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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Cecilía Benevides de Carvalho Meireles é descendente de Açorianos


Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, Cecília Meireles (Cecília Benevides de Carvalho Meireles) é descendente de açorianos naturais da ilha de S. Miguel – Açores. Nasceu na Tijuca, Rio de Janeiro - Brasil, no dia 7 de Novembro de 1901.
Foi criada pela avó materna, uma vez que ficou órfã muito cedo.
Aos nove anos, começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre 1913 e 1916 e estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.
Cecilía Benevides de Carvalho Meireles com sangue Açoriano
Em 1919, publicou o seu primeiro livro de poesias, “espectros”, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora, vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, na sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Teve ainda uma importante actuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda o seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como “Leilão de Jardim”, “O Cavalinho Branco”,
“Colar de Carolina”, “O mosquito escreve, Sonhos da menina”, “O menino azul” e “A pombinha da mata”, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a literataço, a assonância e a rima. Os seus poemas não se restringem apenas à faixa etária infantil, mas permitem diferentes níveis de leitura.
Em 1923, publicou “Nunca Mais…” e “Poema dos Poemas”, e, em 1925, “Baladas Para El-Rei”. Após um longo período, em 1939, publicou “Viagem”, livro com o qual ganhou o Prémio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como “Pequeno Oratório de Santa Clara”, de 1955; “O Romance de Santa Cecília” e outros.

Em 1951, viajou pela Europa, Índia e Goa e visitou, pela primeira e única vez, os Açores, tendo contactado na ilha de S.
Miguel o poeta Armando César Côrtes-Rodrigues, amigo e correspondente, desde a década de 1940.
Foi homenageada com o Prémio Machado de Assis (1965); Sócia Honorária do Real Gabinete Português de Leitura; Sócia Honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa); Doutora “Honoris Causa”, pela Universidade de Delhi (Índia) e Oficial da Ordem de Mérito (Chile)
Nos Açores, de onde eram oriundos os seus pais, o nome de Cecília Meireles foi dado à escola básica da freguesia de Fajã de Cima, concelho de Ponta Delgada, terra de sua avó-materna, Jacinta Garcia Benevides, que a criou.
Após a sua morte (9-11-1964), foi homenageada, tendo-lhe sido atribuída uma cédula de cem cruzados novos. Este documento, com a efígie de Cecília Meireles, lançado pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1989, seria mudado para cem cruzeiros, aquando da mudança de moeda pelo governo de Fernando Collor.

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