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domingo, 30 de janeiro de 2022

Mimon Abohbot na ilha Terceira Açores



Mimon Abohbot  nasceu em Marrocos, Mogador, em 1800  e faleceu em  Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores a 21 de Julho de 1875. Foi um mestre de teologia hebraica, ocupando o lugar de Deão Rabino na Ilha Terceira.

O reverendo Mimon Abohbot foi mestre de teologia hebraica, ocupando o lugar de Deão Rabino na Ilha Terceira, foi um Importante homem de negócios da ilha, particularmente no concelho de Angra do Heroísmo onde viveu.

Fundou na sua residência uma sinagoga, que serviu para as orações da pequena comunidade, de que ele foi chefe espiritual.

Quando veio para os Açores trouxe consigo duas Torahs que trouxe de Marrocos tendo elas ao longos dos séculos diferentes destinos e chegaram mesmo a serem consideradas como perdias.

Uma delas foi encontrada cem anos mais tarde do seu desaparecimento, na freguesia do Porto Judeu, teve vários donos, apareceu e desapareceu sucessivas vezes, e acabou por ser escondida por um desconhecido numa gruta de Rabo de Peixe, onde apareceu por volta de meados de 2005.

Como Homem de negócios foi um Exportador de laranja para Inglaterra, negócios este que nos Açores foi muito próspero durante praticamente todo um século e que ficou conhecido localmente como o Ciclo das Laranjas.


Exerceu o cargo de Director da Associação Comercial de Angra entre os anos de 1860 e 1861. Naturalizou-se português antes de 1835.

Mimon Abohbot e os membros de sua família falecidos em Angra do Heroísmo estão sepultados no cemitério judaico "Campo da Igualdade", no Caminho Novo, Perto da Fortaleza de São João Baptista, Junto ao Monte Brasil.


Relações Familiares

Casou em Londres em 1833, com D. Elizabeth Davis (12 de Julho de 1806 -?), de quem teve 7 filhos:


Rachel Davis Abohbot (29 de Março de 1834 -?) casou com Leonel Tavares de Melo.

Abraham Davis Abohbot (25 de Novembro de 1835 -?).

David Davis Abohbot (25 de Novembro de 1835 -?) casou com D. Jane Isaacs.

Alegria Davis Abohbot (9 de Janeiro de 1839 -?) casou com Jaime Anahory.

Jacob Davis Abohbot (20 de Junho de 1840 -?) casou com D. Rosa Borges Leal.

Isaac Davis Abohbot (4 de Novembro de 1842 - ?)

Moisés Davis Abohbot (28 de Dezembro de 1844 - ?)



sábado, 29 de janeiro de 2022

Convento de São Gonçalo ilha Terceira Açores




O Convento de São Gonçalo localiza-se no centro histórico da cidade e Concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.

É considerado o maior e mais antigo convento da cidade e o maior do arquipélago, tendo chegado a abrigar mais de cem religiosas.

O seu estabelecimento deve-se a Brás Pires do Canto, que em 1542 obteve do Papa Paulo III a bula de autorização para a fundação do que seria o primeiro convento de freiras de Angra. Foi destinado a freiras Clarissas (de clausura), e aí se recolheram as suas duas filhas, uma das quais foi a sua primeira abadessa.

O aumento do número de religiosas que se registou durante os séculos XVI e XVII, levou à ampliação das primitivas instalações, que ocuparam o local onde a primitiva igreja (orientada a Leste) estava situada, e da qual ainda existem vestígios integrados nas paredes do claustro Sul. Após essa ampliação, uma nova igreja foi iniciada em fins do século XVII, estando a sua decoração interior concluída em meados do século seguinte.  A Igreja de São Gonçalo foi inaugurada em 1776 e abriga a antiga Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção, actualmente venerável arquiconfraria.

A primeira referência escrita às freiras do convento de São Gonçalo é de Louis-Philippe de Ségur, conde de Ségur (1753-1830), que quando de sua passagem pela Terceira em 1782 rumo aos Estados Unidos, registou a clausura e a beleza das freiras, classificando-as de "não tanto obsequiosas como licenciosas".

