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domingo, 30 de julho de 2023

Francisco Raposo de Oliveira

 



Francisco Raposo de Oliveira  nasceu no Nordeste a 8 de Janeiro de 1881  e faleceu em Lisboa a  17 de Janeiro de 1933.  Mais conhecido como Raposo de Oliveira, foi um poeta e jornalista que se destacou no panorama jornalístico de Lisboa, onde foi redactor e director de alguns dos mais relevantes jornais portugueses do tempo.

Nasceu na vila do Nordeste, na Ilha de São Miguel, nos Açores, de onde a sua família era originária, mas esta mudou-se para Ponta Delgada pouco depois do seu nascimento. Cresceu em Ponta Delgada, na freguesia de São Pedro, tendo frequentado o ensino secundário no Liceu daquela cidade. Empregou-se como caixeiro, mas desde cedo demonstrou apetência pela escrita, especialmente pela poesia, tendo publicado o seu primeiro livro de versos aos 17 anos de idade. Em 1899, começou a trabalhar como redactor no jornal O Heraldo, para fundar e dirigir em 1902, o semanário A Nova, ambos na cidade de Ponta Delgada.



Em 1904, com 23 anos de idade, partiu para Lisboa, a convite do jornalista faialense António Baptista, com o objectivo de colaborar na redacção e coordenação do Álbum Açoreano, uma publicação da Casa Bertrand, em edição de luxo com grande recurso à ilustração e com cuidado grafismo. Esta obra, saída em fascículos, destinava-se a comemorar a visita do rei D. Carlos I aos Açores, ocorrida em Julho de 1901. Divulga a vida económica, cultural e social açoriana, além de uma abordagem ligeira à história das ilhas,ainda considerada um fonte informativa relevante sobre o arquipélago nessa época.


A partir de então iniciou a colaboração na imprensa de Lisboa, onde rapidamente ganhou fame de excelente redator. Dirigiu os periódicos Jornal das Colónias, Portugal, Diário Liberal, Diário Ilustrado, Diário Nacional e A Época. Chefiou as redações de A Vitória, Situação e A Luta. Terminou a sua carreira como redactor de A República e de O Século.


Paralelamente, em 1920 ingressou nos quadros do Ministério do Trabalho. Foi um dos fundadores da Casa dos Jornalistas, organismo depois integrado no Sindicato da Imprensa.



quinta-feira, 27 de julho de 2023

Rodolfo Vieira

 


Rodolfo Botelho Vieira nasceu no dia 18 de Março de 1981, na cidade da Ribeira Grande, ilha de São Miguel - Açores.

É um violinista versátil dedicado à música contemporânea e à tecnologia da música. Em 2009, foi eleito um dos 100 jovens talentos criativos da União Europeia.

Iniciou os seus estudos musicais com o seu avô materno, tendo depois frequentado a Academia de Música da Ribeira Grande. Aos 12 anos, ingressou no Conservatório Regional de Ponta Delgada, tendo terminado, em 1999, o 8.º grau de violino com a classificação final de 19 valores.

Concluiu, depois, a licenciatura, em violino – instrumentista de orquestra, em Lisboa, na classe do professor Aníbal Lima, na Academia Nacional Superior de Orquestra. Obteve o Certificado de Performance e o mestrado em String Performance, Chamber Music And Orchestra Literature na Northwestern University, Chicago, Estados Unidos da América.

Como músico de orquestra, Rodolfo Vieira foi concertino no Conservatory Project Orchestra, na Latin Chamber Orchestra e na Tutti Chamber Orchestra. Foi também assistente concertino na Civic Orchestra de Chicago sob a direção de Pierre Boulez, Berhard Haitink, Alan Gilbert e Cliff Colnot. Participou em vários festivais internacionais, nomeadamente, o Ravinia Festival ou o Lucerne Festival Academy.


No campo da música contemporânea e tecnologia da música, o violinista conta com participações em concertos como o Ensemble Dal Niente de Chicago, o International Contemporary Ensemble e o Lucerne Music Festival Academy.

Participou, como solista, na ERA Symphony Orchestra de Chicago, Orquestra Metropolitana de Lisboa e na Orquestra Sinfónica de Espinho. O músico já marcou presença em recitais nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa, tendo sido

convidado para integrar a “Gala Open Days”, da União Europeia.

