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quinta-feira, 14 de julho de 2022

Ermida de Nossa Senhora da Conceição na Vila do Porto ilha de Santa Maria

 


A Ermida de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como Ermida de Nossa Senhora da Conceição da Rocha ou Ermida de Santa Luzia, localiza-se no largo Sousa e Silva, na freguesia da Vila do Porto, concelho da Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores.

Esta foi a primitiva igreja paroquial, a primeira de Vila do Porto, e encontra-se referida por Gaspar Frutuoso, após ter citado a de Nossa Senhora de Assunção:


"Logo, subindo pela ladeira, no princípio da Vila, junto do mar, sobre a rocha, está uma ermida de Nossa Senhora da Conceição, muito fresca, que de qualquer parte, que vem do mar de fora para o porto, não se vê outra casa primeiro que ela, por boa entrada e estreia."

E em outro trecho:



"Há mais duas igrejas nesta vila [além da de Nossa Senhora da Assunção], muito boas casas: uma, nomeada Espírito Santo e Misericórdia, onde se fazem muitas obras de caridade; outra de Nossa Senhora da Concepção, que está sobre a rocha e porto."

Quando do assalto de piratas em 1539, preparando-se os invasores para o desembarque no porto da vila, os marienses colocaram a imagem de Nossa Senhora da Conceição no chamado Alto da Rocha. Esse gesto tanto ânimo lhes incutiu que, arremetendo à pedrada sobre os atacantes, obrigaram-nos a recolher-se às suas naus e a retirar.


Frei Agostinho de Monte Alverne (c. 1695) e o padre António Cordeiro (1717) também referem esta ermida em suas crónicas.



Aqui se venerava uma imagem de São Brás, padroeiro da fortificação que lhe é anexa, o Forte de São Brás de Vila do Porto. No século XX, por aqui ser venerada uma imagem de Santa Luzia, muitos conhecem a ermida por essa invocação.


Restaurada, foi reaberta ao culto em fevereiro de 1965.


A tradição local liga-a um oportuno milagre, ocorrido no seu interior, quando do ataque de corsários Franceses sofrido pela ilha em 1576. Acordado de madrugada pela fuzilaria dos invasores - que tendo desembarcado de surpresa escalavam a rocha em direcção à Vila - Balthasar de Paiva, o vigário da ermida, precipita-se para o templo, com a intenção de salvar o sacrário do saque iminente. Intrépido, entra na igreja a cavalo e recolhe o Santíssimo Sacramento, mas a manobra não passa despercebida aos franceses, que cercam rapidamente o templo. O seu corajoso esforço parece condenado ao fracasso quando se dá o milagre: Uma porta lateral, cerrada por dentro com tranca e por fora com chave, abre-se subitamente para dar passagem ao vigário, que foge a galope pelo meio dos surpreendidos inimigos, indo deixar a relíquia a salvo na Ermida de Santo Antão.



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