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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Carlos Alberto Nóia Rafael da ilha do Corvo


Nasceu na freguesia e concelho do Corvo, em 29 de Junho de 1952, filho de José Inácio Rafael e de Filomena Isabel Nóia Rafael, ele agricultor e ela doméstica.
Depois de ter concretizado com excelente aproveitamento a Instrução Primária na sua terra natal, aos 15 anos de idade emigrou com os pais para os Estados Unidos da América, tendo-se instalado em New Bedford, Massachusetts.
Embora tivesse passado pela escola americana de New Bedford, onde a família se instalara, aí apenas esteve alguns dias para aprender minimamente o inglês. Esta língua fazia-lhe falta para o adequado entendimento com jovens americanas do seu tempo.
Assim, cedo deu início ao trabalho, tendo começado por uma indústria de linguiça de origem portuguesa, onde permaneceu por pouco tempo. Passou depois por uma fábrica de tecidos, mas atraíam-no os dólares que o pai e outros recebiam nos trabalhos da pesca nos cais da cidade. Pouco tempo depois mudou-se para uma fábrica de descarga e venda de peixe fresco e congelado. Tratava-se de uma grande empresa que comprava e preparava o peixe para vender a consumidores e revendedores, onde entre eles, o maior comprador eram as Forças Armadas Americanas. Entretanto, muda-se para trabalho semelhante da cidade de Boston, onde permanece cerca de três anos.
Volta depois para New Bedford, para a empresa onde estivera anteriormente. Aí, em 1977 já era encarregado de cerca de 60 trabalhadores, que trabalhavam sob a sua orientação ou gestão.
Pouco depois, em 1978, estabeleceu-se, em sociedade, com um italiano e um descendente de portugueses. Essa sociedade viria a fracassar algum tempo depois, por falta de credibilidade associativa.

Deste modo, em 1980, servindo-se de dinheiros emprestados, formou a sua própria empresa. Como obteve sucesso rápido e sólido, foi investindo também em navios de pesca. Neste momento a sua empresa é possuidora de 41 navios de pesca, 12 dos quais se dedicam ao marisco. Emprega cerca de 316 trabalhadores.
Com vista ao futuro, pretende constituir a sua sociedade por quotas ou acções, admitindo a hipótese que um dia possa ter interesse em registá-la num mercado de acções onde estão as maiores e mais credíveis empresas do país.
 Entretanto, em 1977 casou com Conceição Caldas, de origem africana, natural de Cabo Verde, da ilha Brava, de cujo casamento nasceram cinco filhos: Benvindo, Elizabeth, Ivonilde, Stephenie e Sasha. Alguns dos filhos frequentaram estudos universitários, enquanto que outros preferiram dedicar-se, depois do ensino secundário, ao trabalho, alguns deles na própria empresa do pai.
Neste momento Carlos Rafael reside com a família em North Dartmouth, nas proximidades de New Bedford, Massachusetts e é um emigrante de sucesso, graças à sua inteligência, mas também ao trabalho e ao risco dos seus negócios. Fazemos votos para que as suas embarcações de pesca e a sua empresa não tenha sido afectada com o acidente da plataforma petrolífera que recentemente rebentou nas constas marítimas dos Estados Unidos da América.

A família Rafael visita com alguma frequência a ilha do Corvo, onde possui duas casas de habitação, e onde toda a família aprecia fazer as suas férias. Carlos Rafael diz, com certo orgulho, que já encheu com a família um avião “Dornier” da SATA em viagem para o Corvo.
Os filhos, que nasceram todos nos E.U.A., falam três línguas, diz Carlos Rafael com perceptível vaidade: inglês, português e “crioulo”. Todos eles adoram visitar a ilha do Corvo, tal como devem gostar de visitar Cabo Verde, apesar de estarem habituados aos grandes convívios e confortos da América.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Dr. Hélio Flores Brasil o grande homem a quem devemos muito