Rodolfo Vieira é professor assistente da classe de violino do professor Gerardo Ribeiro na Northwestern University e na Meadowmounth School of Music e, leciona no Music Institute of Chicago e no Midwest Young Artist.

Dos vários prémios que recebeu destacam-se o Jovens Músicos da RDP/Antena 2, o Concurso Internacional Júlio Cardona, da Phiharmonic Society of Arlington, e o Concurso de Música do Meadowmount School of Music.



José de Avelar de Melo

 


José d'Avellar de Mello  nasceu na Ilha do Pico  e faleceu na  Ilha de São Jorge. Foi o arquitecto Português e responsável pela reconstrução das igrejas das localidades do Norte Grande, Norte Pequeno, Ribeira Seca e da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, na Vila do Topo, destruídas pelo Mandado de Deus, nome como ficou conhecido na história o sismo e maremoto ocorrido no dia 9 de Julho de 1757 abalou a Ilha de São Jorge e ilhas vizinhas.


Foi neto de Francisco Rodrigues da Ilha do Pico que em 1664 se deslocou para a vila das Velas a fim de dirigir as obras da Igreja Matriz de São Jorge, acabando por lá se radicar. Foi filho de Manuel de Avelar, que foi o arquitecto do edifício da Câmara Municipal de Velas.


De seus filhos salientaram-se: José d'Avellar de Melo em diversas construções na cidade da Horta, ilha do Faial; Matias d'Avellar que foi o responsável pela construção do Portão do Mar (Velas), nas Velas; João José d'Avellar e António d'Avellar que foram os arquitectos que ergueram a Igreja da Urzelina e o palacete dos Terreiros, onde nasceu o Dr. João Teixeira Soares de Sousa; Bento José d'Avellar que foi o arquitecto responsável por obras de restauro efectuadas no Convento de São Francisco de Angra de Angra do Heroísmo onde veio a ser sepultado.



quarta-feira, 26 de julho de 2023

Dinis Moreira da Mota

 


Dinis Moreira da Mota  nasceu na Ribeira Grande, Pico da Pedra a  2 de Março de 1860  e faleceu em Ponta Delgada, Santo António a  29 de Agosto de 1914.  Foi um engenheiro civil e político açoriano, co-autor e responsável pela apresentação nas Cortes de um dos projectos de lei sobre a autonomia administrativa dos Açores.


Dinis Moreira da Mota foi filho de Francisca Ermelinda Moreira da Câmara, natural de São Miguel (Vila Franca do Campo), e de António Augusto da Mota Frazão, natural do Pico da Pedra, professor e reitor do Liceu Nacional de Ponta Delgada. Foi irmão do líder autonomista Aristides Moreira da Mota.


Frequentou o ensino primário no Pico da Pedra, matriculando-se no Liceu de  Ponta Delgada no ano de 1872, ali estudando até Junho de 1876. No seu último ano no Liceu promoveu a formação do grupo de académicos liceais denominado Palestras Literárias, a que presidiu.


Nesse mesmo ano partiu para Coimbra, onde frequentou os estudos preparatórios no ano lectivo de 1876/1877, tendo como objectivo o ingresso na Escola do Exército e uma carreira militar. Matriculou-se a 2 de Outubro de 1877 na Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, onde no ano lectivo de 1880/1881 concluiu o 4.º ano de Matemática. Entretanto, assentara praça em 1878, sendo alferes-aluno do Regimento de Artilharia n.º 1 em 1881. Terminados os estudos de Matemática, matriculou-se na Escola do Exército, na qual concluiu em 1883 o curso de Engenharia Civil.


Habilitado com o cursos de engenharia, nos anos de 1883 e 1884 trabalhou como projectista em Lisboa enquanto aguardava a possibilidade de ingressar no funcionalismo público, o que conseguiu a 4 de Outubro de 1884, data em que foi nomeado engenheiro civil do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria e destacado para substituir António José Arroio nos trabalhos de construção do Caminho de Ferro do Algarve.


