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domingo, 31 de janeiro de 2016

General Francisco Maria da Cunha nasceu na ilha Terceira Açores

O General Francisco Maria da Cunha, que foi o primeiro ajudante de campo e chefe da casa militar de El-Rei D. Carlos I, nasceu na ilha Terceira no dia 22 de Dezembro
de 1832, em meio desse período agitadíssimo na nação, em que os liberais triunfam sobre o absolutismo agonizante, cujos golpes mortais se talharam nas praias e nas rochas da Terceira que lhe embalará o berço.

Foi, o general Cunha, do conselho de Sua Majestade Fidelíssima, grã-cruz e comendador da ordem de São Bento de Aviz, comendador das ordens da Torre e Espada e Nosso Senhor Jesus Cristo, grã-cruz e comendador das ordens de Isabel a católica e do Mérito Militar de Espanha, cavaleiro da ordem de Carlos III, também de Espanha, grã-cruz e comendador da ordem da Estrela Brilhante, condecorado com as medalhas de ouro do comportamento exemplar e de serviços no Ultramar, com a de prata de bons serviços e com a de cobre para galardoar os serviços prestados pelos sócios da associação de socorros a náufragos; general da divisão dos quadros de reserva; 1.º Ajudante de campo e chefe da casa militar de El-Rei D. Carlos I; par do reino, ministro de estado honorário, etc.
É filho de general Francisco Jaques da Cunha e D. Maria Cândida de França e Horta.

O general Francisco Maria da Cunha exerceu em Portugal os mais elevados cargos que podia aspirar a sua capacidade intelectual e moral, e tão recentemente que todos dele conservam recordação.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A família Dabney na ilha do Faial Açores


Oriunda dos Estados Unidos da América, a família Dabney instalou-se na Horta em 1806, quando John Bass Dabney foi nomeado Cônsul Geral dos Estados Unidos para os Açores pelo presidente americano, Thomas Jefferson.
Três membros da família Dabney, John (pai), Charles (filho) e Samuel (neto), exerceram sucessivamente o cargo ao longo do século XIX, ficando a sua presença registada na ilha do Faial através da toponímia, da arquitectura e da botânica.
John Bass Dabney especializou-se no comércio marítimo, fomentou a exportação do vinho e da laranja, adquiriu navios, armazéns e estaleiros destinados ao abastecimento e à reparação naval, dando assim origem a uma das mais poderosas casas comerciais do arquipélago dos Açores.

Com Charles Dabney, a família continuou a expandir os seus negócios, incrementando o movimento do porto da Horta, sobretudo através do abastecimento e reparação dos navios baleeiros americanos que aqui deixavam o óleo de baleia. Os Dabney exportavam-no para a Costa Leste dos Estados Unidos. Asseguravam ainda a ligação entre continente americano e os Açores e com o desenvolvimento da navegação a vapor passaram a ser os principais fornecedores de carvão dos navios que aportavam no porto da Horta.
Quando Samuel Dabney assumiu o cargo consular para dar continuidade aos interesses comerciais desenvolvidos pelo seu pai, o número de navios a ancorar no porto da Horta já tinha diminuído, pois a travessia do Atlântico era agora mais rápida em virtude da descoberta do petróleo. Por outro lado, a concorrência da casa comercial Bensaúde, a dinamização da doca de Ponta Delgada e a pressão do Governo americano, no sentido de impedir que os cônsules a tempo inteiro se dedicassem simultaneamente à actividade comercial, levaram Samuel Dabney a deixar definitivamente a ilha do Faial. Os últimos membros da família Dabney a residir na cidade da Horta partiram definitivamente para os Estados Unidos, em 1892.
Do património arquitectónico pertencente a esta família, destaca-se a Casa de Veraneio em Porto Pim, adquirida por Charles William Dabney, em 1854. Edificada na paisagem única do Monte da Guia e incluída num complexo residencial composto por uma casa com cisterna, cais e abrigo para dois botes, um miradouro e uma pequena área de vinhas que se estendia pela encosta em direção à baía de Porto Pim, possuía ainda uma adega, onde atualmente está patente uma exposição que retrata o percurso de uma família americana, originária de Boston.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Artista Plástico Rui Goulart da ilha do Pico Açores


Rui Goulart, artista plástico / escultor e medalhista, natural da Ilha do Pico. A sua obra é diversa e bastante multifacetada. Executa obras para fundição em bronze na maioria dos casos Arte Pública e homenagens, das quais se destacam os bustos, estátuas e medalhas, representadas em algumas ilhas dos Açores (Pico, Faial, Terceira e São Miguel), assim como no continente português, Canadá e EUA

“Born in Pico Island, Azores Rui Goulart is an artist of visual arts, sculptor and a medal-maker. His art work is very diverse, designed mostly for Public Art and Homages.