No contexto da Guerra Civil Portuguesa, durante os dois anos da presença das forças liberais portuguesas na Terceira (1830-1832) de acordo com o historiador terceirense Francisco Ferreira Drummond, as freiras deste convento desenvolveram um "ardente desejo da liberdade do século, não se contentando muitas d'ellas com a sua profissão que cobriam de pragas e anátemas". À época, o convento foi "refrigério de emigrados", nele vivendo-se "vida galante", tendo nele o próprio Pedro IV de Portugal a sua "freira dilecta", com quem partilhava "melodiosos accentos de poesia"



quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

João Vieira Xavier Madruga

 

João Vieira Xavier Madruga  nasceu na Santíssima Trindade, Lajes do Pico a 1 de junho de 1883 e  faleceu nas  Lajes do Pico Açores a 30 de março de 1971.  Mais conhecido por padre Xavier Madruga, foi um presbítero português que se distinguiu como jornalista e publicista, com longa participação no jornalismo católico açoriano.

Nasceu na vila das Lajes do Pico, na costa sul da ilha do Pico, tendo aí concluído o ensino primário. Seguidamente ingressou no Seminário Episcopal de Angra, em Angra do Heroísmo, onde em 1903 concluiu o curso de Teologia e em 1905 foi ordenado presbítero.

A partir de 1903 foi prefeito e professor de Português do Seminário onde se formara, funções que exerceu até 1911, ano em que o seminário suspendeu a sua actividade em resultado dos conflitos que se seguiram à implantação da República Portuguesa e à aplicação da Lei de Separação do Estado e da Igreja. Perante os incidentes entre o clero, as autoridades civis e o povo, os professores do seminário foram dispersos, sendo Xavier Madruga colocado nesse ano de 1911 como pároco na Vila do Topo, na ilha de São Jorge.


Permaneceu em São Jorge até 1927, ano em que foi colocado como pároco na Candelária, na ilha do Pico. A partir de 1936 abandonou a actividade paroquial e fixou-se nas Lajes do Pico como sacerdote manente. Entre 1946 e 1948 residiu em New Bedford, Massachusetts, onde teve importante acção no revigoramento do jornalismo em língua portuguesa.

Paralelamente à sua actividade como pároco, dedicou-se desde muito cedo ao jornalismo, tendo colaboração ininterrupta em jornais pelo menos desde 1904. Colaborou nos periódicos Peregrino de Lurdes, Correio dos Açores e A Verdade, que se publicavam em Angra do Heroísmo, no Correio dos Açores, de Ponta Delgada, e no Diário de Notícias, de New Bedford. Contudo, a sua maior contribuição para o jornalismo católico foi a fundação, em 1917, de O Dever que inicialmente no Topo, depois na Candelária e finalmente nas Lajes do Pico editou e dirigiu até 1970. Neste periódico deixou extensa colaboração. Publicou algumas monografias, na sua maior parte colectâneas de crónicas aparecidas em periódicos.


A 24 de julho de 1967 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência. É lembrado na toponímia da vila das Lajes do Pico, onde a rua onde viveu tem o seu nome.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Natália Correia foi uma escritora , poeta portuguesa e Deputada à Assembleia da República




Natália de Oliveira Correia  nasceu na Fajã de Baixo,  ilha de São Miguel Açores a 13 de Setembro de 1923  e faleceu em  Lisboa a 16 de Março de 1993. Foi uma escritora e poeta portuguesa, nascida no arquipélago dos Açores.


Deputada à Assembleia da República  (1980-1991), interveio politicamente  ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Tem uma biblioteca com o seu nome em Lisboa em Carnide.


A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Durante as décadas de 1950 e 1960, na sua casa reunia-se uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam as mais destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista) portuguesas e também internacionais. A partir de 1971, essas reuniões passaram a ter lugar no bar Botequim. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

Nascida na ilha de São Miguel, quando tinha apenas 11 anos o pai emigra para o Brasil, fixando-se Natália Correia com a mãe e a irmã em Lisboa, cidade onde fez estudos liceais no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil, mas rapidamente se afirmou como poetisa (como ela gostava de ser chamada: «...poetisa. Sim, chamar-lhe-ei poetisa. A homenagem que distingue o génio poético feminino com o prémio de lhe masculinizar o estro ultraja uma poesia que quer feminizar o mundo ).


Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poeta, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora,  tornou-se conhecida na imprensa escrita e, mais tarde, nos anos 80, na televisão, com o programa Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correcto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.

Foi igualmente coordenadora da Editora Arcádia, uma das principais editoras livreiras portuguesas do seu tempo.

Dotada de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática, 1945), no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969), liderada por Mário Soares.


Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes (1966) e processada por ter tido a responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta; processo que ficaria conhecido como Três Marias.

A sua intervenção política pública levou-a ao Parlamento, no período subsequente ao 25 de abril de 1974, eleita em 1980 nas listas do PSD,  motivada pela pessoa de Francisco Sá Carneiro, de quem era amiga, tal como de Snu Abecassis. Passaria, no entanto, a deputada independente durante a legislatura quando se chocou com as posições conservadoras em matérias de costumes do PSD, saindo do partido, afirmando ter acreditado num projeto reformista mas tendo-se deparado com conservadorismo. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares e ficou célebre, durante um debate sobre o aborto, em 11 de novembro de 1982, pelo poema satírico que fez contra João Morgado, deputado do CDS, que afirmara que «o acto sexual é para ter filhos». O poema foi publicado dias depois pelo Diário de Lisboa.


Fundou em 1971, com Isabel Meireles, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi amiga de António Sérgio (esteve associada ao Movimento da Filosofia Portuguesa), David Mourão-Ferreira ("a irmã que nunca tive"), José-Augusto França ("a mais linda mulher de Lisboa"), Luiz Pacheco ("esta hierofântide do século XX"), Almada Negreiros, D. Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança ("confidente íntima"),  Mário Cesariny ("era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo"), Ary dos Santos ("beleza sem costura"), Amália Rodrigues, Fernando Dacosta, entre muitos outros. Foi uma entusiasmada e grande impulsionadora pelo aparecimento do espectáculo de café-concerto em Portugal. Na sua casa, foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco.

A 13 de Julho de 1981 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos.

No mesmo ano a 26 de Novembro foi feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.


sábado, 22 de janeiro de 2022

Descoberta da ilha do Corvo Açores




Nos mapas genoveses do século XIV, nomeadamente o Portulano Mediceo Laurenziano (1351), é mencionada a "Insula Corvi Marini" (Ilha do Corvo Marinho) entre as sete ilhas que compunham o arquipélago, embora seja improvável que essa designação se refira especificamente à atual ilha do Corvo, ainda que possa ter sido a origem do seu nome. É possível que fosse uma designação para ambas as ilhas do atual Grupo Ocidental do Arquipélago dos Açores – Flores e Corvo –, como parece ser o caso no chamado Atlas Catalão, (c. 1375).


Na fase de exploração portuguesa do Atlântico sabe-se que foi Diogo de Teive quem achou as ilhas do Grupo Ocidental, no regresso da sua segunda viagem de exploração à Terra Nova, em 1452. Terão sido descobertas em simultâneo, já que ambas se avistam mutuamente. A sua designação henriquina foi ilha de Santa Iria, mas também foi chamada de ilhéu das Flores, ilha da Estátua, ilha do Farol, ilha de São Tomás e ainda de ilha do Marco, tendo este nome persistido durante alguns séculos em razão de o monte do Caldeirão ser utilizado como uma referência geográfica para os marinheiros ou, e mais provavelmente, pelo facto de existir um pequeno promontório a que foi dado o nome de Ponta do Marco, local onde possivelmente terá sido erguido um padrão como era hábito então fazer-se nas novas terras descobertas.


Apesar da incerteza quanto à data precisa do achamento português da ilha, é seguramente anterior a 20 de janeiro de 1453, data em que Afonso V de Portugal fez doação de ambas as ilhas a seu tio, Afonso I, Duque de Bragança.