No ano seguinte transfere-se para a Companhia Nacional de Caminhos de Ferro, embora mantendo o seu vínculo ao Ministério das Obras Públicas, passando a trabalhar na construção e exploração da Linha do Tua, residindo em Mirandela. Trabalhou na Linha do Tua e nas linhas das Beiras até Fevereiro de 1892, data em que regressou ao serviço do Ministério em Lisboa, tendo entretanto realizado, nos anos de 1886 e 1889, visitas de estudo à França, Bélgica e Alemanha.


Em Julho de 1892 transferiu-se para a ilha de São Miguel, passando a exercer funções de inspector da Circunscrição Industrial dos Açores, com sede em Ponta Delgada, funções que manteve até 10 de Janeiro de 1894.




sábado, 22 de julho de 2023

Carlos Bettencourt

 


Carlos Henrique Velho Cabral de Medeiros Bettencourt  nasceu em Ponta Delgada a 25 de Fevereiro de 1913   e faleceu em 1999. Foi um advogado e político português. Filho do histórico republicano Óscar Bettencourt, realizou o curso liceal em Ponta Delgada, matriculando-se depois no curso de Direito da Universidade de Coimbra, transferindo-se depois para a Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Julho de 1937. Foi colega de curso de Álvaro Cunhal.


Exerceu advocacia em Ponta Delgada, onde esteve ligado ao MUD, em 1945, e foi mandatário da candidatura do general Norton de Matos no Distrito Autónomo de Ponta Delgada para as eleições presidenciais de 1949. Foi junto de si que o jovem advogado António Borges Coutinho veio estagiar em 1950. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado para as eleições presidenciais de 1958, embora não tenha integrado a comissão de candidatura, por ser advogado da firma Bensaúde. Teve então a sua casa vigiada pela PIDE.



Na fase final do Estado Novo não integrou a CDE do distrito de Ponta Delgada.


No início do actual regime democrático, foi deputado independente do PPD à Assembleia Regional da Horta, de 1976 a 1984. Foi Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, de 1977 a 1979, período durante o qual suspendeu o seu mandato de deputado. Foi das poucas personalidades do PSD/Açores que haviam estado ligadas à Oposição Democrática no tempo do fascismo.




quinta-feira, 20 de julho de 2023

Igreja de Nossa Senhora do Rosário Topo ilha de São Jorge Açores

 


A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário é uma igreja católica portuguesa localizada na Vila do Topo, actual concelho da Calheta, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores.


Trata-se de um templo do século XVI, que foi sujeito a obras de reconstrução e ampliação durante o século XVIII, dado ter ficando bastante danificado a quando do terramoto de 1757 que ficou registado na história como o Mandado de Deus. Estas obras de restauro foram da responsabilidade do arquitecto José de Avelar de Melo.


A fachada principal deste templo apresenta-se dotada de um maciço portal, três janelões e dois óculos. A completar o conjunto, um medalhão que representa Nossa Senhora. A sua característica e baixa torre sineira é única na arquitectura religiosa da ilha de São Jorge.


No seu interior, este templo possui valiosos elementos de arte religiosa entre uma igualmente valiosa talha dourada.



De referir ainda as telas que representam o Lava-pés, a última Ceia, a Ressurreição, a Ascensão de Cristo, os Quatro Evangelistas. Três lampadários em prata e o púlpito que é marcadamente barroco.


Igualmente o órgão dos inicio do século XX, por da autoria do atelier do conhecido artista Marcelino Lima, natural da Horta, ilha do Faial.



terça-feira, 18 de julho de 2023

O Herói da fronteira de Wyoming é Açoriano

 


John Phillips – também conhecido por Portuguese Phillips ou ainda, de acordo com a oralidade da época, Portugee Phillips – nasceu no lugar de Terras, Lajes do Pico, a 28 de Abril de 1832, com o nome de Manuel Filipe Cardoso.




No livro "The John ‘Portugee’ Phillips Legends", o investigador norte-americano Robert A. Murray dá uma ideia da dimensão a que chegou a sua "canonização pagã": "À medida em que o processo de ficcionalização continuou, Phillips transcendeu o carácter de pioneiro determinado e atingiu a mesma categoria mítica, impossível, a que os escritores guindaram Daniel Boone, David Crockett, Kit Carson ou muitas outras figuras da fronteira."




John Phillips, um simples guia ao serviço do exército sedeado no recém-estabelecido Fort Phil Kearny, no então Território do Dakota (hoje no Nebraska), realizou um único grande feito na vida, mas foi o suficiente para a sua lenda durar até aos dias de hoje.


