou em 2010 uma gama de iogurtes, sendo actualmente composta por dez sabores.


Como novidade a explorar, mas ainda sem data de lançamento, está a criação do Queijo Vaquinha Fundido. Um produto que, refere o empresário João Cota, poderá ter grande aceitação, não só pelo selo de garantia do sabor do queijo Vaquinha, como por não existirem muitos produtos de fabrico local do género no mercado.



terça-feira, 16 de agosto de 2022

Cecília do Amaral

 

Maria Cecília Pereira do Amaral nasceu a 31 de Março de 1935, na vila da Madalena, ilha do Pico.


Quando era ainda pequena, os pais decidiram que seria professora e que, para continuar a estudar, depois da quarta classe, havia de ir para o Faial, para o Colégio de Santo António, como aluna interna.

Cecília acabou o quinto ano dos liceus, depois fez o Magistério primário e voltou, por fim, à Madalena, já professora. Estavam no ano de 1954. Concorreu e leccionou no ensino primário, nas escolas da Candelária e da Criação Velha.

A partir de meados da década de 50, começou a dar explicações, de preparação para o exame de admissão aos liceus, a jovens que queriam ir além da 4.ª classe e não tinham posses para ir para o Faial estudar.


Depois de casada, continuou a dar explicações. Não era pelo dinheiro que as dava, porque também era empresária com o marido, mas por saber que só assim alguns jovens da Madalena e arredores poderiam continuar estudos.

D. Cecília, sentindo que este trabalho estava a tomar grandes proporções, convidou o professor primário da Madalena, na altura, e mais tarde, Emílio Ferreira. Na segunda metade da década de 60, D. Cecília e o senhor Emílio Ferreira reuniram vários professores, formaram turmas, iam dando explicações em espaços públicos, em casas particulares emprestadas e até no andar de cima da loja comercial de D. Cecília e do marido.

Então, este disse que o melhor era fazer uma casa própria e assim aconteceu. «O Externato de Ensino Liceal Particular da Madalena, já existente em termos  funcionais, teve o seu primeiro edifício próprio a receber alunos a partir de janeiro de 1972.  O Externato Particular da Madalena foi a única escola do concelho, entre 1972 e 1996, até à abertura da Escola Cardeal Costa Nunes.