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terça-feira, 13 de junho de 2017

Família Silveira e Paulo em Angra do Heroísmo


O Palacete Silveira e Paulo localiza-se na rua da Conceição, no centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo, Açores. Construído ao gosto do fim de século XIX, o Palacete é um dos mais notáveis exemplares da arquitectura civil açoriana da transição do século XIX para o século XX.
O palacete Silveira e Paulo foi construído por iniciativa do comendador João Jorge da Silveira e Paulo, um rico fazendeiro e negociante de cacau que fizera fortuna como proprietário da roça Colónia Açoreana da ilha de São Tomé, depois de comprar um dos Solares da Família Noronha que se localizava no mesmo local e que foi a última residência de Manuel Homem de Noronha.
Apesar de originário de uma modesta família de pedreiros e trabalhadores agrícolas de Santo Amaro do Pico, o comendador Silveira e Paulo associou-se com quatro dos seus irmãos e formaram uma importante sociedade, proprietária da roça Colónia Açoriana em São Tomé e grandes negociantes de cacau no mercado internacional. Sob a sua direcção e influência, a família conseguiu grande prosperidade económica no negócio iniciado por um irmão mais velho, Domingos Machado da Silveira e Paulo.
João Jorge acabou por assumir a liderança da família, consolidando uma enorme fortuna. Regressou aos Açores, depois de agraciado, no final do século XIX, com uma comenda e o título de fidalgo-cavaleiro da Casa Real. Escolheu fixar-se na cidade de Angra do Heroísmo, tendo para tal adquirido o solar dos Noronhas, junto à igreja da Conceição, que mandou demolir para ali construir o seu palacete.
A construção, dirigida pelo mestre-de-obras micaelense João da Ponte, iniciou-se em Abril de 1900, ficando concluído dois anos depois.
O imóvel permaneceu na posse da família apenas por algumas décadas, já que em 1937 foi comprado pelo Estado e sujeito a obras de reparação e adaptação para o funcionamento da Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo. A escola começou a funcionar no palacete em 1939, ali se mantendo até à sua extinção em 1978. Com a integração da Escola Industrial e Comercial no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, o imóvel passou a acolher o ciclo preparatório, anexo à então formada Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade. A partir do terramoto de 1980, passou também a albergar o Conservatório Regional de Angra do Heroísmo.
O imóvel atingiu um avançado estado de degradação, sendo encerrado em 1999 e entregue à Direcção Regional da Cultura do Governo dos Açores, entidade que procedeu a obras de restauro e adaptação, respeitando a traça original. A partir de 2003, o imóvel é sede daquele departamento governamental e do Centro do Conhecimento dos Açores. A partir de 2008 as instalações escolares existentes no reduto do imóvel foram encerradas, estando em curso o processo de construção no local da nova biblioteca pública de Angra do Heroísmo.

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