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sábado, 26 de agosto de 2017

John Philip Sousa 

John Philip Sousa (Washington, 6 de Novembro de 1854— reading, 6 de Março de 1932) foi um compositor e maestro de banda norte americano, do romantismo tardio, popularmente conhecido como O Rei das Marchas, como The Stars and Stripes Forever, marcha oficial dos Estados Unidos. A sua produção musical inclui cerca de 15 operetas e várias canções. Conhecido por ter idealizado e dado nome ao saxofone .

John Philip Sousa nasceu nos Estados Unidos da América, terceiro de dez filhos e filhas de pai Português de origem Açoriana e mãe bávara, de nome: João António de Sousa (John Anthony Sousa) (Sevilha, 22 de Setembro de 1824 - 27 de Abril de 1892) e Maria Elisabeth Trinkhaus (Darmamstadt, 20 de Maio de 1826 - 25 de Agosto de 1908). Os seus pais eram descendentes de portugueses, Espanhoís e Hessianos (Alemães); seus avós paternos eram português e espanhola  refugiados. Sousa iniciou a sua educação musical, tocando violino, como pupilo de João Esputa e G.F. Benkert de harmonia e composição musical com seis anos.

Com a sua própria banda, entre 1892-1931, realizou 15623 concertos..2 Em 1900, a sua banda representa os Estados Unidos na Exposição Universal de Paris (1900).

Morreu de insuficiência cardíaca com 78 anos em 6 de Março de 1932, no seu quarto no Hotel Abraham Lincoln, em Reading, Pensilvânia. Ele tinha conduzido um ensaio de "Stars and Stripes Forever". Ele encontra-se enterrad
o em Washington, DC no Cemitério do Congresso.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Hoje celebra se o 483º aniversário da elevação de Angra do Heroísmo a cidade

O local escolhido pelos primeiros povoadores foi uma crista de colinas, que se abria, em anfiteatro, sobre duas baías, separadas pelo vulcão extinto do Monte Brasil. Uma delas, a denominada "angra", tinha profundidade para a ancoragem de embarcações de maior tonelagem, as naus. Tinha como vantagem a protecção de todos os ventos, excepto os de Sudeste. As primeiras habitações foram erguidas na encosta sobre essa angra, em ruas íngremes de traçado tortuoso dominadas por um outeiro. Neste, pelo lado de terra, distante do mar, foi iniciado um castelo com a função de defesa, à semelhança do urbanismo medieval europeu: o chamado Castelo dos Moinhos.

Por carta passada pela Infanta Da. Beatriz em 2 de Abril de 1474, a capitania de Angra foi doada a Álvaro Martins Homem, que ao tomar posse dela deu início aos trabalhos da chamada Ribeira dos Moinhos, aproveitando a forças de suas águas e lançando as bases para o futuro desenvolvimento económico da povoação. A partir da protecção propiciada pelo Castelo dos Moinhos (actual Alto da Memória), o casario acompanhou a Ribeira dos Moinhos até à baía, primitivamente por ruas e vielas sinuosas - ruas do Pisão, da Garoupinha, de Santo Espírito, das Alcaçarias - cuja toponímia conservou a memória de suas actividades económicas. Martins Homem deu início à chamada Casa do Capitão, posteriormente acrescentada por João Vaz Corte Real, que também procedeu à canalização da Ribeira, à construção do primitivo Cais da Alfândega, da muralha defensiva da baía de Angra e do Hospital de Santo Espírito.

Ao mesmo tempo, liberava a área do vale para que, de acordo com os princípios do urbanismo do Renascimento, pudessem ser abertas ruas obedecendo a um plano ortogonal, organizadas por funções, de acordo com as necessidades do porto que crescia com rapidez. Nesse plano ortogonal serão abertas as ruas da Sé e Direita, ligando os principais elementos da cidade: o porto e a casa do capitão nos extremos do braço menor, os celeiros do Alto das Covas e a Câmara Municipal nos do braço maior. Ao longo do século XVI a cidade crescerá até ao Alto das Covas e a São Gonçalo, embora com ruas de traçado mais irregular.
Desse modo, em poucos anos, desde 1478, a povoação fora elevada à categoria de vila e, em 1534, ainda no contexto dos Descobrimentos, foi a primeira do arquipélago a ser elevada à condição de cidade.  No mesmo ano, foi escolhida pelo Papa Paulo III, pela bula Æquum reputamus, para sede da Diocese de Angra, com jurisdição sobre todas as ilhas do arquipélago dos Açores.

