Francisco Afonso Chaves e Melo nasceu em Lisboa a 24 de Janeiro de 1857 e faleceu em Ponta Delgada a 23 de Julho de 1926. Mais conhecido por coronel Afonso Chaves, foi um naturalista, geofísico e meteorologista cuja biografia quase se confunde com a história da meteorologia nos Açores.
A sua acção se deve o início da cooperação meteorológica internacional para o estudo dos fenómenos atmosféricos do Atlântico Norte, com o consequente aperfeiçoamento da previsão do estado do tempo no continente europeu, e o início dos estudos de sismologia, geomagnetismo e vulcanismo no Atlântico nordeste. Militar de carreira, tendo atingido o posto de coronel do Exército Português, dedicou a maior parte da sua vida ao estudo da meteorologia e da física da Terra. Em colaboração com os maiores cientistas da época, exerceu ainda uma importante influência no estudo da flora e fauna açorianas.
Personalidade muito à frente do seu tempo, deve-se a Afonso Chaves o projecto de criação de um Serviço Meteorológico Internacional dos Açores, que deu origem ao Serviço Meteorológico dos Açores (1901-1946), à criação da rede de observatórios daquele arquipélago e ao projecto de instalar um observatório no topo da montanha do Pico. Este último projecto apenas agora está parcialmente realizado com o Pico-NARE, um observatório internacional da atmosfera terrestre localizado no topo da montanha da ilha do Pico. Também se interessou pela etnologia açoriana e foi um dos editores da monumental obra historiográfica Arquivo dos Açores.
Descendente de uma ilustre família açoriana, filho do intelectual e político Francisco Afonso da Costa Chaves e Melo, ainda jovem fixou-se em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, cidade onde residiu até falecer. Destinado a seguir a carreira militar, frequentou os estudos preparatórios em Ponta Delgada, inscrevendo-se seguidamente no curso de ciências, preparatório para os futuros oficiais do exército e da marinha, da Escola Politécnica de Lisboa, onde se preparou para a frequência da Escola do Exército. Ingressou naquele estabelecimento militar em 1875, concluindo com brilhantismo o curso de Infantaria a 26 de Dezembro de 1877.
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