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quinta-feira, 22 de junho de 2023

Gil Montalverne de Sequeira

 


Gil Montalverne de Sequeira  nasceu em Óbidos (Pará) a  27 de Junho de 1859  e faleceu em Ponta Delgada a  10 de Novembro de 1931. Frequentemente grafado como Gil Mont'Alverne de Sequeira, foi um dos mais influentes paladinos do Primeiro Movimento Autonómico dos Açores, do qual resultou a primeira autonomia dos Açores em 1895. Médico e político, desempenhou diversos cargos, entre os quais o de director das Termas das Furnas, reitor do Liceu de Ponta Delgada, deputado às Cortes e procurador à Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada. Foi sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.

Sendo baptizado na respectiva igreja Matriz. Foi filho de Manuel Victor de Sequeira, um açoriano natural da ilha de São Miguel que emigrara para aquele país, e de Joana Elvira Charmouth, aristocrata brasileira de origem irlandesa. A introdução de Mont’Alverne é um pouco ambígua pois se por um lado a origem do nome dever-se-á à relação familiar com frei Agostinho de Mont’Alverne (1629-1725), historiógrafo micaelense e parente da família paterna que viveu no Santuário de La Verna na Toscana, há documentos que apontam para uma possível relação de parentesco com os Tour d’Auvergne.



Viveu até 1874 aos em Óbidos do Pará, altura em que os pais, pessoas abastadas, o enviaram para estudar em Lisboa, onde ficou a viver com parentes. Ao chegar a Lisboa, com 15 anos de idade, mal sabia ler.

Matriculou-se no Colégio Parisiense, então uma das mais reputadas escolas privadas da capital portuguesa, na qual, logo em 1875, passou com distinção o exame de instrução primária, iniciando de imediatos os estudos preparatórios liceais. Estudou em Lisboa até 1878, ano em que se mudou para casa de parentes que residiam na cidade da Horta, Açores. Foi naquela cidade açoriana que, no ano lectivo de 1878/1879, completou o curso geral dos liceus, quatro anos depois de ter iniciado em Lisboa os estudos liceais.


Como no Liceu da Horta não era então ministrado o curso complementar dos liceus, ainda no Outono de 1879 partiu para a cidade do Porto onde se inscreveu na Academia Politécnica com o objectivo de fazer os preparatórios que lhe permitissem matricular-se na Escola Naval, já que então tinha por objectivo seguir uma carreira como oficial de marinha.


Apesar de ter permanecido na ilha do Faial apenas durante cerca de um ano, ainda assim foi um ano relevante, já que foi naquela ilha que se iniciou como publicista, fazendo sair na imprensa local (nos periódicos O Balão e O Civilizador) diversos artigos, nos quais já revelava o seu pendor para a política, criticando as opções em matéria de construções portuárias do governo de Fontes Pereira de Melo. Noutro dos seus artigos elogiava a ciência e progresso, deixando adivinhar o seu talento como polemista.

Durante os dois anos lectivos de 1879/1880 e 1880/1881 residiu no Porto, frequentando com sucesso os estudos preparatórios da Academia. Nesse período desenvolveu a sua vocação para o jornalismo e para a literatura, convivendo com alguns dos mais relevantes jovens intelectuais do tempo, assumindo-se como monárquico ainda que crítico da decadência da monarquia constitucional e do rotativismo político em que havia mergulhado o regime constitucional português.


Naquele período fundou, de parceria com o seu colega de estudos José Leite de Vasconcelos, o periódico O Pantheon, uma revista quinzenal de letras e ciências, que se publicou durante um ano, atraindo a colaboração de jovens autores, como Fialho de Almeida, Maximiano Lemos e Silva Teles, e de alguns dos mais prestigiados intelectuais do tempo, entre os quais Gomes de Amorim, Guerra Junqueiro, Antero de Quental, Gervásio Lobato e Teófilo Braga.


Para além da sua actividade n’O Pantheon, Mont’Alverne de Sequeira colaborou em diversos outros periódicos portuenses e no Era Nova, de Lisboa, e A Província do Pará, da sua terra natal.


Terminados os estudos preparatórios, com 22 anos de idade, decidiu não ingressar na Marinha, optando por uma carreira na medicina. Para isso, no Outono de 1881 mudou-se para Lisboa, onde se matriculou na Escola Médico-Curúrgica. Paralelamente aos estudos de medicina estudou Farmácia, não tendo concluído o curso.



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