As a sculptor he creates art work for bronze foundry, such as statues, busts and medals. His work is well known among the Azoreans, and its displayed in some Azorean Islands like Pico, Faial, Terceira and Sao Miguel, also the mainland, Canada and EUA .”

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Mário de Carvalho, repórter de imagem da CBS News é natural da ilha de Santa Maria Açores


Mário de Carvalho, repórter de imagem da CBS News, galardoado com um Emmy. Nasceu na ilha de Santa Maria, Açores, a 23 de Março de 1950. Em 30 anos de actividade profissional ao serviço de uma das maiores cadeias televisivas dos EUA, o cameraman, especializado na cobertura de conflitos armados, tornou-se num dos mais apreciados repórteres de televisão do mundo inteiro.

Pertenceu à 38ª Companhia de Comandos na Guiné, entre 1972 e 1974. Foi a primeira guerra que Mário Rui de Carvalho, na qualidade de furriel do Exército português, interveio. Noutros conflitos havia de participar, agora como destemido repórter de imagem da CBS, cadeia de televisão americana. Antes de regressar ao Iraque, decidiu que essa seria a sua guerra como repórter.

é considerado um dos mais experimentados repórteres de televisão de todo o mundo. Além de muitas guerras, fez a cobertura de dezenas de furacões. Após a passagem do furacão Katrina, que assolou a costa sul dos Estados Unidos, viu "um doente numa cama de hospital, com os tubos enfiados nas veias, a boiar". A equipa da CBS levou-o para um hospital, que recusou a recebê- -lo, porque, por falta de meios, "nada podia fazer nada por ele". Episódio com este, refere Mário Rui de Carvalho, "esperávamos ver em países do Terceiro Mundo, não aqui".

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Dr. Ramiro Gaspar de Lima


O Dr. Ramiro Gaspar de Lima, nascido na Vila Nova, ilha Terceira, no dia 26 de Setembro de 1923, faleceu no dia 8 de Dezembro de 2015, na ilha Terceira, com 92 anos de idade.
Foi um distinto, exemplar e competente cidadão a par de médico anestesista, do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo.
Frequentou a escola primária e o liceu em Angra do Heroísmo, e ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 1946, onde concluiu a licenciatura em Medicina em 13 de Novembro de 1952.
Iniciou o estágio profissional no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, nomeadamente no Laboratório de Electrocardiograma, tendo ficado responsável por todos os relatórios dos electrocardiograma que eram solicitados pelos Hospitais Civis.
No Instituto Superior de Higiene Dr. Ricardo Jorge e no Instituto Superior de Medicina Tropical concluiu os cursos de Medicina Sanitária e Medicina Tropical.
Regressado à ilha Terceira trabalhou no Hospital da Misericórdia de Angra do Heroísmo durante 16 anos, onde disponibilizou o seu e único eletrocardiógrafo existente na ilha, que foi utilizado durante vários anos na realização de exames aos doentes internados.

Ao surgir a necessidade da existência de um médico com formação e competência em Anestesiologia, foi frequentar a especialidade nos Serviços de Anestesiologia dos Hospitais Civis e do Instituto Português de Oncologia, durante 2 anos.
Regressado ao Hospital da Misericórdia de Angra do Heroísmo assumiu a direcção do serviço de Anestesiologia.
Desde 1958, trabalhou no Hospital Militar da Força Aérea, na Terra-Chã, em Angra do Heroísmo, no serviço de Anestesiologia, onde também foi responsável por uma enfermaria de Medicina.
Com o encerramento deste Hospital continuou, como médico civil contratado, a prestar cuidados de saúde aos militares e suas famílias no Posto de Socorros da Base Aérea nº 4, sita nas Lajes, concelho da Praia da Vitória.
Trabalhou na Casa de Saúde de São Rafael, na secção de homens e mulheres, desde 1956 e até à idade dos 75 anos, tendo também praticado medicina privada, e depois de aposentado, passou a prestar cuidados de saúde em regime de voluntariado, na Junta de Freguesia dos Biscoitos e aos utentes albergados no Lar de Idosos do Raminho.

Em 1961, com a transferência do Hospital da Misericórdia para o então Hospital Regional de Angra do Heroísmo, ingressou neste Hospital onde trabalhou mais de 20 anos como o único médico Anestesista.
Ao Dr. Ramiro Gaspar de Lima se deve a criação de uma sala de recobro cirúrgico, mais tarde designada de Reanimação, na proximidade do bloco operatório, nos anos de 1973/1974, que mais tarde veio a dar origem à Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente, no Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, no dia 9 de Setembro de 1988.
Concretizou, assim, a partir dos últimos 20 anos do século XX, um dos desejos no que se refere ao suporte de doentes em estado crítico. A ilha Terceira, o seu Hospital e os Açores ganharam um serviço de reconhecida necessidade, modernidade e competência.
Foi Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira, cargo que iniciou em Abril de 1990 e manteve até aos 70 anos de idade, data em que se aposentou.

