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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Quem foi Francisco Afonso de Chaves e Melo na ilha de São Miguel Açores

Francisco Afonso de Chaves e Melo (Ponta Delgada, 1685 — Ponta Delgada, 10 de Dezembro de 1747) foi um historiador e escritor açoriano. É autor da obra "A Margarida Animada".
Era filho de Francisco Afonso Chaves e de sua esposa, Maria Correia de Melo. Descendia de uma das mais antigas famílias micaelense, que enriquecera no comércio e já estava então entre as mais afluentes da ilha. Era trisneto de Leonor de Chaves, uma irmã da venerável Margarida de Chaves. Foi baptizado a 5 de julho de 1665 na igreja de São Pedro de Ponta Delgada.
Desposou Luzia de Arruda Coutinho na igreja de São Pedro de Ponta Delgada, a 21 de abril de 1721. Sucedeu a seu pai como morgado na administração de um conjunto de vínculos. Residia numa quinta da Canada dos Prestes, e tinha a seu cargo a ermida de Santa Margarida de Chaves. Atingiu o posto de capitão das ordenanças da milícia de Rosto de Cão.
Exerceu diversos cargos administrativos e foi juiz e contador da Fazenda Real em Ponta Delgada. No exercício deste cargo foi acusado de violência na retirada de uma pessoa de uma embarcação, tendo estado preso até ser mandado soltar por ordem régia.
A Margarita Animada, cujo nome completo é A Margarita animada; idéa moral, politica e historica de tres estados, discursada na vida da veneravel Margarida de Chaves, natural da cidade de Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel, com a descripçáo da mesma ilha, é uma obra de natureza histórica, de autoria do capitão de Ordenanças Francisco Afonso de Chaves e Melo (1685-1747).


A Margarida Animada

Foi publicada em Lisboa no ano de 1723, na Oficina de António Pedroso Galrão. Embora aparentemente escrita anos antes, com o objectivo
de manter viva a memória da sua venerável antepassada Margarida de Chaves, cujo processo de canonização o autor ainda acalentava reavivar, compreende ainda uma larga compilação de informações históricas sobre a cidade de Ponta Delgada e a sua fundação.
Com uma edição de pequena tiragem, a obra transformou-se numa raridade bibliográfica, até ser reeditada em 1994 pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, com comentário e anotações de Nuno A. Pereira e Hugo Moreira.
A obra apresenta interesse por introduzir dois fatores inéditos na historiografia açoriana:
é a primeira obra de natureza histórica no arquipélago cujo autor não é membro do clero; e
é o primeiro trabalho de natureza temática, pois apenas se dedica à biografia da religiosa e à cidade de Ponta Delgada.

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