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quinta-feira, 30 de março de 2023

Manuel José do Conde primeiro e único visconde do Rosário

 



Manuel José do Conde (Guadalupe, 5 de Abril de 1817 — Londres, 6 de Junho de 1897), primeiro e único visconde do Rosário, foi um emigrante açoriano, oriundo da ilha Graciosa, que enriqueceu no Brasil. Tendo começada a vida como padeiro em Salvador (Bahia), conseguiu criar um grande empório comercial que se traduziu numa grande fortuna. Elevado a visconde do Rosário em 1875, acabou por se fixar em Lisboa, onde se ligou às melhores famílias da aristocracia portuguesa. Nunca esqueceu as suas origens, sendo um dos grandes beneméritos da ilha Graciosa, contribuindo generosamente para a Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz e construindo e equipando, à sua custa, uma escola no seu lugar natal da Vitória, Guadalupe, cujo professor pagava.

Manuel José do Conde nasceu no lugar da Vitória, freguesia do Guadalupe, ilha Graciosa, filho mais velho de Teodósio José do Conde e de sua mulher, Maria de Melo Pacheco. Os pais, um casal de pequenos agricultores, teria outros 5 filhos, vivendo uma vida de grande pobreza.

Em 1835, com 18 anos de idade, Manuel José abandonou a ilha clandestinamente, com destino ao Brasil, financiando a viagem, reza a tradição, com a venda de um jumento que possuía.


Não existindo qualquer registo de que lhe tenha sido emitido passaporte, terá saído ilegalmente da ilha e entrado clandestinamente no Brasil. Apenas se sabe que a 3 de Julho de 1838 se apresentou no Consulado de Portugal na Bahia, indocumentado e em situação ilegal, solicitando um passaporte, para o que teve de apresentar abonadores que fizessem prova da sua identidade e naturalidade. Na altura declarou que era padeiro em Salvador, residindo nas Portas da Ribeira. No documento é descrito como de baixa estatura, cabelos louros e olhos claros.


Legalizada a sua situação no Brasil, subiu o vale do rio Paraguaçu, fixando-se na povoação ribeirinha de São Félix onde se empregou numa padaria, propriedade de um dos mais influentes comerciantes locais. No ano seguinte, em 1839, mudou-se para Cachoeira, na margem oposta do rio, povoado que se começava a afirmar como um ponto estratégico no comércio com o interior da região.  Naquela cidade montou, aparentemente com o apoio do ex-patrão de São Félix, uma padaria na Rua de Baixo (hoje Rua 13 de Maio), iniciando, apesar de ser analfabeto, um negócio por conta própria.

Por não saber ler, precisou da assistência de uma jovem, filha (ao que parece ilegítima) do ex-patrão, de nome Eufrosina Ermelinda do Nascimento, com a qual por meados da década de 1840 passou a viver maritalmente. Era Eufrosina quem lia a escrita da empresa e mantinha a correspondência, ao mesmo tempo que foi ensinando Manuel a ler e escrever. Em 1848 tiveram o primeiro dos cinco filhos do casal, e em 1857, já a fixados em Salvador, finalmente casaram.


Eufrosina Ermelinda do Nascimento nascera a 25 de Dezembro de 1828 em Santana, Salvador, registada como filha de Maria Clementina Silva Pimentel e de pai incógnito. Teria ascendência africana e portuguesa.

Entretanto, Manuel José do Conde foi expandindo os seus negócios, passando primeiro por comerciar farinhas, actividade que manteria durante toda a sua vida, mas alargando depois a sua actividade aos negócios de importação e exportação e aos couros. Em 1851 terá visitado a Europa, aparentemente numa viagem de prospecção comercial. Pela mesma altura adquiriu uma ilha no rio Paraguaçu, frente a Cachoeira, hoje denominada ilha da Mata-Onça, onde construiu armazéns.




Já com investimentos significativos em Salvador, em 1853, a família muda-se para aquela cidade, fazendo dela o centro dos seus negócios. Pouco depois, Manuel José já comerciava com Portugal e os Estados Unidos da América e tinha o seu próprio brigue, o Conde, que usava para transportar açúcar e couros para Lisboa, trazendo de volta a Salvador trigo e farinha. Fez-se também accionista de alguns bancos e seguradoras, entrando nos circuitos do grande capital.