 Dr. Ramiro Gaspar de Lima com toda a sua humildade e competência contribuiu para o desenvolvimento da Saúde na ilha Terceira e nos Açores, nomeadamente nas áreas da Anestesiologia e Medicina Intensiva.
O médico Ramiro Lima soube não raras vezes aliar o exercício da Medicina com o primado do altruísmo, baseado no seu grande humanismo, que prescindia da justa remuneração na prestação de cuidados de saúde em visitas ao domicílio a doentes limitados nas suas condições físicas. Sendo o único médico Anestesista do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira raramente podia usufruir do repouso merecido em virtude das urgências nocturnas que se estendiam até quase às cirurgias programadas, pelo que comungamos de um seu parecer, e cito, “A Profissão se adapta a fazer o bem.”

É também de assinalar o seu trabalho competente e dedicado, como era seu apanágio, prestado à população sinistrada das ilhas afectadas pelo sismo de 1980.

O Dr. Ramiro Gaspar de Lima desenvolveu a sua profissão com competência, a fazer o bem e com Humanismo.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Gilberto Mariano da Silva o homem que aproximava as ilhas


Gilberto Mariano da Silva nasceu a 15 de Fevereiro de 1909, na Madalena, Ilha do Pico. Faleceu no dia 11 de maio de 1991.

Com a habitual simpatia que o caracterizava fazia o transporte de cartas, de remessas de dinheiro para os Bancos, dos famosos cabazes do Pico e de encomendas da vila da Madalena para a cidade da Horta, tendo como principais destinatários os estudantes picarotos do Liceu da Horta. No regresso à Madalena, transportava mais cartas, remédios e toda uma série de “recados” que lhe eram pedidos.

Iniciou esta actividade nos barcos do Pico, tendo optado, a conselho de um mestre das referidas embarcações, por continuá-la, primeiro, nas Lanchas da Empresa Açoriana de Navegação, e depois, na Empresa das Lanchas do Pico. O que lhe era entregue tinha a garantia de chegar ao seu destino, tornando-se por isso, numa das figuras mais conhecidas nas ilhas do Pico e do Faial.

Gilberto dedicou-se à prática de futebol, tendo integrado o Pico Sport Clube e o Faial Sport Clube, ainda que muito esporadicamente, e posteriormente, os Bombeiros Voluntários da Madalena. Ganhou a alcunha de “Arricana” (do inglês hurricane, "furação") pela grande força de vontade com que jogava.

Após o abandono da sua principal actividade, foi homenageado pelas câmaras municipais da Horta, Lajes do Pico e Madalena, assim como pelo, então, Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes, aquando da sua visita à Ilha do Pico.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Júlio Maria Sanguinetti Coirolo


Júlio Maria Sanguinetti Coirolo nasceu no dia 6 de Janeiro de 1936, em Montevideo, Uruguai. É descendente de italianos e de açorianos, oriundos das ilhas do Faial, Terceira e São Jorge.
Foi Presidente do Uruguai em dois períodos: entre 1985 a 1990 e 1995 a 2000.
Foi-lhe atribuído o título Doutor Honoris Causa, por diversas universidades.
É advogado, historiador e jornalista, bem como autor de uma extensa biografia do pintor Pedro Figari. É Secretário-geral do Partido Colorado, integrando o sector \"Foro Batllista\" do partido.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Jasiel Correia II Presidente de Câmara de Fall River


O luso descendente Jasiel Correia II, de 24 anos, que acaba de tomar posse como o mais novo presidente de Câmara de Fall River, em Massachusetts, quer devolver a cidade aos anos de ouro em que atraía milhares de imigrantes portugueses.
"Ouvimos uma e outra vez sobre o grande potencial de Fall River. Hoje começamos a mostrar resultados", disse Correia durante a cerimónia de tomada de posse, que aconteceu esta semana.