O Dr. Hélio Flores Brasil, nascido na Ilha Terceira, completou, com elevada
classificação, a sua licenciatura em medicina e cirurgia, no ano de 1950, na Universidade de Coimbra.
Convidado para Assistente, não aceitou essa distinção e veio exercer medicina para a sua terra com o seu tio Dr. Manuel Flores Brasil, junto de quem realizou o seu estágio, ao mesmo tempo que dava continuidade ao serviço de
psiquiatria na Casa de Saúde de S. Rafael, que estava a ser prosseguido pelo também seu tio Dr. Joaquim Bartolomeu Flores.
Na sua longa, persistente e empenhada missão, foi membro da Comissão Instaladora do antigo Hospital de Angra (hoje Hospital de Santo Espírito),
Director do Serviço de Medicina do mesmo Hospital e Director da Casa de Saúde de S. Rafael, durante várias décadas.
Tal era a sua competência que a sua actividade se desenvolveu por um conjunto de especialidades, que foram desde a clínica geral até à cirurgia geral,
passando pela obstetrícia e pela neurologia.

A mestria e distinção com que exerceu a medicina, valeram-lhe o reconhecimento, não apenas ao nível açoriano, mas também a nível nacional, mas apesar disso, sempre foi um homem reservado e modesto.
O também médico e distinto professor universitário Abel Salazar disse um dia
 que “um médico que só medicina sabe, nem medicina sabe”. Realmente todos os que privaram e trabalharam com o Dr. Hélio Brasil reconhecem que se tratava, muito para além do especialista, de uma pessoa extremamente culta,
com uma inteligência fora do comum, senhor de senso clínico invulgar, que granjeou a consideração dos colegas, a veneração de todos os que com ele
trabalharam e o profundo respeito e admiração de todos os seus doentes.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Actriz Lília Cabral de descendência Açoriana


Lília Cabral (Lília Cabral Bertolli Figueiredo), de descendência açoriana por parte da mãe, natural da ilha de S.Miguel –Açores e italiana pela via paterna, nasceu a 13 de Julho de 1955, em S. Paulo, Brasil.
Iniciou a sua carreira de actriz actuando, pela primeira vez, no teatro com a peça “Feliz Ano Novo”, baseada na obra de Marcelo Rubens Paiva.
Em 1981, estreou-se como actriz televisiva, com a telenovela “Os Adolescentes”, produzida pela Rede Bandeirantes.
Três anos depois, transferiu-se para a Rede Globo, onde permanece até à actualidade, para participar em “Corpo a Corpo”.
Em 1989, participou na telenovela de grande sucesso “Tieta” onde interpretou a personagem de Amorzinho.
Em 1995, participou em diversas séries como “História de Amor” e, em 1998, integrou o elenco de “Anjo Mau”.
No ano seguinte, protagonizou a personagem da mãe de Tati em “Malhação”.
Em 2000, desempenhou o papel de Ingrid em “Laços de Família”. Nos dois anos seguintes, participou em “Estrela Guia” e, posteriormente, em “Sabor da Paixão”. Já em 2003, deu vida à personagem da vilã cómica Bárbara em “Chocolate com Pimenta”.

Em 2007, participou em “Páginas da Vida” e, um ano depois, desempenhou o papel de Catarina em “A Favorita”. Por fim, no ano de 2009, entrou em “Diva” e, ainda no mesmo ano, desempenhou o papel da sensível mãe Teresa, na tão célebre telenovela “Viver a Vida”.
Além do vasto leque de telenovelas que fazem parte do seu trabalho também participou em diversas minisséries de grande sucesso, entre as quais “Dona Flor e seus Dois Maridos” em que encarnou a personagem de Violeta.
Em 1999, participou na afamada série brasileira “Malhação” e, em 2002, interpretou a personagem de Hera em “Sítio do Pica-pau Amarelo”. Para além das minisséries, participou em variadíssimos programas especiais e em diversas peças de cinema.
O reconhecimento público da sua grande competência como actriz , fica demonstrado nos muitos prémios que lhe foram atribuídos:
- Em 2006, foi premiada com o Troféu Imprensa, para a categoria de Melhor Actriz, na telenovela “Páginas da Vida”;

- Em 2007, foi distinguida com os prémios APCA, “Prémio Contigo” e um Emmy para a categoria de Melhor Actriz, também em “Páginas da Vida”;
- Em 2008, venceu o Prémio “Qualidade Brasil”, na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante em “A Favorita”;
- Em 2010, venceu o Emmy, também na categoria de Melhor Actriz, na telenovela “Viver a Vida”.
 Em 2012 recebeu o Troféu Imprensa, “Melhores do Ano” e o “Prémio Contigo TV”, como Melhor Actriz, na telenovela “Fina Estampa”. A 20 de maio de 2012, foi convidada para entregar, em Portugal, um dos prémios da XVII Gala dos Globos de Ouro da estação de televisão SIC.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Dr. Viriato Garrett médico, filantropo e cirurgião notável que tratou de muitos Açorianos


