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segunda-feira, 29 de maio de 2023

A bandeira dos Açores

 


A bandeira dos Açores foi aprovada pelo Decreto Regional n.º 4/79/A, de 10 de Abril, e regulamentada pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 13/79/A, de 18 de Maio. Corresponde, com pequenas alterações de estilização, à primeira bandeira da autonomia hasteada pela primeira vez por José Maria Raposo do Amaral, em Novembro de 1876, na casa do Monte, em Ginetes, na ilha de São Miguel.


Nos termos do artigo 2.º do diploma legal que a aprovou , a bandeira dos Açores tem a seguinte descrição vexilológica:


A bandeira tem a forma rectangular, sendo o seu comprimento uma vez e meia a altura.


A bandeira é partida de azul-escuro e branco.


A divisão do lado da haste tem dois quintos (40%) do seu comprimento, tendo a outra divisão três quintos (60%).


Ao centro, sobre a linha divisória, tem um açor voante, de forma naturalista estilizada, de oiro.


Por cima do açor, e em semicírculo, tem nove estrelas iguais, de oiro, com cinco raios.


Junto da haste, no canto superior, tem o escudo nacional português.


As cores que são as mesmas da bandeira da monarquia liberal portuguesa que foi aprovada por decreto de 18 de Outubro de 1830, assinado em Angra, onde então estava instalada a Regência do Reino. Aquela bandeira foi hasteada pela primeira vez no Castelo de São João Baptista do Monte Brasil, da cidade de Angra ainda nesse ano. A primeira bandeira hasteada, e que se conserva no Museu de Angra do Heroísmo, diz-se ter sido bordada pessoalmente pela rainha D. Maria II de Portugal.



Na bandeira dos Açores, para além do escudete português, simbolizando a ligação do arquipélago e dos açorianos a Portugal, foi incluído um açor, ave associada ao nome do arquipélago, e nove estrelas de cinco raios que simbolizam as nove ilhas habitadas que compõem o arquipélago.


O desenho oficial da bandeira foi publicado em anexo ao Decreto Regulamentar Regional n.º 13/79/A, de 18 de Maio[4], tendo-se optado pela utilização na parte azul-escuro da bandeira do designado azul ultramarino.


A bandeira dos Açores foi oficialmente hasteada pela primeira vez a 12 de Abril de 1979 nas sedes dos departamentos da administração regional autónoma, havendo nessa tarde o encerramento de todos os serviços oficiais (Despacho Normativo n.º 21/79, de 12 de Abril; e Despacho Normativo n.º 22/79, de 12 de Abril).




domingo, 28 de maio de 2023

Madre Margarida do Apocalipse

 


Madre Margarida do Apocalipse nasceu na ilha açoriana de São Miguel, na freguesia da Conceição, no concelho da Ribeira Grande, em 1779.


Tal como aconteceu com muitas filhas de famílias abastadas, como era o caso dela, é destinada à vida religiosa. Entra para o Convento do Santo Nome de Jesus da Ribeira Grande em 1800, onde toma o hábito de freira da Ordem das Clarissas e passa a chamar-se Madre Margarida do Apocalipse.  É também durante este período que é reconhecido o seu talento para fazer flores artificiais, chegando a enviar um ramalhete para da rainha Dona Maria II.


Permanece no convento 32 anos, do qual é obrigada a sair devido à extinção das ordens religiosas, que nos Açores ocorre em 1832, por decreto de Dom Pedro IV.



Após deixar o convento, permanece em Ribeira Grande e dedica-se ao culto de São João Evangelista e à criação do Arcano Místico, ficando a sua casa conhecida como a Casa do Arcano, actualmente casa-museu.


Morre no dia 6 de Maio de 1858.  Deixa em testamento o Arcano Místico à Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz da Ribeira Grande, também conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Estrela.


Madre Margarida do Apocalipse levou 27 anos criar o Arcano Místico com o objectivo de louvar a deus e entreter.



Este é composto por mais de 3000 esculturas que ela moldou à mão e distribuíu por 92 quadros que representam acontecimentos biblícos do velho e novo testamento, apenas o do juízo final ficou por concluir.  Os quadros encontram-se reunidos numa vitrina de madeira e vidro e distribuídos pelos 3 niveis que a compoem.


