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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Escravos que nasceram nos Açores


Na civilização ocidental, os portugueses são geralmente creditados por ser os maiores esclavagistas. Considerando o número de africanos transportados para as Américas, não contabilizado, mas avaliado, será porventura verdade. O Infante Dom Henrique, que era sobretudo um comerciante de visão global, negociava escravos. Mas também é verdade que todos os países europeus os tinham para as tarefas consideradas menores. Nunca foram tantos como nas Américas ou África, porque a economia europeia não precisava tanto ao trabalho agrícola intensivo, do tipo que se praticava noutros continentes.
Calcula-se que entre 1618 e 1620 os portugueses tenham exportado cinquenta mil escravos
 Os portugueses proibiram o tráfico em 1781, por decreto de Pombal, mas não proibiram a escravatura em si, que só terminou efectivamente em 1869.
A região Autónoma dos Açores também teve escravos ao serviço dos seus senhores em praticamente todas as nove ilhas.
Grande parte deles tiveram descendência nas ilhas e deixaram gerações até aos nossos dias.
A final quem eram eles? Vou lhes deixar aqui o nome de alguns para a nossa memória colectiva.



Ana filha de Domingas do Rosário, escrava preta de de Domingos Duarte Bicho e de pai não sabido. Nasceu a 23.07.1767 em Vila Franca do Campo.

António filho de de Maria, escrava preta de Francisco Borges e de pai não sabido. Nasceu a 18.06.1662 no Nordeste.

Ana, escrava de de Barbara Medeiros e de pai não sabido. Nasceu a 05.05.1669 em Vila Franca do Campo.


Barbara, filha de Simoa, escrava de Cosmo Lopes e de pai não sabido. Nasceu a 03.01.1648  em Vila Franca do Campo.


Bernardo , filho de Maria escrava preta de de Maria jácomo Raposo e de pai não sabido. Nasceu a 29.08.1666 no Nordeste.

Catarina, escrava preta de de Francisco Costa de Sousa . Nasceu a 21.03.1651 em Vila Franca do Campo.

Catarina, filha de Isabel escrava preta de de Barbara Revoredo e de pai não sabido. Nasceu a 06.05.1647 em Vila Franca do Campo.

Clara, filha de Mécia escrava de Francisco da Costa Arruda. Nasceu a 17.06.1644 no Nordeste.

Domingos, filho de Maria escrava de Francisco Borges e de pai não sabido. Nasceu a 01.02.1660 Vila Franca do Campo.
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Francisco, filho de Ana Maria escrava preta do Capitão António Pacheco de Medeiros e de pai não sabido. Nasceu a 04.10.1772 em Vila Franca do Campo.

Francisco, de Grácia escrava de Gregório da Ponte e de pai não sabido. Nasceu a 06.03.1744 no Nordeste.

Francisco , filho de de Maria escrava de de Maria de Teive . Nasceu a 06.05.1652 em Vila Franca do Campo.

Germana, filha de Maria de Jesus escrava preta do Reverendo Henrique  Botelho Figueira e de pai não sabido. Nasceu a 14.02.1769 em Vila Franca do Campo.


Isabel, filha de Catarina escrava de Ana de Resendes e de pai não não sabido. Nasceu a 01.07.1648 em Vila Franca do Campo.

João, filho de Maria escrava de Pedro de Melo e de pai não sabido. Nasceu a 20.08.1765 na Ribeira Grande.

João, adulto escravo preto do Capitão Manuel Furtado da Costa. Foi baptizado a 03.10.1732 em Rabo de Peixe.

José, filho de Isabel escrava preta de Barbara Revoredo e de pai não sabido. Nasceu a 18.05.1742 
Maria, preta adulta natural da Costa das Minas com 14 anos pouco mais ou menos, escrava de do Alferez Manuel Vieira da Mota. Foi baptizada a 05.03.1765 em Porto Formoso.

Maria, filha de Francisca escrava preta do Capitão Manuel Tavares e de pai não sabido. Nasceu a 17.03.1765 no Nordeste.

Maria, filha de Maria escrava de Francisco Borges . Nasceu a 01.12.1669 no Nordeste.

Maria, filha de Guiomar escrava preta de Manuel Dias Cordeiro e de pai não sabido. Nasceu a 15.05.1653 em Rabo de Peixe.

Maria, filha de Maria Ferreira escrava preta de José Ferreira. Nasceu a 19.041776 em Vila Franca do Campo.



Maria, adulta Etíope escrava do Capitão Tenente Caetano do Rego da Ribeira Grande e de pai não sabido. Foi baptizada a com 23 anos um pouco mais ou menos a 04.05.1750 em Rabo de Peixe.

Manuel, filho de Clara escrava preta de Manuel da Costa de Arruda. Nasceu a 04.04.1668 no Nordeste.

Miguel, filho de Úrsula escrava preta de de Manuel da Ponte Leitão e de pai não sabido. Nasceu a 04.10.1659 em Vila Franca do Campo.

Miguel, filho de Isabel escrava preta do Capitão António de Medeiros. Nasceu a 14.11.1704 em Vila Franca do Campo.

Nicolau, filho de Maria do Espírito Santo preta escrava do Reverendo Henrique Botelho Figueira e de pai não sabido. Nasceu a 04.12.1766 em Vila Franca do Campo.

Plácido, filho de  Maria do Santo Cristo preta do padre Nicolau Francisco e de pai não sabido. Nasceu a 18.02.1765.

Rita da Conceição, Etíope escrava preta do Reverendo Manuel Lopes de Almeida  e de pai não sabido. Tinha 14 anos um pouco mais ou menos. Foi baptizada a 0812.1650 em Rabo de Peixe.

Rita, adulta Etíope e escrava do Capitão de Vila Franca do Campo Manuel de Sousa Correia Estrela. Foi baptizada a a 13.02.1750 em Rabo de Peixe .

Sebastiana, filha de Guiomar escrava preta de Maria de Sousa Vieira e de pai não sabido. Nasceu a 23.01.1665.


sábado, 26 de outubro de 2019

Os que foram degolados no ilhéu de Vila Franca na ilha de S. Miguel Açores em 1582


Confirmada a vitória pela retirada dos navios franceses, deu o marquês à vela para a ilha de S. Miguel, a mandar tratar dos feridos e fazer aguada; porém sobrevindo-lhe o vento contrário, não fundeou nela senão depois de quatro dias.

Primeiro que tudo dirigiu-se a Vila Franca, enchendo de terror toda aquela costa, cujos habitantes mandaram logo assegurar-lhe a sua obediência.
No dia 1 de Agosto desembarcou em terra o mestre de campo D. Francisco de Bobadilla com quatro companhias de soldados, levando no meio todos os prisioneiros franceses, aos quais em alta voz e em público cadafalso se lhes leu uma sentença que os condenava à morte, como perturbadores da paz entre França e Castela. A sentença, assinada por D. Álvaro de Bazán, mandava degolar os nobres e enforcar os outros, excepto os que não chegavam à idade de 18 anos.

