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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Batalha Naval de Vila Franca na ilha de S. Miguel Açores

A Batalha Naval de Vila Franca,  foi um recontro travado no dia 26 de Julho de 1582, a sul da ilha de São Miguel, Açores, entre uma força luso-francesa, comandada por Filippo Strozzi, e uma armada espanhola (mas que incluía boa parte da armada portuguesa), comandada por D. Álvaro de Bazán, marquês de Santa Cruz, no contexto da guerra civil que se seguiu à aclamação de D. António I e à entrada de Filipe II de Espanha na posse do trono português. As forças luso-francesas foram derrotadas, D. António foi obrigado a refugiar-se na ilha Terceira, seguindo-se um enorme massacre em Vila Franca do Campo, sendo o maior de que há registo nos Açores.
Consolidada a sua posição em Portugal e segura a obediência do país, Filipe II de Espanha tinha os últimos apoiantes do pretendente ao trono D. António I dispersos pela Inglaterra e França, com o único núcleo coeso encurralado nos Açores. E mesmo nos Açores, as ilhas de Santa Maria e de São Miguel já lhe tinham jurado fidelidade, tendo à frente o bispo e o capitão do donatário em São Miguel.

Desejoso de eliminar aquele foco de resistência, e não podendo prescindir da posição geoestratégica do arquipélago no contexto do seu império ultramarino, já que a volta do largo obrigava a que os navios vindos das Caraíbas, do Atlântico Sul e da Índia demandassem aquelas latitudes, prontificava maiores forças e fazia grandes levas de gente em seus Estados para se opor às pretensões açorianas de D. António.
Tendo como único território sob o seu domínio sete ilhas nos Açores, com a Terceira à cabeça, e obtido o apoio, embora não oficial, da rainha-mãe Catarina de Médicis, que fornece o grosso das tropas e os navios, D. António parte de Belle-Isle, na costa bretã, a 26 de Junho de 1582, acompanhado por uma armada de cerca de 50 navios grandes e 20 pequenos, com 6 000 homens de guerra, capitaneada por Filippo Strozzi, ex-marechal de França, tendo por Condestável D. Francisco de Portugal, 3.º conde de Vimioso. Num golpe de duplicidade, que custaria a vida às centenas de súbditos franceses que foram aprisionados e depois executados como corsários, a corte francesa optou por manter a paz com Castela, pelo que todos os franceses que partiram na expedição, incluindo Filippo Strozzi, o fizeram como mercenários. Oficialmente a França e Castela estavam em paz.

A armada partiu a 10 de Julho imediato, ficando ainda em organização nos portos da Andaluzia uma força adicional que, sob o comando de D. Juan Martínez de Recalde, se lhe deveria juntar na ilha de São Miguel tão breve quanto possível.
Porém não sabendo Filipe I qual o ponto a que se dirigiria a armada francesa, se em direitura aos Açores, ou se tentaria desembarcar entre o Douro e o Minho, ordenou extraordinárias levas por toda a Espanha, e as mandou recolher em Portugal, entregando-as a cargo de D. Fernando de Toledo para que com elas guardasse as costas marítimas.

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