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sábado, 5 de agosto de 2023

Frederico Lopes

 


Frederico Augusto Lopes da Silva Júnior  nasceu na Praia da Vitória a  31 de maio de 1896 e faleceu em Angra do Heroísmo  a 6 de fevereiro de 1979.  Conhecido pelo pseudónimo de João Ilhéu, foi um oficial do Exército Português que se distinguiu como etnólogo no estudo do folclore e das tradições da ilha Terceira.

Filho do seu homónimo Frederico Augusto Lopes da Silva, um farmacêutico que se distinguiu como jornalista e político. De seu nome completo Frederico Augusto Lopes da Silva Jr. usou o pseudónimo de João Ilhéu, com o qual publicou a maior parte da sua obra, principalmente a literária, mas também usou Frederico Lopes e mais raramente Frederico Lopes da Silva.


Estudou nos liceus de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, terminando o curso liceal em 1915. Matriculou-se de seguida no Instituto Superior de Agronomia, mas foi mobilizado para o Exército no contexto da Primeira Guerra Mundial pelo que, terminado o período de mobilização, optou por seguir a carreira militar matriculando-se na Escola de Guerra, onde concluiu o curso de Infantaria. Foi sucessivamente promovido a alferes, em 1918; a tenente, em 1922; a capitão, em 1938; a major, em 1946; a tenente-coronel, em 1952. Passou à reserva em 1954 e à reforma em 1966.  Passou a maior parte da sua carreira militar em Angra do Heroísmo, tendo sido comandante do Batalhão Independente de Infantaria n.º 17, aquartelado no Castelo de São João Baptista de Angra. Já na reserva serviu como presidente do conselho administrativo da Base Aérea n.º 4, nas Lajes.



Também teve intervenção política e cívica, ligada ao Estado Novo, tendo sido nomeado presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, em 1933. Foi, para além de vários outros cargos de índole social, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória em 1941, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo em 1949 e presidente da direção do Montepio Terceirense em 1960.


No campo cultural distinguiu-se especialmente pela sua obra etnográfica, hoje fundamental para entender a sociedade açoriana da primeira metade do século XX. A sua obra Notas Etnográficas é uma referência no estudo da etnografia e do folclore dos Açores. Nos restantes campos de produção cultural em que manteve atividade, nomeadamente como poeta, contista, autor teatral e jornalista, manteve sempre uma ligação estreita a etnografia, produzindo uma obra de índole regionalista e etnográfica, na qual está subjacente uma ideia base da identidade açoriana e da força criadora da cultura popular.




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