Médico e filantropo. Cirurgião notável, inovador e percursor, responsável pela introdução de novas técnicas cirúrgicas em Portugal.
Viriato Machado da Costa Garrett. Nasceu em Mafra e faleceu em Angra do Heroísmo. Estudou em Coimbra, onde fez estudos secundários e onde se licenciou em Medicina e Cirurgia. Chegou à ilha Terceira como militar, durante a II Guerra Mundial; aqui casou e fixou residência.
Embora cirurgião, empenhou-se no combate específico a diversas doenças, entre as quais as infantis, promoveu a vacinação e empenhou-se na difusão da medicina preventiva como medicina social.
Médico militar na Força Aérea, onde atingiu o posto de tenente-coronel, aproveitou os contactos que lhe eram proporcionados para trabalhar com médicos ingleses e americanos e adquirir novos conhecimentos e novas técnicas. A sua actividade havia de o conduzir da cirurgia geral à urológica, à cirurgia
ortopédica e traumatológica e à cirurgia plástica, para tratamento e enxerto de queimados, conhecimentos que usou no tratamento dos grandes feridos evacuados da guerra colonial.
Em Portugal, foi o primeiro médico a executar a artroplastia da anca e o enxerto ósseo posterior da tíbia.
Filantropo, operava gratuitamente sempre que os pacientes não tinham possibilidade de pagar e, trabalhador incansável, chegou a executar 450 operações num só ano, muitas das quais de longa duração.

Numa época em que os congressos médicos eram ainda pouco frequentados por portugueses, deslocava-se amiúde ao estrangeiro, para neles participar e actualizar conhecimentos.
Era membro activo das mais prestigiadas associações internacionais de cirurgiões.
Foi agraciado com diversas condecorações portuguesas e estrangeiras.
O seu espólio, constituído por documentação e fotografias, foi doado pela família à Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Dr. Luís Artur Falcão de Figueiredo Morais de Bettencourt da ilha de Santa Maria Açores

Dr. Luís Artur Falcão de Figueiredo Morais de bettencourt, filho de Artur  Morais Bettencourt e de Maria Figueiredo e Sousa Velho Falcão Morais Bettencourt, nasceu a 3 de Janeiro de 1933 em Vila do Porto ilha de Santa Maria.
Frequentou a escola primária e o curso de liceus, na cidade de Ponta Delgada, tendo -se Licenciado
em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1961.
Foi Assessor Principal do Quadro da Inspecção-Geral do Trabalho/Instituto do Desenvolvimento e Inspecção  Nacional das condições de Trabalho.
Foi Subdelegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência no Distrito de Beja entre 1964 e 1970, data em que iniciou funções como Delegado desse mesmo Instituto no então Distrito de Angra do Heroísmo, exercendo, em regime de acumulação, as funções de Presidente da Caixa de Previdência e Abono de Família do mesmo Distrito e ainda as funções de Juiz do Tribunal do Trabalho.
Foi coordenador do Ministério do Trabalho para a região Autónoma dos Açores, ocupando em 1979 o lugar de Secretário Regional dos Assuntos Sociais na Região.
Durante quatro anos ocupou o lugar de Inspector-Geral do Trabalho, tendo exercido entre 1985 e 1990 as funções de Presidente da Direcção do INATEL, desenvolvido actividades .
Apesar do mérito que o Dr. Luís Falcão ao longo da vida em termos profissionais, considera-se uma das maiores virtudes era a disponibilidade que tinha para ajudar os mais desprotegidos, tendo ajudado muitos açorianos em Lisboa quando ali se deslocavam por motivos de doença.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