sábado, 19 de agosto de 2017

OS IRMÃOS MELLO DE ITU


Pouco se tem falado da importância dos Açores na colonização de São Paulo. Este arquipélago do Oceano Atlântico foi descoberto (ou redescoberto) por Frei GonçaloVelho, e por séculos grande parte de sua população passou para o nosso país, povoando-o de norte a sul. Muitos partiram em busca de maior espaço no novo continente, outros assustados e temerosos de continuarem numa região que, de quando em quando sofria as ações dos terremotos e maremotos, outros ainda pelos constantes ataques de piratas muçulmanos e ingleses. Há quase trezentos anos, três irmãos Mellos, João de Mello do Rego, Matias de Mello do Rego e Pedro de Mello e Souza, das melhores famílias da Ilha de São Miguel, a maior  ilha dos Açores, partem provavelmente da cidade de Ponta Delgada com destino à então vila de Itu, que se igualava a São Paulo em termos de importância. Lá chegando,se uniram com gente da mesma qualidade, pois os dois mais velhos  casaram com duas irmãs, filhas do também açoriano Sebastião de Arruda Botelho, e o mais novo dos três casou-se com uma neta do mesmo Sebastião.

É certo que o velho açoriano, um dos troncos da família Arruda Botelho no Brasil, conhecesse, e bem, a nobreza dos Mellos, já que eramoriundos do mesmo distrito de Ponta Delgada, muito embora de concelhos diferentes. A ascendência deles consta de instrumentos passados no ano de 1704, um em Lagoa, e outro na cidade de Ponta Delgada, ambos na Ilha de São Miguel, a favor do tio deles, o Capitão Manoel do Rego de Souza, que "em 1704 justificou judicialmente a sua ascendência paterna para mostrar que era nobre e de sangue limpo, porque um João do Amaral, dos Fenais  da Luz, que fora preso no Castelo de Ponta Delgada, por ordem deste Manoel do Rego de Souza, que era capitão de ordenanças, quando foi solto  chamou o  mulato; ajustificação foi sentenciada a 22 de outubro de 1704, em Ponta Delgada, sendo o réu João de Amaral condenado a pena pecuniária." Os irmãos Mellos arquivaram um traslado destesinstrumentos na Câmara de Itu, conforme nos ensina Silva Leme , informação esta talvez passada por Pedro de Mello e Souza, bisneto de um dos troncos, colaborador de Silva Leme para a sua "Genealogia Paulistana". O amigo, primo e genealogista Celso Maria de Mello Pupo, bisneto deste Pedro de Mello e Souza, nos diz que quando  o seu bisavô era consultado por noivos para saberem se haveria ou não um parentesco dentro de grau proibido, deixava vazar grandes conhecimentos das famílias antigas de Itu, e,elogiado, dizia que ele pouco sabia, e o pouco que sabia tinha  aprendido de seu pai Balduíno de Mello Castanho e Sampaio, e este sim é que era profundo conhecedor do assunto.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Roberto de Mesquita Henriques



Roberto de Mesquita Henriques nasceu em Santa Cruz das Flores a 19 de Junho de 1871, filho de Maria Amélia de Freitas Henriques e do seu primo e marido António Fernando de Mesquita Henriques, proprietário, secretário da Administração do Concelho de Santa Cruz e pagador das Obras Públicas na ilha das Flores. A família estava ligada à pequena aristocracia florentina, tendo na ilha vasta parentela. Tinha também ligações familiares no Faial e na Terceira.

De um casamento anterior, o pai tinha duas filhas; o primeiro filho do casal foi Carlos Fernando de Mesquita Henriques, o poeta Carlos de Mesquita, nascido em 1870, que viria a ser professor da Universidade de Coimbra.