E sem embargo de que esta sentença parecesse a todos mui cruel, e os mesmos soldados espanhóis assim o vozeassem com a maior liberdade, dando ocasião a que alguns principais capitães fossem pedir a derrogação dela ao marquês, nada se efectuou: porque ele dizia que só executava os mandatos de el-rei de França, que estando em paz com Castela não permitiria que súbditos seus agissem como corsários atacando a armada castelhana.

E assim se cumpriu a sentença, decapitando-se 28 cavalheiros franceses, e 50 de menor condição, enforcados além destes muitos centos de soldados e marinheiros. Estas execuções foram feitas com grande lentidão e crueza, prolongando-se por todo o dia, sendo os corpos decapitados amontoados sobre o adro da matriz de Vila Franca. Parte dos marinheiros foram enforcados no ilhéu de Vila Franca, ficando os corpos a apodrecer nas forcas como aviso aos restantes franceses que ainda andavam embarcados nas ilhas.
Quanto aos da terra, só a um fidalgo de Vila Franca, que servia de vereador da Câmara, mandou degolar, e a outras condenou em penas menores.


Em 5 de Agosto foi à mesma vila o bispo D. Pedro de Castilho, e passou a bordo da armada a visitar o marquês, que o recebeu com muitas honras militares, como pessoa que tantos serviços prestara a el-rei Católico, sendo parte principal da sua aclamação naquela ilha; e também pela conservação do castelo de São Brás, que ele com D. João de Castilho guardaram, recolhendo dentro nele a D. Lourenço de Conuera quando se retirava do combate na ocasião em que os franceses tomaram a ilha. No mesmo dia desembarcou o marquês em terra, onde foi aceite com grande pompa, e embarcando-se para a cidade de Ponta Delgada, nela foi recebido em triunfo.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Sabrina a décima ilha do Arquipélago dos Açores


A ilha Sabrina foi uma pequena ilha formada em Junho e Julho de 1811 por uma erupção vulcânica submarina que ocorreu ao largo da Ponta da Ferraria, na ilha de São Miguel, Açores. A ilha foi primeiro abordada pelo capitão James Tillard, comandante do navio de guerra britânico HMS Sabrina, que lá hasteou a bandeira britânica e a reclamou como território de Sua Majestade Britânica. A ilha desapareceu no decurso daquele ano.
Durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 1811 verificou-se uma prolongada crise sísmica que afectou as povoações citas no extremo sudoeste da ilha de São Miguel, com destaque para a freguesia dos Ginetes. Nesses meses verificou-se que haveria emissão de gases no mar, frente à Ponta da Ferraria, mas em final de Fevereiro, a actividade tinha cessado.
Em Maio e Junho daquele mesmo ano, a actividade sísmica recrudesceu na zona, fazendo ruir rochedos e arruinando muitas casas. A 10 de Junho de 1811, num local cito cerca de 3 milhas náuticas da zona onde se verificara a erupção de Janeiro e a cerca de 2 km da costa, desencadeou-se uma poderosa erupção submarina que em poucos dias criou uma nova ilha ao largo da Ponta da Ferraria, matando muito peixe.

A erupção, ou antes as erupções, de 1811 foram apenas mais um dos múltiplos eventos eruptivos que têm marcado as faldas do maciço do vulcão das Sete Cidades. Apenas nos cerca de 600 anos decorridos desde o povoamento da ilha de São Miguel verificaram-se erupções submarinas a sudoeste e oeste daquele maciço pelo menos nos anos de 1638, 1682, 1811 e 1981.
A ilhota era de forma circular e tinha cerca de 2 km de perímetro e por volta dos 90 m de altitude máxima, configurando-se, muito à semelhança do ilhéu de Vila Franca, como um anel rebaixado para noroeste, em direcção à vizinha costa da ilha de São Miguel. No interior do anel existia uma laguna de água em ebulição, da qual nascia uma torrente que corria para o mar.

Entretanto, a 12 de Junho, a erupção fora avistada pelo HMS Sabrina, uma chalupa britânica construída em 1806, armada com 20 peças, que se encontrava em cruzeiro na zona dos Açores com a missão de vigiar eventuais movimentações de forças francesas em torno daquele arquipélago. O comandante do navio, o capitão James Tillard, julgando tratar-se de fumo proveniente de um combate naval, dirigiu-se para o local, encontrando um cenário bem diferente de uma batalha naval. A erupção foi por ele descrita, num artigo publicado no volume das Philosophical Transactions of the Royal Society de 1812, como produzindo uma imensa coluna de fumo subindo do oceano que, quando não se verificavam explosões, tinha o aspecto de uma imensa nuvem circular, que se elevava em revolutas irregulares a partir do mar. Essa nuvem subia muito acima do ponto de máxima altura de projecção das cinzas vulcânicas, expandindo-se gradualmente na direcção para onde soprava o vento, de forma quase horizontal, gerando relâmpagos e trombas de água.

Na manhã do dia 13 de Junho a HMS Sabrina arribou a Ponta Delgada, tendo o capitão James Tillard desembarcado para visitar o cônsul inglês William Harding Read, sendo então informado dos sismos sentidos na ilha, especialmente na região sudoeste das Sete Cidades, da erupção do ano anterior e das fendas abertas na zona dos Mosteiros, fenómenos que tinham causado pânico na ilha e eram então objecto longas rezas e promessas.
Não existindo condições de vento que permitissem velejar com segurança até à zona da erupção, no dia 14 de Junho o capitão James Tillard desembarcou novamente, arranjou cavalos e partiu para os Ginetes, onde observou o fenómeno a partir da costa fronteira ao centro eruptivo. Diz-se que enquanto almoçava junto à costa dos Ginetes, aconteceu um abalo tão violento que derrubou uma parte importante da falésia que lhe estava próxima.

Tendo o vento melhorado, a 15 de Junho a HMS Sabrina levantou ferro e foi, ainda de noite, observar o vulcão, não se podendo contudo aproximar por falta de vento.
A 18 de Junho a HMS Sabrina fez nova tentativa de se aproximar da ilha e, numa zona onde as cartas antes assinalavam 40 braças de profundidade, avistaram o topo da cratera à superfície da água. Na altura puderam testemunhar a emissão de grandes blocos de pedra e de muitas cinzas e vapor. Estimaram que em três horas a altura da ilhota que então se formava, e que o capitão James Tillard baptizou com o nome de ilha Sabrina, se tivesse elevado cerca de 10 m acima do nível do mar. No dia seguinte, a ilha Sabrina já tinha cerca de 20 m de altura e cerca de um quilómetro de diâmetro. Apesar do navio se encontrar a mais de 5 km de distância, os aguaceiros que eram gerados pela nuvem formada pela erupção recobriram o navio com uma espessa camada de fina areia negra.
Não existindo condições de vento que permitissem uma melhor aproximação à ilha, a HMS Sabrina foi fundear no porto de Ponta Delgada, aguardando o desenrolar dos acontecimentos, mas ao que parece planeando, em conjunto com o cônsul, uma expedição que permitisse reclamar soberania britânica sobre a nova ilha.