David Simas de origens Açorianas esteve na Casa Branca


David é filho de António Simas, do Faial da Terra, São Miguel, Açores, e de Deolinda Matos Simas, de Abela, Alentejo. Os dois portugueses emigraram para Taunton, em Massachusetts, nos anos 1960.
David Simas conta que a morte do seu avô açoriano, Manuel Pereira, aos 96 anos, em Fevereiro deste ano, lhe trouxe muitas recordações.
"No funeral, em Massachusetts, em Taunton, estava pensando como ele começou trabalhando como pedreiro em São Miguel e aqui estou eu, por causa do trabalho que ele fez, por causa do seu sacrifício, trabalhando para o Oresidente dos Estados Unidos", lembrou David Simas.
O político, que tem uma irmã, Melissa, que apresentou o noticiário de um canal afiliado da NBC até 2012, diz que o percurso da sua família "é uma das razões porque este país é um país de oportunidades, um país de trabalho, em que qualquer pessoa pode fazer o que quer."
O político, que tem uma irmã, Melissa, que apresentou o noticiário de um canal afiliado da NBC até 2012, diz que o percurso da sua família "é uma das razões porque este país é um país de oportunidades, um país de trabalho, em que qualquer pessoa pode fazer o que quer."
David Simas é licenciado em Ciência Política e Direito. Tornou-se conhecido na comunidade portuguesa ao exigir às companhias de televisão por cabo que incluíssem a RTP Internacional nos seus pacotes.

Já como advogado, tornou-se colunista de um jornal da comunidade e participou em programas de rádio.
Acabou por ser contratado para o Congresso de Massachusetts e, em 2007, foi nomeado chefe de gabinete do governador Deval Patrick. Há cinco anos, o homem que inventou o slogan "Yes We Can", David Axelrod, convidou-o para a Casa Branca.
Durante a última campanha presidencial, foi director de sondagens dos democratas. Nos primeiros dois anos de mandato de Barack Obama, serviu como assessor do conselheiro David Axelrod.
No ano passado, foi nomeado assessor e conselheiro de Obama na área da comunicação e estratégia. Agora, vai agora tentar garantir o sucesso dos democratas nas eleições intercalares de Novembro para o Senado e a Câmara dos Representantes.
Dizendo-se "honrado por ter a oportunidade de servir o presidente da maneira que ele quiser", Simas explica que vai "supervisionar um escritório cuja responsabilidade é, primeiro, ser o principal ponto de contacto na Casa Branca para o Comité Democrata Nacional e para os grupos políticos locais."
"Em segundo lugar, vou dar ao presidente uma variedade de informação política, tentar determinar o nível de apoio para as suas políticas e prioridades e tentar mante-lo informado do ambiente político no país", acrescenta.
O orgulho que tenho de ser filho de emigrantes é uma coisa de que me lembro todos os dias", diz David Simas, em português.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Queijo Vaquinha de João Cota


Quando, há quinze anos atrás, começou a produzir o Queijo Vaquinha, João Cota, de 62 anos, natural da freguesia das Cinco Ribeiras, em Angra do Heroísmo, já sabia o que pretendia para a produção da mais antiga marca de queijos da ilha Terceira: uma fábrica que, além da manufactura, trabalha a arte de bem receber. Uma máxima que tanto se aplica à comunidade onde se insere, às populações locais que compram e saboreiam o queijo no local, como aos turistas e estrangeiros cujos circuitos de visitação já incluem de forma habitual, uma paragem na Fábrica do Queijo Vaquinha, associada da GRATER.
Isto porque, explica o proprietário, além da produção da fábrica para venda em diversos estabelecimentos comerciais na ilha e fora dela, hoje a marca está virada para o turismo. Um intuito que foi assim planeado e concretizado: “já na altura, quando fizemos investimentos, pensámos que seria usado também para quem nos visita, para os turistas”.
É por isso que, anos mais tarde, em 2002, decide investir não só na modernização da fábrica, como na ampliação da sala de visitação e de provas para apostar nos momentos de degustação e de convívio in loco. Um investimento co-financiado pelo PRORURAL/FEADER, apoiado por via da GRATER, no valor de 54 mil euros.
Uma estratégia, conta, comercial e a pensar o futuro: “se estivéssemos só a produzir queijo, o negócio não se justificaria”.