Para moldar os santos, arcanjos, anjos, rainhas, animais e outras pequenas figuras, ela utilizou uma massa composta por farinha de arroz, farinha de trigo, vidro moído, gelatina animal e goma arábica.


Em 2009, o Governo Regional dos Açores reconheceu a sua importância cultural, artística, identitária classificando-o como Tesouro Regional. Três anos mais tarde, em 2012, o seu processo de restauro, conservação e musealização foi premiado pela Fundação Calouste Gulbenkian com o Prémio Vilalva.




terça-feira, 23 de maio de 2023

Manuel Machado

Manuel Machado (Manuel Machado Godinho Jr.) nasceu a 7 de Julho de 1932, nas Lajes, Ilha Terceira – Açores, onde iniciou os seus estudos. Foi funcionário da Força Aérea Portuguesa, nos Açores e, posteriormente, em Lisboa, entre 1947 e 1963, data em que decidiu partir para o estrangeiro.

Viveu largos anos em França, na Inglaterra e na Noruega, executando aquilo a que chama múltiplos trabalhos rasteiros e indiferenciados , mas que lhe permitiram frequentar estudos de psicologia étnica e social na École de Hautes Études, em Paris, e trabalhar como funcionário da Biblioteca da Universidade de Oslo, em 1982.


É membro individual da Associação Norueguesa de Escritores e do Centro Norueguês de Escritores. É colaborador de jornais e revistas designadamente da Diáspora portuguesa.

Recebeu o Prémio do "Conto" no concurso organizado, em 1989, pela Secretaria de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas. Colabora, com alguma frequência, na imprensa literária dos Açores e está representado em diversas antologias de autores nas línguas portuguesa e norueguesa, com “Roser e Snö” (Rosas na Neve) e “Et Dusin Trekkfugler” (Uma Dúzia de Aves de Arribação), publicadas em Oslo, em 1988 e 1990, respectivamente.




segunda-feira, 22 de maio de 2023

Quinta da Nasce -Água na ilha Terceira Açores

 


A Quinta da Nasce-Água deve o seu nome à nascente natural de água que se localiza nas proximidades, a norte do núcleo edificado de Angra do Heroísmo.  A propriedade remonta ao tempo do povoamento da ilha, associada a extensos campos de cultivo e vinculada por Rui Dias de Sampaio no século XVI. A sua história posterior conta com marcos importantes: na segunda metade do século XVIII, a quinta é convertida em casa de campo ou "quinta de recreio", cuja opulência não tinha rival na ilha sendo estância ao governador geral dos Açores. 


Nessa altura são criados pomares e hortas, com flores, ervas aromáticas e medicinais, latadas de vinha e passeios. A meados do século XIX o brigadeiro Inácio de Castil Branco transformou a casa em "deleitoso aposento" e o recinto em "recreio do público", construindo nesta fase o lago grande, três jardins em socalco, cada um com uma taça de água. Na quinta seccionada por uma corrente de água, foram instalados dois moinhos e um jardim de buxo, no qual se poderia reconhecer o seu brasão desenhado. A terceira intervenção significativa dá-se em 1899, quando Emídio Lino da Silva adquire a propriedade e constrói a atual casa da quinta, remove o jardim de luxo e outras remanescências e entra no espírito do colecionismo botânico, com plantações de novos exemplares de vegetação exótica.


Aproxima-se, assim, do desenho do jardim atual sendo que, após a morte da sua herdeira, D. Maria Luísa Baldaia, a quinta entra em declínio. Na década de 1980 a sua neta Elisa e o seu marido Jaime Coelho, investiram em obras de restauro, convertendo-a na primeira unidade de Turismo de Habitação dos Açores.


Atualmente é uma unidade hoteleira inserida no jardim romântico do final do séc. XIX com uma pequena mata. À entrada da quinta estende-se um pátio de receção pavimentado com «bagacina» vermelha; a nascente, situam-se as áreas de recreio, a piscina, os espaços ajardinados, os relvados e o pavilhão para a realização de eventos, conjunto de equipamentos recentes, adaptados ao seu atual uso; a poente da casa-Mãe fica o jardim de aparato, composto pelo lago artificial de formas irregulares, em volta do qual se distribui uma profusa vegetação de plantas exóticas e diversos canteiros de flores. Seguindo para norte, as ruas da quinta convergem num amplo largo, enquadrado por plátanos e centrado por uma mesa onde repousa um conjunto escultórico.