A família fixou-se junto à igreja do Rosário, que daria depois o nome ao título do visconde, na zona que hoje é atravessada pela Avenida Sete de Setembro, adquirindo progressivamente múltiplos prédios na vizinhança e alguns armazéns com um molhe anexo (os trapiches) que usava na sua actividade comercial.

Subindo na escala social, a 8 de Janeiro de 1864 foi admitido como irmão da Santa Casa da Misericórdia de Salvador, pagando 100$000 réis, e a 6 de Setembro de 1866 foi feito comendador da Ordem da Rosa.



segunda-feira, 27 de março de 2023

A Capela de Nossa Senhora do Porto do Saco está ligada a D. Júlia Maria da Caridade uma das três irmãs Açorianas

 


Descrição: Localizada às margens do Rio Grande, a origem deste vilarejo, hoje distrito de Carrancas, está ligada a D. Júlia Maria da Caridade, antiga proprietária da Fazenda do Saco, que edificou uma capela feita de pedras dedicada a Nossa Senhora da Conceição, no início do século XVIII e há quem diga que essa acção foi motivada pela aparição de uma imagem da santa às margens desse rio. O Porto do Saco foi importante canal comercial de São João Del Rei antes da ferrovia para o escoamento da produção de ouro da região, desde a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto-MG, até o porto de Paraty-RJ. Após 1879, as terras foram doadas a própria capela e a quem desejasse formar um povoado em torno dela. Esta Capela está tombada pelo Instituto Estadual do Património Histórico e Artístico de Minas Gerais, IEPHA/MG e é considerada o primeiro património municipal de Carrancas. Todos os anos, em Julho, há a Festa de Imaculada Conceição. Em 2012 foi comemorado 300 anos de existência dessa histórica Igreja.


Lugar de estonteante beleza e tranquilidade e com um clima muito agradável durante todas as estações do ano. Durante o inverno o frio não é intenso mantendo os dias com sol e temperatura amena e à noite um friozinho gostoso para dormir. A época das chuvas é por volta de Setembro e Outubro, mas com temperaturas muito agradáveis. O verão é intenso, com sol e temperaturas altas para banho de piscina, na represa e curtir as cachoeiras. Além do atractivo histórico, tanto pela visitação da Capela como pela “prosa” agradabilíssima com antigos moradores, que estão dispostos a nos dar uma verdadeira aula de história. O vilarejo é banhado pela Represa de Camargos, inaugurada em 1961, feita para atender as Usinas Hidrelétricas de Camargos e Itutinga. Com grande potencial náutico para os turistas, é possível trazer lanchas, jet skis, botes e se deliciar com as águas extensas e calmas da represa.


Fonte: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.


Descrição: Uma das atracções culturais da cidade, a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco foi construída provavelmente no início do século XVIII, a mando de Júlia Maria da Caridade, uma das três irmãs ilhoas*.


D. Júlia era proprietária da antiga Fazenda do Saco e devota de Nossa Senhora da Conceição, e há quem diga que a construção da capela tenha sido motivada pela aparição de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição nas margens do rio Grande. A capela fica no distrito de Porto do Saco, que já foi importante canal comercial de São João Del Rei antes da ferrovia. Após 1879, as terras foram doadas à própria capela e às pessoas que desejassem formar um povoado em torno dela.


Hoje em dia é possível visitar a pequena capela branca de janelas azuis e imaginar os costumes do passado ao conversar com os moradores mais antigos, uma verdadeira aula de história. Esta capela está tombada pelo Instituto Estadual do Património Histórico e Artístico de Minas Gerais, IEPHA/MG e é considerada o primeiro património municipal de Carrancas. .


O distrito está a cerca de 30 km de distância da sede do município de Carrancas e é banhado pelo Rio Grande, um dos principais rios de Minas Gerais, hoje represado em um lago chamado Represa dos Camargos, que atrai muitos visitantes nos finais de semana para a prática de desporto  ou para simplesmente relaxarem em suas águas.



*As três Ilhoas: A história das “Três Ilhoas” fala sobre três irmãs naturais da Ilha do Faial, Açores, que vieram para Minas na primeira metade do século XVIII. Vem delas a origem de famílias tradicionais do sul de Minas, como os Rezende, Carvalho, Ribeiro, Andrade, Junqueira, Ferreira, Guimarães, entre outras.


Fonte: Prefeitura Municipal.



domingo, 26 de março de 2023

Ermida de Santo António da Grota na cidade de Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores

 


A Ermida de Santo António da Grota ,  é uma ermida portuguesa localizada no Monte Brasil, ilha Terceira à cidade de Angra do Heroísmo e fez parte da Diocese de Angra do Heroísmo.


