O iate Maria Eugénia é uma das últimas peças da arquitectura naval açoreana. Construído nos Estaleiros de Santo Amaro, na ilha do Pico, pelo Construtor Mestre José Joaquim Alvernaz, nos anos 1920s, a partir de um projecto de Manuel Inácio Nunes então já emigrado em Sausalito na Califórnia, para um armador Graciosence. Destinou-se durante muitos anos à cabotagem entre as Ilhas do Arquipélago, a partir da Graciosa, sobretudo para Terceira, São Miguel e Santa Maria. Mais tarde foi adquirido pela família Anhanha que o continuou a utilizar na cabotagem, mantendo principalmente a sua habitual carreira entre S. Miguel Terceira e Graciosa, mais algumas viagens a Santa Maria. Com o falecimento do proprietário e o declínio da actividade da cabotagem, acabou por ser vendido a uma Conserveira, a Corretora que o destinou sucessivamente a actividades diversas desde o transporte de atum para as fábricas, até ao transporte de mercadorias, em várias rotas dentro do arquipélago.
A sua construção, como outras realizadas nos Estaleiros de Santo Amaro do Pico por essa altura, representou a junção da reconhecida arte dos Construtores daquela ilha, com a experiência conseguida nos círculos da emigração na Califórnia, dos primeiros açoreanos nos EUA, que assim faziam chegar à sua terra de origem as técnicas que tinham sido capazes de apreender e desenvolver.
Surgiram assim cascos de linhas modernas, para o tempo, e com óptimas capacidades para a navegação nos nossos mares.
O aparecimento forçado de navios mais modernos, de carga e passageiros, na década de 60, veio introduzir profundas alterações no modo como as ligações inter-ilhas eram feitas até então.
Belíssimo trabalho, gostei do que li. Bjis desde a ilha azul para a Ilha lilás.
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