( cortesia a Associação Portuguesa dos jardins históricos )




sábado, 20 de maio de 2023

Jacinto Fernandes Gil, 1.º Visconde de Porto Formoso ilha de São Miguel

 

Jacinto Fernandes Gil  nasceu em Ponta Delgada a 21 de Junho de 1821  e faleceu em Ponta Delgada a  29 de Janeiro de 1892.  1.º visconde de Porto Formoso, foi um negociante e grande proprietário na ilha de São Miguel, Açores, que enveredou pela política, tendo sido deputado às Cortes e par do reino. No parlamento destacou-se na defesa dos interesses da economia açoriana e dos grandes proprietários e negociantes micaelenses.


Nasceu na cidade de Ponta Delgada, filho de Joaquim Fernandes Gil, natural da Figueira da Foz, conhecido pelo nome de Capitão Gil, que se fixou em Ponta Delgada no início do século XIX e que enriqueceu no comércio.


Continuou com os negócios iniciados pelo pai e adquiriu vastas propriedades na ilha de São Miguel, onde casou em 1869 com Maria Isabel Álvares Cabral.  Na fase final da vida retirou-se do comércio e fixou residência em Lisboa.

Foi feito fidalgo cavaleiro da Casa Real e agraciado com o grau de comendador da Ordem de Cristo. Por decreto de D. Luís I de Portugal, a 26 de Janeiro de 1871 foi-lhe concedido o título de visconde do Porto Formoso.


Em 1869 foi eleito deputado pelo Partido Regenerador pelo círculo da Ribeira Grande. Em 1882 voltou ao parlamento, desta feita como deputado pelo círculo de Ponta Delgada. Em 1887 foi eleito Par do Reino pelo Distrito de Ponta Delgada.


Foi um grande benemérito, apoiando financeiramente diversas instituições de solidariedade da ilha de São Miguel, à quais entregou sempre os seus rendimentos de deputado.



quinta-feira, 18 de maio de 2023

Frederico Machado

 

Nasceu na cidade da Horta, ilha do Faial. Foi professor universitário e engenheiro, que se distinguiu na investigação vulcanológica dos Açores e da tectónica da Zona de Fractura Açores-Gibraltar.


Licenciou-se em em 1941 em engenharia civil no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. De regresso aos Açores, foi professor de Matemática no Liceu Dr. Manuel de Arriaga e colaborou de 1946-59 com o Serviço Meteorológico dos Açores, revelando-se progressivamente um conceituado investigador nos campos da sismologia e vulcanologia. Sobre estes temas publicou os primeiros trabalhos científicos em revistas da especialidade, sendo notável a sua actividade durante a erupção do Vulcão dos Capelinhos.


Ficaram então célebres, até pelas vidas que terão sido poupadas, os estudos e previsões a que foi chegando e que o levaram a aconselhar o Governador do Distrito da Horta, na altura, que mandasse evacuar de suas casas os habitantes na noite de 12 para 13 de Maio de 1957, antes que os edifícios ruíssem totalmente, o que viria a acontecer.


Entre 1963 a 66, exerceu a sua actividade no actual Centro de Geologia do Instituto de Investigação Tropical, e de 66 a 68, foi Investigador Sénior no Departamento de Geologia e Mineralogia da Universidade de Oxford.




terça-feira, 16 de maio de 2023

Convento de Nossa Senhora da Esperança na ilha de São Miguel Açores

 

A construção da Igreja de Nossa Senhora da Esperança, bem como a do Convento que lhe está anexo, foi iniciada antes de 1535, pelo seu fundador, o capitão donatário Rui Gonçalves da Câmara (o 2º de nome), falecido em 20 de outubro daquele ano. Depois de suspensas por algum tempo, as obras prosseguiram por iniciativa da sua viúva, D. Filipa Coutinho.