Com origens cabo-verdianas pelo lado do pai e açorianas pelo lado da mãe (Pico da Pedra, São Miguel), Correia foi eleito em Novembro com 52% dos votos, derrotando Sam Sutter, que lutava pela reeleição e apenas conseguiu 48%.
Com cerca de 90 mil habitantes, Fall River é o centro da vida portuguesa em Massachusetts. Segundo os últimos censos, 49% da população da cidade eram portugueses ou luso-americanos, sendo que a grande maioria é oriunda das ilhas dos Açores.
No centro da cidade, existe mesmo uma réplica das Portas da Cidade de Ponta Delgada. As celebrações do Espírito Santo acolhem todos os Verões dezenas de milhares de pessoas.
O voto destes emigrantes foi essencial para eleger Correia, que ocupava o cargo de conselheiro da cidade desde o início de 2014.
"Vamos começar a atrair a próxima geração e a geração a seguir a essa para a nossa cidade. Vamos fazê-lo tornando Fall River não apenas um local onde as pessoas sobrevivem, mas onde prosperam", disse o jovem.
Lembrando as dificuldades que a cidade passou nos últimos 40 anos, depois do fecho de muita indústria na segunda metade do século passado, Correia disse que vai "trabalhar para afastar a percepção negativa que foi injustamente lançada sobre a cidade nas últimas décadas."

Correia nasceu e foi criado em Fall River, onde também estudou, tendo depois concluído uma licenciatura no Providence College em Ciências Empresariais e Políticas.
Durante a campanha, disse que a sua questão preferida era quando lhe perguntavam se tinha maturidade suficiente para ser presidente.
"Não posso mudar a minha idade. Não posso ser desacreditado apenas pela minha idade. Vou ser o mais energético, o mais optimista presidente de que têm memória recente, se não de sempre", disse.
Correia é fundador e director executivo da SnoOwl, uma aplicação para telemóveis que reúne 'posts' das redes sociais sobre empresas.
O jovem diz que vai usar a sua experiência como empresário para falar com outros homens de negócios e revitalizar a economia da cidade.
Correia, que até há alguns meses ainda vivia em casa dos pais, detalhou planos específicos para a cidade, que passam pela recuperação da frente ribeirinha, construção de estacionamento, um novo sistema de recolha de lixo e de coordenação com as escolas.
"Nos próximos meses, verão a minha administração fazer parceria com o Conselho da Cidade e o Comité Escolar para desenhar um orçamento que garante serviços de qualidade para os nossos residentes e lança as bases para uma era de desenvolvimento económico", concluiu o luso-descendente.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Manuel Alves


Manuel Alves nasceu na Horta a 27 de Novembro de 1914.
Desde cedo mostrou curiosidade pelas coisas do mar, influenciado pelo seu pai, Simão Alves, que era Cabo do Mar e de quem herdou o nome pelo qual ficou conhecido toda a vida: Simão.

Aos 14 anos, iniciou-se nas fainas de limpeza e pequenos serviços nas lanchas que operavam no Porto da Horta, fazendo amizade com os tripulantes das embarcações.

Tirou a cédula marítima a 9 de Junho de 1931, passando a fazer parte da tripulação da Empresa Açoriana de Navegação e Pesca, conhecida como empresa dos "Lourenços", tendo sido 'aluno' do mais afamado dos mestres à altura, Guilherme Rodrigues Alberto, da Madalena do Pico.

Com carta de mestrança tirada em 1949, foi mestre efectivo da lancha "Calheta" e da maior lancha da Empresa de Lanchas do Pico (ELP), a "Espalamaca", até Julho de 1966, altura em que emigrou para os Estados Unidos da América.

Entre as diversas histórias de heroísmo e bravura de Mestre Simão, ficou na memória das gentes do Faial e do Pico um episódio ocorrido entre 12 e 13 de Janeiro de 1953, a bordo da lancha "Calheta", provocado por um violento temporal e que lhe valeu um louvor da Capitania do Porto da Horta.

A história do transporte marítimo de passageiros no arquipélago é fértil nestas aventuras, mas as protagonizadas por Mestre Simão destacam-se pela sua perícia, resistência física e mental, bem como pela sua coragem.

Mestre Simão faleceu em New Bedford, MA, em 29 de Dezembro de 1985.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Mestre José Augusto Lopes