Finalmente, quando a 4 de Julho a erupção parou subitamente e cessou o tremor contínuo e pouco acelerado que havia nos Ginetes desde inícios de Junho. Com tempo favorável, a HMS Sabrina pôde finalmente aproximar-se da ilha, tendo o capitão James Tillard e o cônsul William Read desembarcado, hasteado a bandeira britânica e tomado posse formal da ilha em nome de Sua Majestade Britânica.
O conflito diplomático desencadeado em torno da soberania sobre ilha foi de curta duração pois o governo português, então refugiado no Rio de Janeiro e totalmente dependente dos britânicos na sua luta contra os franceses, não estava em condições de apresentar grandes reclamações.
Felizmente para a parte portuguesa, o assunto acabou por se extinguir naturalmente, pois as ilhas e os ilhéus resultantes da actividade vulcânica submarina têm frequentemente uma existência efémera, uma vez que são destruídas pela acção erosiva do mar, especialmente quando são formadas por níveis incoerentes, não compactados, de tefra.
Tal foi o caso da ilha Sabrina: formada por escórias basálticas, a ilha apesar de ter atingido cerca de 100 metros de altura, foi rapidamente destruída pela erosão marinha, de modo que, em Outubro de 1811, só restava um baixio na zona onde antes estivera o cone. Não havendo território, não podia existir disputa territorial, e assim ficou encerrado o incidente.

A ilha foi desenhada a 19 de Junho de 1811 pelo tenente John William Miles, da guarnição do HMS Sabrina, cuja obra está disponível no National Maritime Museum, em Greenwich, arredores de Londres. O evento também despertou grande interesse na comunidade científica, tendo sido objecto de várias comunicações e comentários. Charles Darwin escreveu uma carta sobre o assunto.
Uma história muito semelhante ocorreria em 1831, quando nas águas do Mediterrâneo, a sul da Sicília, uma erupção levou à formação da ilha Ferdinandea, ela também centro de um conflito diplomático que terminou com o desaparecimento da ilha alguns meses depois.
A zona onde ocorreu a erupção tem hoje fundos a cerca de 75 m de profundidade, formando uma elevação que se destaca num talude submarino inclinado para sudoeste, que na zona circundante tem cerca de 350 m de profundidade. A zona continua a libertar um grande volume de gases, visíveis a subir pela coluna de água.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Lista de naufrágios ocorridos nos mares dos Açores no século XIX




1811 – 10 de Março, naufrágio por força de uma tempestade de uma escuna inglesa, a Mirthe que encalha no areal do Porto Novo.

1811 - 10 de Março, naufrágio por força de uma tempestade de uma escuna inglesa, a Louise na Prainha.

1811 – (4 de Dezembro) - 1.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.

1811 – 4 de Dezembro - 2.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.

1811 – 4 de Dezembro - 3.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.


1811 – 4 de Dezembro - 4.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.

1811 – 4 de Dezembro - 5.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.

1811 – 4 de Dezembro - 6.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.

1811 – 4 de Dezembro - 7.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.

1815 – (10 de Março), por força de uma tempestade encalha uma escuna inglesa, a Belle of Plymouth, no areal do Porto Novo.

1817 – Naufrágio junto da costa ao bater num recife costeiro frente à freguesia de São Mateus o barco São José do Bonfim.

1819 - A 7 de Janeiro, encalha na costa junto à freguesia de Santa Bárbara uma embarcação de cabotagem. Morrem 6 tripulantes.

1821 – 2 de Março, Naufrágio no Porto da Calheta do Brigue português de nome Conceição e Almas registado na praça de Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

1829 - A 11 de Agosto foi afundada a tiro de canhão, dentro da Baía da Praia da Vitória, uma lancha de desembarque. Neste acontecimento morreram 120 granadeiros.


1831 - A 17 de Abril, Naufrágio de uma escuna da armada liberal que provinha da ilha do Pico.

1836 - Naufrágio junto a costa do Zimbral uma galé, tendo-se posteriormente recuperado a sua âncora.

1845 – Outubro, naufraga em viagem para Angra, um barco de cabotagem local com 15 pessoas a bordo.

1846 - A 8 de Março, naufrágio junto à Ponta da Queimada de uma lancha que provinha da Calheta (Açores)Calheta. Morrem 27 pessoas.

1846 - A 7 de Janeiro naufrágio da chalupa inglesa Ellen.

1849 – A 17 de Dezembro, naufrágio da escuna Sofia que embate contra na encosta sul do Monte Brasil.

1852 - A 5 de Janeiro, naufraga na Baía das Águas o brigue dinamarquês Odin.

1856 - (1 de Março), naufrágio de uma galé inglesa Europe, que encalha na Prainha.

1856 – (6 de Janeiro), naufrágio da escuna Leonor que estava acurada no Porto de Velas. Naufragou provocando a morte a todos os tripulantes.

1857 - A 14 de Novembro, naufrágio Ponta da Queimada do patacho Abrigada.

1858 – (19 de Janeiro), por acção de uma tempestade naufraga a escuna portuguesa denominada Palmira.


1858 – 19 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o patacho português (Desengano).

1858 – (23 de Janeiro), por acção de uma tempestade naufraga a escuna inglesa Daring.

1859 – (Novembro) naufrágio do patacho micaelense Falcão que embate conta os rochedos da ilha de Santa Maria.

1860 - A 7 de Setembro, naufrágio na Vila da Praia da Vitória do patacho americano Huner.

1861 – Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga a escuna Gipsy, destinada à carga da laranja que encalhada na Prainha.

1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o patacho Micaelense, destinado à carga da laranja, barco com de 111 toneladas.

1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o patacho Adolin Sprague, destinado à carga da laranja, com 211 toneladas.

1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga, a escuna inglesa Wave Queene, destinado à carga da laranja, com 75 toneladas.

1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o lugre Destro Açoriano, destinado à carga da laranja, com 224 toneladas.

1862 – (10 de Maio) Naufrágio da escuna inglesa Claud, comandada pelo Capitão William.


1863 - (18 de Fevereiro), naufrágio da escuna Breeze.

1864 – (1 de Janeiro) Naufrágio do brigue alemão Johanna, da praça de Hamburgo.

1864 – (Março) naufrágio de uma embarcação desconhecida que sofre um incêndio e se afunda quase de imediato próximo da ilha de Santa Maria.

1864 – Naufrágio da escuna inglesa Gurden Rebow.

1864 – (12 de Outubro), naufrágio do brigue Washington.

1864 – Maio, naufrágio no Porto da Calheta da Barca francesa de nome Mont-Ferran. Tratava-se de um navio negreiro carregado com uma carga de linhaça.

1865 - Naufrágio do primeiro navio a vapor na Baía de Angra, o navio inglês Runher.

1865 - A 27 de Janeiro, naufrágio na Ponta do Negrito da escuna inglesa Clio.

1867 - (11 de Fevereiro), naufrágio da galé inglesa Ferozepore.