A primeira tentativa de povoamento do Corvo foi empreendida no início do século XVI por um grupo de 30 pessoas, lideradas por Antão Vaz de Azevedo, natural da ilha Terceira, que entretanto culminou com o seu abandono.  O mesmo sucedeu com um grupo de povoadores, também oriundos da Terceira, liderados pelos irmãos Barcelos. Mais tarde, em meados do século, a 12 de novembro de 1548, Gonçalo de Sousa, capitão do donatário das ilhas das Flores e do Corvo, foi autorizado a mandar para ilha escravos – provavelmente mulatos, oriundos da ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde – de sua confiança como agricultores e criadores de gado.

Em 1570 foi construída a primitiva igreja. Por volta de 1580, colonos das Flores fixam-se no Corvo, que, a partir de então passou a ser permanentemente habitada, dedicando-se a população à agricultura, à pastorícia e à pesca.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Jamie Silva

 

Jamie Silva (James J. Silva), de ascendência açoriana, nasceu a 14 de Dezembro de 1984, em East Providence, Rhode Island - EUA.

É formado em comunicação e foi jogador profissional de futebol americano, de 2008 a 2011.

Em 2007, atingiu o recorde de 125 “tackles”, 82 individuais , 43 assistidos e 8 intersecções. Devido a este recorde, foi designado para “consensus first-team All American selection”, e para finalista do Prémio Jim Thorpe, concedido anualmente, ao top de defesas do país. Foi, também, nomeado Most Valuable Player (MVP) 2007 Champs Sports Bowl.

Em 2008, na partida East/West Shrine, foi eleito capitão da equipa, tendo assinado, posteriormente, um contrato com o Indianapolis Colts. Nessa temporada marcou 17 tackles. No ano seguinte, manteve-se na mesma equipa como “second string FREE safety”, atingindo o recorde de 32 “tackles.”


Em 2010, aquando do primeiro jogo do ano, sofreu uma grave lesão, que o afastou do resto da temporada.




quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Capela de Nossa Senhora das Vitórias na ilha de S. Miguel Açores




A Capela de Nossa Senhora das Vitórias localiza-se nas Furnas, na ilha de São Miguel, nos Açores. É considerada como um dos mais ricos e originais templos do arquipélago.
Foi mandada erguer por José do Canto, em consequência de um voto formulado por ocasião de uma doença grave de sua esposa. O seu testamento, escrito em 27 de Junho de 1862, reza:


“ Tendo feito, durante a maior gravidade da moléstia de minha esposa, em 1854, o voto de edificar uma pequena capela da invocação de Nossa Senhora das Vitórias, e não havendo realizado ainda o meu propósito por circunstâncias alheias à minha vontade, ordeno que se faça a dita edificação, no caso que ao tempo da minha morte não esteja feita, no sítio que havia escolhido, junto da Lagoa das Furnas, com aquela decência, e boa disposição em que eu, se vivo fora, a teria edificado ”
A ermida foi levantada ainda em vida de José do Canto, do que resultou que a mesma ficasse a constituir uma pequena maravilha artística, em estilo neo-gótico, imitando as grandes catedrais europeias. A obra de cantaria foi executada por pedreiros micaelenses sob a chefia do Mestre António de Sousa Redemoinho, de Vila Franca do Campo. A capela ficou muitíssimo valorizada com riquíssimos vitrais.


Foi inaugurada solenemente no dia 15 de Agosto de 1886, ainda em vida de José do Canto, referindo-se os jornais do tempo, a essa festa, em termos elogiosos. A imagem do altar-mor é feita de jaspe e os vitrais que circundam o templo evocam passos da vida de Nossa Senhora desde o nascimento à assumpção.
A Capela de Nossa Senhora das Vitórias foi construída nas imediações da casa de veraneio de José do Canto, que nela se encontra sepultado com sua esposa.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Carmen Correia

 

Filha de açorianos, naturais da ilha de S. Miguel, Carmen Correia, nasceu em Toronto e fez os estudos académicos na Malaspina University-College e na Vancouver Film School. Figura de renome no meio gastronómico canadiano e americano, tem passado a sua vida entre as cidades de Toronto e New York.

Fundou a “Chef Network Inc.” (CNI) da qual é proprietária e presidente.