De acordo com o cronista Gaspar Frutuoso, em 23 de abril de 1541 ingressaram neste convento as primeiras freiras, vindas do Convento da Caloura, de Água de Pau, que trouxeram consigo a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Esta imagem, na segunda metade do século XVII, seria revelada ao culto, por iniciativa de Madre Teresa da Anunciada.

Segundo Francisco Afonso de Chaves e Melo, no início do século XVIII existiam no convento 102 freiras professas e 67 noviças, pupilas e servas.


Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 39.175, de 17 de abril de 1953.




segunda-feira, 15 de maio de 2023

Teresa da Anunciada

 

A Madre Teresa da Anunciada  nasceu na Ribeira Seca a 25 de Novembro de 1658  e faleceu em  Ponta Delgada a 16 de Maio de 1738. Foi uma freira da Ordem das Clarissas que se celebrizou como iniciadora da devoção ao Santo Cristo dos Milagres na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, hoje a maior festividade religiosa dos Açores. Morreu com fama de santidade, tendo já sido oficialmente declarada como Venerável, decorrendo, no presente, um processo para a sua canonização.

A futura Madre Teresa da Anunciada nasceu e foi baptizada no dia 25 de Novembro de 1658, na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, arrabaldes da então vila da Ribeira Grande. Baptizada Teresa de Jesus, foi a mais nova dos 13 filhos do casal formado por Jerónimo Ledo de Paiva, da Ribeira Seca, e Maria do Rego Quintanilha, da vila do Nordeste.



O pai faleceu a 24 de Janeiro de 1666, após prolongada doença, deixando os filhos mais novos, a cargo da viúva. Por volta de 1670 regressou do Brasil, onde estivera nas missões de evangelização, frei Simão do Rosário, um dos irmãos mais velhos, que ensina as irmãs mais novas a ler. Teresa de Jesus interessa-se então pela literatura religiosa, nomeadamente a vida de santos, e, em particular, pelas Revelações de Santa Brígida.

Pouco dada aos trabalhos domésticos, ao ponto de ser considerada mimosa e de dizer que se inclinava mais a ser Maria para o descanso do que Marta para o trabalho, começou a mostrar grande interesse pelas coisas religiosas, no que seguiu a sua mãe, tida como vidente na Ribeira Grande. Por influências da sua irmã, que lhe conseguiu obter as necessárias licenças, aos 23 anos entrou para o Convento de Nossa Senhora da Esperança, em Ponta Delgada, onde iniciou o seu noviciado a 19 de Novembro de 1681 e recebe o véu de noviça a 20 de Junho de 1682.


No Convento de Nossa Senhora da Esperança desenvolve uma forte devoção por uma imagem de Cristo, no passo Ecce Homo, que ali existia, passando a dedicar grande parte do seu tempo à sua adoração. Fez votos solenes a 23 de Julho de 1683 e foi crismada com o nome de Teresa da Anunciada, por sugestão de frei Francisco da Anunciada, seu confessor. A procissão do ingresso de Teresa da Anunciada saiu da igreja de Nossa Senhora da Conceição, dos Franciscanos, com uma luzida procissão que integrava a família, convidados e músicos, acompanhada pelo repicar de sinos das torres das igrejas circunvizinhas.


A partir daí dedica-se ao culto da imagem, passando a alegar que em visões e sonhos Cristo lhe falava, indicando-lhe quais os seus desejos em relação àquele culto e quais as obras e decorações que deviam ser feitos em torno da imagem. Em 1698 terá sido realizada a primeira procissão do Senhor Santo Cristo utilizando a imagem do Ecce Homo do Convento da Esperança.


O culto ganha finalmente grande expressão popular quando em 1713, no auge de uma crise sísmica, a imagem cai ao ocorrer um forte sismo durante uma procissão, sendo tido como milagroso que se não tivesse quebrado e que a crise sísmica tivesse cessado. Após este incidente a imagem ganha o epíteto dos Milagres, passando a procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres a ocupar um dos lugares centrais do calendário religioso micaelense.

O culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres e a respectiva procissão foram crescendo ao longo destes últimos 300 anos, sendo hoje uma festa religiosa que reúne algumas dezenas de milhar de fiéis em cada ano.