Daí que nas épocas altas do Verão, acrescenta, “90 por cento do nosso queijo é levado pelos turistas e vendida aqui”. No restante ano, a venda do Queijo Vaquinha acontece em estabelecimentos comerciais, desde as grandes superfícies aos pequenos mercados e lojas.
Nos Açores, os produtos Vaquinha chegam às ilhas de São Miguel e Faial. Fora das ilhas, os produtos são vendidos em Lisboa, através do “Espaço Açores – Tradição & Gourmet”, localizado na baixa da capital: “duas vezes por mês, estamos enviando queijo para Lisboa”.
João Cota diz que lhe interessa o mercado nacional e o da Madeira e, não fossem os custos relacionados com o transporte, essa intenção já estaria mais rapidamente concretizada e implementada além-lhas.
Para já, adianta, estão estabelecidos contactos com uma grande superfície no arquipélago vizinho. Uma oportunidade de negócio que a empresa familiar vê com bons olhos. Até porque, acrescenta, parecem existir semelhanças nos paladares insulares: “os madeirenses que nos visitam gostam muito do nosso queijo e levam muito queijo consigo”.
Além de pretender, de forma tranquila, conquistar outros mercados, o empresário refere necessitar, com mais premência, de aumentar a zona de visitação: “a sala já está a ficar pequena”
Pequena é igualmente a estrutura humana que sustenta esta conhecida marca terceirense. A empresa familiar não poderia ser mais … familiar. A trabalhar ao lado de João Costa está, não só a esposa, como os dois filhos do casal e duas cunhadas. Junta-se ainda ao grupo um ou outro ajudante, consoantes as altura do ano, mas o centro deste empreendimento é composto assim por forte ligações familiares.
O empresário, esposo, pai, cunhado diz-se orgulhoso de ter a família unida em torno do Queijo Vaquinha, sobretudo quando se trata dos filhos que darão continuidade ao seu trabalho: “quem é que não se sentia orgulhoso?”., não deixe de salientar, é o horário de abertura: “estamos abertos todos os dias, ou seja, 365 dias por ano, das 10H00 às 22H00. Como nós, só os chineses!”.

Actualmente a marca Queijo Vaquinha é composta por cinco tipos de queijos: o Vaquinha Tradicional (em formato barra); o Vaquinha Ilha Terceira Pequeno; o Vaquinha Picante; o Vaquinha Ilha Terceira Grande (tipo ilha); e o Vaquinha Fresco do dia.
Além dos queijos, a empresa lançou em 2010 uma gama de iogurtes, sendo actualmente composta por dez sabores.
Como novidade a explorar, mas ainda sem data de lançamento, está a criação do Queijo Vaquinha Fundido. Um produto que, refere o empresário João Cota, poderá ter grande aceitação, não só pelo selo de garantia do sabor do queijo Vaquinha, como por não existirem muitos produtos de fabrico local do género no mercado.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Ex Presidente do Brasil Getúlio Dornelles Vargas com origens nos Açores

Getúlio Dornelles Vargas  (São Borja, 19 de Abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de Agosto de 1954) foi um advogado e político brasileiro, líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo seu 13º e último presidente, Washington Luís, e, impedindo a posse do presidente eleito em 1 de Março de 1930, Júlio Prestes.
Foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro período foi de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como presidente-ditador, durante o Estado Novo nota  implantado após um golpe de estado.
No segundo período, em que foi eleito por voto directo, Getúlio governou o Brasil como presidente da república, por 3 anos e meio: de 31 de Janeiro de 1951 até 24 de Agosto de 1954, quando suicidou.
Nasceu em 19 de Abril de 1882, no interior do Rio Grande do Sul, no município de São Borja (fronteira com a Argentina), filho de Manuel do Nascimento Vargas e de Cândida Francisca Dornelles Vargas. Na juventude, alterou alguns documentos, para fazer constar o ano de nascimento como 1883. Este fato somente foi descoberto nas comemorações do centenário de nascimento, quando, verificando-se os livros de registos de baptismos da Paróquia de São Francisco de Borja, descobriu-se que Getúlio nasceu em 1882,

constando no seu assento de baptismo. A Revista do Globo, que fez uma série de entrevistas com Getúlio, em 1950, antes da campanha eleitoral, contou que Getúlio corrigiu os repórteres dizendo que nasceu em 1883.
Getúlio Vargas provém de uma tradicional família da zona rural da fronteira com a Argentina. Os Vargas são originários da ilha do Faial no Arquipélago dos Açores como a maioria das famílias povoadoras do Rio Grande do Sul que emigraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Uma genealogia detalhada de Getúlio Vargas foi escrita pelo genealogista Aurélio Porto, Getúlio Vargas à luz da Genealogia, publicada pelo Instituto Genealógico Brasileiro em 1943.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O Visconde que partiu da ilha Terceira para o Brasil