Ainda hoje não se sabe com total precisão o que é realidade e o que é mito. Mas, de noite, sob um forte nevão e perante temperaturas abaixo de zero, Phillips terá cavalgado na companhia de Daniel Dixon cerca de 190 milhas (300 quilómetros) ao longo do Trilho de Bozeman até Horseshoe Station, aí chegando na manhã de Natal.

Expediu um telegrama para Fort Laramie, em Horse Creek (Wyoming), a pedir ajuda, e, como se não bastasse, descansou algumas horas e dirigiu-se ele próprio para o forte, ao longo de mais 40 milhas (65 quilómetros), para certificar-se que era enviado socorro para o Fort Phil Kearny. Com isso, salvou a vida de mais de 90 pessoas. O seu cavalo, hoje mítico, chamava-se Dandy.



segunda-feira, 17 de julho de 2023

Igreja de São Tiago Maior na Ribeira Seca ilha de São Jorge Açores

 


A Igreja de São Tiago Maior, é um templo cristão português, localizado na freguesia da Ribeira Seca, concelho da Calheta, ilha de São Jorge.


Esta igreja apresenta-se como um edifício de características barrocas dotado com uma torre sineira e belos trabalhos em cantaria de basalto negro.


A igreja primitiva aqui existente que datava do século XVI foi destruída em 1757 devido a um tremor de terra, que ficou registado na história como o nome de o Mandado de Deus, pelo que foi reedificada em 1761.


No dia 1 de Janeiro de 1980, 219 anos depois da sua reconstrução voltou a ser bastante danificada pelo terramoto que causou grandes estragos nas ilhas do grupo central do arquipélago dos Açores. Este terramoto não afectou grandemente, no entanto, o aprumo das paredes, foi restaurada entre 1990 e 1993.


Esta igreja apresenta-se com três naves, uma capela-mor com retábulo pintado a ouro e a azul. Tem dois nichos laterais, dois altares também laterais e uma capela que serve como lugar de abrigo para o Sacrário. O altar-mor foi construído em 1774 e restaurado em 1940. Em 1996 este altar, bem como os altares laterais foram novamente sujeitos a obras de restauro e manutenção.




domingo, 16 de julho de 2023

Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense

 


A Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense foi uma associação fundada a 11 de Janeiro de 1843 na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel. A associação tinha como objectivo promover o desenvolvimento da agricultura da ilha de São Miguel através do desbravamento das terras incultas, o contacto com associações estrangeiras e a divulgação, através do seu órgão, O Agricultor Micaelense, as espécies de plantas que poderiam adaptar-se ao solo e clima da ilha.



Ligadas à sua acção, surgiram alguns dos mais esplêndidos jardins de São Miguel e a sua acção permitiu aos agricultores mais esclarecidos e aos grandes latifundiários da ilha procurar culturas de substituição à exportação da laranja, como o tabaco, o ananás, a batata-doce (destinada à produção de álcool), espadana, chá, maracujá e muitas outras culturas. A sua acção foi determinante no esforço que então foi realizado com vista a viabilizar as explorações agrícolas açorianas e a encontrar mercados alternativos para as suas produções. Foi no seio da Sociedade que José do Canto propôs a criação de um imposto sobre a laranja exportada para custear as obras de construção do porto artificial de Ponta Delgada, cuja construção trouxe um enorme surto de desenvolvimento à cidade de Ponta Delgada.



sexta-feira, 14 de julho de 2023

José da Costa Nunes

 


José da Costa Nunes nasceu na freguesia rural da Candelária em 1880,  no sudoeste da ilha do Pico, filho de José da Costa Nunes e Francisca Felizarda de Castro, uma família de lavradores. Depois de concluir os estudos primários na sua freguesia natal, realizou em 1892, no Liceu da Horta da vizinha ilha do Faial, o exame de admissão aos estudos liceais, sendo aprovado. Ingressou então no Seminário Episcopal de Angra (em 1893).


Durante o seu percurso como seminarista colaborou em jornais e revistas, usando múltiplos pseudónimos, revelando precocemente talento para a escrita e para a oratória. A sua obra posterior, nos múltiplos artigos jornalísticos, textos de conferência, pastorais, homilias e cartas que produziu, confirmam esta característica.