1867 – 26 de Janeiro, naufrágio junto da Ponta do Açougue, 400 metros a Oeste do Porto da Calheta, logo abaixo Igreja Matriz, do Brigue francês de nome Rosélie.

1870 – 26 de Dezembro, junto à Fajã da Caldeira de Cima, Ilha de São Jorge, naufraga o lugre Spindrift, embarcação de origem inglesa.

1871 – (13 de Novembro) naufraga na ilha de Santa Maria, a somente 50 metros da costa, o vapor espanhol Canárias, sofre um incêndio e se volte sobre si próprio.

1872 - (4 de Agosto), naufraga na Baía de angra o primeiro navio de origem alemã, o patacho Telegraph.


1872 - Na véspera de Natal, 1.º naufrágio causado pelo temporal, de um bote francês na Ponta do Tamão, Ribeirinha,

1872 - Na véspera de Natal, 2.º naufrágio causado pelo temporal, de um bote francês na Ponta do Tamão, Ribeirinha,

1878 - (16 de Fevereiro), o vapor Lidador de nacionalidade brasileira, encalha no Cais da Figueirinha.

1884 – (Abril) Naufrágio algures entre a ilha de São Jorge e a ilha de São Miguel, do iate União.

1888 – (29 de Janeiro) naufraga na Vila do Porto da barca norueguesa Saga, provinda da Jamaica.

1888 – 9 de Novembro, naufrágio no sítio das “Três Pedras", a 400 metros do Porto da Calheta de um falucho de nacionalidade portuguesa, de nome Amizade.

1893 - Devido a um ciclone, naufraga a embarcação Segredo dos Açores.

1896 – (10 de Setembro) Naufrágio da Mariana, algures entre a ilha Terceira e o Porto da Calheta na ilha de São Jorge. Neste naufrágio, morreram 13 pessoas.

1896 – (13 de Outubro), sob a força do “vento Carpinteiro”, naufraga o patacho Fernão de Magalhães, de 180 toneladas,

1896 – 13 de Outubro, sob a força do “vento Carpinteiro”, naufraga o lugre Príncipe da Beira, de 275 toneladas

1896 – 13 de Outubro, sob a força do “vento Carpinteiro”, naufraga o lugre Costa Pereira, de 196 toneladas.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Lista de naufrágios ocorridos nos mares dos Açores no século XX


1906 – (30 de Setembro), naufraga o iate Rio Lima, que dá à costa no baixinho do Portinho Novo.

1909 - Naufrágio do RMS Slavonia junto à ilha das Flores, navio de origem inglesa.

1911 – (26 de Junho) Naufrágio no varadouro das Cinco Ribeiras o vapor de pesca União de 227 toneladas. É ainda é possível ver a sua caldeira e restos da sua estrutura.

1912 – (8 de Fevereiro) Naufrágio a cerca de 45 milhas da ilha do Faial, do iate inglês Norma B. Strong, de 157 toneladas de arqueação e com 6 tripulantes a bordo.

1915 - (25 de Maio) Naufrágio no Canto do Areal, Fajã Grande, Ilha das Flores, da barca Francesa Bidart.

1916 – (31 de Maio) Naufrágio a 30 milhas da ilha Graciosa, da chalupa francesa Saint Louis, de 320 toneladas e com um carregamento de sal destinado à Terra Nova.

1921 – (28 de Abril) Naufrágio na Baía das Águas do lugre de 405 toneladas Maria Manuela, com 11 tripulantes e comandado pelo capitão Fernando Velha.

1922 – (15 de Junho), naufrágio a 205 milhas a leste da ilha de São Miguel do lugre Santa Maria. Salvando-se os seus 15 tripulantes.


1922 – (31 de Outubro) naufrágio a 14 milhas a sul de Ponta Delgada do vapor italiano Teit, de 5396 toneladas, salvaram-se os seus 36 tripulantes.

1925 – (15 de Janeiro) naufraga a 80 milhas da ilha de São Miguel o iate Autonómico Açoreano, da praça de Ponta Delgada.

1925 – (16 de Junho) Naufrágio na Ponta de São Fernando, o lugre dinamarquês Aero, de 275 toneladas.

1927 – (23 de Setembro) naufraga o patacho Terceirense a cerca de 25 milhas da ilha Graciosa.

1928 – (3 de Outubro) naufraga a 50 milhas da ilha do Faial, o vapor alemão Maria Pinango.

1943 – Naufrágio, vítima da Segunda Guerra Mundial e do mau tempo, na Grota do Vale, de um vapor inglês, carregado de material de guerra.

1945 - (11 de Novembro) naufrágio por encalhamento na baía da Fajã do Negro, ilha de São Jorge, de um navio de reabastecimento da marinha inglesa, denominado "Irisky".

1958 – (19 de Setembro) encalha no Baixio dos Anjos, ilha de Santa Maria, o navio de cabotagem inter-insular N. M. Arnel, morrendo 13 pessoas neste incidente.


1961 – (18 de Fevereiro) encalha na Ponta do Marvão, ilha de Santa Maria, o petroleiro norueguês Velma, partindo-se posteriormente o casco em dois.

1981 – (13 de Fevereiro) naufraga o petroleiro da Sacor, João da Nova, uma embarcação com 600 toneladas de arqueação e com 50 metros de comprimento. Afunda-se entre a ilha Terceira e a ilha de São Miguel. Deste barco ainda existe uma pintura (ano 2010) no paredão do Porto de Pipas.

1996 (na noite de 25 para 26 de Dezembro) - Encalhe da embarcação Fernão de Magalhães, destinada a cabotagem inter-ilhas e destas com o continente português pela acção do temporal.

sábado, 12 de outubro de 2019

O fotógrafo Açoriano que recebeu uma medalha de ouro


Cristiano Júnior, nome pelo qual ficou conhecido, nasceu em Santa Cruz das Flores em 21 de Julho de 1832, filho de José Cristiano de Freitas Henriques e de Ana Henriqueta Henriques . Em 1862 já estava no Brasil exercendo a profissão de fotógrafo em Maceió, Alagoas. Logo a seguir transferiu-se para a capital do Império e assim que chegou ao Rio de Janeiro fez uma série de anúncios propondo-se "a tirar retratos por qualquer sistema fotográfico onde for chamado, seja qual for a distância". Neste primeiro momento ainda não se encontrava estabelecido e solicitava aos eventuais fregueses que o chamassem "por escrito no hotel Brisson, Rua da Ajuda 57B". Além de retratos o anunciante aceitava pedidos de encomenda e "quadros e cestas de flores e frutas de cera".

No ano de 1864 associou-se a Fernando António de Miranda (Cristiano Jr. & Miranda ou Cristiano Jr. & Fernando); a sociedade, que recebeu o nome de Photographia do Commercio, parece ter acabado no fim do mesmo ano.

No princípio de 1865 Cristiano Jr. anunciava-se só e informava a clientela de sua transferência para a Rua da Quitanda, 45.  Posteriormente Cristiano Jr. associou-se a Bernardo José Pacheco, com quem manteve o negócio até 1875.