Esta ermida foi edificada no Monte Brasil, sendo que para lá se chegar é necessário entrar Fortaleza de São João Baptista pelo Nascente e ultrapassar a casa da guarda na direcção do Monte Brasil propriamente dito.


Aqui encontra-se uma estrada onde está a Ermida de Santo António por proximidade chamada da grota, porque ela realmente lá existiu em tempos recuados. Trata-se de uma ermida simples e modesta, ajudada pelo realce e graça de ficar na encosta do Monte Brasil por entre o denso e verdejante arvoredo.



Segundo informa o Dr. Alfredo da Silva Sampaio, com base em DRUMMOND ("Anais da Ilha Terceira"), esta ermida foi edificada em 1615 pelo então Governador da Fortaleza de São João Baptista, D. Gonçalo Mexia. Sendo esta data também informada por gravura em pedra por cima da porta de entrada.

O motivo que levou à construção desta ermida parece ter sido a devoção do seu fundador por Santo António. Destaca-se no meio do verde, podendo ser vista de grande distância, sendo descrita pelo padre Manuel Luís Maldonado do seguinte modo:


«Na circunvalação do Monte do Facho existe fronteira ao Porto de Angra uma quinta de recreação que se diz a grota em que há uma ermida de Santo António hoje reputada por a mais recreativa de todas as da Ilha, e a ter água nativa não houvera no mundo outra que se lhe avantajasse pelos galanteios com que está ornada a via por onde se comunica composta de uma que se forma em duzentas e tantas colunas inteiras pela frente exterior e outras tantas meias que lhes correspondem sobre as quais se armam as travessas das latadas, de que é composta e o chão calçado de seixo miúdo guarnecido com lajeamento em quartéis que fortificam fixo e permanente.



No pátio, ou adro da ermida, sita em um grotilhão que divide os montes das cruzes e do Facho em razão do qual se impôs a esta quinta o nome de grota, começa uma escada com quatro tabuleiros quadrados com suas pirâmides nos ângulos, em que há degraus de pedra e a superfície de seus contrafortes, povoada toda de plantas de flores de toda a variedade. Esta escada se remata em um jardim onde estão fabricados três chafarizes de chuveiro, e um penhasco de esguichos que chamam lágrimas, e no alto delas duas cisternas nas quais se recolhem as aguas das chuvas do Inverno, e destas por uns alcatrazes e arcas que se fecham e abrem se lançam as águas nos ditos chafarizes que postos em corrente ficam fazendo uma vista tão agradável que todos enleva.´


Nos lados desta obra que correspondeu aos altos da ermida estão dois baluartes correspondentes um ao outro, guarnecidos com suas artilharias em que há dez peças de menor calibre com as quais se fazem as salvos particulares que parece dos governadores»


Esta transcrição leva-nos a saber tudo o que existia à volta da ermida de Santo António, que ficou célebre e chegou até aos nossos dias, tendo no entanto desaparecido a mencionada quinta.


 


Nesta ermida estabeleceu-se e funcionou uma Irmandade composta apenas por militares do castelo, a qual contribuía com a mensalidade de quatro mil reis (moeda da altura) para dispor de um capelão e custear a tresena e festividade do orágo. Esta confraria extinguiu-se em 1768 e, desde 1787, por mandato governamental, essas despesas ficaram a cargo da Fazenda Real, o que até 1822 se observou.


Em 1823 o corregedor opôs-se a que a dita Fazenda Real incumbissem as expensas, do facto resultando que a festa não se realizar nesse ano. Foi o Tenente General Francisco de Borja Garção Stockler, que expondo o caso a D. João VI, consegui o recomeço das celebrações com a dotação régia de trinta e tantos mil reis.




Anos depois a ermida passou a servir de arrecadação, interrompendo-se assim a festividade que era costume realizar-se. Terminadas as lutas liberais, voltaram a realizar-se festas nesta capela, sem no entanto ser com a regularidade dos tempos anteriores.

 Foi o Governador do Castelo, Francisco de Paula Cárceres, quem encontrou a imagem de Santo António na Ermida do Espírito Santo (Angra do Heroísmo), na Rua do Pintor, e resolveu de novo transferi-la para a sua ermida.


 Assim, voltaram a fazer-se festas pelos militares da Fortaleza de São João Baptista durante longos anos, havendo às vezes procissão. O controlo das festas na ermida passou depois à Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo.


