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domingo, 21 de setembro de 2025

As nossas origens


 

Manuel Jacinto Lopes Visconde da Palmeira

 

Manuel Jacinto Lopes  nasceu na vila do Nordeste a  27 de Março de 1844 e faleceu em  Vila Franca do Campo em 1935 ilha de São Miguel Açores. 1.º e único visconde da Palmeira, foi um rico comerciante, benemérito e político açoriano. Entre outros cargos, foi presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo e provedor da Misericórdia daquela vila.

Era filho de Manuel Jacinto Lopes e de Maria Cândida Rosa, sendo baptizado na Igreja Matriz de São Jorge a 27 de Março de 1844. A família era de poucas posses, sendo o pai natural de Rabo de Peixe e a mãe da Vila do Nordeste, localidade onde o casal se fixara.

Ainda adolescente, foi trabalhar como ajudante de caixeiro para Vila Franca do Campo, onde se inseriu na vida comercial local. A 2 de Fevereiro de 1862 abriu o seu próprio estabelecimento, prosperando rapidamente e tornando-se num abastado proprietário de terras e casas e grande produtor de ananás, com estufas próprias.


Adquiriu, por volta de 1872, o Solar da Madre de Deus, em Vila Franca do Campo, que pertencera a Arsénio José Botelho de Gusmão e fora herdado por sua viúva Maria Carlota Moreira da Câmara ,  senhora com quem Manuel Jacinto Lopes casou, na capela do seu novo solar, a 7 de Setembro de 1872. A noiva, que nascera a 16 de Abril de 1813, era 31 anos mais velha que Lopes, não tendo deixado descendência deste ou do anterior casamento.


Já detentor de uma considerável fortuna, envolveu-se na vida cívica e política de Vila Franca do Campo, tendo sido Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, Administrador do concelho (1905) e Presidente da Câmara de Vila Franca do Campo. Serviu ainda de juiz substituto. Na política, foi líder do Partido Regenerador no Concelho, tendo, após a implantação da República Portuguesa, aderido ao Partido Republicano Português.


Recebeu a comenda da Ordem de Cristo em 1889 e o título de Visconde da Palmeira, criado por decreto de 28 de Outubro de 1893, do rei D. Carlos I de Portugal, por uma única vida, não tendo sido renovado.  O título foi acompanhado com o foro de fidalgo cavaleiro da Casa Real e fidalgo de cota de armas, com carta de brasão de armas novas atribuído em 1893. 




A família é como uma árvore


 

Peste bubónica provoca cerca de 7 000 mortos na ilha Terceira Açores

  


O ano de 1599 ficou conhecido como o "ano do mal" já que uma epidemia de "antrazes" (peste bubónica) dizimou boa parte da população da ilha, apenas poupando poucas localidades. 

Foi um dos anos mais trágicos da história da ilha Terceira, encerrando uma época na qual em menos de duas décadas, para além da doença, a guerra, com o terrível saque e mortandade que se seguiu à entrada em Angra das forças castelhanas, e a fome marcaram a sua presença.



segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Como conhecer os seus antepassados


 

Em 1672 ocorreu uma erupção vulcânica no Faial

 1672  a  erupção vulcânica no Faial, que ficou conhecido pelo Vulcão do Cabeço do Fogo . Na noite de 13 de Abril, com cinco sismos seguidos, iniciou-se uma crise sísmica na ilha do Faial. O número de sismos foi crescendo nos dias seguintes até que na noite de 23 para 24 de Abril, num ermo entre a Praia do Norte e os Cedros, se iniciou uma erupção. 


A erupção destruiu algumas casas, recobrindo de lava muitos campos. Os sismos associados produziram grandes danos em casas e igrejas. Dois homens que se aventuraram nas proximidades do centro eruptivo morreram. A Câmara fez voto perpétuo de celebrar no dia de Pentecostes solene cerimónia em honra do Divino Espírito Santo se a erupção parasse. Parte dos sinistrados emigrou para o Maranhão, Brasil.




Em 1614 deu-se a primeira Caída da Praia ilha Terceira Açores

 

1614  deu-se a Primeira Caída da Praia . Os terramotos de 9 de Abril nas Fontinhas e de 24 de Maio na Praia,    um sismo destruiu quase totalmente a freguesia das Fontinhas e provocou grandes danos nas freguesias vizinhas.


 A 24 de Maio um sismo de grande magnitude destruiu quase totalmente as freguesias de Agualva, Vila Nova, Lajes e Santa Cruz da Praia, provocando 200 mortos e muitos feridos. Houve grande movimento da falha norte do graben das Lajes, com o aparecimento de grandes fissuras no solo, grandes desmoronamentos e o abatimento generalizado do terreno na zona do Ramo Grande. Francisco Ferreira Drummond descreve nos Anais da Terceira a Caída da Praia e reconstrução que se lhe seguiu com grande pormenor. Apesar das medidas então tomadas, a reconstrução foi um processo lento e penoso.




quinta-feira, 11 de setembro de 2025

A origem da devoção a Nossa Senhora dos Milagres na freguesia da Serreta ilha Terceira Açores remonta aos finais do século XVII

 

A origem da devoção à Senhora dos Milagres na Serreta remonta aos finais do século XVII, quando o padre Isidro Fagundes Machado (1651–1701)  se considerou vítima de injusta perseguição e se refugiou no local chamado Queimado, na região da atual Serreta. Ali, então um dos mais remotos trechos da ilha, ergueu, em cumprimento de um voto, uma pequena ermida, na qual colocou uma pequena imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus (a atual imagem de Nossa Senhora dos Milagres).


