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domingo, 27 de novembro de 2022

João Alberto de Azevedo Neves

 


João Alberto Pereira de Azevedo Neves  nasceu em Angra do Heroísmo a  12 de Maio de 1877  e faleceu em  Lisboa, a 14 de Abril de 1955 . Mais conhecido por Dr. Azevedo Neves, foi um médico, professor de medicina e político Portugues. Uma carreira notável levou-o, entre muitos outros, a ocupar os cargos de professor de Medicina Legal na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, de reitor da Universidade Técnica de Lisboa, de membro do Conselho Médico-Legal, de vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e de director da Associação Internacional de Estudo do Cancro. Publicou numerosos trabalhos de investigação médica e colaborou na imprensa. Teve intervenção política relevante, chegando a ocupar os cargos deputado às Cortes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Ministro do Comércio e Ministro dos Negócios Estrangeiros.


João Alberto Pereira de Azevedo Neves nasceu na freguesia da Sé (Angra do Heroísmo), filho de João Albertino da Silva Pereira e de Margarida Rosa da Silva Neves. Depois de estudos preparatórios em Angra do Heroísmo, alistou-se em 27 de Outubro de 1897 no Batalhão de Caçadores das Caldas da Rainha, matriculando-se de seguida na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, antecessora da actual Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, na qual se formou a 24 de Abril de 1901, apresentando como tese de licenciatura uma tese intitulada Contribuição para o Estudo do Ovário.


Fez parte da sua formação na Alemanha, onde se especializou em anatomia e medicina legal. Regressado em 1902 a Portugal, foi convidado por Curry Cabral, então enfermeiro-mor do Hospital de São José, para dirigir o novo laboratório de análises clínicas daquele Hospital, cuja primeira secção era a de Anatomia Patológica.


Depois da morte de Câmara Pestana em 1899, a regência da disciplina de Anatomia Patológica tinha transitado para Custódio Maria Cabeça, que ocupou este cargo de 1903 até 1910. Durante esta regência Azevedo Neves foi encarregado da direcção dos trabalhos práticos de Anatomia Patológica e das preparações histológicas para o curso.


Nas eleições gerais de 12 de Fevereiro de 1905 foi eleito deputado pelo círculo de Santiago de Cabo Verde integrado nas listas do Partido Progressista. Prestou juramento nas Cortes a 16 de Agosto desse ano. Apesar de ter integrado a Comissão do Ultramar, não se lhe conhece qualquer intervenção parlamentar.


Quando em 1913 foi contratado um professor italiano, natural de Trieste, Emilio Enrico Franco para leccionar anatomia surgiu uma nova oportunidade para Azevedo Neves assumir o ensino da cadeira, pois de 1915 a 1918 o titular ausentou-se para Itália devido à Grande Guerra.


Durante esta ausência Azevedo Neves regeu a Cadeira, auxiliado por Henrique Parreira. Esta situação manteve-se até ao regresso de Emilio Franco em 1918.

Serviu como médico miliciano até 1909 na reserva territorial, ingressando nesse ano no serviço activo. Foi promovido a capitão em 1917 e a major em 1921. Abandonou o serviço militar em 1926, passando então a exercer as funções de professor da Faculdade de Medicina.


Depois da implantação da República ingressou na Maçonaria, fazendo parte do Triângulo n.º 159, com sede na Amadora, adoptando o nome simbólico de Justitia. Apesar desta adesão maçónica, manteve-se fiel aos ideais da monarquia constitucional e foi elemento destacado da Causa Monárquica.




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