Durante o seu percurso como seminarista colaborou em jornais e revistas, usando múltiplos pseudónimos, revelando precocemente talento para a escrita e para a oratória. A sua obra posterior, nos múltiplos artigos jornalísticos, textos de conferência, pastorais, homilias e cartas que produziu, confirmam esta característica.


No Seminário Episcopal de Angra fez com brilhantismo os seus estudos, recebendo a 1 de Junho de 1901 a Prima Tonsura e Ordens Menores na Igreja de Nossa Senhora da Guia do antigo Convento de São Francisco de Angra, imóvel onde então funcionavam conjuntamente o Seminário e o Liceu de Angra do Heroísmo.


Em 1902, quando frequentava o último ano de Teologia do Seminário e se preparava para a ordenação, foi convidado pelo vice-reitor daquele estabelecimento e seu conterrâneo do Pico, João Paulino de Azevedo e Castro, então eleito bispo de Macau, a acompanhá-lo como seu secretário particular. Aceitou o convite e após a sagração de D. João Paulino, conferida em Angra pelo bispo cessante de Macau D. José Manuel de Carvalho, partiu na companhia do novo prelado, chegando a Macau a 4 de Junho de 1903.


Durante a viagem para Macau, acompanhou D. João Paulino nos seus contactos com as autoridades civis e eclesiásticas em Lisboa e Roma e visitou Bombaim e Singapura.


Chegado a Macau e feito o exame de Teologia no Seminário Diocesano de São José de Macau, foi ordenado presbítero em 26 de Julho de 1903.


Em Macau desenvolveu actividades pastorais, foi professor no Seminário de S. José (1903 – 1906), Vigário Geral da Diocese de Macau e Timor (1906 – 1913), governador do bispado (1907) e fundador do jornal Oriente (1915). Por provisão de 6 de Maio de 1915 foi nomeado vice-reitor interino do Seminário.



quinta-feira, 13 de julho de 2023

Caetano de Andrade Albuquerque de Bettencourt

 




Caetano de Andrade Albuquerque de Bettencourt  faleceu em Ponta Delgada a  15 de Março de 1900.  Mais conhecido por Caetano de Andrade ou Caetano de Andrade Albuquerque, foi um empresário agrícola, jornalista, escritor e político autonomista açoriano.

Caetano de Andrade foi filho unigénito de Caetano de Andrade Albuquerque de Bettencourt também filho unigénito, Senhor e herdeiro da grande casa vincular da sua família, e de sua mulher e prima-tia  em  Rosto de Cão.



Rico terratenente, pertencente à aristocracia local, foi o último administrador dos vários vínculos da grande casa da sua família e político ligado ao Partido Progressista e ao Primeiro Movimento Autonomista Açoriano. Foi membro da Comissão Autonómica de Ponta Delgada eleita por aclamação no comício autonomista realizado a 19 de Fevereiro de 1893 no Teatro Micaelense. Foi, entre outros cargos, deputado e Par do Reino, presidente da Câmara Municipal e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada e membro do Conselho do Distrito de Ponta Delgada, da Junta Geral, da Comissão Distrital, da Comissão Autonómica e da Comissão de Vigilância.  Militante do Partido Progressista, foi eleito em 1881 Deputado pelo círculo de Ponta Delgada. Em 1893, foi eleito Par do Reino.



Nos anos de 1890 a 1892, foi Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e Provedor da Santa Casa da Misericórdia daquela cidade. Exerceu muitos e importantes cargos na política e na administração do Distrito de Ponta Delgada. Integrou, por várias vezes, o Conselho do Distrito, a Junta Geral, onde foi um dos mais categorizados membros da sua Comissão Autonómica, e como tal o autor do anteprojeto da Autonomia Administrativa dos Açores, e a Comissão Distrital.


Fez parte, com Aristides Moreira da Mota e Gil Mont'Alverne de Sequeira, da subcomissão que foi encarregada de redigir a proposta de lei concedendo autonomia aos distritos açorianos que deveria ter sido apresentada nas Cortes pelos deputados autonomistas.


