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terça-feira, 1 de outubro de 2024

Igreja de São Pedro ilha de Santa Maria Açores

 


Remonta a um pequeno templo sob a invocação de São Pedro, erguido no século XVI no lugar das Pedras de São Pedro, e que o cronista Gaspar Frutuoso refere ser uma das quatro ermidas existentes "acima da vila", situada "mais adiante pelo caminho" da Igreja de Santo Antão.


Por volta de 1603, à época da visita pastoral do então bispo de Angra, D. Jerónimo Teixeira Cabral, este criou a paróquia de São Pedro, confirmada em 1611 pelo soberano, Filipe II de Portugal. Foi seu primeiro vigário, o padre beneficiado da Matriz Paulo Andrade Velho.  A cruz processional, em prata lavrada, foi uma oferta daquele soberano à Igreja Paroquial.


Embora nada se conheça da sua primitiva arquitectura, nem das alterações que sofreu, conforme informação de Manuel Monteiro Velho Arruda, existe na Torre do Tombo uma carta de Filipe III de Portugal, datada de 4 de abril de 1623, atendendo a pedido do vigário e fregueses de São Pedro, autorizando o lançamento de uma finta para as obras nela declaradas necessárias, por ocasião da visita pastoral do bispo de Angra, D. Pedro da Costa.



Encontra-se referida por MONTE ALVERNE (1986) ao final do século XVII, com vigário, cura e tesoureiro.


Até 1698 esta primitiva ermida serviu de sede de paróquia, pois nesse ano, devido ao crescimento da população, levantou-se um novo templo, de maiores dimensões, e em local mais central, no lugar da Rosa Alta. O terreno foi adquirido a Belchior Luís Velho por 4$000 réis, com o recurso ao dinheiro de esmolas e a um empréstimo. As obras importaram à época, em 255$655 réis.


A atual feição do templo remonta à campanha de obras empreendida na segunda metade da década de 1950 pelo então pároco padre Agostinho de Almeida. Entre as benfeitorias então empreendidas destacam-se os painéis de azulejos da capela-mor e dos quadros da via-sacra com as respectivas molduras em pedra da Cré, o lambril na mesma pedra, o douramento do arco e dos altares, e o painel das Almas do Purgatório, aplicado no antigo altar do Senhor da Agonia.


Este templo teve importantes confrarias, dispondo dos rendimentos de propriedades que lhe foram deixadas por vários devotos. A paróquia possui ainda um passal dos curas que lhe deixou António José Pacheco, por testamento de 1761. Esse passal, segundo a tradição, seria a atual Copeira do Espírito Santo, nas traseiras da igreja e ao lado da atual casa paroquial.




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