 Actualmente a ermida apresenta uma única porta de entrada bastante ampla, vendo-se em cima uma pequena clarabóia de cada lado, na parte interior, encontram-se numerosos e artísticos azulejos representando Santo António a pregar aos peixes e guardando os pássaros.


 Ao fundo está o altar com a imagem de Santo António, vendo-se na capela duas pequenas janelas ou frestas e dois pequenos arcos. Dividindo a ermida encontra-se outro arco mais alto e amplo. Tem ainda uma sacristia do lado direito e duas grandes janelas laterais, tudo remata com um espaçoso adro, donde se desfruta um vasto e belo panorama sobre a cidade de Angra do Heroísmo e várias freguesias rurais.




sexta-feira, 24 de março de 2023

Maria Luísa Soares de Albergaria de Ataíde da Costa Gomes foi uma pintora e intelectual açoriana

 


Maria Luísa Soares de Albergaria de Ataíde da Costa Gomes  nasceu em Ponta Delgada a  6 de Fevereiro de 1911  e faleceu em  Ponta Delgada A  8 de Julho de 1991.  Mais conhecida por Maria Luísa Ataíde, foi uma pintora e intelectual açoriana, ligada ao mundo das artes e ao Museu Carlos Machado, do qual foi directora da Secção de Arte (1955 a 1974), tendo iniciado as salas dedicadas ao brinquedo e à criança, inauguradas em 1963. Dinamizou o projecto de criação de um Museu da Criança, nunca concretizado. Foi mãe da escultora Luísa Constantina.


Nasceu em Ponta Delgada, filha de Luís Bernardo Leite de Ataíde, historiador de arte e etnógrafo, director do Museu Carlos Machado e principal obreiro das colecções de arte e etnografia daquela instituição.


Teve uma apurada formação artística, cursando pintura e desenho durante três anos sob a direcção de Domingos Rebelo. Estudou técnicas de retrato com Eduardo Malta, noções de aguarela com Berta Borges, aprendeu a trabalhar a lápis e a tinta-da-china com José Contente e a técnica de pintar flores com Eduarda Lapa.


A partir de 1955, após o falecimento de seu pai, dirigiu a Secção de Arte e Etnografia do Museu Carlos Machado, cargo que manteve ininterruptamente por quase 20 anos, retirando-se em 1974. Na sua acção esteve atenta às mudanças da museologia da sua época e foi influenciada pelo trabalho de João Couto, então director do Museu Nacional de Arte Antiga, de Lisboa, que afirmava O museu não deve ser um simples aglomerado de obras de arte de todos os tempos, mas sim, um espaço onde se deve desenvolver uma intensa actividade cultural variada. Os museus devem ser organismos vivos centros de divulgação cultural, modernos criteriosos e com mecanismos capazes de atrair novos públicos e exercer sobre eles uma acção pedagógica.


Também partilhava das preocupações e princípios pedagógicas da época, ligados ao ideal do desenvolvimento integral da criança. Guiada por esses objectivos, liderou o projecto de criação de um Museu para os mais novos, começando por criar uma colecção de brinquedos, para a qual contou com o apoio e a generosidade de muitos voluntários que ofereceram um interessante espólio. Desse esforço resultou a criação de uma nova secção infantil de Bonecas e Brinquedos, hoje parte relevante das colecções do Museu Carlos Machado.



Também se interessou pelo estudo do folclore e pelos trajes tradicionais dos Açores, organizando e enriquecendo a a Secção de Trajes do Museu. Inspirada nessa colecção, concebeu em 1955 o 


Para além do seu trabalho no Museu, dedicou-se à educação artística, desenvolvendo um importante trabalho de divulgação da pintura e das artes, que incluiu a organização em 1966 de exposição de pintura na biblioteca do Liceu Antero de Quental de Ponta Delgada, incluindo uma grande variedade de trabalhos realizados com intuito pedagógico. Dessa exposição resultou a formação de um Núcleo da Artes Plásticas onde leccionou gratuitamente.

Em colaboração com Rui Galvão de Carvalho produziu uma colecção de ilustrações inspiradas nos sonetos de Antero de Quental, que que em 1988 no Museu Carlos Machado.