No dia 26 de Outubro de 1928 na vila de Santa Cruz das Flores, numa casa pequenina e modesta, nasceu o menino José Augusto Lopes. Os seus pais Cristina e José, viviam com dificuldades, como acontecia com a maioria dos florentinos dessa época, tinham de retirar da terra e do mar, tudo o que necessitavam para a sua subsistência.
Os nossos antepassados são grandes homens e grandes mulheres de quem nos devemos orgulhar de descender. Eles fizeram de vidas longas de suor, de muita fé e coragem, de muito amor à terra e de apertos de mão para selar contratos que a boca dizia em palavras que o vento não levava..., uma forma especial de viver e de morrer em paz.
José Augusto cresceu nessa ilha das Flores, tão diferente da actual. Jogou com bolas de trapo e bexigas de porcos, jogou à macaca e ao botão, mas foi criança durante muito pouco tempo. Mal terminou a escola primária na sua freguesia, começou a dar dias de trabalho para ajudar os pais. Com catorze anos de idade fixou residência na vila das Lajes, onde aos dezanove, casou com Eduina Espínola Lopes. Desse casamento nasceram três rapazes: José Humberto, Victor e Armando.
Durante alguns anos continuou a trabalhar em terra e no mar, mas o seu coração pendia muito mais para o mar. Com apenas quinze anos, já atravessava o canal Flores–Corvo. Com o passar do tempo, e porque era necessário assegurar o seu sustento e da sua família, dedicou-se à baleação e à pesca e trabalhou arduamente nas cargas e descargas de navios, muitas vezes em situação de alto risco. Foi nas Lajes, e nos primeiros anos da década de 1950, que adquiriu a sua primeira embarcação de pesca. Contava, com graça, que, nesse tempo, o mar fervilhava de peixe, mas vendê-lo era muito difícil. Palmilhava as freguesias do concelho e nem por um escudo e vinte, conseguia vender cherne à posta.
Apesar de todas as dificuldades, a emigração nunca o seduziu. Inteligente e sonhador como era, ele tinha a certeza que, fora das Flores, não seria feliz nem conseguiria sonhar com nada. Mestre José Augusto sempre pertenceu a esta ilha. Como o mar, as rochas e as gaivotas. Ele era o prolongamento da própria ilha. E a história desta terra não seria a mesma se ele não tivesse “palmilhado” milhas e milhas de mar, desbravando distâncias, salvando vidas, rompendo, qual Apolo, as fúrias de um mar “em brasa”.
Com a chegada dos franceses à ilha das Flores em 1964, para construírem a sua base militar de telemedidas, mestre José Augusto voltou a fixar residência em Santa Cruz, uma vez que todas as cargas respeitantes à base seriam descarregadas nesse porto. Ganhou muito dinheiro e desenvolveu a sua frota de embarcações tendo criado diversos postos de trabalho que contribuíram para o crescimento económico da ilha ao longo de muitos anos. A apanha de algas foi também uma época de ouro para o seu negócio.

Ao longo da sua vida adquiriu mais de duas dezenas de embarcações. Passou mais tempo no mar do que em terra. Transportou durante dezenas de anos correio, carga, e milhares de passageiros entre as Flores e o Corvo. Nas suas lanchas, passaram as mais altas individualidades da vida portuguesa e açoriana. Arriscou centenas de vezes a sua vida para salvar outras, a caminho do Centro de Saúde das Flores, especialmente no tempo em que não havia médico no Corvo, e a pista de aviação daquela ilha não passava de um sonho. Pelo esforço, coragem, capacidade e riscos por que passou nessas viagens, foi condecorado em 10 de Junho de 1994 pelo Sr. Presidente da República Dr. Mário Soares, com o grau de oficial da ordem de mérito.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Paul Ferreira


Paul Ferreira (Paulo Ricardo Branco Ferreira) nasceu a 7 de Janeiro de 1973, na ilha de S. Jorge, Açores. Em 1979, emigrou com a sua família para o Canadá, fixando-se em Brampton, Ontário.
Concluiu a primária e o secundário nas escolas de Brampton, onde residia e licenciou-se na Carleton University, em Ottawa. Foi distinguindo, pela Faculdade de Jornalismo de Ottawa, como licenciado honorário, tendo sido premiado pelo seu excelente percurso académico e participação na comunidade.
Em 1990, ingressou no NDP (New Democratic Party). Enquanto membro do NDP desempenhou várias funções, nomeadamente : de vice-presidente na New Democratic Youth of Canadá, entre 1997 e 1999, de membro da direcção do NDP de Ontário, entre 2002 e 2004 e, também, de co-presidente do partido LGBT, onde esteve por vários anos.
Profissionalmente, foi colaborador na Sociedade de Educação e Desenvolvimento do Canadá, assim como co editor na revista nacional Canadian Learning Journal. Trabalhou como relações públicas numa empresa multinacional britânica, e exerceu as funções “manager” na área da comunicação social, na North American Broadcasters Association.
Entre 2001 e 2004, trabalhou com uma das maiores firmas na área de comunicação no Canadá.
Ingressou na política em 1997, ao concorrer às eleições para o Centro de Brampton. Em 2004, foi candidato federal do NDP na corrida final de Toronto da York South, Weston. Foi eleito membro do New Democratic Party de Ontário para a Assembleia Legislativa, a 8 de Fevereiro de 2007, nas eleições parciais de York South, Weston.
Exerceu o cargo de chefe da seção de pessoal, para o presidente do partido, Howard Hampton, até à sua aposentação em 2009.
Actualmente, trabalha nos serviços de acção eleitoral do NDP, na Legislatura de Ontário.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O aventureiro da ilha do Pico em terras do Canadá

Silvey, que nasceu na pequena Ilha do Pico, na freguesia da Calheta de Nesquim, empregou-se num navio americano aos 12 anos de idade e, eventualmente abandonou a tripulação e se estabeleceu nesta província – e 158 anos após o início da sua aventura na costa do Canadá, há mais do que 1.000 dos seus descendentes espalhados por esta província.