Foi também jornalista e escritor, e director político do jornal Correio Micaelense, onde desenvolveu os seus Ensaios de Agricultura. Presidiu à Comissão Vinícola Micaelense.




quarta-feira, 12 de julho de 2023

O cowboy da ilha de São Jorge Açores

 


João Ignácio d’Oliveira nasceu a 28 de Fevereiro de 1838 na freguesia de Santo Antão, na ponta Leste da ilha de São Jorge, nos Açores.

João Ignácio terá emigrado como marinheiro de um navio de caça à baleia, como acontecia com tantos outros. Nos anos 60 já se encontra no rio Columbia, no extremo Noroeste americano, a trabalhar num barco a vapor, com o nome de John Enos – nome que resulta da evolução Ignacius-Ignácio-Inácio-Enos, explicam os etimólogos.


É nessa altura que começa a comprar gado, e em 1870 já está em Yakima, a oeste do rio, no seu primeiro rancho. Pouco depois atravessa a água e estabelece-se em Cannaway Creek, no então Lincoln County (...) imediatamente antes de se juntar ao Snake e rumar ao Pacífico – o chamado "Big Bend" (Terra da Grande Volta), uma planície "ondulante, desértica e semi-árida", como explica William S. Lewis em "The Story of Early Days in The Big Bend Country", de 1926.

E é a partir daí, nas terras livres da exploração open-range (terrenos do estado, de utilização gratuita), que construirá o seu império.


(…) O seu rancho, dizia-se, estava assombrado. Enos, como enumerou Kenneth Kallenberger em Saga Of Portegee Joe, gerava todos os mitos: envenenara três índios, enterrando-os no rancho junto com dois cowboys, enforcara um chinês, matara um jovem ladrão de cavalos, tinha cinco golpes na pistola, roubava cavalos e trazia-os para o rancho de noite, fugira da justiça no Leste da América, chicoteava os seus funcionários...


Muitas mães repreendiam as crianças com a ameaça: "Se não de comportares, Portegee Joe vai apanhar-te!" Mas, nos relatos dos que o conheceram, compilados mais tarde pelos jornais e pelos historiadores, Enos era precisamente o contrário: um homem afável e bondoso, embora irascível em determinados momentos.


John Enos era um visionário para a época, e essa é outra das características mais extraordinárias da sua história. No seu rancho de Cannaway Creek, criou um inovador sistema de rega, plantou um pomar que proporcionava maçãs aos funcionários, construiu uma casa em cima de uma fonte para usar a sua refrigeração, escavou uma adega atrás de uma colina e semeou árvores altas alinhadas, para proteger tudo contra o vento.



segunda-feira, 10 de julho de 2023

Este templo, sob a invocação de São Mateus ilha da Graciosa Açores , remonta ao século XV

 


Em 1546, com a elevação do lugar à condição de freguesia, a Igreja de São Mateus foi elevada a paroquial e matriz.


Terá sido saqueada em fevereiro de 1691, quando do assalto à povoação por cerca de 50 corsários ingleses. Munidos com armas de fogo e facas de ponta, assassinam o meirinho da alfândega, aprisionam diversas autoridades e roubam as igrejas e as habitações, causando a fuga dos habitantes.


Ainda em 1750 o vigário de Santa Cruz, licenciado António Silveira Machado, ouvidor eclesiástico e visitador da Graciosa, testemunha os danos causados na matriz da Praia pelo saque dos ingleses, procurando atenuá-los com o auxílio da Coroa e os sobejos das confrarias.


Ao longo dos séculos foi objeto de importantes obras de manutenção e restauro até que, no século XIX, recebeu uma nova frontaria ao gosto tardo-barroco, inaugurada a 29 de agosto de 1896.




domingo, 9 de julho de 2023

Forte da Prainha São Roque ilha do Pico Açores

 


O Forte da Prainha localizava-se na localidade e freguesia da Prainha, concelho de São Roque do Pico, na ilha do Pico, nos Açores.


Em posição dominante sobre a baía das Canas, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.


Em 1713 a vereação do concelho da Madalena, cujo capitão-mor possuía jurisdição sobre todas as Companhias de Ordenanças da ilha do Pico, impediu o capitão José Pereira, das Lajes, de tapar um baldio pertencente ao concelho e contíguo ao forte da Prainha, que as Ordenanças utilizavam para exercício militar.


A estrutura não chegou até aos nossos dias.