Apesar de manter o estúdio do Rio de Janeiro, Cristiano Júnior, desde o ano de 1867, buscava expandir as suas actividades na Argentina. Em 1871 recebeu a medalha de ouro na Primeira Exposição Nacional daquele país com a série de fotos Vistas y costumbres de la Republica Argentina. Em 1876 alcançou novamente o grande prémio
na segunda exposição anual da Sociedade Científica Argentina com uma colecção de Retratos y vistas de costumbres y paysages. Apesar desse sucesso, faleceu pobre e quase cego, em Assunção, no Paraguai, onde passou seus últimos anos.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A batalha do Pico Seleiro na ilha Terceira Açores


O Pico do Seleiro localiza-se na freguesia das Fontinhas, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores. De acordo com o hostoriador Francisco Ferreira Drummond a zona tomou o nome de seu antigo dono, André Dias Selleiro "(...) que fez testamento em 1520". (Anais da Ilha Terceira)
Esta formação geológica encontra-se geograficamente localizada na parte este da ilha Terceira, eleva-se a 288 metros de altitude acima do nível do mar e encontra-se fortemente relacionado com a formação geológica mais antiga da ilha Terceira, o Complexo desmantelado da Serra do Cume que dá forma juntamente com a Serra da Ribeirinha à maior caldeira vulcânica dos Açores e se eleva a 545 metros acima do nível do mar.

Na encosta deste pico travou-se a histórica Batalha do Pico do Seleiro acontecimento das Lutas Liberais, onde se destacou Joaquim Maria Pamplona Corte Real que tomou parte activa na Contenda referida comandando como 2.° tenente, uma força de artilharia.
No cimo desta elevação existe um miradouro, o Miradouro do Pico do Seleiro. Trata-se de um dos mais antigos miradouros da ilha. Localizado na serra que delimita a freguesia das Fontinhas a Norte, este local possibilita uma soberba panorâmica sobre a região do Ramo Grande e em particular sobre esta freguesia.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

A lenda do Cruzeiro na ilha de Santa Maria Açores


A tradição local regista uma interessante lenda acerca da construção da ermida e do cruzeiro no alto da penedia que a domina.
Ainda no século XVI, os habitantes tinham uma grande vontade de erguer um templo nos Anjos, local onde Gonçalo Velho e seus marinheiros tinham desembarcado e rezado a primeira missa na ilha e nos Açores.
Resolveram por fim, construir a ermida dos Anjos. A população entendia que o melhor sítio era o lugar mais baixo, onde hoje se ergue. Os responsáveis pela obra, entretanto, sem atender à vontade popular, principiaram a juntar a pedra no cimo da rocha. Começou a perceber-se, a partir de então, um fato misterioso: as pedras depositadas no alto pelos trabalhadores durante o dia, na manhã seguinte, sem que se soubesse como, apareciam em baixo.

Perturbados com o fenómeno inexplicável, o mestre da obra e os trabalhadores passaram a acusar a população de acarretar a pedra, durante a noite, para o lugar onde queriam a ermida. E insistiram no trabalho no cimo da rocha. Com o passar dos dias, e a repetição do fenómeno, aumentaram as acusações, mas nada se provava.

Numa certa noite, ao passar pelo local um pescador, surpreendeu-se com um movimento estranho. Deparou-se então com as pedras, que se moviam sozinhas em direcção ao lugar de baixo. Assustado, correu a contar o que vira ao mestre da obra que, junto com os trabalhadores, o ridicularizaram, propondo-se a voltar juntos, de noite, ao local.
Dito e feito, de noite puseram-se todos à espreita quando, de súbito, as pedras começaram a rolar, seguindo a imagem de Nossa Senhora.
Acabadas de uma vez por todas as dúvidas, a ermida foi erguida no lugar assinalado pela Senhora, e que fora originalmente escolhido pela população. Quanto ao local projectado da construção, para assinalá-lo e recordar o milagre, foi erguida uma grande cruz de pedra, que lá se encontra até aos nossos dias.

sábado, 5 de outubro de 2019

Cronologia de desastres naturais nos Açores desde 1801 a 1900


1801 — Terramoto de 1801 em São Sebastião (Terceira) - Na sequência do terramoto do ano anterior, novo sismo, de maior intensidade, atingiu as mesmas freguesias. A povoação mais atingida foi a vila São Sebastião, onde provocou dois mortos. A destruição foi generalizada, particularmente em São Sebastião, Fonte do Bastardo, Praia e Cabo da Praia. O evento ficou conhecido pelo Terramoto de 1801.

1808 — Erupção do Vulcão da Urzelina, São Jorge - Depois de várias semanas em que ocorreram muitos sismos, no dia 1 de Maio a terra tremeu tão frequentemente que se contavam oito tremores por hora, alguns tão fortes que espalharam o pânico entre a população. Por volta do meio dia foi ouvido um grande estrondo acompanhado pelo aparecimento de uma grande nuvem de fumo por sobre os montes sobranceiros à Urzelina. A breve trecho, a nuvem engrossou e subindo ao mais alto   fez arco sobre parte da freguesia de Manadas e da da Urzelina, … já mostrando nas redobradas e negras nuvens uns  montes, umas medonhas furnas. A erupção destruiu muitas casas, vinhedos e campos cultivados. A 17 de Maio, quando o vigário acompanhado por populares tentava salvar algumas coisas da igreja da Urzelina, uma nuvem ardente abateu-se sobre o local queimando mortalmente trinta e tantas pessoas: uns com os couros das mãos e pés pendurados, outros tão inchados e pretos que se não conheciam, outros com as pernas quebradas, e alguns expirando, todos pedindo Sacramentos, e apenas os receberam alguns logo expiraram. Existe no Arquivo Histórico Ultramarino uma aguarela mostrando a erupção vista do Faial. A erupção ficou conhecida na história dos Açores pelo Vulcão da Urzelina.


1811 — Erupção vulcânica submarina ao largo da Ferraria, ilha de São Miguel, cria a ilha Sabrina - Uma poderosa erupção submarina criou um ilhéu ao largo da Ponta da Ferraria, matando muito peixe. A ilhota era de forma circular e foi reclamada para a coroa britânica pelo comandante de um navio de guerra inglês, a fragata HMS Sabrina, então surto em Ponta Delgada. Em terra os sismos fizeram ruir rochedos e arruinaram muitas casas. A ilhota desapareceu nos anos seguintes.

1811 — Epidemia de varíola na Terceira - Neste ano grassou uma terrível epidemia de bexigas, de tal forma que "poucos foram os meninos que não morressem delas, e mesmo dos adultos nenhum escapou que as não tivesse, falecendo uma grande parte".