Joe adquiriu uma propriedade em Stanley Park, estabeleceu um negócio de pescaria, construiu o seu primeiro barco e iniciou a indústria de pesca com redes – usando a sua experiência lusitana.
"The Remarkable Adventure of Portuguese Joe Silvey" publicada em 2004 é o primeiro trabalho de Jean Barman abordando a problemática da emigração açoriana para a Colúmbia Britânica.
No prefácio desta obra escreve Manuel A. Azevedo: "Existe um provérbio português que diz que Deus está em todo o lado, mas os portugueses chegaram lá primeiro."

Joe Silvey (Silva) foi um dos primeiros pioneiros portugueses a chegar ao Canadá muito antes de 1867, o ano da Confederação à qual a Colúmbia Britânica se juntou em 1871.
A história do Picoense Joe Silvey iniciou-se durante a corrida ao ouro de 1858 na Colúmbia Britânica. Estes foram os anos em que a população não nativa cresceu do dia para a noite. As 1000 almas que habitavam a Colúmbia Britânica viram de um momento para o outro o seu lugar "inundado" por sonhadores à procura de riqueza. Em pouco tempo a população somava 20.000 pessoas.

Todavia, o Picoense Joe Silvey não encontrou fortuna no ouro mas encontrou uma esposa nativa da localidade que mais tarde ficaria conhecida por Vancouver. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A família Dabney na ilha do Faial Açores


Oriunda dos Estados Unidos da América, a família Dabney instalou-se na Horta em 1806, quando John Bass Dabney foi nomeado Cônsul Geral dos Estados Unidos para os Açores pelo presidente americano, Thomas Jefferson.
Três membros da família Dabney, John (pai), Charles (filho) e Samuel (neto), exerceram sucessivamente o cargo ao longo do século XIX, ficando a sua presença registada na ilha do Faial através da toponímia, da arquitectura e da botânica.
John Bass Dabney especializou-se no comércio marítimo, fomentou a exportação do vinho e da laranja, adquiriu navios, armazéns e estaleiros destinados ao abastecimento e à reparação naval, dando assim origem a uma das mais poderosas casas comerciais do arquipélago dos Açores.
Com Charles Dabney, a família continuou a expandir os seus negócios, incrementando o movimento do porto da Horta, sobretudo através do abastecimento e reparação dos navios baleeiros americanos que aqui deixavam o óleo de baleia. Os Dabney exportavam-no para a Costa Leste dos Estados Unidos. Asseguravam ainda a ligação entre continente americano e os Açores e com o desenvolvimento da navegação a vapor passaram a ser os principais fornecedores de carvão dos navios que aportavam no porto da Horta.
Quando Samuel Dabney assumiu o cargo consular para dar continuidade aos interesses comerciais desenvolvidos pelo seu pai, o número de navios a ancorar no porto da Horta já tinha diminuído, pois a travessia do Atlântico era agora mais rápida em virtude da descoberta do petróleo. Por outro lado, a concorrência da casa comercial Bensaúde, a dinamização da doca de Ponta Delgada e a pressão do Governo americano, no sentido de impedir que os cônsules a tempo inteiro se dedicassem simultaneamente à actividade comercial, levaram Samuel Dabney a deixar definitivamente a ilha do Faial. Os últimos membros da família Dabney a residir na cidade da Horta partiram definitivamente para os Estados Unidos, em 1892.
Do património arquitectónico pertencente a esta família, destaca-se a Casa de Veraneio em Porto Pim, adquirida por Charles William Dabney, em 1854. Edificada na paisagem única do Monte da Guia e incluída num complexo residencial composto por uma casa com cisterna, cais e abrigo para dois botes, um miradouro e uma pequena área de vinhas que se estendia pela encosta em direção à baía de Porto Pim, possuía ainda uma adega, onde atualmente está patente uma exposição que retrata o percurso de uma família americana, originária de Boston.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Primeiro Presidente da Republica Portuguesa nasceu na ilha do Faial Açores


