No contexto da crise de sucessão de 1580, os Açores declararam-se a favor de D. António, o Prior do Crato, e, sob a liderança do corregedor Ciprião de Figueiredo, prepararam-se para a resistência armada.
Aconselhada pelo capitão do donatário na ilha, Rui Gonçalves da Câmara, futuro 1.º conde de Vila Franca em prémio dos seus serviços a Castela, a aristocracia micaelense aderiu ao partido de Filipe II de Espanha, entregando a ilha voluntariamente.
Pelo contrário, na Terceira, a nobreza e o povo de Angra, sede do bispado açoriano e residência do corregedor, decidiu manter a sua adesão à causa antonina, tornando-se o principal centro de resistência à união com Castela.
Numa primeira tentativa de conciliação, Filipe II enviou emissários à ilha, com promessas de perdão pela rebeldia e generosas honrarias, as quais foram rejeitadas. Face ao insucesso da diplomacia, em Julho de 1581 enviou uma expedição militar para submissão da ilha, a qual acabou derrotada na batalha da Salga, sendo obrigada a retirar.
No Verão do ano seguinte, já quando o rei D. António I se encontrava nos Açores com uma armada francesa comandada por Filippo Strozzi, Filipe II enviou uma nova e mais poderosa armada às águas dos Açores. Tendo D. António retomado parcialmente o controlo da ilha de São Miguel, as armadas acabaram por dar batalha ao largo daquela ilha, num recontro que ficou conhecido como a Batalha Naval de Vila Franca, de que resultou o desbarato das forças luso-francesas. Perdida definitivamente a ilha de São Miguel, D. António refugiou-se na Terceira, de onde partiu novamente para o exílio em França.
Dada a importância geoestratégica do arquipélago, Filipe II resolveu preparar uma poderosa expedição, entregando o seu comando a D. Álvaro de Bazán, o seu mais experiente almirante. Foi essa armada que em Julho de 1583 partiu de Lisboa à conquista da Terceira.
A descrição é retirada dos Anais da Ilha Terceira, de Francisco Ferreira Drummond.
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