Actualmente, esta empresa é tida como a primeira agência para chefes e especialistas gastronómicos da América do Norte.

Criada há 18 anos, a CNI possui uma equipa altamente qualificada de “chefs” e “foodies” famosos, e tem participado em muitos eventos mundiais, de entre os quais se destacam o: “Food & Wine”, “Festival e Comida de Barbados, vinho e rum”, “Ted Talks Brasil”, “Festival Internacional de Chocolate”, “Festival do Marisco Internacional”, etc.

Tem viajado por todo o mundo para participar, na qualidade de palestrante, juntamente conceituados chefs” da CNI, em eventos internacionais, na área da culinária, nomeadamente: Curtis Stone,Crawford, Mark McEwan, Massimo Capra, Emeril Lagasse, etc.




domingo, 16 de janeiro de 2022

Descoberta e povoamento da ilha de S. Jorge Arquipélago dos Açores



A ilha aparece figurada, sem identificação, no "Portulano Mediceo Laurenziano" (Atlas Laurentino, Atlas Mideceu), de 1351, actualmente na Biblioteca Medicea Laurenziana, em Florença, na Itália. Mais tarde, no Atlas Catalão, de Jehuda Cresques, de cerca de 1375, actualmente na Bibliothèque Nationale de France em Paris, encontra-se figurada e nomeada com o seu actual nome: "São Jorge".
Desconhece-se a data exacta de quando os primeiros povoadores nela desembarcaram, no prosseguimento da política de povoamento do arquipélago, iniciada cerca de 1430 pelo Infante D. Henrique. Gaspar Frutuoso, sem indicar o ano da descoberta, refere ter sido:


"(...) achada e descoberta logo depois da Terceira, pois não se sabe com certeza quem fosse o que primeiro a descobriu, senão suspeitar-se que devia ser Jácome de Burgues  , flamengo, primeiro capitão da Ilha Terceira, que depois acharia a de São Jorge, e, pela achar em dia deste Santo [23 de Abril], lhe poria o seu nome, ou por ventura a achou o primeiro capitão de Angra, Vascoeanes Corte Real [João Vaz Corte Real], depois de divididas as capitanias da mesma Ilha."


A mesma data será seguida pelo padre António Cordeiro, que entretanto refere o ano como 1450.  Essa data, contudo, é incorrecta, uma vez que pela carta de 2 de Julho de 1439 Afonso V de Portugal concede ao seu tio, o infante D. Henrique, autorização para o povoamento das (então) sete ilhas dos Açores, em que São Jorge já se incluía. Por outro lado, João Vaz Corte Real foi capitão do donatário da Capitania de Angra em 1474, e da de São Jorge em 1483. Raciocínio semelhante se aplica à figura de Jácome de Bruges.


Sabe-se, no entanto, que o seu povoamento terá se iniciado por volta de 1460. Estudos recentes indicam que o primeiro núcleo populacional se tenha localizado na enseada das Velas de onde se irradiou para Rosais, Beira, Queimada, Urzelina, Manadas, Toledo, Santo António e Norte Grande. Um segundo núcleo ter-se-há localizado na Calheta, com irradiação para os Biscoitos, Norte Pequeno e Ribeira Seca.
Diante do insucesso do povoamento da ilha das Flores, o nobre flamengo Willem van der Hagen (Guilherme da Silveira), por volta de 1480 veio a fixar-se no sítio do Topo fundando uma povoação, e aí vindo a falecer. Os seus restos mortais encontram-se sepultados na capela do Solar dos Tiagos.
É pacífico que a ilha já se encontrava povoada quando João Vaz Corte Real, Capitão-donatário da capitania de Angra (ilha Terceira), obteve a Capitania da Ilha de São Jorge, por carta régia de 4 de Maio de 1483 (Arquivo dos Açores, vol.3, p. 13).