Manuel José de Arriaga Brum da Silveira nasceu na cidade da Horta em 8 de Julho de 1840. Era filho de Sebastião de Arriaga Brum da Silveira, oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos que se radicaram na Ilha do Faial no séc. XVII e de Maria Cristina Ramos Caldeira, natural de Lisboa, também descendente de nobre linhagem. Tiveram seis filhos Maria Cristina, a mais velha, viria a ser poetisa e a ela se refere Vitorino Nemésio em "Mau Tempo no Canal. Outros dois filhos do casal Arriaga vão distinguir-se também. José de Arriaga, que foi historiador ("História da Revolução Portuguesa de 1820", 4 v.,1889; "História da Revolução de Setembro", 3.v., 1892 e "Os Últimos 60 anos da Monarquia", 1911), foi viver para o Brasil, onde morreu; e Sebastião Arriaga Brum da Silveira Júnior, engenheiro agrónomo, que, depois de estudar no estrangeiro, tentou um programa inovador de recuperação do Alentejo, mas morreu com 39 anos sem acabar o seu projecto; por fim, Manuel, o quarto na linha de sucessão, mas que por morte do irmão e sendo o segundo varão deveria ser o herdeiro, optou muito cedo pela via política.
  Foi durante o período em que estudava na Universidade de Coimbra para se "formar em leis", no contacto com outros estudantes e professores e na leitura de outras formas de pensamento, que aderiu ao ideário republicano. Para este jovem loiro e de olhos azuis a quem nada faltava, a opção política veio privá-lo de tudo aquilo que leva tantos outros a seguirem o mesmo caminho: ascensão social, prestígio e fortuna. Manuel de Arriaga perdeu tudo isso. O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o. Manuel de Arriaga teve então de trabalhar, dando lições de inglês para poder continuar o curso.

 Este jovem Açoreano, calmo e arguto, estava longe de saber que viria a ser o primeiro Presidente da República Portuguesa. Manuel de Arriaga, primeiro Presidente da República, numa foto gentilmente cedida pela família.Antes de ocupar a cadeira do poder (que nesse tempo era pouco), Arriaga passou cinquenta anos da sua vida como paladino de uma sociedade mais justa. Em 1876 fez parte do grupo que estudou o plano de reforma da instrução secundária. Foi membro do Directório do Partido Re-publicano depois de 31 de Dezembro de 1891.
 Em 1882 fora deputado da minoria republicana. É com ardor que denuncia irregularidades no Governo, nomeadamente quando o ministro da Fazenda emprestou dos cofres do Estado elevadas quantias a sociedades particulares sem dar conhecimento ao Governo.
 Casa, com mais de trinta anos, com Lucrécia de Brito Barredo Furtado de Meio Arriaga, de famílias conhecidas da Ilha do Pico. A cerimónia ocorreu numa capelinha perto de Valença do Minho onde o pai era general e governador da Praça (de Valença). Os noivos vão viver alguns anos em Coimbra onde o Manuel de Arriaga exercia a profissão de advo-gado. Tiveram seis filhos, dois rapazes e quatro meninas. A família tinha o costume de ir passar as férias de Verão para Buarcos. Como ilhéu, Manuel de Arriaga e a mulher adoravam o mar, as crianças e as flores, dizia-se na família.
A última casa em que viveu Manuel de Arriaga seria em Lisboa perto da Rua das Janelas Verdes, precisamente para poder ver os barcos no Tejo. O quarto em que morreu o primeiro Presidente tinha na parede retratos de dois homens que muito admirava - Vítor Hugo e Alexandre Herculano. Por cima da cabeceira, a imagem de Cristo.

 A par da sua actividade profissional, Arriaga foi fazendo o seu percurso político sem ódios nem exageros, o que, desde logo, lhe granjeou simpatia por parte dos seus correlegionários e do povo, que se apercebia do seu empenhamento e carácter.
  Era um orador admirado. Fizera comícios ainda durante a monarquia, como muitos outros, pugnando por uma sociedade mais justa, com menos privilégios e mais acesso ao ensino. Mais tarde, o Governo Provisório nomeou-o Procurador-Geral da República, "premiando assim um dos paladinos da propaganda republicana e que fora também um dos maiores causídicos portugueses" (J. Veríssimo Senão, "História de Portugal" vol. XII , p.l46).
 A seguir à implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, jovens republicanos estudantes de Coimbra entraram nas instalações do Senado e praticaram actos de vandalismo, tendo destruído parte do belíssimo mobiliário da secular Sala dos Capelos na Universidade, onde se efectuam as cerimónias dos doutoramentos, e numa atitude de selvajaria, balearam os retratos dos últimos reis portugueses que estavam pendurados nas paredes. "Para obstar a outras depredações o Dr. António José de Almeida, (republicano também desde a primeira hora), convidou o Dr. Manuel de Arriaga para reitor da velha Universidade e foi dar-lhe posse a 17 de Outubro de 1910, em cerimónia sem aparato académico, mas que bastou para serenar os ânimos estudantis" (Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal", v. XII,p.320).