Exigente e criteriosa no seu trabalho como pintora, inicialmente seguiu uma fase figurativa, onde as flores assumem um fulgor notável, evoluindo para o abstraccionismo e depois para o simbolismo. Contudo, a parte mais importante da obra pictórica de Maria Luísa Ataíde mescla o abstraccionismo e o simbolismo, em especial na abstracção da paisagem açoriana. Na sua obra não pinta imagens da realidade objectiva, pinta antes imagens do seu mundo.



A sua obra foi exposta individualmente e integrada em exposições conjuntas, com destaque para as exposições realizadas em 1971 e 1972 na Galeria 2 da cidade do Porto, consideradas pela crítica como uma obra plena de modernidade.  Realizou em 1973 no Hotel Lisboa, em Macau, uma importante exposição conjunta com a escultora Luísa Constantina, sua filha.


Em meados da década de 1970 partiu para os Estados Unidos da América, onde leccionou e onde continuou a sua actividade como pintora, realizando diversas exposições, com destaque para as realizadas em 1977 no Bristol Art Museum, de Massachusetts e em 1979 na Washington World Gallery.



quarta-feira, 22 de março de 2023

O fotógrafo Açoriano que recebeu uma medalha de ouro

 


Cristiano Júnior, nome pelo qual ficou conhecido, nasceu em Santa Cruz das Flores em 21 de Julho de 1832, filho de José Cristiano de Freitas Henriques e de Ana Henriqueta Henriques . Em 1862 já estava no Brasil exercendo a profissão de fotógrafo em Maceió, Alagoas. Logo a seguir transferiu-se para a capital do Império e assim que chegou ao Rio de Janeiro fez uma série de anúncios propondo-se "a tirar retratos por qualquer sistema fotográfico onde for chamado, seja qual for a distância". Neste primeiro momento ainda não se encontrava estabelecido e solicitava aos eventuais fregueses que o chamassem "por escrito no hotel Brisson, Rua da Ajuda 57B". Além de retratos o anunciante aceitava pedidos de encomenda e "quadros e cestas de flores e frutas de cera".


No ano de 1864 associou-se a Fernando António de Miranda (Cristiano Jr. & Miranda ou Cristiano Jr. & Fernando); a sociedade, que recebeu o nome de Photographia do Commercio, parece ter acabado no fim do mesmo ano.



No princípio de 1865 Cristiano Jr. anunciava-se só e informava a clientela de sua transferência para a Rua da Quitanda, 45.  Posteriormente Cristiano Jr. associou-se a Bernardo José Pacheco, com quem manteve o negócio até 1875.


Apesar de manter o estúdio do Rio de Janeiro, Cristiano Júnior, desde o ano de 1867, buscava expandir as suas actividades na Argentina. Em 1871 recebeu a medalha de ouro na Primeira Exposição Nacional daquele país com a série de fotos Vistas y costumbres de la Republica Argentina. Em 1876 alcançou novamente o grande prémio


na segunda exposição anual da Sociedade Científica Argentina com uma colecção de Retratos y vistas de costumbres y paysages. Apesar desse sucesso, faleceu pobre e quase cego, em Assunção, no Paraguai, onde passou seus últimos anos.



sexta-feira, 17 de março de 2023

A Peste na ilha Terceira Açores


 A epidemia teve origem num caixão com fazenda que desembarcara na cidade e fora aberto na rua da Esperança, numa casa situada no local onde está o Teatro Angrense. Toda a ilha foi invadida pelo mal que diferia do que no continente já fora conhecido pela mesma designação; porque, além dos bubões, conta o padre Maldonado, «começava e acabava a vida a espirrar muito».


Em Julho e Agosto se desenvolveu de tal modo que foi necessário estabelecer casas de saúde. Foram enfermeiros, cuidando dos doentes carinhosamente, os padres Franciscanos que, com caridade evangélica, tratavam, amezinhando e curando os enfermos. Faleceram, em toda a ilha, cerca de 7.000 pessoas de ambos os sexos, grandes e pequenos, cujos cadáveres se sepultaram nas igrejas, adros, cemitérios e cerrados. Durou esta calamidade até 20 de Janeiro de 1600. Tomaram as Câmaras da ilha, por padroeiro, o mártir São Sebastião, fundando-se ermidas próprias que foram desaparecendo com os terramotos e substituídas por edifícios públicos.


Durante muitos anos se fazia em toda a ilha a festividade de São Sebastião, a expensas das Câmaras, acorrendo povo de toda a parte, aterrorizado ainda pelo que havia presenciado.

O cemitéje se encontra a ermida do Livramento, que dantes se chamava de São Roque.

