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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Alice Augusta Pereira de Melo Maulaz Moderno

 

Alice Augusta Pereira de Melo Maulaz Moderno  nasceu em Paris, 11 de Agosto de 1867  e faleceu  em Ponta Delgada, 20 de Fevereiro de 1946. Mais conhecida por Alice Moderno, foi uma professora, escritora, tradutora, jornalista, publicista e poetisa , que se distinguiu como feminista e activista dos direitos dos animais. Fundou a Sociedade Micaelense Protectora dos Animais, pioneira na protecção dos animais nos Açores. Era fluente em português e francês.


Nascida em Paris, França, a 11 de Agosto de 1867, Alice Augusta Pereira de Melo Maulaz Moderno era filha de Celina Pereira de Melo Maulaz e João Rodrigues Pereira Moderno , ambos portugueses, de origem açoriana, emigrados em França. Nos primeiros meses de idade terá ido alguns meses para a ilha Terceira, a fim de ser baptizada e conhecer os seus avós, e pouco depois, regressado novamente para França. Nove anos depois, em 1876, voltou novamente com os pais à Terceira, onde a família permaneceu até 1883, ano em que se fixou em Ponta Delgada.


Desafiando os costumes conservadores da época, foi a primeira jovem a frequentar o ensino liceal em Ponta Delgada, durante o ano lectivo de 1887/1888, usava cabelo curto, e terá sido uma das primeiras mulheres que fumava em público, na ilha de São Miguel. Desde muito cedo se assumiu como uma mulher emancipada, ficando conhecida como uma das primeiras feministas dos Açores.


Logo no ano em que se fixou em Ponta Delgada publicou a poesia "Morreu!" no periódico Açoriano Oriental (edição de 18 de Setembro de 1883), a que se seguiu em 1886 a publicação de um livro de poemas, intitulado "Aspirações". Em 1892 publicou o seu primeiro romance, intitulado "O Dr. Luís Sandoval", a que se seguiram três peças de teatro e um ensaio. Foi premiada em vários concursos de poesia e alguns dos seus poemas foram traduzidos internacionalmente.


 Trabalhou como professora do ensino particular, ensinando primeiras letras e língua francesa, mas também se dedicou aos negócios da família, trabalhando como comerciante e agente de seguros, o que lhe permitia viajar frequentemente para onde tinha parentes e interesses comerciais.

 Com grande gosto pela escrita e pelo jornalismo, fundou os jornais O Recreio das Salas (1888) e A Folha (1902-1917). Também colaborava em diversos outros periódicos, com artigos originais e traduções do francês, com destaque para o Diário de Anúncios, de que foi directora entre 1892 e 1893.


Republicana e feminista, a partir de 1910, com a implantação da República Portuguesa, passou a participar activamente na vida social e política de Ponta Delgada. Participou activamente na campanha a favor da aprovação da lei do divórcio. Fundou em 1911 a Sociedade Micaelense Protectora dos Animais, a primeira associação dedicada ao bem-estar animal nos Açores. Foi também fundadora do Sindicato Agrícola Micaelense



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