Roberto de Mesquita iniciou os seus estudos no Outono de 1878, matriculando-se na escola régia de Santa Cruz das Flores, estabelecimento que frequentou até Junho de 1875, altura em que foi aprovado no exame do segundo grau da instrução primária. Entretanto, no ano anterior, o seu irmão Carlos já havia concluído o ensino primário e fora enviado para a cidade de Angra do Heroísmo onde iniciara os estudos liceais, razão pela qual em Setembro de 1875 Roberto de Mesquita partiu para a Terceira, onde também se matriculou no Liceu de Angra do Heroísmo.

Os irmãos Mesquita Henriques ficam hospedados em casa de um florentino, de nome Dionísio, onde partilham um quarto. Têm como encarregado de educação Luís da Costa, aparentemente um parente residente na Terceira. Parece datar deste ano passado na Terceira a iniciação dos irmãos na literatura e na poesia, mas, apesar disso, são ambos mal sucedidos nos estudos, regressando às Flores em Julho de 1876 sem ter obtido aprovação. Roberto nem fora admitido a exame.

Perante o insucesso na Terceira, atribuído à influência de um professor florentino hostil à família, no ano imediato optam por se matricular no Liceu da Horta, partindo para aquela cidade em Outubro de 1876. No Faial conseguem o almejado sucesso académico e aprofundam o seu interesse pela literatura, talvez mesmo pela criação poética. Dois dos seus professores, Rodrigo Alves Guerra e Ludovico de Meneses, estimulam essa veia literária dos jovens estudantes, introduzindo-os na tertúlia literária criada em torno da redacção do periódico O Açoreano de que Rodrigo Alves Guerra era redactor.

Roberto de Mesquita consegue aprovação em todas as disciplinas do 1.º ano logo em 1887, o mesmo acontecendo no ano imediato, tendo mesmo conseguido uma distinção na disciplina de Português. Em Julho de 1889 termina as disciplinas do 3.º ano liceal, com excepção de Latim e Matemática, disciplinas em que foi eliminado sem admissão a exame. No ano imediato continua no Liceu da Horta, aparentemente para completar o 3.º ano, mas não existem registos que o comprovem.

Foi neste ano de 1890, qunado ainda era estudante liceal, que ocorreu a estreia literária do jovem Roberto de Mesquita, que sob o pseudónimo de Raul Montanha, publica o soneto Fé no periódico O Amigo do Povo, de Santa Cruz das Flores (Março), a que se segue o poema O Último Olhar, saído no Diário de Anúncios de Ponta Delgada.

Um ano mais tarde, em 1891, continua a estudar na Horta, agora só, já que o irmão Carlos já estava em Coimbra a cursar Direito. Neste ano já subscreve com o seu nome os poemas com que colabora na Ilha das Flores e no O Açoreano. Conclui o 3.º ano liceal, mas parece não ter iniciado a frequência do 4.º ano (então o ano final do curso), manifestando então o desejo de partir para Lisboa, onde pretendia frequentar a Escola do Exército.

Aparentemente por insuficiência económica da família, que já sustentava em Coimbra o irmão mais velho, os planos de partir para Lisboa goram-se e Roberto de Mesquita regressa às Flores no Verão de 1891, interrompendo definitivamente os estudos.

A partir das Flores continua a publicar versos no periódico faialense O Açoreano, recebendo de Coimbra livros e notícias sobre literatura e poesia, enviados por seu irmão Carlos, que entretanto se ligara aos poetas simbolistas e aos meios intelectuais progressistas, que incluíam o seu primo Fernando de Sousa, um activista republicano. Durante alguns messes de 1891 tem como companhia nas Flores o seu antigo professor, o poeta Rodrigo Guerra, agora oficial das alfândegas.

sábado, 12 de agosto de 2017

A quem pertence os ilhéus das cabras na ilha terceira

Desde o Inicio do povoamento do arquipélago que estes ilhéus se encontram envoltos em polémicas devido à sua posse.
Aparecem no ano de 1666 como fazendo parte das propriedades de Braz Pires do Canto, filho de Sebastião Martins do Canto.
206 e anos depois, em 26 de Fevereiro de 1872, surgem novamente a serem registados, desta feita por Miguel do Canto e Castro Pacheco de Sampaio, descendente de Braz Pires. Este novo registo  era Par do Reino e encontrava-se a viver em Lisboa. Para este processo de registo foi representado por uma procuradora, a sua tia Margarida Cândida do Canto, moradora esta na cidade de Angra do Heroísmo em Angra.
No registo de propriedade deu como justificativa para o registo o facto destes ilhéus sempre terem feito parte dos bens da sua família e passados por esta nos bens vinculados sucessivamente até recaírem na pessoa de José Francisco do Canto, avô de Miguel do Canto e Castro Pacheco de Sampaio.