1811 — Grande tempestade provoca destruição e morte na Terceira - Na noite de 3 para 4 de Dezembro "levantou-se uma tão grande tempestade de vento sudoeste, entre uma chuva grossa e relâmpagos de tamanha força, que igual não havia memória entre os presentes". Todo o Grupo Central foi atingido. Ventos ciclónicos e chuvas  destruíram muitas casas, arrancaram muitas árvores, derrubaram paredes e causaram cheias. As ribeiras transbordaram na Vila Nova, Agualva, Serreta e Santa Bárbara, matando muita gente e muitos gados. O mar entrou no Porto Judeu, Porto Martim, Praia e São Mateus, causando grandes estragos. O vento e a ressalga não deixaram folha verde, o que causou grande fome para os gados. No porto de Angra naufragaram sete navios, causando muitos mortos.

1812 — Mau ano agrícola provoca grave crise alimentar em São Jorge e Terceira - Um mau ano agrícola em 1811, agravado por uma forte tempestade em Dezembro, levou a que no início de 1812 grassasse a fome em São Jorge. Em Março na Câmara Municipal de Velas recebeu-se uma proposta de importação de milho para "sublevar a misérrima necessidade e falta de mantimentos que actualmente padece o povo".

1813 — Cheia provoca mortos na Terceira - Em Setembro deste ano, grandes chuvadas nas encostas da Serra de Santa Bárbara (certamente resultado de uma tempestade tropical) provocaram o extravasamento das ribeiras. A igreja de São Bartolomeu foi inundada e várias casas das imediações destruídas, morrendo 5 pessoas. Em Santa Bárbara também houve mortos. Há tradição oral de grandes enchentes nas Doze Ribeiras e Altares (será do mesmo acontecimento?). Leia mais sobre a cheia de 1813.


1817 — Crise sísmica na Graciosa - Uma crise sísmica abalou a ilha Graciosa sem causar grandes danos.

1837 — Crise sísmica na Graciosa - Houve naquela ilha "grande susto por causa dos terramotos que a visitaram de 12 de Janeiro aos fins de Fevereiro; o de 21 de Janeiro foi tão grande na vila da Praia que não deixou casa sem alguma ruína. A igreja da Luz na sua figura ficou quase por terra; os povos experimentaram um viver de martírio".

1839 — Vendaval de 5 de Dezembro do 1839 - Os portos do Porto Martins, Praia da Vitória e São Mateus sofreram consideravelmente e toda a cortina do cais do Porto de Angra, do lado do Oeste, ficou inteiramente arrasada, parecendo incrível que o mar pudesse arrojar sobe o mesmo cais penedos de um tão enorme tamanho. No cerrado grande, ao Pico Redondo, mais de 200 grossos pinheiros foram quebrados ou arrancados. Paredes e muros de vinhas, raros foram os que ficaram em pé e algumas pequenas casas tiveram igual sorte. Pareceu que «se tão horrível borrasca durasse mais duas horas talvez que tivéssemos de chorar a desaparição da Vila da Praia da Vitória, Porto Martins e algumas outras povoações da costa».[2] Na ilha de São Miguel este mesmo vendaval foi mais intenso e na cidade e nos arredores da costa fez estragos horrorosos.

1841 — Segunda Caída da Praia - terramotos de 15 de Junho na Praia da Vitória e nas Fontinhas, Terceira - Desde a manhã de 12 de Junho que se vinham sentindo na Terceira, mas com particular incidência no Ramo Grande, numerosos sismos. A 13 de Junho alguns sismos mais intensos provocaram alguns danos nos edifícios e forçaram os moradores da Praia e freguesias vizinhas a abandonar as suas casas. Na madrugada do dia 14 violentos sismos provocaram ainda maiores danos. Pelas 3h 25m da madrugada de 15, um violento sismo causou enorme destruição na Praia da Vitória e nas Fontinhas e danos generalizados em todas as freguesias do leste e nordeste da Terceira entre São Sebastião e a Agualva. Desde o areal até à Cruz do Marco ficou uma fissura no terreno marcando a posição da falha que por ali passa. A destruição foi maior nas Fontinhas, freguesia onde ruíram todos os edifícios. Dado que os habitantes tinham já abandonado as casas, ninguém morreu. Ficaram contudo danificadas centenas de casas em Santa Cruz da Praia, Fontinhas, Lajes, São Brás, Vila Nova, Agualva, Cabo da Praia, Porto Martins, Fonte do Bastardo e São Sebastião. Destas casas muitas tiveram de ser reconstruídas. A reconstrução foi apoiada por uma "Comissão dos Socorros".


1842 — Cheia provoca grandes danos nas Velas - No Domingo da Trindade grandes chuvadas provocaram inundação de parte da vila de Velas. Na praça junto à Câmara a enxurrada foi tal que em algumas casas saiu a "água pelas janelas de sacada".

1844 — Seca na Graciosa obriga à importação de água - No Verão de 1844 ocorreu uma seca que para além de afectar gravemente as produções agrícolas pôs em risco a sobrevivência de pessoas e animais. José Silvestre Ribeiro, que então servia de Governador Civil em Angra, proveu a ilha prontamente com 90 pipas de água e mandou abrir poços e valas. Na noite de 20 de Agosto uma forte chuvada veio aliviar a crise.
1846-1847 — Fome em São Jorge - Um mau ano agrícola, associado à grande densidade populacional de então, leva à "penúria de cereais e falta de batata" em São Jorge, sendo necessário recorrer à "Comissão de Socorros de Bocca" de São Miguel para evitar a catástrofe alimentar.

1848 — Sismo causa 9 mortos em São Miguel - Um forte sismo causou graves danos na Várzea, Feteiras, Candelária e Ginetes, causando 9 mortes e avultados estragos. Uma aurora boreal no dia 7 de Outubro, e outra a 17 do mesmo mês, causou o pânico entre os sinistrados.

1852 — Crise sísmica em São Miguel - Uma crise sísmica abalou a ilha de São Miguel sem causar grandes danos.

1856 — Mar invade a vila de Velas e provoca naufrágio - A 6 de Janeiro, Dia de Reis, "levantou-se o mar com tal fúria que produziu uma terrível enchente". A escuna Leonor que estava surta no porto naufragou provocando a morte a todos os tripulantes que estavam a bordo. O mar levou casas e barcos e galgou a zona da Conceição, chegando às paredes da cerca de São Francisco (hoje Centro de Saúde), que parcialmente derrubou.


1857-1859 — Fome em São Jorge - Um ciclone tropical atingiu o Grupo Central no dia 24 de Agosto de 1857 provocando a destruição total dos milhos, então a principal produção alimentar da ilha de São Jorge. Daí resultou penúria generalizada, pelo que no início de 1858 "estava no concelho de Velas, toda a ilha, e suas vizinhas, manifestada a fome com as suas negras côres". Os anos seguintes foram também maus anos agrícolas pelo que a crise alimentar se manteve até 1859. Foi preciso recorrer a subscrições públicas, incluindo uma nos EUA, organizada pela família Dabney, para evitar que se morresse à fome.