José Coelho Pamplona (Porto Martins, 24 de Abril de 1843 – São Paulo, 28 de Junho de 1906), primeiro e único visconde de Porto Martim, foi um industrial e financeiro de origem açoriana, radicado em São Paulo, Brasil, que exerceu uma importante influência na sua terra natal através de importantes investimentos em prol da comunidade. A sua actividade filantrópica estendeu-se ao Brasil, onde foi mecenas de diversos artistas. Está ligado à abertura da Avenida Paulista, em São Paulo, e a importantes investimentos imobiliários e industriais naquela cidade.
José Coelho Pamplona nasceu a 24 de Abril de 1843 no lugar de Porto Martim, então parte da freguesia do Cabo da Praia, hoje freguesia de Porto Martins, no sueste da ilha Terceira, Açores. Descendente de uma das mais antigas famílias da ilha, nasceu do segundo casamento de seu pai, quando este já tinha idade avançada. A família desde há muito que mantinha relacionamento estreito com o Brasil, pelo que José Coelho Pamplona tinha fixados no Rio de Janeiro dois meio-irmãos muito mais velhos, os quais tinham enriquecido pela exploração de uma pedreira. Assim, aos 13 anos parte para o Rio de Janeiro, juntando-se a seus irmãos.

Casou com Maria Vieira Paim. Em 1874, mudou-se para a cidade de São Paulo, tendo aí fundado uma fábrica de sabão, ceras e óleos vegetais, amealhando grande fortuna.
Existe um excelente retrato a óleo do visconde de Porto Martim, de autoria do pintor brasileiro Óscar Pereira da Silva, obra de grande valor artístico e perfeição técnica.
José Coelho Pamplona recebeu o título de Visconde de Porto Martim, criado pelo rei D. Carlos I de Portugal, por Decreto de 24 de Agosto de 1905.
José Coelho Pamplona é lembrado pelo topónimo Rua Pamplona no distrito Jardim Paulista da cidade de São Paulo. O nome daquela rua, que começa na Bela Vista e termina no Jardim Paulista, foi oficializado em 1916. A Rua Luís Coelho, situada nas imediações, é uma homenagem ao filho do visconde.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hélio Costa o popular taxista de profissão e escritor de temas populares para as Danças de Pandeiro e bailinhos

O popular Hélio Costa, taxista de profissão e escritor de temas populares para as Danças de Pandeiro e bailinhos já escreveu 19 enredos para diferentes comunidades imigrantes de Terceirenses residentes na América do Norte. Nos últimos anos, as comunidades imigradas na Califórnia tem demonstrado um interesse crescente pela organização do Entrudo Tradicional da Ilha Terceira pelo que tem aumentado o número de grupos que se organizam.
Exemplo desta dinâmica é o facto de Hélio Costa ter escrito a maioria dos textos para grupos sediados na costa Oeste, que nos últimos cinco anos tem sofrido um significativo aumento.
A Califórnia é uma das zonas de fixação de grande número de imigrantes oriundos da ilha Terceira e, também, uma das comunidades imigrantes mais bem sucedidas das diversas comunidades portuguesas residentes no estrangeiro.

De forma espontânea, como tem sido o Carnaval originário na ilha Terceira, este tipo de manifestação tem vindo a aumentar e a tendência é um crescimento que poderá ultrapassar o número de grupos que desfilam nos palcos da ilha Terceira durante os três dias de Carnaval.
Naturalmente que este fenómeno poderá não se desenvolver muito mais devido à diminuição da emigração dos Açores, particularmente da ilha Terceira, para a América do Norte.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

José Christiano de Freitas Henrique Júnior o Açoriano que ganhou medalhas de ouro


José Christiano de Freitas Henrique Júnior nasceu em 1832, na ilha das Flores, Açores.
Em 1855, emigrou para o Brasil, fixando-se em Maceió, onde começou a trabalhar como fotógrafo. Algum tempo depois, Christiano Júnior, como ficou conhecido, mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com Fernando António de Miranda no Estúdio Photografia do Comércio. Entre 1866 e 1875, tornou-se sócio de Bernardo Pacheco, na firma Christiano Jr. & Pacheco. Naquela época, retratou pessoas de origem africana, escravas ou libertas, relevando as características faciais. Além destas actividades, o seu estúdio comercializava retratos em vidro, reproduções de gravuras, paisagens para estereoscópio, fotografias ampliadas sobre lenços, porcelana e marfins, cartões de visita para monarcas, militares, entre outros.