Depois de uma vida dedicada à promoção do culto da imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, morreu aos 79 anos, com fama de santidade, a 16 de Maio de 1738.



domingo, 14 de maio de 2023

Pedro Laureano Mendonça da Silveira

 


Pedro Laureano Mendonça da Silveira   nasceu na Fajã Grande a 5 de Setembro de 1922  e faleceu em Lisboa a  13 de Abril de 2003.  Mais conhecido por Pedro da Silveira, foi um poeta, tradutor, crítico literário e investigador, com vasta colaboração dispersa em periódicos e revistas. Fez parte do conselho de redação da revista Seara Nova (até 1974), colaborou nos números 40 e 47 da revista Mundo Literário  (1946-1948) e é autor de várias obras de poesia e de recensão literária, estreando-se com o livro A Ilha e o Mundo (1953). É autor de duas antologias de poetas açorianos, a primeira das quais com um prefácio em que autonomiza a literatura deste arquipélago em relação a todas as outras literaturas de expressão lusófona. Integrou a comissão de gestão Biblioteca Nacional de Lisboa, da qual se aposentou como diretor dos Serviços de Investigação e de Actividades Culturais.

Depois de ter cursado as primeiras letras na sua freguesia natal, na costa oeste da ilha das Flores, período em que demonstrou a sua inteligência e interesse pelas letras, partiu para a Terceira, ilha onde completa sua formação básica e contacta com o corpus mais relevante da literatura lusófona do tempo.



A partir de 1945 transfere-se para Ponta Delgada, cidade onde integra o grupo intelectual que se formou em torno do jornal A Ilha, periódico no qual colabora assiduamente.


Em 1951 muda-se para Lisboa, cidade onde viveria o resto da sua vida. Aí começou por se empregar como delegado de propaganda médica, promovendo produtos farmacêuticos, ao mesmo tempo que inicia um percurso de estudo e investigação histórico-literária que o levaria em 1982 a funcionário da Biblioteca Nacional, da qual se aposentou como diretor dos Serviços de Investigação e Actividades Culturais.


Ao longo do seu percurso intelectual e profissional dedicou-se à crítica literária, à tradução, à criação poética e à investigação de temas da história e etnografia açorianas. Com opiniões pouco conformistas, entre as quais a defesa de um único concelho para a sua ilha natal, foi uma voz incómoda, em geral mal amada pelos poderes instituídos.


Foi um dos promotores da elaboração da Enciclopédia Açoriana, projeto que abraçou com grande entusiasmo. Participou ainda em múltiplos estudos relacionados com a cultura açoriana e em especial com a história e a etnografia da ilha das Flores.







sexta-feira, 12 de maio de 2023

Solar dos Parreiras ilha Terceira Açores

 


O Solar dos Parreiras (à Silveira), é um solar português localizado na ilha açoriana da Terceira, concelho de Angra do Heroísmo, freguesia de São Pedro.

Este solar de apreciáveis dimensões, localizado à Silveira, próximo da Zona Balnear da Silveira, foi sujeito a obras de restauro e manutenção após o terramoto ocorrido em 1 de Janeiro de 1980 que muito o danificou.

Actualmente é umas das Residências Oficiais do Ministro da República para os Açores. Encontra-se já fora dos limites da cidade de Angra embora dentro da freguesia de São Pedro.




quinta-feira, 11 de maio de 2023

Solar Merens de Távora ilha Terceira Açores

 


O Solar Merens de Távora é um solar português, localizado na ilha  Terceira Açores , concelho de Angra do Heroísmo, freguesia de São Mateus da Calheta.


Este solar foi residência da família Távora. Localiza-se próximo ao Forte Grande de São Mateus da Calheta, próximo ao porto piscatório da referida freguesia e junto ao Pico dos Merens.   Este solar encontra-se anexa uma capela.



Família da nobreza da ilha Terceira, conhecida por Merens de Távora, detentora de um Solar com capela na freguesia de São Mateus da Calheta, assim como de vários vínculos.

Teve vários membros notáveis. Foram apoiantes de relevo da causa miguelista na ilha Terceira e mais tarde os seus membros militaram no partido regenerador.


