O característico “Capote e Capelo” faz parte da identidade social e cultural dos Açores e consistia em duas peças separadas, ambas feitas de pano inglês grosso resistente, azul escuro ou preto, que cobriam completamente o corpo de uma mulher, permitindo apenas um vislumbre do seu rosto.
O “Capote” era basicamente um capa rodada que chegava até aos pés; o “Capelo” era a larga cobertura da cabeça, suportada por um arco, feito de osso de baleia, e por um forro de cânhamo, que lhe assegurava a forma e a consistência.
A sua origem é pouco conhecida: para alguns, foi importado da Flandres, para outros, é uma adaptação de mantos e capuchos que estavam na moda em Portugal nos séculos XVII e XVIII. O certo é que durante muito tempo foi o traje tradicional da mulher açoriana.
O Capote e Capelo era um conjunto que se herdava, passando de geração em geração, e, por vezes, servindo toda a família. Peças obrigatórias do dote da noiva, serviam também como traje de noivado. Por isso, para as mulheres mais pobres, a grande ambição era possuir um capote e capelo.
Ao longo do tempo, a imagem da “mulher de capote e capelo” foi representada e difundida em diversos suportes e tornou-se um elemento identitário das vivências e da cultura açoriana.
Na ilha Terceira, as mulheres utilizavam uma alternativa ao Capote e Capelo. Chamava-se Manto. O Manto era composto por uma saia preta e por um manto propriamente dito, que funcionava como uma espécie de capuz, forrado com um papelão, que cobria a mulher da cintura para cima, com uma abertura à frente.
Sem comentários:
Enviar um comentário