1862 — Crise sísmica no Faial - A partir de Setembro foram sentidos inúmeros sismos. Em Outubro os sismos eram tão frequentes que os habitantes da Horta não se atreviam a dormir nas suas casas, o que "obrigou a maior parte dos habitantes da cidade a construir barracas para dormir". Na crise os faialenses recorreram à milagrosa imagem do Senhor Santo Cristo da Praia do Almoxarife, que foi trazido para a cidade em devota procissão. Em finais de Outubro eram já raros os sismos e a crise terminou sem grandes danos. Em Dezembro, o aparecimento de fosforescência no mar e o registo visual de uma aurora boreal causou pânico generalizado.


1867 — Erupção submarina ao largo da Serreta, Terceira - Na noite de 1 para 2 de Junho, após muitas semanas de intensa sismicidade, que provocou grandes danos nas freguesias de Serreta, Raminho e Altares, iniciou-se uma erupção submarina a cerca de 9 milhas da Ponta da Serreta. A erupção estendia-se por uma faixa de mais de 2,5 milhas de comprido na direcção EW e terminou cerca de um mês depois. O local onde ocorreu é sensivelmente o da erupção de 1998/1999. Ainda se realiza anualmente, a 31 de Maio, a "procissão dos abalos" na freguesia do Raminho, comemorando o acontecido. O episódio ficou conhecido pelo Vulcão da Serreta.

1877 — Fome em São Jorge - Um mau ano agrícola em 1876, associado à grande densidade populacional de então, leva, mais uma vez, à "falta de cereais e fome" em São Jorge, sendo necessário recorrer à importação de milho e trigo para evitar a catástrofe alimentar.


1887 — A 24 de Agosto de 1887 um furacão provocou grandes estragos no Grupo Central.

1889 — Na noite de 10 para 11 de Setembro um forte ciclone provocou grandes danos em todas as ilhas.

1891 — Na noite de 23 para 24 de Julho deste ano registaram-se grandes inundações na ilha Terceira, destruindo muitas habitações.

1893 — Furacão provoca grande destruição no Grupo Central - A 28 de Agosto a maior tempestade de que há memória nos Açores atingiu o Grupo Central, provocando grande enchente de mar e arruinando casas, igrejas e palheiros. Também os portos foram severamente atingidos com perda de muitas embarcações. A destruição dos milhos nos campos causou fome generalizada no ano seguinte. A ilha de São Jorge foi severamente atingida, particularmente o Topo. Os danos do Furacão de 1893 ainda são visíveis nalguns pontos da costa, nomeadamente na antiga, e hoje abandonada, Igreja Velha de São Mateus da Calheta, na Terceira, e nas ruínas da Baía do Refugo, no Porto Judeu.

1899 — Grande enchente de mar em São Jorge - Na madrugada de 3 de Fevereiro, uma grande tempestade marítima atingiu as costas viradas a sul. Em São Jorge, o mar galgou a terra matando uma pessoa nas Velas e provocando enorme destruição na Conceição e zonas adjacentes.

1899 — Furacão atinge o Grupo Central - A 17 de Outubro um furacão atravessou o Grupo Central provocando destruição generalizada das habitações e perda de colheitas e de gados. Em São Jorge verificaram-se os maiores danos.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Cronologia de desastres naturais nos Açores


1713 — Inundações na vila de Velas, ilha de São Jorge - A 10 de Dezembro deste ano, chuvas muito intensas na zona entre a Urzelina e os Rosais provocaram grandes inundações, destruindo 27 casas na vila de Velas. A Ribeira do Almeida veio tão carregada de caudal sólido que criou uma praia que permitia a passagem a pé entre a vila e a Queimada.

1713 — Erupção de lamas e gases do Pico das Camarinhas, ilha de São Miguel - Após várias semanas de contínuos abalos, em finais de Dezembro de 1713 apareceram nas faldas do Pico das Camarinhas "lamas quentes" e gases, tendo a manifestação vulcânica ficado por essa fase. A crise sísmica destruiu muitas casas nos Ginetes, Mosteiros e Candelária.

1713-1714 — Mau ano agrícola, fome e peste - Um mau ano agrícola, a que não foi alheio ciclone tropical de 25 de Setembro de 1713, levou a que em São Jorge fosse tal "a falta de mantimentos que chegou a morrer muita gente de fome". No Pico, o povo teve de recorrer a comer "socas e raízes" para sobreviver. Noutras ilhas também as colheitas falharam e grassou a fome. Como se tal não bastasse uma epidemia de peste provocou alguns milhares de mortos. No Pico terão morrido 5.000 pessoas e no Faial 500 pessoas, entre as quais 49 religiosos dos conventos da Horta.


1717 — Grande crise sísmica de 1717 na ilha Graciosa, causando grande destruição nas freguesias de Guadalupe e de Luz. Desta crise sísmica resultou o voto, ainda cumprido na actualidade, de fazer uma procissão desde o Guadalupe até a Ermida da Ajuda, no Monte da Ajuda em Santa Cruz da Graciosa.

1717-1718 — Epidemia no Faial - De Novembro de 1717 a Fevereiro de 1718 grassou no Faial uma epidemia de "pleurizes" (peste bubónica) que causou muitas mortes. Em Novembro morreu grande parte dos moradores dos Cedros, o mesmo acontecendo em Castelo Branco e Flamengos. Fizeram-se procissões e preces públicas.

1718 — Erupção em Santa Luzia do Pico - A 1 de Fevereiro, pelas 6 da madrugada, ouviu-se uma "espantosa trovoada que encheu de terror os hortenses" e iniciou-se uma erupção vulcânica entre as Bandeiras e Santa Luzia, surgindo torrentes de lava que rapidamente formaram um extenso mistério (o Mistério de Santa Luzia) que penetrou mar adentro. Ver localização do centro eruptivo.

1718 — Erupções em São Mateus e São João do Pico - Na madrugada do dia 2 de Fevereiro, com enormes estrondos acompanhados de violentos sismos deu-se uma explosão no lugar da Bragada, entre São Mateus e São João. Começou logo "o fogo a correr em caudalosas ribeiras para o mar, na distância de duas léguas, formando um vasto mistério". No dia 11 de Fevereiro rebentou no mar, a distância de 50 braças da terra, defronte da igreja de São João, emitindo grandes pedras ardentes que devastaram aquela freguesia. A 24 daquele mês, uma nova erupção iniciou-se no caminho que liga São João ao Cais do Pico em lugar sobranceiro à freguesia de São João. As erupções cessaram a 15 de Agosto, recomeçando em Setembro. A actividade terminou em princípios de Novembro. Ver localização do centro eruptivo.


1720 — Erupção no Soldão, Lajes do Pico - A 10 de Julho iniciou-se por "dezasseis bocas nas faldas do Pico, por detrás do cabeço do Soldão" uma erupção que "inundou de fogo" perto de uma légua quadrada, consumindo terras e vinhedos e destruindo 30 casas "cujos moradores salvaram suas vidas fugindo precipitadamente". A erupção foi precedida de numerosos sismos e perdurou até Dezembro daquele ano. Ver localização do centro eruptivo.

