Joost de Hurtere nasceu em Torhout, 1430 e faleceu na cidade da Horta ilha do Faial Açores , a 1495, também grafado Joss van Hurtere ou Joss van Hürter, na sua forma aportuguesada Joss de Utra, foi o primeiro povoador da ilha do Faial e o seu primeiro capitão-do-donatário (a partir de 1482, a ilha do Pico foi também incorporada na sua capitania).
Era filho de Leon de Hurtere, Senhor de Hagebroek, de uma família com funções administrativas e terras nas imediações de Wijnendale, no território de Torhout, na Flandres Ocidental.
Em 1465, Joost de Hurtere desembarca na ilha do Faial com mais 15 compatriotas, onde permanecem por um ano, com o intuito de descobrirem prata e estanho. A designação henriquina da ilha era "Ilha de São Luís". Em 1467, regressa com uma expedição organizada com o fim de iniciar o povoamento. Junto com ele, desembarcam Balduíno e Jossina, seus irmãos, e um primo de nome António. Foram estes os antepassados da genealogia da família Utras (ou Dutras).
Em 21 de Fevereiro de 1468, o Infante D. Fernando concede-lhe a Capitania do Faial. Em 29 de Dezembro de 1482, a Infanta D. Beatriz incorpora a ilha do Pico na sua capitania. A 15 de Outubro de 1484 é emitido um alvará que concede a Joost de Hurtere o foro de cavaleiro da Casa do Duque de Viseu.
Foi casado com D. Beatriz de Macedo, filha de Jerónimo Fernandes, criada da Infanta D. Beatriz, esposa do duque de Viseu. Teve 2 filhos: José de Utra, cujo nome aparece escrito como Joss de Utra, que foi o 2.º Capitão-do-donatário e casou com D. Isabel Corte Real, e Joana de Macedo, que casou em primeiras núpcias com Martin Behaim. Morreu em 1495, na Horta. Hurtere e sua mulher (falecida em 1531), foram sepultados na Ermida de Santa Cruz, local onde hoje existe a Igreja de N. Sra. das Angústias.
Tal como sobre a grafia correcta do seu nome, existem consideráveis incertezas sobre a biografia deste pioneiro da colonização açoriana, em parte resultantes da falta de registos históricos credíveis, mas também consequência das barreiras linguísticas que dificultaram o acesso a fontes originais na Flandres e à pressão nacionalista que submergiu a historiografia açoriana durante boa parte do último século e conduziu à menorização todas as fontes ou possíveis influências que pusessem em causa o portuguesismo açoriano e a indiscutível prioridade portuguesa na descoberta e colonização das ilhas.
Os factos conhecidos sobre Joost van Hurtere são escassos e em boa parte contraditórios, mesmo quando se recorre aos registos que lhe são mais próximos.
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