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domingo, 3 de setembro de 2023

Forte das Cinco Ribeiras ilha Terceira Açores

 

O Forte das Cinco Ribeiras, também referido como Forte de Nossa Senhora do Pilar e Forte de São Bartolomeu, localiza-se junto ao porto das Cinco Ribeiras, na freguesia das Cinco Ribeiras, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudoeste da ilha Terceira, nos Açores.

Remonta a uma linha de trincheiras, aberta no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto.


O forte terá sido erguido em 1653, por iniciativa da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, como precaução contra um ataque de piratas que, na altura, ameaçaram os mares dos Açores com uma esquadra de 40 a 50 navios.  Eventualmente terá pesado nessa decisão a vontade da Câmara em colaborar com o Governador das Armas na preparação da defesa da ilha para um esperado ataque espanhol ainda à época, no contexto da Guerra da Restauração.



No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Nossa Senhora do Pillar." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado:


"36º - Forte de Nossa Senhora do Pilar. Precisa de se lhe concertar   a porta; tem seis canhoneiras e precisa abrir-se-lhe mais duas. Tem quatro peças de ferro capazes e os seus reparos bons. Precisa duas peças para as duas canhoneiras que se hão-de abrir e para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares."

Encontra-se referido como "29. Forte das sinco Ribeiras citto na freg.ª de S. Barbora junto a N.ª S. do Pillar" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários:


"Carese este Forte a curtina reedificada da parte do Nascente, e o teto da sua caza composto, e todo o Forte hade mister pella parte esterior, raxado, goarnecido e rebocado."

Dele existe alçado e planta ("Forte das Cinco Ribeiras") na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por Joze Rodrigo d'Almeida em 1806".

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que se encontrava incapaz desde longos anos.


O tombo de 1881 deu-o como abandonado e em ruínas, condição em que permanece até aos nossos dias.


Em 1938 foi aberto um processo de devolução do imóvel ao Ministério das Finanças, suspenso em 1941 no contexto da Segunda Guerra Mundial, quando foi guarnecido militarmente. O processo de devolução só se efetivou em 1965.


Atualmente encontra-se abandonado e em ruínas, em precário estado de conservação.



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