1720 — Erupção no Banco D. João de Castro origina uma ilha efémera - No dia 10 de Outubro viu-se da ilha Terceira, a alguma distância dela, sair do mar um grande fogo. Marítimos que foram observar de perto o fenómeno viram uma ilha toda de fogo e fumo, de onde uma prodigiosa quantidade de cinzas eram lançadas no ar com o ruído de um trovão. A erupção foi precedida de muitos tremores, sentidos na Terceira e na costa oeste de São Miguel. A ilha formada era quase redonda e suficientemente alta para ser avistada de 7-8 léguas de distância. Perdurou até finais de 1723, sendo desfeita pelo mar.

1730 — Sismo causa destruição na freguesia da Luz, Graciosa - A 13 de Junho um violento sismo provocou destruição generalizada na freguesia da Luz, ilha Graciosa.

1732 — Cheias provocam 5 mortos em São Jorge - A 6 de Dezembro grandes cheias provocaram destruição em São Jorge, matando 5 pessoas. Os lugares mais afectados foram Urzelina, Figueiras, Serroa e Velas.

1744 — Ciclone tropical causa grandes cheias - A 5 de Outubro "caíram nestas ilhas  chuvas que inundaram as terras correndo em caudalosas ribeiras". Em resultado dessas cheias, na Prainha do Galeão (Pico) morreram 7 pessoas arrastadas ao mar; na Prainha do Norte (Pico) morreram 6 pessoas e outras 5 pereceram em São Roque (Pico). Em São Miguel também houve mortes em Agua de Pau e nos Fenais.


1745-1746 — Mau ano agrícola provoca fome e emigração em massa - Em resultado das cheias de

1744 e do mau ano agrícola que se seguiu, em 1746 faltaram os cereais, havendo fome generalizada nos Açores. No Pico, o povo "recorreu a socas e raízes para manter a vida e faltando-lhe mesmo esse mísero alimento emigrou para as mais ilhas". Em resultado da desnutrição grassavam as doenças, fazendo grande mortandade. Face a esta situação, por alvará régio foi autorizada a emigração para o Brasil, tendo partido pelo menos 1600 pessoas.

1755 — Maremoto atinge os Açores - O Terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755 provocou o grande maremoto de 1755 (um tsunami) que atravessou a área oceânica onde os Açores se situam, afectando essencialmente as costas viradas a sul e sueste, direcção de onde as ondas se aproximaram das ilhas. O maremoto fez com que "estando o mar em ordinária tranquilidade, se elevou tanto em três contínuas marés ficando quase seca a sua profundidade por largo espaço". Assim, em Angra o mar entrou até à Praça Velha, causando grande destruição; no Porto Judeu o mar subiu "10 palmos acima da rocha mais alta"; na Praia, inundou o Paul e derrubou 15 casas na costa até à Ribeira Seca, incluindo a ermida do Porto Martins. Morreram várias pessoas arrastadas pelo mar. Quase todos os portos dos Açores sofreram graves danos, ficando destruídas muitas embarcações. Em Ponta Delgada o mar subiu pelas ruas estragando muitos edifícios. Na Horta, o mar entrou pela Ribeira da Conceição, chegando aos moinhos de água "na altura de 8 palmos".

1757 — Grande terramoto de São Jorge: o Mandado de Deus - Em 9 de Julho de 1757 um dos mais violentos, senão o mais violento, dos terramotos de que há memória nos Açores atingiu a ilha de São Jorge causando destruição generalizada e formando muitas das actuais fajãs, entre elas a da Caldeira de Santo Cristo. O terramoto ficou conhecido na tradição popular pelo Mandado de Deus. Dos grandes deslizamentos resultou um maremoto que atingiu todo o Grupo Central. Pelo menos 1053 pessoas morreram em São Jorge e 11 no Pico. O terramoto foi tal que a norte desta ilha, distância de 100 braças, pouco mais, se levantaram dezoito ilhotas, umas maiores que outras. Apareceram todas na manhã do dia 10 [de Julho]. É navegável o mar entre as ditas, e a ilha. Nas Fajãs dos Vimes, São João e Cubres, se moveu a terra, voltando-se do centro para cima, de sorte que nelas não há sinal [de] onde houvesse edifício. No Faial o sismo foi sentido sem causar grandes danos.

1759-1760 — Crise sísmica de 1759-1760 no Faial - Em 24 de Dezembro de 1759 foi sentido um grande sismo no Faial, seguido de muitas réplicas. A 4 de Janeiro um sismo ainda maior causou o pânico, tendo sido deliberado ir "à Praia do Almoxarife a buscar a imagem do Senhor Santo Cristo que em solene procissão trouxeram para a igreja da Misericórdia". A crise sísmica apenas deixou de ser sentida em Maio, tendo-se celebrado solene Te-Deum.


1761 — Erupção vulcânica no Pico Gordo, Terceira - Sentiam-se desde 22 de Novembro de 1760 grandes e violentos tremores que continuaram até 14 de Abril do ano seguinte, dia em que tremeu a terra estranhamente. No Faial os sismos eram sentidos, "ainda que brandos". A 17 de Abril iniciou-se a erupção nas proximidades do Pico Gaspar, a W do Pico Gordo, sendo emitidas lavas  muito viscosas que formaram uma doma. A 21 de Abril, nova erupção, desta vez a leste do Pico Gordo, na Criação do Chama, iniciou a emissão de lavas basálticas muito fluídas que formaram três correntes de lava, uma das quais atingiu os Biscoitos, onde soterrou 27 casas, terminando nas imediações da igreja de São Pedro, a cerca de 7 km do local da erupção.

1761 — Ciclone tropical atinge o Grupo Central - A 29 de Setembro de 1761 foi a Terceira atingida por um temporal "por efeito do qual ficaram derrubadas muitas casas e arrancadas muita quantidade de árvores". Copiosas chuvas fizeram transbordar as ribeiras.

1779 — Ciclone tropical atinge o Grupo Central - Na noite de 30 para 31 de Outubro levantou-se um rijo temporal que trouxe à costa 7 navios e arruinou as muralhas da Horta.

1779 — Epidemia nas Flores - Grassaram neste ano na ilha das Flores febres mortíferas de que morreu muita gente.

1785 — Mau ano agrícola provoca fome - Foi este ano muito escasso em cereais em todo o arquipélago. Na ilha das Flores morreram algumas pessoas de falta de alimentos.


1787 — Crise sísmica na Graciosa - Em Março deste ano, uma crise sísmica abalou a ilha Graciosa sem, contudo, causar danos consideráveis.

1792 — Enchente de mar vila de Velas, São Jorge - A 23 de Janeiro deste ano, foi "tão impetuosa a bravura do mar" que derrubou a muralha de protecção, destruiu uma casa e danificou outras, ameaçando atingir a praça defronte da Matriz de Velas.

1800 — Terramoto no NE da Terceira - Na tarde do dia 24 de Junho, um terramoto destruiu boa parte dos edifícios das freguesias do NE da Terceira, atingindo mais intensamente as povoações situadas entre a Vila Nova e a vila de São Sebastião. Foi seguido de uma grande réplica a 29 de Dezembro. Não causou mortos, mas os danos materiais foram grandes. Leia mais sobre o terramoto de 1800.