Distinguiu-se principalmente Francisco de Meneses Meireles do Canto e Castro, alto funcionário das alfândegas portuguesas, político, diplomata e jornalista de mérito, que se destacou como crítico literário, e que foi o 1º Visconde de Meireles.Modo de aquisição: doação.



quarta-feira, 10 de maio de 2023

Convento de São Francisco ilha de São Jorge Açores

 

O Convento de São Francisco é um antigo convento português localizado no concelho de Velas, na ilha açoriana de São Jorge.


No espaço físico deste convento actualmente desocupado, mas que fez parte da Ordem dos Frades Franciscanos, funciona o Centro de Saúde de Velas. Trata-se de uma construção do século XVII.



Deste convento fez parte a Igreja de Nossa Senhora da Conceição que foi edificada no século XVII, tal como o convento a que pertencia. No seu interior é de especial destaque a imagem flamenga de Brás de Sebaste que recua ao século XVI.



terça-feira, 9 de maio de 2023

Maria de Lurdes Brasil Serpa é professora catedrática e investigadora na Lesley University, Cambridge, Massachussetts

 


Maria de Lurdes Serpa nasceu na ilha de São Jorge  Açores.

Especializou-se em educação e formação de professores nos EUA. Actualmente, é professora catedrática e investigadora na Lesley University, Cambridge, Massachussetts. O seu trabalho é reconhecido nos EUA e internacionalmente, tendo, por isso, recebido os prémios: Lesley University Impact Award; Comenda da Instrução Pública, atribuída pelo Presidente da República Portuguesa; Massachussetts Teacher Association-Creative Leadership in Human Righs Awards; Massachussets Department of Education Award; Ernest Lynton Award for Professional Service AAHE&NERCHE, entre outras distinções.


É conselheira do projecto da “Rede Prestige Azores.




segunda-feira, 8 de maio de 2023

Manuel de Arriaga foi o primeiro presidente eleito da República Portuguesa

 Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue  nasceu na cidade da Horta, Matriz, a 8 de julho de 1840  e faleceu em  Lisboa, Santos-o-Velho a 5 de março de 1917. Foi um advogado, professor, escritor e político português. Grande orador e membro destacado da geração doutrinária do republicanismo português, foi dirigente e um dos principais ideólogos do Partido Republicano Português.  A 24 de agosto de 1911 tornou-se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga. Exerceu aquelas funções até 29 de maio de 1915.



Manuel de Arriaga nasceu na casa do Arco, na freguesia da Matriz, cidade da Horta, ilha do Faial, filho de Sebastião José de Arriaga Brum da Silveira e da sua esposa Maria Cristina Pardal Ramos Caldeira. Pertencente à melhor sociedade faialense, o pai era um dos mais ricos comerciantes da cidade, último administrador do morgadio familiar e grande proprietário. A família, com pretensões aristocráticas, traçava as suas origens até ao flamengo Joss van Aard, um dos povoadores iniciais da ilha. Foi neto do general Sebastião José de Arriaga Brum da Silveira, que se distinguira na Guerra Peninsular, e sobrinho-neto do desembargador Manuel José de Arriaga Brum da Silveira, que em 1821 e 1822 fora deputado pelos Açores às Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa.


Depois de concluídos os estudos preparatórios na cidade da Horta, em 1860 matriculou-se no curso de direito da Universidade de Coimbra, sendo acompanhado pelo seu irmão, José de Arriaga, quatro anos mais novo. Em Coimbra cedo se revelou um aluno brilhante e um orador notável. Aderiu ao positivismo filosófico e ao republicanismo democrático, passando a ser frequentador assíduo das tertúlias filosóficas e políticas, onde se destacava pela sua verve e capacidade argumentativa.




Esta adesão ao ideário republicano, então considerado subversivo, levou a que o pai, monárquico conservador com laivos miguelistas, cortasse relações com o filho, proibindo-lhe o regresso a casa. Nessas circunstâncias foi obrigado a trabalhar para sustentar os seus estudos, e os do irmão, igualmente proscrito pelo pai por adesão a ideologias subversivas. Leccionava inglês como professor particular, aproveitando os bons conhecimentos daquela língua que adquirira na Horta com a preceptora americana contratada pela sua família.  O seu irmão escrevia em diversos jornais de Coimbra e de Lisboa, vindo a revelar-se um polígrafo de mérito.