Como nas demais ilhas atlânticas, os primeiros povoadores, vindos do mar, fixaram-se no litoral, junto aos melhores e mais seguros ancoradouros. O crescimento populacional e desenvolvimento económico foram rápidos, de modo que:

em 1500, a povoação das Velas foi elevada a vila e sede de concelho;
em 1510, a povoação do Topo foi elevada a vila e sede de concelho; e
em 1534 (3 de Junho), a povoação da Calheta foi elevada a vila e sede de concelho.
Na segunda metade do século XVI, a ilha contava com cerca de 3000 habitantes, concentrados nas suas três vilas.


A economia desenvolveu-se em torno da agricultura do trigo, do milho e do inhames, complementada pela vinha. Eram importantes também o cultivo do pastel e a colecta de urzela, exportados para a Flandres, de onde eram redistribuídos para outros países da Europa. Remonta a este período a produção do tradicional Queijo São Jorge, tendo mais tarde Gaspar Frutuoso registado:
"Há nela muito gado vacum, ovelhum e cabrum, do leite do qual se fazem muitos queijos em todo o ano, o que dizem ser os melhores de todas as ilhas dos Açores, por causa dos pastos (...)." (Da Descrição da Ilha de S. Jorge. in Saudades da Terra, Livro VI, cap. 33)



quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Maria Teresa Paiva Weed

 

Neta de emigrantes oriundos da ilha de S. Miguel – Açores, Maria Teresa Paiva- Weed nasceu a 5 de Novembro de 1959, na cidade de Newport, no Estado de Rhode Island – EUA.

Frequentou o Rogers High School em Newport e obteve o bacharelato em artes no Providence College, em Providence. Na Catholic University Law School, em Washington DC, licenciou-se em direito.Exerceu a sua actividade no escritório de advogados “Moore, Virgadamo & Lynch Ltd”, até ao ano de 2009.

Foi eleita, pela primeira vez, para o Senado de Rhode Island em Janeiro de 1992, um dos estados norte americanos com maior presença de portugueses.

Em 2009, entrou para a história política daquele estado, por ter sido a primeira mulher a presidir ao Senado local, representando o Distrito 13, que compreende as cidades de Jamestown e Newport, a parte mais turística de RI. Já em 2004, fez história por ser a primeira mulher a liderar a maioria naquele organismo legislativo.


Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da Comissão do Poder Judiciário - 1997/2000. A sua acção foi fundamental na aprovação da legislação para a selecção dos juízes, através de um processo de mérito.

De 2000 a 2002, foi Vice-Presidente da Subcomissão das Finanças para a Segurança Pública e o Ambiente e, entre 2002 e 2004, foi Vice-Presidente da Comissão de Finanças, envolvendo-se em sensíveis negociações do orçamento do Estado e alteração de legislação vária, nomeadamente, o ato de Independência da Família e a legislação e reestruturação dos Fundos de Compensação da vítima.

Anteriormente à sua eleição para o Senado, foi presidente da Comissão de Habitação, em Newport.

É membro do Comité do Partido Democrata da cidade de Newport desde 1988.

A partir do segundo mandato, integrou a Comissão sobre a Selecção Judicial do Senado, a Comissão de Derrames de Óleo do Senado, a Comissão de Investimentos de Rhode Island, a “Blue Ribbon Task Force”, de RI, a Comissão Judicial de Mandatos e Disciplina de RI, a Comissão Examinatória, que foi criada para avaliar o Tribunal de Julgamento Administrativo, a Comissão de Justiça Juvenil do Governador e a Comissão Seleccionadora do Senado sobre Agências “Quasi” Públicas.


Como Presidente do Senado foi reconhecida pelo Conselho do Governador sobre Deficiências, Conselho do Governador sobre o Turismo, a Associação Nacional de Trabalhadores Sociais, o Centro Para a Política e Advocacia Latino-Americanos, a Associação Nacional Para o Avanço das Pessoas de Cor (NACCP) do Newport County, United Way, Conselho da Comunidade Mental e Centros de Saúde de Rhode Island, o Embaixador do Turismo e Hospitalidade de Rhode Island, o Club de Mulheres Profissionais e de Negócios de Jamestown e Newport.

Em Junho de 2011, foi condecorada pelo Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, com o Grau de Comendador da Ordem de Mérito.