Em 1866, conquistou a medalha de bronze na Exposição Nacional do Rio de Janeiro. No final da década de 60, mudou-se para Buenos Aires, Argentina, onde manteve dois estúdios. Alguns anos depois, em 1871, conquistou as Medalhas de Ouro na Exposição Nacional de Córdoba e na Exposição Científica de Buenos Aires, em 1876. Ainda neste mesmo ano e, também, em 1877, publicou duas edições dos álbuns “Vistas e Costumbres de la Republica Argentina”.
Em finais de 1870, vendeu o seu estúdio e o seu arquivo de negativos fotográficos ao fotógrafo inglês Alexandro S. Witcomb.

Faleceu em Assunção, Paraguai, em 1902.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Flávio Azeredo recebeu o prémio Fernando Pessoa

Flávio António de Azeredo nasceu a 15 de Julho
de 1963, na cidade de Montenegro, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
De ascendência açoriana, é detentor de uma licenciatura plena em Educação Física pela Universidade da Santa Cruz do Sul e de um mestrado em Performance Artística – Dança, pela Universidade Técnica de Lisboa. O título da tese de mestrado é “Rituais Coreográficos Açorianos: a tradição dos povos do grupo central das ilhas.”
É professor de dança e proprietário da empresa Dança e Cia. Ao longo da sua carreira já participou em vários eventos, como o “Danças e Voltas com Sentido e Memória”, realizado em 2010, nos Açores, no Carnaval do Rio de Janeiro (2009), no “Sinfonia para um Vulcão”, Açores, 2008, no Festival de dança Contemporânea de Almada, em 2006, entre outros.
Entre os vários prémios que já recebeu destacam-se o de Fernando Pessoa, atribuído pelo Instituto Cultural Português, em 2007, e a distinção de Profissional do Ano 2010, na categoria Professor de Dança, pelo jornal Ibia.

sábado, 14 de janeiro de 2017

A Açoriana que trabalhou em limpezas e hoje está no topo da Johnson & Johnson


Filha de imigrantes da ilha de São Jorge e de São Miguel, que vieram para os Estados Unidos em 1969, Lúcia foi este mês, aos 41 anos, nomeada vice-presidente de Tecnologias de Informação da multinacional Johnson & Johnson.
A sua ascensão no mundo dos negócios começou quando ainda estudava na universidade e trabalhava em vários locais para pagar os estudos.
"Um dos trabalhos que fiz foi ajudar a minha mãe a limpar casas. Um dia estava a falar com o Sr. Casey, cuja casa estava a limpar, e ele interessou-se pelo que eu estudava e o que queria fazer. Ele trabalhava na Fujitsu América, que estava a lançar uma divisão interactiva. Naquela altura, quase nenhuma empresa tinha um site e fui contratada para aprender a programar HTML", lembra.
Aos poucos, foi aprendendo mais sobre tecnologia e decidiu construir a sua carreira nesta área. "Foi como aprender mais uma língua. Apaixonei-me por ela no meio da excitação do Sillicon Valley e do seu espírito inovador", garante.
Lúcia começou por licenciar-se em línguas estrangeiras, na Universidade de San Jose, completou um mestrado em literatura na Universidade de Santa Cruz, e quando se voltou para a área dos negócios completou um MBA na Universidade de San Jose e procurou formação adicional em Harvard.
"Nunca procurei títulos. Procurei desafios, áreas em que podia expandir a minha aprendizagem e adquirir mais responsabilidade. Sempre gostei de dar forma a negócios e, com a minha experiência em tecnologia, esta posição é ideal para as minhas aspirações", explica à agência Lusa.
Quando Lúcia decidiu juntar-se à Johnson & Johnson, em 2002, fê-lo porque a companhia lhe "dava a oportunidade de juntar tecnologia com cuidados de saúde de formas que não eram possíveis antes da era da internet".