O primeiro compromisso para a construção de uma igreja na Serreta data de 13 de Setembro de 1772, quando os irmãos da Confraria dos Escravos de Nossa Senhora se congregaram nas Doze Ribeiras, em casa do vice-vigário Miguel Coelho, para realizar a festa daquele ano. Assentaram na ocasião que se deveria proceder à reedificação da antiga ermida da Virgem, no lugar próprio da Serreta, ficando o padre Rogério José da Silva encarregue do património e os irmãos com a obrigação de contribuírem para a obra. Dando o exemplo, o então capitão-general dos Açores, D. Antão de Almada, abriu a subscrição doando 50$000 réis do seu bolso.

Contudo, apesar do voto solene e da presença de tão ilustres benfeitores, as obras da igreja não arrancaram e, em 1797, decorrido um quarto de século da formulação do voto, nada se fizera. Bernardino José de Sena Freitas afirma:


"Por motivos que nos são ignotos ainda vinte e cinco anos depois daquela deliberação não estava reedificada a ermida, conservando-se a imagem da Senhora dos Milagres na igreja de S. Jorge: e até parece que ou esta devoção esfriara, ou a solenidade esteve interrupta por alguns anos; pois no citado livro desta Irmandade não encontrámos assentos posteriores ao ano de 1782; até que no ano de 1797 se acha um outro voto, não só revalidando o primeiro para perpetuidade da festa anual, começada em 1764, mas obrigando-se os novos irmãos ao cumprimento do assento exarado em 1772, para que de feito se levantasse uma nova ermida na Serreta para nela ser venerada a Senhora dos Milagres."

Este novo fervor parece ter sido suscitado pelos ecos da Revolução Francesa e pela nascente ameaça napoleónica, que prenunciava um clima de guerra na Europa. A nível local, este enquadramento político traduzira-se na determinação para que o capitão-general dos Açores procedesse ao recrutamento de 5 000 jovens açorianos para reforçar o exército real, incumbindo-se desse destacamento o sargento-mor de artilharia da Corte Maximiliano Augusto Chermont. Este recrutamento, que espalhou o receio e a consternação nas ilhas, foi justificado pela rainha D. Maria I de Portugal, em carta datada de 31 de Outubro de 1796 e dirigida ao bispo e outras entidades oficiais, com a necessidade de "conservar ilesa a dignidade do meu real trono, e salvar os meus fiéis vassalos do risco, a que podem ficar sujeitas as suas vidas e propriedades". Entretanto, nem os temores da população e nem o envolvimento da nobreza angrense lograram o cumprimento do voto, e a construção da igreja da Serreta continuou por arrancar.

A obra apenas foi principiada em 1819, por iniciativa do general Francisco António de Araújo, então nomeado capitão-general dos Açores, que para além da devoção à Senhora dos Milagres se apercebeu que o crescimento populacional do lugar exigia templo próprio. Lançada solenemente a primeira pedra, as paredes começaram a ser erguidas, estando a obra em curso quando o mandato daquele capitão-general foi dado por terminado na sequência da nomeação de Francisco de Borja Garção Stockler e da Revolução Liberal do Porto (1820). A instabilidade política que se seguiu levou à paralisação da obra, que permaneceu inacabada durante todo o período da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).

Finalmente, depois de tantos contratempos, José Silvestre Ribeiro, administrador do recém-criado Distrito de Angra do Heroísmo, assumiu a necessidade de se concluir a nova igreja, reiniciando as obras, custeadas com donativos e as esmolas vindos de todos os recantos terceirenses.


O templo, o terceiro na Serreta consagrado à Senhora dos Milagres, ficou concluído em 1842, recebendo a imagem venerada após mais de um século de permanência na igreja de São Jorge das Doze Ribeiras. Para tal, José Silvestre Ribeiro oficiou ao cónego Manuel Correia de Ávila, ouvidor eclesiástico de Angra, para se proceder à abertura ao culto da nova igreja. Sem alçada para decidir, o ouvidor enviou o pedido ao bispo D. Frei Estêvão de Jesus Maria, então residente na ilha de São Miguel devido ao seu apoio aos miguelistas durante a guerra civil, que assentiu.




Ancestors


 

Nossa Senhora dos Milagres e o padre Isidro Fagundes

 

O padre Isidro Fagundes, segundo os registos de baptismo e óbito, nasceu na freguesia de Santa Bárbara na ilha Terceira no ano de 1651 e morreu em 1701 na freguesia da Serreta junto da imagem da virgem e da pequena capela que erigiu na sequência do seu eremitério. Depois da sua morte a imagem, onde já acorriam muitos populares para a venerarem, foi retirada para a Igreja da freguesia das Doze Ribeiras, porque os Romeiros, devido ao relativo abandono em que se encontrava a capela, praticavam ali actos pouco edificantes.


