D. Francisco de Mascarenhas nasceu em 1530 em Lisboa a 4 de setembro de 1608), 1.º conde de Vila da Horta e depois 1.º conde de Santa Cruz (das Flores), foi um aristocrata que, entre outros cargos, foi o 13.º vice-rei da Índia, capitão do donatário nas ilhas do Faial e Pico, e depois de Flores e Corvo, e membro da Junta Governativa de Portugal durante a União Ibérica.
Foi o quarto filho de D. João Mascarenhas, 2.º senhor de Lavre e Estepa, alcaide-mor de Montemor-o-Novo e comendador de Mértola, na Ordem de Cristo, e de D. Margarida Coutinho, terceira filha de D. Vasco Coutinho, 1.º conde de Redondo. O pai foi também capitão de ginetes dos reis D. Manuel e D. João III e do conselho dos mesmos reis.
Ligado à melhor aristocracia, foi um cortesão que desde cedo exerceu importantes cargos, como o de capitão dos ginetes e o de capitão dos cavaleiros, escudeiros e criados da Casa Real de D. João III e depois de D. Sebastião. Foi igualmente membro do Conselho Real de ambos os monarcas.
Regressado ao Reino, em paga dos seus serviços na Índia, foi nomeado pelo rei D. Sebastião, por carta de 10 de março de 1573, capitão-do-donatário das capitanias das ilhas do Faial e do Pico com carácter hereditário, apesar da posse das capitanias estar então em litígio com os herdeiros do último capitão Manuel de Utra Corte Real.
Em 1578 acompanhou D. Sebastião na jornada de Alcácer Quibir, estando presente na fatídica reunião anterior à batalha, ao lado do duque de Aveiro e do conde de Vimioso. Aprisionado pelos muçulmanos, logrou alcançar a liberdade, regressando de novo ao Reino.
Após o seu regresso foi um dos membros da alta aristocracia que defendeu acerrimamente, durante o curto reinado do cardeal-rei D. Henrique, os direitos de D. Filipe II de Espanha à coroa portuguesa. Após a tomada do poder pelos partidários de Filipe II, como prémio da sua fidelidade foi por aquele monarca nomeado vice-rei do Estado da Índia, por carta de 22 de fevereiro de 1581, e encarregado pelo rei de o fazer jurar no Estado da Índia. Entre as muitas mercês e tenças que na altura recebeu para si e para a sua família, foi então agraciado pelo rei com o título de conde da Vila da Horta para usar quando chegasse à Índia. O título justificava-se por ser desde 1573 capitão do donatário nas ilhas açorianas do Faial e Pico, onde aquela vila se localizava.
Em 1593 foi nomeado por D. Filipe I para integrar a Junta Governativa de Portugal, de 5 membros, que assegurou as funções do cargo de Vice-Rei de Portugal em substituição do cardeal arquiduque Alberto de Áustria.
Nesse mesmo ano, por carta de 17 de setembro de 1593, recebeu por mercê de compensação dos seus serviços e indemnização da perda das capitanias do Faial e Pico, o senhorio da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, e das ilhas de Flores e Corvo, nos Açores, senhorio esse que vagara pela morte de Gonçalo de Sousa da Fonseca. Recebeu ainda o título de conde de Santa Cruz (vila da ilha das Flores) em substituição do de conde da Vila da Horta.
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