"Gosto de criar possibilidades onde outros acreditam que elas não existem. Gosto da ideia de dar a uma mãe e a um pai mais tempo com as suas crianças e entusiasma-me a possibilidade de mais pessoas terem acesso a cuidados de qualidade. Acredito que áreas como análise estatística avançada, tecnologia social e ferramentas móveis podem trazer oportunidades que não tínhamos antes", explica.
A multinacional é mais conhecida em Portugal pela sua linha de cuidados para bebé, incluindo o champô, mas a multinacional, que faturou 74.3 mil milhões de dólares no ano passado (cerca de 70 mil milhões de euros) e está presente em 175 países, tem uma vasta área de negócios ligados à tecnologia e saúde, que inclui medicamentos e material médico.
A liderança da empresa diz que a gestora foi escolhida por ter "um misto de capacidades tecnológicas, de estratégia e de execução."
Lúcia cresceu no norte da Califórnia, onde existe uma grande comunidade de imigrantes açorianos, e visita Portugal, onde passou a sua lua-de-mel, sempre que pode.
"Os meus pais sempre falaram português em casa com os cinco filhos. Crescemos a perceber a nossa língua nativa e a ter um gosto profundo por Portugal, a sua história e as nossas raízes", explicou à Lusa.

Em casa, a gestora só fala português com as duas filhas.
"Quando entrei na creche, não sabia falar inglês, apesar de ter nascido no país e sempre ter vivido nele. Mas as crianças aprendem línguas extremamente rápido e algumas semanas depois de começar a escola já sabia inglês suficiente para lidar com os meus colegas", garante.
A luso-americana acredita que ter nascido numa família de imigrantes foi determinante no seu percurso.

Cortesia I LOVE AÇORES

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Há 55 anos um jovem açoriano viajou no trem de aterragem de um avião para chegar à América.

Numa noite de lua cheia, a 9 de Setembro de 1960, Daniel Melo avista o Lockheed Super Constellation que se prepara para levantar voo no extremo da pista principal do aeroporto internacional de Santa Maria. A aeronave das linhas aéreas venezuelanas, um quadrimotor a hélice, reconhecível pelo leme triplo, aquece os motores para descolar rumo a Caracas, via Bermuda. Daniel, de apenas 16 anos, corre pela pista e sobe para o compartimento do trem de aterragem dianteiro. Depois de algumas tentativas falhadas, está em andamento o plano de atravessar o Atlântico e
cumprir o objectivo final de chegar à América — como passageiro clandestino.
Daniel Melo, de baixa estatura, tenta ajeitar-se no compartimento exíguo, enquanto o avião atinge a velocidade de descolagem. O piloto da LAV (Línea Aeropostal Venezolana) faz subir o trem de aterragem. O equipamento hidráulico comprime o passageiro contra a parede de metal, a poucos centímetros da roda em circulação. O movimento repete-se meia dúzia de vezes, porque as portas do compartimento não fecham devidamente. De cada vez que o trem sobe, Daniel Melo quase sufoca. Quando o alçapão se fecha, Daniel abre uma porta interior para a área electrónica e hidráulica do avião - o que terá feito a diferença entre a vida e a morte.

Daniel Correia Melo nasceu a 22 de novembro de 1943 nas Furnas, na ilha de São Miguel, num meio familiar humilde. Em 1950, com apenas sete anos, acompanhou os pais e dois irmãos quando a família se mudou para Santa Maria. O aeroporto internacional, construído pelos norte-americanos como base militar, no final da II Guerra Mundial, estava no auge da actividade enquanto importante ponto de ligação entre a Europa e as Américas, onde as grandes companhias aéreas faziam escalas para reabastecimento nos voos intercontinentais. A família morava no Bairro Operário e o pai trabalhava no cinema do Aeroporto — onde Daniel via os filmes de Hollywood que o faziam querer procurar uma vida melhor na terra das oportunidades.
O planeamento da viagem começou aos 14 anos — Daniel aprendia o ofício de carpinteiro nas oficinas do Aeroporto e já ouvira relatos de tentativas semelhantes, nos aviões militares que partiam da Base das Lajes, na Terceira. Observou de perto os diferentes tipos de aeronaves, quando fazia incursões pela placa com os amigos, às escondidas da polícia. Escolheu o avião, a companhia aérea e o destino. "O meu plano foi perfeito", recordou ao jornal Portuguese Times, de New Bedford, duas décadas depois da viagem. "Sempre gostei de aventura."

cortesia I love azores