Genealogia / Genealogy


 

Ana Augusta de Castilho


Ana Augusta de Castilho  nasceu na Sé de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores a 16 de Março de 1860  e faleceu em  São Jorge de Arroios, Lisboa a  1 de Dezembro de 1916.  Foi uma professora, escritora, propagandista, maçom, militante republicana, activista feminista e defensora do Pensamento Livre.

Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres, sendo referida em alguns periódicos como "uma das mais prestigiadas defensoras dos direitos das mulheres", tendo integrado vários movimentos e associações feministas, como a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas.


Após a Implantação da República em 1910, mudou-se para Lisboa, residindo na Calçada do Poço dos Mouros, na freguesia de Penha de França, onde começou a exercer como professora e integrou o Grupo das Treze,  um grupo criado com a finalidade de combater a ignorância e o dogmatismo religioso que afectavam a mulher portuguesa e a impediam de obter a emancipação. Este facto viria a proporcionar-lhe a oportunidade para relacionar-se com algumas das mais importantes figuras do activismo republicano e feminista da sociedade portuguesa de então.  Entre essas personalidades destacavam-se as militantes sufragistas Adelaide Cabete, Carolina Beatriz Ângelo, Ana de Castro Osório e Maria Veleda, que a enveredaram na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP) e na luta pelo direito ao voto feminino.


Em 1916, foi iniciada na Maçonaria, na Loja Carolina Ângelo do Grande Oriente Lusitano Unido, com o nome simbólico da padeira de Aljubarrota, Brites de Almeida.



segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Famílias


 

José da Silva Maia

José da Silva Maia  nasceu na ilha Terceira, Açores,  a 9 de Maio de 1857 .  Foi  político e  juiz. 

Foi formado bacharel em direito pela Universidade de Coimbra, e professor provisório do liceu de Angra do Heroísmo desde 1883, e secretário do mesmo liceu desde o falecimento de seu pai, José Francisco Maia, em 1887, professor que foi das línguas francesa e inglesa

Exerceu os cargos de juiz, e 1.° substituto do juiz de direito, na comarca de Angra do Heroísmo. Foi vogal efectivo do conselho de Distrito de Angra do Heroísmo, vogal da Junta Geral de Angra do Heroísmo e vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.




segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Maria Evelina de Sousa


Maria Evelina de Sousa, conhecida como Evelina, nasceu no dia 1 de Janeiro de 1879, em  Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Açores, no então reino de Portugal. Ela frequentou a escola distrital de instrução de professores, fazendo os exames  finais em 1900. 

Em 1904, de Sousa começou a ensinar na escola de Santa Clara e começou a escrever para o jornal O Campeão Escolar, dedicado a assuntos educativos.  

Em 1906, foi viver para casa de Maria Emília Borges de Medeiros que vivia com a sua amiga Alice Moderno desde 1893. Mais tarde, Evelina e Alice  viveram publicamente como um casal, vivendo juntas por mais de 40 anos, apesar do ambiente conservador da altura. 



Nesse mesmo ano, Evelina fundou a Revista Pedagógica, o qual dirigiu e redigiu durante a década seguinte. A revista, publicada entre 1906 e 10916, abordava questões relacionadas com o ensino, temas do interesse dos professores e o trabalho desenvolvido pela organizações feministas que iam surgindo no país. Através dela Evelina divulgava novos métodos pedagógicos, criticava o estado da educação e do ensino nos Açores e no resto do país publicando textos de colaboradores locais e nacionais. A importância deste periódico foi reconhecida pela universidade dos Açores e exercia influência sobre os círculos académicos locais e nacionais. 



Colaborou com o jornal republicano A Pátria, publicado em Ponta Delgada de 1918 a 1925. 

Evelina envolveu-se em inúmeros projectos que tinham como objectivo melhorar a educação e o ensino na ilha. Ao participar nos censos escolares, ela relatou que em 1911 apenas um quarto das crianças em idade escolar, estava inscrita numa das 4 escolas disponíveis. Alertou também que para o facto de o número de professores formados era insuficiente, eram apenas 150 enquanto a população infantil em idade escolar era composta por mais de 6000 crianças de ambos os sexos. 



Estudo dos nossos antepassados


 

José de Avelar de Melo

 


José d'Avellar de Mello  nasceu na ilha do Pico.  Foi o arquitecto  responsável pela reconstrução das igrejas das localidades do Norte Grande, Norte Pequeno, Ribeira Seca e da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, na Vila do Topo, destruídas pelo Mandado de Deus, nome como ficou conhecido na história o sismo e maremoto ocorrido no dia 9 de Julho de 1757 abalou a Ilha de São Jorge e ilhas vizinhas.


Neto de Francisco Rodrigues da Ilha do Pico que em 1664 se deslocou para a vila das Velas a fim de dirigir as obras da Igreja Matriz de São Jorge, acabando por lá se radicar.  Filho de Manuel de Avelar, que foi o arquitecto do edifício da Câmara Municipal de Velas.