Nos primeiros anos vinham romarias a visitar o lugar onde tantos dos seus jaziam.

 Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 131, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.rio, onde se enterrou a maior parte dos mortos.



quinta-feira, 16 de março de 2023

Morreu há 30 anos

 


Natália de Oliveira Correia  Intelectual, poetisa e activista social, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia, Natália Correia (Natália de Oliveira Correia) nasceu a 13 de Setembro de 1923, na Fajã de Baixo, ilha de S. Miguel –Açores. Após a emigração do pai para o Brasil (1929), a mãe decide fixar residência em Lisboa, pedindo a transferência dos estudos das duas filhas para o Liceu D. Filipa de Lencastre e, em 1938, funda um colégio particular na Rua Moraes Soares, onde passa a residir com as filhas.


Natália Correia iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infantojuvenil, mas rapidamente se afirmou como poetisa.


Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora, tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, com o programa “Mátria”, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.


Dotada de invulgar talento oratório e de grande coragem combativa, tomou parte ativa nos movimentos de oposição, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática) em 1945, no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969). Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Foi responsável pela coordenação da editora Arcádia, uma das maiores na altura.


Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. É autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, foi fundadora da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).


A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou, com frequência, em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura ,importante, das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.


Fundou em 1971, com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, o bar “Botequim”, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi uma grande entusiasta e impulsionadora do “café-concerto” em Portugal. Na sua casa foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco.


Recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro “Sonetos Românticos”. No mesmo ano, foi-lhe atribuída a Ordem da Liberdade; era já detentora da Ordem de Santiago (1971).

Faleceu, subitamente, em sua casa, na madrugada de 16 de Março de 1993,vítima de ataque cardíaco. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) do qual constam volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada.



quarta-feira, 15 de março de 2023

Algar do Carvão na ilha Terceira Açores



O Algar do Carvão localiza-se na freguesia do Porto Judeu,  no concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.

Compreendido na Caldeira Guilherme Moniz, um antigo vulcão adormecido, neste Algar os visitantes podem descer até cerca de 100 metros de profundidade, e observar estalactites únicas no mundo pelas suas características de silicatos, e uma lagoa subterrânea, de águas cristalinas. Está classificado como Monumento Natural Regional.


A uma altitude de cerca de 550 metros acima do nível do mar, a área apresenta 40,5 hectares e inscreve-se num cone vulcânico que integra a chamada "Zona Basáltica Fissural", entre os maciços vulcânicos da serra de Santa Bárbara, a Oeste, o Pico Alto, a Norte, e o de Guilherme Muniz, a Sul . O Algar é constituído por uma chaminé vertical com 45 metros de Altura, alargada junto à base. O grande aparelho vulcânico do Guilherme Moniz, tem por face voltada a sul a parte anterior da serra do Morião ou Nasce Água. Há relativamente pouco tempo, falando em tempo geológico aconteceu uma nova erupção que deu origem ao cone vulcânico extravasado do Pico do Carvão, que vai a 639 metros de altitude. Segundo o artigo publicado no Jornal Diário Insular de Domingo, dia 20 de Maio de 2001 página 8 e 9, o Algar do Carvão teve início na “ … grande erupção, conhecida como "do Pico Alto", que ocorreu a norte do aparelho vulcânico do Caldeira Guilherme Moniz Já existente, formou um maciço traquítico de dimensões consideráveis que prolongou em muitos quilómetros os limites da ilha então existente. As suas lavas espraiaram-se em longas extensões sobre as quais, mais tarde, uma sequência de centros eruptivos, também eles maioritariamente traquíticos, tomaram lugar, acentuando a orografia deste maciço.

Ainda mais tarde, uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o solo e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano, constituído por dois cones, na sua parte superior composto de escórias (piroclastos de bagacina), que teve uma fase efusiva muito rica, produzindo rios de lava ácida muito fluídas que carbonizavam à passagem toda a vegetação que aí existia. A datação de um dos fósseis então formados, um tronco provavelmente de Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) queimado envolvido pela lava, numa pedreira no lugar da Barraca, deu para esta erupção a idade de 2148 ( ± 115 anos) (Zbyszewski 1971). 


Pensa-se que a água desaparece indo juntar-se ao lençol freático existente na parte mais baixa da Caldeira Guilherme Moniz, onde a água é captada e tratada para consumo público. Esta lagoa, com as restantes formações da gruta que a circundam, traz uma beleza adicional ao conjunto.