Novamente, em 11 de Fevereiro de 1905, estes ilhéus voltam a mudar de proprietário, desta feita passam à posse do Dr. Eduardo Abreu, médico, e esposa Adelaide de Brito do Rio Abreu, latifundiária e moradora na cidade de Amares, por legação de D. Maria Luísa do Canto e Castro da Silva Ataíde, por via do testamento desta aprovado no dia 3 de Novembro de 1888, feito na cidade do Porto.
Henrique Abreu, corria o dia 26 de Setembro
de 1910, filho dos últimos acima mencionados e residente na cidade de Braga, regista-os em seu nome.
Actualmente estes ilhéus continuam na posse de privados,  os herdeiros da família de José Luís Evangelho ( José; Veríssima ;João; Carmelina; Francisco;Judite e António) natural da freguesia da Ribeirinha,tendo sido utilizados durante anos pelo mesmo para pastoreio de ovelhas, sendo vendida a sua lã a ilhas como a de S.Jorge para o fabrico de colchas de lã.

Os ilhéus das Cabras localizam-se a sueste da cidade de Angra do Heroísmo, na costa sul da ilha Terceira, nos Açores. Administrativamente estão compreendidos na freguesia de Porto Judeu.
Constituem-se em duas ilhotas vulcâncias, restos de um cone litoral muito desmantelados pela erosão marinha e pelas movimentações tectónicas de um vulcão surtseyano, hoje fortemente palagonitizado. São os ilhéus de maiores dimensões existentes no arquipélago.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A Memória foi o primeiro monumento erguido em Portugal para homenagear D. Pedro IV na ilha Terceira Açores


O Alto da Memória ou Outeiro da Memória localiza-se no cimo do Jardim Duque da Terceira, no centro histórico da cidade e Concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.
Neste local o capitão do donatário João Vaz Corte Real fez erguer a primeira fortificação da antiga Angra, o chamado Castelo dos Moinhos, cerca de 1474. Esta fortificação, longe do mar, traduzia uma concepção ainda tardo-medieval, europeia e mediterrânica, de defesa em acrópole.
O obelisco que o caracteriza atualmente foi erigido no século XIX em homenagem à passagem de Pedro IV de Portugal pela Terceira, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).
De evidente simbologia maçónica, teve a sua pedra fundamental lançada a 3 de Março de 1845, estando concluído em 1856. Essa primeira pedra foi recolhida no cais da cidade, sendo uma das que o imperador havia pisado quando de seu desembarque naquele local, em 1832. As pedras do antigo castelo foram reaproveitadas para a construção do obelisco.

Este monumento foi praticamente destruído pelo grande terramoto de 1980, que provocou enormes estragos nas ilhas do Grupo Central do arquipélago. Foi reconstruído e reinaugurado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo em 25 de Abril de 1985.
A Memória foi o primeiro monumento erguido em Portugal para homenagear D. Pedro IV, o monarca que se deslocou aos Açores, em 1832, para liderar as tropas que lutavam pela implantação do regime liberal.
A ideia de erguer-lhe um monumento foi decidida em 1835, mas contratempos vários foram adiando o projecto.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Sabrina a décima ilha do Arquipélago dos Açores


A ilha Sabrina foi uma pequena ilha formada em Junho e Julho de 1811 por uma erupção vulcânica submarina que ocorreu ao largo da Ponta da Ferraria, na ilha de São Miguel, Açores. A ilha foi primeiro abordada pelo capitão James Tillard, comandante do navio de guerra britânico HMS Sabrina, que lá hasteou a bandeira britânica e a reclamou como território de Sua Majestade Britânica. A ilha desapareceu no decurso daquele ano.

Durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 1811 verificou-se uma prolongada crise sísmica que afectou as povoações sitas no extremo sudoeste da ilha de São Miguel, com destaque para a freguesia dos Ginetes. Nesses meses verificou-se que haveria emissão de gases no mar, frente à Ponta da Ferraria, mas em final de Fevereiro, a actividade tinha cessado.
Em Maio e Junho daquele mesmo ano, a actividade sísmica recrudesceu na zona, fazendo ruir rochedos e arruinando muitas casas. A 10 de Junho de 1811, num local sito cerca de 3 milhas náuticas da zona onde se verificara a erupção de Janeiro e a cerca de 2 km da costa, desencadeou-se uma poderosa erupção submarina que em poucos dias criou uma nova ilha ao largo da Ponta da Ferraria, matando muito peixe.

A erupção, ou antes as erupções, de 1811 foram apenas mais um dos múltiplos eventos eruptivos que têm marcado as faldas do maciço do vulcão das Sete Cidades. Apenas nos cerca de 600 anos decorridos desde o povoamento da ilha de São Miguel verificaram-se erupções submarinas a sudoeste e oeste daquele maciço pelo menos nos anos de 1638, 1682, 1811 e 1981.
A ilhota era de forma circular e tinha cerca de 2 km de perímetro e por volta dos 90 m de altitude máxima, configurando-se, muito à semelhança do ilhéu de Vila Franca, como um anel rebaixado para noroeste, em direcção à vizinha costa da ilha de São Miguel. No interior do anel existia uma laguna de água em ebulição, da qual nascia uma torrente que corria para o mar.
Entretanto, a 12 de Junho, a erupção fora avistada pelo HMS Sabrina, uma chalupa britânica construída em 1806, armada com 20 peças, que se encontrava em cruzeiro na zona dos Açores com a missão de vigiar eventuais movimentações de forças francesas em torno daquele arquipélago. O comandante do navio, o capitão James Tillard, julgando tratar-se de fumo proveniente de um combate naval, dirigiu-se para o local, encontrando um cenário bem diferente de uma batalha naval. A erupção foi por ele descrita, num artigo publicado no volume das Philosophical Transactions of the Royal Society de 1812, como produzindo uma imensa coluna de fumo subindo do oceano que, quando não se verificavam explosões, tinha o aspecto de uma imensa nuvem circular, que se elevava em revolutas irregulares a partir do mar. Essa nuvem subia muito acima do ponto de máxima altura de projecção das cinzas vulcânicas, expandindo-se gradualmente na direcção para onde soprava o vento, de forma quase horizontal, gerando relâmpagos e trombas de água.

Na manhã do dia 13 de Junho a HMS Sabrina arribou a Ponta Delgada, tendo o capitão James Tillard desembarcado para visitar o cônsul inglês William Harding Read, sendo então informado dos sismos sentidos na ilha, especialmente na região sudoeste das Sete Cidades, da erupção do ano anterior e das fendas abertas na zona dos Mosteiros, fenómenos que tinham causado pânico na ilha e eram então objecto longas rezas e promessas.
Não existindo condições de vento que permitissem velejar com segurança até à zona da erupção, no dia 14 de Junho o capitão James Tillard desembarcou novamente, arranjou cavalos e partiu para os Ginetes, onde observou o fenómeno a partir da costa fronteira ao centro eruptivo. Diz-se que enquanto almoçava junto à costa dos Ginetes, aconteceu um abalo tão violento que derrubou uma parte importante da falésia que lhe estava próxima.

Tendo o vento melhorado, a 15 de Junho a HMS Sabrina levantou ferro e foi, ainda de noite, observar o vulcão, não se podendo contudo aproximar por falta de vento.
A 18 de Junho a HMS Sabrina fez nova tentativa de se aproximar da ilha e, numa zona onde as cartas antes assinalavam 40 braças de profundidade, avistaram o topo da cratera à superfície da água. Na altura puderam testemunhar a emissão de grandes blocos de pedra e de muitas cinzas e vapor. Estimaram que em três horas a altura da ilhota que então se formava, e que o capitão James Tillard baptizou com o nome de ilha Sabrina, se tivesse elevado cerca de 10 m acima do nível do mar. No dia seguinte, a ilha Sabrina já tinha cerca de 20 m de altura e cerca de um quilómetro de diâmetro. Apesar do navio se encontrar a mais de 5 km de distância, os aguaceiros que eram gerados pela nuvem formada pela erupção recobriram o navio com uma espessa camada de fina areia negra.
Não existindo condições de vento que permitissem uma melhor aproximação à ilha, a HMS Sabrina foi fundear no porto de Ponta Delgada, aguardando o desenrolar dos acontecimentos, mas ao que parece planeando, em conjunto com o cônsul, uma expedição que permitisse reclamar soberania britânica sobre a nova ilha.