 Em Agosto de 1911, já com 71 anos, Manuel de Arriaga é eleito Presidente da República. O outro candidato era o Dr. Bernardino Machado (também presidente mais tarde). Foi António José de Almeida, da facção moderada do Partido Republicano, quem se lembrou de sugerir o nome de Manuel de Arriaga como candidato à presidência, findo o período do Governo Provisório liderado por Teófilo Braga. Isto porque, segundo ele, Arriaga "era um dos poucos se não o único homem do Partido que se dava com toda a gente e de quem Homem Cristo não dizia mal".
 Ser Presidente naquela altura não era cargo invejável nem particularmente prestigiado, pois Manuel de Arriaga teve de mudar para uma casa maior, um palacete na Horta Seca, e teve de pagar o mobiliário do seu bolso. E mais curioso ainda pagava renda de casa. Não lhe era dado dinheiro para transportes, não tinha secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado. Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas teve de o pagar também do seu bolso. Na falta de um secretário, Arriaga vai chamar um dos filhos para essa função e escolheu para chefiar o seu primeiro Governo o político e jornalista João Chagas. Mas dentro do Partido Republicano já havia cisões. António José de Almeida virá a fundar o Partido Evolucionista e Brito Camacho a União Republicana. Afonso Costa mantém-se à frente do Partido Republicano.
O nosso Primeiro Presidente não vivia no Palácio de Belém, mas num anexo e a entrada fazia-se pelo Pátio das Damas. Foi aí que nasceu a neta com quem falámos para a elaboração deste artigo.
 O mandato de Manuel de Arriaga desenrola-se, como é sabido, num período agitado. Os governos sucedem-se por escassos meses. Oito mudanças na presidência do Governo, desordens nas ruas, reacções violentas contra a Igreja e movimentos de monárquicos. Por fim Manuel de Arriaga convida o Dr. António José de Almeida para chefiar o governo, mas perante a recusa deste, opta então por Afonso Costa que até 1917, foi o político mais influente da vida portuguesa. Afonso Costa consegue reduzir o défice, mas a instabilidade e a luta entre os Partidos é constante, agora agravada com a tensão internacional de 1914, que iria desembocar na Primeira Grande Guerra (1914-1918), desencadeada pelo assassinato do arquiduque austríaco Francisco Fernando em Sarajevo. O assassino pertencia a uma organização terrorista que lutava pela integração da Bósnia no reino da Sérvia
 Logo no começo da 1ª Grande Guerra, há forte pressão sobre as colónias portuguesas de África principalmente em Angola e Moçambique. E a jovem república portuguesa vê-se a braços com demasiados problemas. Tentando evitar o pior, Manuel de Arriaga escreve aos três lideres dos partidos (Camacho, Afonso Costa e António José de Almeida) para se entenderem, para que se consiga formar um "ministério extra partidário", mas Afonso Costa reagiu mal. O Presidente da República aconselha então a demissão do Governo presidido por Vítor Hugo de Azevedo e, para acalmar o exército, toma uma atitude, de que mais tarde se vai arrepender, ao chamar ao governo o general Pimenta de Castro, que já fora Ministro Guerra no tempo do governo chefiado por João Chagas. Arriaga conhecia-o e confiava nele. Joaquim Pereira Pimenta de Castro escolhe para os ministérios sete militares, não permite a reabertura do Parlamento, amnistia os monárquicos condenados, altera a lei eleitoral e vai governar como ditador. (Curiosamente em Lisboa há ainda uma rua com o seu nome.)

 Os parlamentares, reunidos secretamente a 4 de Maio, no Palácio da Mitra, declaram Arriaga e Pimenta de Castro fora da lei e os seus actos nulos. A 14 de Maio de 1915 há uma revolta contra Pimenta de Castro, desencadeada pelo Partido Democrático, que conta com ao apoio da Marinha e começa uma autêntica guerra civil. Houve muitos mortos e feridos. Perante isto, o bondoso e pacifista Manuel de Arriaga só pode tomar uma atitude. Resignar do cargo. Escreve uma carta aos seus ministros e outra ao Congresso. Amargurado, o imponente tribuno de outros tempos (e também poeta, autor de "Cantos Sagrados" e "Irradiações") sai então da presidência, sem honra nem glória
 Em política, as ingenuidades pagam-se caro. Manuel de Arriaga, que Raul Brandão definia com o um homem "profundamente altruísta e magnânimo de uma grande bondade e honradez", passou rapidamente a ser considerado um "criminoso político". Na época consideram-no culpado ou pelo menos conivente com as acções ditatoriais e violentas de Pimenta de Castro.