Na antiguidade teria havido um imenso
continente (a Atlântida) no meio do Oceano Atlântico, em frente às Portas de
Hércules. Essas portas, segundo mitos antigos, fechavam o mar Mediterrâneo onde
actualmente se localiza o Estreito de Gibraltar.
A Atlântida seria um lugar magnífico, com
extraordinárias paisagens, um clima suave, grandes florestas de frondosas e
gigantescas árvores, extensas planícies férteis, chegando a dar duas ou mais
colheitas por ano, e animais mansos, saudáveis e fortes.
Os habitantes desta terra paradisíaca
chamavam-se atlantes e eram senhores de uma invejável civilização, considerada
perfeita e rica. Tinha palácios e templos cobertos a ouro e outros metais
preciosos como a prata e o estanho, e abundava o marfim. Produzia todo o tipo
de madeiras tidas como preciosas, tinha minas de todos os metais.
Dispunha de jardins, ginásios, estádios, boas
estradas e pontes, e outras infraestruturas importantes para o bem estar dos
seus cidadãos. A joalharia usada pelos atlantes seria feita com um material
exótico e mais valioso que o ouro, apenas do conhecimento dos povos atlantes,
que se chamava oricalco. A economia florescente proporcionava as artes,
permitindo a existência de artistas, músicos e grandes sábios.
O império dos atlantes era formado por uma
federação de 10 reinos que se encontravam debaixo da protecção de Posidão. Os
seus povos eram tidos como exemplares no seu comportamento, e não se deixavam
corromper pelo vício ou pelo luxo mas viviam num pleno e magnifico bem estar
que o seu país perfeito lhe permitia.
No entanto, não deixavam de praticar e de se
ensaiar nas artes da guerra, visto que vários povos, movidos pela inveja e pela
abundância dos atlantes, tentavam invadir a sua terra. Os combates de defesa
foram tão bem sucedidos que surgiu o orgulho e a ambição de alargar os domínios
do reino.
Assim o poderoso exército atlante preparou-se
para a guerra e aos poucos foi conquistando grande parte do mundo conhecido de
então, dominando vários povos e várias ilhas em seu redor, uma grande parte da
Europa Atlântica e parte do Norte de África. E só não teriam conquistado mais
territórios porque os gregos de Atenas teriam resistido. Os seus corações até
ali puros foram endurecendo com as suas armas. Nasceu o orgulho, a vaidade, o
luxo desnecessário, a corrupção e o desrespeito para com os deuses.
Posidão convocou então um concílio dos deuses
para travar os atlantes. Nele foi decidido aplicar-lhes um castigo exemplar.
Como consequência das decisões divinas começaram grandes movimentos tectónicos,
acompanhados de enormes tremores de terra. As terras da Atlântida tremeram
violentamente, o céu escureceu como se fosse noite, apareceu o fogo que queimou
florestas e campos de cultivo. O mar galgou a terra com ondas gigantes e
engoliu aldeias e cidades.
Em pouco tempo Atlântida tinha desaparecido
para sempre na imensidão do mar. No entanto, como fora possuidora de grandes
montanhas, estas não teriam afundado completamente. Os altos cumes teriam ficado
acima da superfície das águas e originado as nove ilhas dos Açores.
Alguns dos habitantes da Atlântida teriam,
segundo a lenda, sobrevivido à catástrofe e fugido para vários locais do mundo,
onde deixaram descendentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário