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sábado, 22 de janeiro de 2022

Descoberta da ilha do Corvo Açores




Nos mapas genoveses do século XIV, nomeadamente o Portulano Mediceo Laurenziano (1351), é mencionada a "Insula Corvi Marini" (Ilha do Corvo Marinho) entre as sete ilhas que compunham o arquipélago, embora seja improvável que essa designação se refira especificamente à atual ilha do Corvo, ainda que possa ter sido a origem do seu nome. É possível que fosse uma designação para ambas as ilhas do atual Grupo Ocidental do Arquipélago dos Açores – Flores e Corvo –, como parece ser o caso no chamado Atlas Catalão, (c. 1375).


Na fase de exploração portuguesa do Atlântico sabe-se que foi Diogo de Teive quem achou as ilhas do Grupo Ocidental, no regresso da sua segunda viagem de exploração à Terra Nova, em 1452. Terão sido descobertas em simultâneo, já que ambas se avistam mutuamente. A sua designação henriquina foi ilha de Santa Iria, mas também foi chamada de ilhéu das Flores, ilha da Estátua, ilha do Farol, ilha de São Tomás e ainda de ilha do Marco, tendo este nome persistido durante alguns séculos em razão de o monte do Caldeirão ser utilizado como uma referência geográfica para os marinheiros ou, e mais provavelmente, pelo facto de existir um pequeno promontório a que foi dado o nome de Ponta do Marco, local onde possivelmente terá sido erguido um padrão como era hábito então fazer-se nas novas terras descobertas.


Apesar da incerteza quanto à data precisa do achamento português da ilha, é seguramente anterior a 20 de janeiro de 1453, data em que Afonso V de Portugal fez doação de ambas as ilhas a seu tio, Afonso I, Duque de Bragança.


A primeira tentativa de povoamento do Corvo foi empreendida no início do século XVI por um grupo de 30 pessoas, lideradas por Antão Vaz de Azevedo, natural da ilha Terceira, que entretanto culminou com o seu abandono.  O mesmo sucedeu com um grupo de povoadores, também oriundos da Terceira, liderados pelos irmãos Barcelos. Mais tarde, em meados do século, a 12 de novembro de 1548, Gonçalo de Sousa, capitão do donatário das ilhas das Flores e do Corvo, foi autorizado a mandar para ilha escravos – provavelmente mulatos, oriundos da ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde – de sua confiança como agricultores e criadores de gado.

Em 1570 foi construída a primitiva igreja. Por volta de 1580, colonos das Flores fixam-se no Corvo, que, a partir de então passou a ser permanentemente habitada, dedicando-se a população à agricultura, à pastorícia e à pesca.


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