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sexta-feira, 7 de maio de 2021

Eduardo Augusto da Rocha de Abreu trabalhou com o cientista francês Louis Pasteur

 

Eduardo Augusto da Rocha de Abreu  nasceu em Angra do Heroísmo a  8 de Abril de 1856  e faleceu em Braga a  4 de Fevereiro de 1912 ,  mais conhecido por Eduardo de Abreu, foi um médico e político  com uma carreira inicialmente ligada ao Partido Progressista, mas que aderiu ao movimento republicano e teve papel relevante no período da Primeira República Portuguesa.[3] Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, médico do Hospital de São José de Lisboa, deputado às Cortes pelo círculo de Figueiró dos Vinhos (1886 e 1887) e pelo círculo de Lisboa (1892 e 1894, pelo Partido Republicano) e senador da República eleito pelo círculo de Angra do Heroísmo. 

Açoriano, filho de Bento José de Matos de Abreu e de sua mulher Rosa Amélia Borges da Rocha, Eduardo de Abreu estudou na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra,  onde se licenciou em Medicina, com distinção, em 1881, obtendo o grau de doutor  em 1887 com uma tese sobre a raiva. No âmbito das suas investigações, foi diversas vezes ao estrangeiro para estudar as novas metodologias e medidas de assistência médica, em particular no caso das epidemias, tendo trabalhado com o cientista francês Louis Pasteur.


Ainda enquanto estudante iniciou colaboração regular em diversas publicações, tanto em revistas científicas como em jornais, como foi o caso do Diário de Notícias, realizou trabalhos importantes na sua especialidade médica e visitou vários países da Europa em missão de estudo.  Foi também um dos principais responsáveis pela realização das Comemorações do Tricentenário de Luís de Camões, em 1880, e do Marquês de Pombal, em 1882. 

Envolveu-se na vida política ativa como Deputado, primeiramente pelo Partido Progressista, em 1887-1890 e em 1890-1892.  Nas mais de centena e meia de intervenções que deixou no Parlamento, Eduardo de Abreu destacou-se pelos "discursos eloquentes, substanciais, enérgicos e não poucas vezes verdadeiramente incendiários" , tendo adotado sempre uma postura de independência, o que acabou por conduziu ao seu afastamento do Partido Progressista. A eclosão do Ultimato britânico de 1890 precipitou a sua rutura definitiva com os partidos monárquicos, aderindo ao Partido Republicano Português, que o fez eleger novamente Deputado em 1893 e 1894.  Nesse processo, foi acompanhado por outras figuras de relevo, como Guerra Junqueiro.

Maçon, foi iniciado por comunicação e filiado na Loja Simpatia, de Lisboa, em 1892, Eduardo de Abreu foi novamente eleito Deputado nesse ano, desta feita pelo Partido Republicano Português, juntamente com Jacinto Nunes, Rodrigues de Freitas e Teixeira de Queirós. Durante essa legislatura produziu a seguinte declaração política: "só aceitarei e votarei qualquer proposta dos partidos monárquicos quando ela tenha por fim a mudança das instituições".  Reeleito em 1894, escreveu uma carta aberta a Magalhães Lima em 1896, publicada no diário A Vanguarda, onde declarava a sua recusa em ser novamente eleito Deputado durante o regime monárquico.

Após a implantação da República Portuguesa, a 5 de Outubro de 1910, regressou ao parlamento, sendo, uma vez mais, eleito Deputado à Assembleia Nacional Constituinte e Deputado de 1911 a 1912  pelo círculo de Angra do Heroísmo e, mais tarde, foi eleito Senador da República. Durante o regime republicano destacou-se por ter optado por um projeto autónomo para a lei de separação entre a Igreja e o Estado que foi apresentado em junho de 1911, não tendo sido no entanto este o escolhido. Ainda participou em diversos trabalhos parlamentares, mas o seu estado de saúde foi-se debilitando. Retirou-se para a sua casa em Braga, onde veio a falecer em 1912.



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