Finalmente, quando a 4 de Julho a erupção parou subitamente e cessou o tremor contínuo e pouco acelerado que havia nos Ginetes desde inícios de Junho. Com tempo favorável, a HMS Sabrina pôde finalmente aproximar-se da ilha, tendo o capitão James Tillard e o cônsul William Read desembarcado, hasteado a bandeira britânica e tomado posse formal da ilha em nome de Sua Majestade Britânica.
O conflito diplomático desencadeado em torno da soberania sobre ilha foi de curta duração pois o governo português, então refugiado no Rio de Janeiro e totalmente dependente dos britânicos na sua luta contra os franceses, não estava em condições de apresentar grandes reclamações.
Felizmente para a parte portuguesa, o assunto acabou por se extinguir naturalmente, pois as ilhas e os ilhéus resultantes da actividade vulcânica submarina têm frequentemente uma existência efémera, uma vez que são destruídas pela acção erosiva do mar, especialmente quando são formadas por níveis incoerentes, não compactados, de tefra.

Tal foi o caso da ilha Sabrina: formada por escórias basálticas, a ilha apesar de ter atingido cerca de 100 metros de altura, foi rapidamente destruída pela erosão marinha, de modo que, em Outubro de 1811, só restava um baixio na zona onde antes estivera o cone. Não havendo território, não podia existir disputa territorial, e assim ficou encerrado o incidente.
A ilha foi desenhada a 19 de Junho de 1811 pelo tenente John William Miles, da guarnição do HMS Sabrina, cuja obra está disponível no National Maritime Museum, em Greenwich, arredores de Londres. O evento também despertou grande interesse na comunidade científica, tendo sido objecto de várias comunicações e comentários. Charles Darwin escreveu uma carta sobre o assunto.
Uma história muito semelhante ocorreria em 1831, quando nas águas do Mediterrâneo, a sul da Sicília, uma erupção levou à formação da ilha Ferdinandea, ela também centro de um conflito diplomático que terminou com o desaparecimento da ilha alguns meses depois.
A zona onde ocorreu a erupção tem hoje fundos a cerca de 75 m de profundidade, formando uma elevação que se destaca num talude submarino inclinado para sudoeste, que na zona circundante tem cerca de 350 m de profundidade. A zona continua a libertar um grande volume de gases, visíveis a subir pela coluna de água.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Museu dos vinhos nos Biscoitos ilha Terceira Açores


É um museu dos Açores localizado na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira, arquipélago dos Açores.

Este museu que procura contar os 426 anos de história da cultura da vinha na freguesia dos Biscoitos e que igualmente procura integrar-se na tradicional paisagem de produção de vinho dos biscoitos, actualmente Região Demarcada, foi inaugurado em 2 de Fevereiro de 1990, durante as comemorações do centésimo aniversário da Casa Agrícola Brum pelos herdeiros de Francisco Maria Brum, antigo produtor de vinha da freguesia dos Biscoitos.
Neste museu é possível ver todo o processo de produção de vinho, desde o cultivo da videira até à maturação da vinha e à transformação desta em vinho ou nos seus subprodutos. Aqui encontram-se também toda uma colectânea de alfaias agrícolas ligadas ao amanho do corrais onde a videira é cultivada de forma a ficar abrigada das inclemências dos clima.
A Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos encontra-se profundamente ligada a esta entidade museológica sendo um dos seus principais dinamizadores.
O edifício do museu propriamente dito encontra-se localizado à Canada do Caldeiro, a 50 metros do centro da Freguesia dos Biscoitos, a 18 km da cidade de Angra do Heroísmo e a 22 km da cidade da Praia da Vitória.