Residente em Newport, foi reeleita a 6 de Novembro  de 2012, para Presidente do Senado.




quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Há 62 anos um jovem açoriano viajou no trem de aterragem de um avião para chegar à América.

 

Numa noite de lua cheia, a 9 de Setembro de 1960, Daniel Melo avista o Lockheed Super Constellation que se prepara para levantar voo no extremo da pista principal do aeroporto internacional de Santa Maria. A aeronave das linhas aéreas venezuelanas, um quadrimotor a hélice, reconhecível pelo leme triplo, aquece os motores para descolar rumo a Caracas, via Bermuda. Daniel, de apenas 16 anos, corre pela pista e sobe para o compartimento do trem de aterragem dianteiro. Depois de algumas tentativas falhadas, está em andamento o plano de atravessar o Atlântico e


cumprir o objectivo final de chegar à América — como passageiro clandestino.


Daniel Melo, de baixa estatura, tenta ajeitar-se no compartimento exíguo, enquanto o avião atinge a velocidade de descolagem. O piloto da LAV (Línea Aeropostal Venezolana) faz subir o trem de aterragem. O equipamento hidráulico comprime o passageiro contra a parede de metal, a poucos centímetros da roda em circulação. O movimento repete-se meia dúzia de vezes, porque as portas do compartimento não fecham devidamente. De cada vez que o trem sobe, Daniel Melo quase sufoca. Quando o alçapão se fecha, Daniel abre uma porta interior para a área electrónica e hidráulica do avião - o que terá feito a diferença entre a vida e a morte.


Daniel Correia Melo nasceu a 22 de Novembro de 1943 nas Furnas, na ilha de São Miguel, num meio familiar humilde. Em 1950, com apenas sete anos, acompanhou os pais e dois irmãos quando a família se mudou para Santa Maria. O aeroporto internacional, construído pelos norte-americanos como base militar, no final da II Guerra Mundial, estava no auge da actividade enquanto importante ponto de ligação entre a Europa e as Américas, onde as grandes companhias aéreas faziam escalas para reabastecimento nos voos intercontinentais. A família morava no Bairro Operário e o pai trabalhava no cinema do Aeroporto — onde Daniel via os filmes de Hollywood que o faziam querer procurar uma vida melhor na terra das oportunidades.


O planeamento da viagem começou aos 14 anos — Daniel aprendia o ofício de carpinteiro nas oficinas do Aeroporto e já ouvira relatos de tentativas semelhantes, nos aviões militares que partiam da Base das Lajes, na Terceira. Observou de perto os diferentes tipos de aeronaves, quando fazia incursões pela placa com os amigos, às escondidas da polícia. Escolheu o avião, a companhia aérea e o destino. "O meu plano foi perfeito", recordou ao jornal Portuguese Times, de New Bedford, duas décadas depois da viagem. "Sempre gostei de aventura."


cortesia I love azores



segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Os Açores já constavam nos mapas Genoveses em 1340

 

O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos Descobrimentos. Entre as várias teorias sobre este facto, algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheceriam aquelas ilhas aquando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de Afonso IV de Portugal. Outras referem que o descobrimento das primeiras ilhas (São Miguel, Santa Maria, Terceira) foi efectuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, embora não haja qualquer documento escrito que por si só confirme e comprove tal facto. A apoiar esta versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores, baseados na tradição oral, que se criou na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu já ao tempo de Afonso IV de Portugal e que as viagens feitas no tempo do Infante D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos.


O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para oeste. Uma carta do Infante D. Henrique, datada de 2 de Julho de 1439 e dirigida ao seu irmão D. Pedro, é a primeira referência segura sobre a exploração do arquipélago. Nesta altura, as ilhas das Flores e do Corvo ainda não tinham sido descobertas, o que aconteceria apenas cerca de 1450, por obra de Diogo de Teive. Entretanto, D. Henrique, com o apoio da sua irmã D. Isabel, povoou a ilha de Santa Maria.


Os portugueses começaram a povoar as ilhas por volta 1432, oriundos principalmente do Algarve, do Alentejo e do Minho, tendo-se registado, em seguida, o ingresso de flamengos, bretões e outros europeus e norte-africanos.