Por aquilo que pode ser observado e pelas questões que suscita a sua importância geológica tem sido assinalada por diversos especialistas nacionais e estrangeiros. …").

Anteriormente inscrito numa Reserva Geológica Natural , pelas suas peculiaridades vulcanológicas, assim como a sua importância em termos de meio-ambiente, a área do Algar do Carvão foi reclassificada como Monumento Natural Regional pelo Governo Regional dos Açores . Encontrava-se ainda, em apreciação pela UNESCO, a candidatura da mesma a Património Mundial da Humanidade.



O Algar está aberto ao público aos fins de semana e feriados diariamente de Maio a 30 de Setembro, entre as 15 e as 17 horas. Outras aberturas extraordinárias poderão ser realizadas noutras ocasiões, desde que haja disponibilidade por parte do Agrupamento "Os Montanheiros", entidade que cuida dos assuntos relacionadas com o Algar.



domingo, 12 de março de 2023

Forte de São Brás de Ponta Delgada ilha de São Miguel Açores

 



O Forte de São Brás, oficialmente Prédio Militar nº 001/Ponta Delgada, também referido como Castelo de São Brás, localiza-se na freguesia de São José, na cidade e concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores.

O estudo para a defesa das ilhas do arquipélago dos Açores, contra os assaltos de piratas e corsários, atraídos pelas riquezas das embarcações que aí aportavam, oriundas da África, da Índia e do Brasil, iniciou-se em meados do século XVI. Bartolomeu Ferraz, em uma recomendação para a fortificação dos Açores apresentada a João III de Portugal em 1543, chama a atenção para a importância estratégica do arquipélago:


"E porque as ilhas Terceiras inportão muito assy polo que per ssy valem, como por serem o valhacouto e soccorro mui principal das naaos da India e os francesses sserem tão dessarrazoados que justo rei injusto tomão tudo o que podem, principalmente aquilo com que lhes parece que emfraquecem seus imigos, (...)."

Ainda sob o reinado de D. João III (1521-1557) e, posteriormente, sob o de Sebastião I de Portugal (1568-1578), foram expedidos novos Regimentos, reformulando o sistema defensivo da região, tendo se destacado a visita do arquiteto militar italiano Tommaso Benedetto ao arquipélago, em 1567, para orientar a sua fortificação. Como Ferraz anteriormente, este profissional compreendeu que, vindo o inimigo forçosamente pelo mar, a defesa deveria concentrar-se nos portos e ancoradouros, guarnecidos pelas populações locais sob a responsabilidade dos respectivos concelhos.

Nesse contexto, a construção deste forte deveu-se a uma série de pedidos dos ilhéus a D. João III (1521-1557), insistindo na necessidade de fortificar a ilha. Entre estes, o ouvidor da ilha, Manuel 




Nunes Ribeiro expõs ao soberano:


"Creia V.A. que é muito necessário fazer-se logo a dita fortaleza e mandar alguma artilharia para a defenção dos navios que surtem no porto, porque depois que se escreveu a V.A. vieram aqui, por duas ou três vezes, naus francesas e tomaram alguns navios em que tomaram um com cento e vinte e sete pessoas, em que estavam nove mulheres, do qual navio não há nenhuma nova e há mais de dez meses que o tomaram e por muito certo se afirma que todas as vezes que aqui vierem poderão roubar navios que no porto estiverem sem lhes poderem valer por falta de artilharia e fortaleza que não há, a qual agora é mais necessária por causa do grande crescimento que vai a ilha com os açúcares que agora se plantam." (Carta do Ouvidor da Ilha de São Miguel, Manuel Nunes Ribeiro, ao rei, c. 1550)


O primeiro projeto para a sua construção foi de autoria do "Mestre das obras das capelas" dos Açores, Manuel Machado (CARITA, 1989:197) que, a construir o molhe do porto de Ponta Delgada, apresentou um esboço em 1551, criticado no ano seguinte (1552) pelo matemático e arquiteto militar Isidoro de Almeida. Este, por sua vez, apresentou nova traça, profundamente alterada, já em 1553. Nesse ano, para as suas obras foi lançado um imposto de 2% sobre o pastel e o açúcar, além de outras contribuições da população, tendo a obra orçado os 36.672$542 cruzados. Nesse mesmo ano foi criada ainda a Confraria de Bombardeiros para guarnecê-lo, que chegou a São Miguel em 25 de Maio de 1554, integrada por nove bombardeiros sob o comando do Condestável Lourenço Baldaíque, trazendo artilharia, pólvora e munição. Posteriormente esses homens retornaram ao reino, permanecendo apenas o Condestável, para instrução a trinta micaelenses, alistados.



