terça-feira, 12 de agosto de 2025
Silvina Furtado de Sousa
Silvina Carmen Furtado de Sousa nasceu na Horta a 19 de Janeiro de 1877 e faleceu na Horta a 6 de Setembro de 1973. Conhecida nos meios literários pelo pseudónimo de Iracema, foi uma professora de música e activista cultural que se distinguiu como poetisa.
Nasceu no seio de uma família urbana com importante participação na vida social e cultural local, filha de Virgínia Adelaide Furtado de Sousa e de Cândido Maria de Sousa, funcionário da Alfândega e talentoso amador teatral. O seu tio-avô era José Leal Furtado, consagrado organista e mestre da capela da Matriz da Matriz.
Os pais separaram-se em 1882, quando Silvina tinha 5 anos de idade. Os seus dois irmãos mais novos ficaram a viver com a mãe, mas Silvina acompanhou o pai, que se transferiu para Lisboa para ocupar um lugar de escrivão judicial naquela cidade. A mãe emigraria para o Brasil em 1883, numa separação definitiva, pois jamais retomou o contacto com a filha. Silvina cresceu em Lisboa, onde além de uma sólida cultura literária, estudou piano, pintura e dactilografia. O pai faleceu repentinamente, vítima de tísica pulmonar, no dia em que Silvina fazia 16 anos de idade .
O falecimento do pai forçou o seu regresso à Horta, onde ficou a viver com a família do seu tio José Cândido Bettencourt Furtado. Nunca casaria, mantendo-se sempre na esfera da família Furtado, desenvolvendo uma sentimentalidade que transparece na vasta obra poética que assinaria sob o pseudónimo de Iracema. A partir de 1926 foi funcionária do Banco Fayal, o que fez dela a primeira mulher a trabalhar numa instituição bancária açoriana.
A vasta obra literária de Iracema foi publicando em múltiplos órgãos da imprensa açoriana da época, com destaque para O Telégrafo, A Ordem, Sinos da Aldeia, Correio da Horta, Horta Desportiva, Diário dos Açores, Correio dos Açores, O Dever, Bom Combate e Vigília. Para além da poesia, género em que se destacou, escreveu contos. Também foi autora de muitos artigos em prosa que publicou ao longo da sua longa vida, quase sempre sob o título genérico de Aguarelas.
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Adam Lindsay Gordon nasceu na ilha do Faial Açores
Adam Lindsay Gordon nasceu na cidade da Horta, Faial, Açores a 19 de Outubro de 1833 e faleceu em Brighton, Austrália a 24 de Junho de 1870. Poeta, praticante de desportos equestres e político australiano. Célebre em finais do século XIX e considerado o poeta nacional da Austrália, é autor de baladas cheias de vitalidade e de poemas onde perpassa o romantismo victoriano. É o único poeta australiano com um busto no Poet´s Corner da Abadia de Westminster, em Londres.
Nasceu nos arredores da cidade da Horta, Faial, único rapaz dos cinco filhos do capitão escocês Adam Durnford Gordon, reformado do regimento britânico de cavalaria de Bengala e professor de língua hindustânica, e de sua esposa Harriet Elizabeth Gordon. Os pais eram primos direitos e descendentes de Adam o'Gordon, um aristocrata e militar lembrado numa balada escocesa pelas suas proezas guerreiras. A família vivia numa situação financeira confortável, já que Harriet herdara £20,000, o que lhes permitia viajar. À data do nascimento, o casal encontrava-se nos Açores procurando as vantagens do clima das ilhas na cura de uma afecção pulmonar que afligia a esposa.
Destinado a seguir a carreira militar, em 1848 matriculou-se na Royal Military Academy de Woolwich, que frequentaria de 1848 a 1851. Na academia foi contemporâneo e amigo de Charles George Gordon (com o qual não tinha parentesco, mais tarde conhecido por Gordon de Khartoum) e de Thomas Bland Strange (mais tarde conhecido por Gunner Jingo).
Tendo falhado a tentativa de obter formação militar, regressou a Cheltenham, matriculando-se novamente no Cheltenham College em 1851. Contudo, não permaneceu durante muito tempo na instituição, já que deixou de a frequentar em meados de 1852, embora não se conheça documentação que comprove que foi expulso. Nesse mesmo ano regressou à Royal Worcester Grammar School, mas começava a apresentar sérios problemas de comportamento, contraindo dívidas e levando uma vida que causava grande ansiedade a seus pais.
Esses problemas, e a impossibilidade de obter admissão na carreira militar, levaram o seu pai a forçar a sua ida para a Austrália, ao tempo vista como uma terra de grandes oportunidades. Com o objectivo de procurar um novo princípio para a sua vida, em 1853, com 19 anos de idade, recebeu do pai uma passagem para a Austrália e uma carta de recomendação dirigida a Sir Henry Young, o governador da Austrália do Sul, solicitando a sua admissão na polícia montada daquela colónia.