O museu é a fachada de uma propriedade com 10 alqueires, para além dos mais 60 que englobam a exploração de Verdelho e é constituído pelas seguintes secções: uma adega destinada ao Vinho Verdelho, uma Destilaria, uma Sala etnográfica, uma Sala de provas, uma Casa típica onde é feito o engarrafamento do Verdelho do Museu, uma Casa típica que é a sede da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, um Campo ampe
lográfico, uma Latada, Vários pátios que alojam peças de lagares, uma Torre, uma Eira, um palheiro com dois pisos. Neste museu encontram-se vários tipos de produtos vitivinícolas feitos com as vinhas da região como é o caso:
Brum, (I), vinho Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada (VLQPRD), do tipo licoroso feito com as castas de Verdelho dos Açores e Terrantez (vestígios), que alcança teor alcoólico de 17º vol. ou 134 g/litro.

 Brum, (II), vinho VLQPRD, do tipo licoroso feito com as castas de Verdelho dos Açores e Terrantez (vestígios), que alcança teor alcoólico de 17º vol.
Donatário, vinho do tipo branco, feito com as castas de Verdelho dos Biscoitos, que alcança um teor alcoólico de 12%.
Chico Maria, (I), do tipo Seco, licoroso, elaborado com as castas de Verdelho dos Açores e que alcança um teor alcoólico de 17%.
Chico Maria, (II), do tipo meio seco e licoroso, elaborado com as castas de verdelho dos Açores e vestígios de Terrantez da Terceira, alcançado um teor alcoólico de 18%.
Chico Maria, (III), do tipo doce e licoroso, elaborado com as castas de Verdelho dos Açores e vestígios de Terrantez da Terceira, alcançado um teor alcoólico de 19%.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Ernest Jeffrey Moniz


Ernest Jeffrey Moniz nasceu a 22 de Dezembro de 1944, em Fall River, Massachussetts, nos Estados Unidos da América. É descendente de pais açorianos, oriundos da ilha de São Miguel. No âmbito da sua formação académica, a física teórica nuclear, destaca-se como área principal de pesquisa.

A 28 de Outubro de 1997, foi destacado pelo Senado dos EUA como subsecretário do Departamento de Energia. No âmbito destas funções, assessoria o secretário e, supervisionava a pesquisa do DOE em várias áreas, nomeadamente, as energias fóssil, renováveis, nuclear, a ciência e tecnologia, a gestão ambiental e de resíduos radioactivos.

Supervisionou igualment
e o sistema nacional de laboratórios e programas de segurança nacional, tendo sido também responsável pela revisão completa do programa nuclear.
Antes de ingressar no DOE, foi professor de Física e Chefe do Departamento de Física no Massachusetts Institute of Technology (MIT), tendo sido responsável pelos programas educacionais daquele departamento. Foi director associado de Ciência do Gabinete de Política Científica e Tecnológica, cargo para o qual foi nomeado, em Junho de 1995, pelo Presidente Clinton.

Integrou o corpo docente do MIT em 1973 e foi director da Linear Accelerator Center Bates, em 1983.

Trabalhou em várias universidades, laboratórios nacionais, associações profissionais e órgãos do governo, onde desempenhou funções consultivas.

Obteve um bacharelato em física, no Boston College em 1966, e um doutoramento em física teórica na Universidade de Stanford, em 1971. Com uma bolsa de pós-doutorado da National Science Foundation, realizou pesquisas no Centro d\'Etudes de Saclay Nucleaires em Gif-sur-Yvette, França, e na Universidade da Pensilvânia, de 1971 a 1973. Fez um doutoramento honorário na Universidade de Atenas, em 1997. É membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência, da Fundação Humboldt e da American Physical Society.
É assessor de Ciência e Tecnologia do Conselho do Presidente Obama.
Actualmente, é director do Laboratório de Energia e Meio Ambiente do MIT e da MIT Energy Initiative.
Pela sua visão e liderança na área da simulação científica avançada, foi distinguido com o Seymour Cray HPCC Industry Recognition Award.

No dia 4 de Março de 2013 foi nomeado Secretário da Energia por Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos da América.