O primeiro Alcaide-mor do Castelo foi D. Manuel da Câmara, 6º capitão do donatário, entre 1552 e 1554, e o seu primeiro Sargento-mor, João Fernandes Grado.




quinta-feira, 9 de março de 2023

Base Francesa na ilha das Flores Açores

 


A Estação de Telemedidas das Flores, melhor conhecida como Base Francesa das Flores, localizava-se na freguesia de Ponta Delgada, concelho de Santa Cruz das Flores, na Ilha das Flores, Região Autónoma dos Açores, em Portugal.


A notícia de que seria instalada uma base francesa na ilha das Flores para rastreio de mísseis balísticos, foi anunciada publicamente por Franco Nogueira, então Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, numa conferência de imprensa em 1964. Um observador à época considerou que este "surpreendente anúncio apanhou a audiência desprevenida, produziu o máximo impacto, e reforçou dramaticamente a imagem pública de um Portugal aproximando-se cada vez mais de aliados importantes". À época, face ao crescente isolamento provocado pela não aceitação pelos aliados ocidentais da ditadura de António de Oliveira Salazar e pela nascente guerra colonial, esta imagem de aproximação era importante para o regime.


O acordo que permitiu a instalação da Base, geralmente denominado por Acordo Luso-Francês de 1964, foi assinado a 7 de Abril de 1964. Uma equipa avançada de franceses chegou às Flores em 1965, sob o comando do major Barthélemy, com a missão de instalação de antenas. O estabelecimento da estação e o início das atividades teve lugar em outubro de 1966. O hotel-messe para apoio começou a ser explorado no início de 1967, concessionado ao grupo açoriano Bensaúde, que o explorou por seis anos.



A partir de 1968 a operação da base passou a ser apoiada pelo navio de ensaios "Henri Poincaré"


A Base Francesa das Flores esteve em operação até 1993, um ano após ter entrado em serviço o navio de seguimento de trajectórias balísticas "Monje", que a tornou obsoleta.



quarta-feira, 8 de março de 2023

Manuel Jaques de Oliveira conquista o Forte de São Sebastião na ilha Terceira Açores

 


No contexto da Restauração da Independência, às vésperas do movimento que conduziria à expulsão dos espanhóis da Terceira, o Mestre de Campo Álvaro de Viveiros formulou e propôs um plano de destruição desta fortificação, rejeitado pelo Senado de Angra (1641). De qualquer modo, a 24 de Março Francisco Ornelas da Câmara procedeu a aclamação de João IV de Portugal diante da Igreja Matriz da Praia e, três dias depois (a 27 de março, uma quinta-feira santa), o Forte de São Sebastião foi assaltado e conquistado pela Companhia da Ribeirinha, sob o comando do capitão de Ordenanças  Manuel Jaques de Oliveira.


A 28 de Março - Manuel Jaques de Oliveira, com uma companhia da freguesia da Ribeirinha que incluía mulheres, conquista o Forte de São Sebastião, de onde os espanhóis fogem por mar para a Fortaleza de São João Baptista.



Operação foi favorecida pelo artilheiro português Pedro Caldeirão, que, embora a serviço da Espanha, não hesitou, com risco da própria vida, em orientar os seus conterrâneos para que avançassem para uma casamata desguarnecida nas imediações do portão .  Depois de breve luta com a guarnição castelhana sob o comando do capitão Respenho, o forte foi dominado e a sua artilharia rompeu fogo contra a Fortaleza de São Filipe. Adicionalmente, na posse deste forte, os Terceirenses ganharam o controle do porto, impedindo o auxílio aos espanhóis sitiados em São Filipe.



Por Carta-régia de 7 de Outubro de 1649, foi nomeado Alcaide-mor do forte Manuel de Barcelos da Câmara Vasconcelos.


Foi mandado reedificar por D. Pedro II (1667-1706) em 1698, conforme inscrição epigráfica em latim, abaixo das armas de D. Sebastião, por sobre o portão:



"Jubent epotentissimoReg ealtissimo Domino Nostro Petro II populi Patre, qui Patriam possuit suam in pace semper tutam quo regni petra erecta firmissima etangularis: castrum a Sebastiano conditum reedificatur, Anno Domini MDCXCVIII."