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sábado, 31 de dezembro de 2022

Sismo de 1980 na ilha Terceira Açores




O sismo dos Açores de 1980.  Foi um sismo que ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, no qual entre seis a sete dezenas de pessoas faleceram e mais de 400 ficaram feridas, causando sérios danos na Ilha Terceira e afectando Graciosa e São Jorge. Com uma magnitude de 7,2 na escala de Richter, também se fez sentir nas ilhas Pico e Faial, resultando numa fractura de deslize, algo típico no historial de sismos do Arquipélago dos Açores.


Depois do sismo, o então Presidente da República Portuguesa António Ramalho Eanes anunciou três dias de luto nacional, enquanto os esforços de ajuda humanitária, iniciados pela Força Aérea Portuguesa, foram rapidamente enviados ao local por agências governamentais.


O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, foi de magnitude 7.2 na escala de Richter e deu-se a cerca de 35 quilómetros a su-sudoeste de Angra do Heroísmo.  Isso causou danos consideráveis em três ilhas: Terceira, São Jorge e Graciosa, destruindo vários edifícios.  De acordo com os relatórios locais, cerca de 70% das casas da Ilha Terceira foram demolidas, incluindo o centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo.  Em termos gerais, os edifícios públicos como as sedes governamentais permaneceram intactos, as igrejas, embora, na maioria dos casos, tenham permanecido de pé sofreram danos muito significativos, enquanto outros edifícios cederam.  Serviços essenciais, como a electricidade e a água, ficaram cortados em várias áreas.



Inicialmente, o numero de mortes foi fixado em 52, mas posteriormente contabilizou-se 61 e, mais tarde ainda, 73.
 Além disso, foram contabilizadas cerca de 300 pessoas feridas,  embora posteriormente o número tenha ultrapassado as 400.  Pelo menos vinte mil pessoas ficaram desalojadas, e danos menores foram registados nas ilhas do Pico e do Faial.  Na Base aérea das Lajes, onde se encontra colocada a Força Aérea Portuguesa, um destacamento da Força Aérea dos Estados Unidos e, na época, um destacamento da Marinha dos Estados Unidos.


A Força Aérea Portuguesa, a Marinha dos Estados Unidos e a Força Aérea dos Estados Unidos, estacionados na base das Lajes, trabalharam em ajuda às populações locais, abrigando mais de 150 famílias;  a Força Aérea Portuguesa levaram mantimentos e bens essenciais às vítimas do sismo, enquanto a corveta João Coutinho da Marinha Portuguesa levou médicos para o local. O Presidente da República, Ramalho Eanes, voou num avião até ao local, acompanhado por pessoal médico e suprimentos.



Os funcionários locais, incluindo a PSP, Guarda Fiscal os bombeiros e o RIAH (Regimento de Infantaria de Anga do Heroísmo) abriram caminhos e limparam vias de circulação para a passagem de meios de transporte com suprimentos e pessoal médico. Em resposta ao sismo, estes funcionários públicos também estiveram envolvidos na busca de sobreviventes nos escombros.  Imediatamente após o desastre, foram instaladas tendas para substituir temporariamente as casas destruídas para aproximadamente 200 famílias. Casas portáteis também foram construídas pelo projecto People and Prople International, o que resultou em mais 100 abrigos.


Três dias de luto nacional foram declarados por Ramalho Eanes.  Depois dos esforços de socorro às populações, dezanove estações sismográficas foram instaladas pela região para monitorizas as actividades sísmicas.
Referências:

Localização do Sismo dos Açores de 1980 Consultado em 19 de agosto de 2017
Mendes, Ana Isabel. «Memórias do sismo de 1980 nos Açores reunidas num site». PÚBLICO. Consultado em 3 de agosto de 2017.



sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Rodrigo Guerra

 


Rodrigo Alves Guerra Júnior  nasceu na Areia Larga, Madalena a  29 de Julho de 1861  e faleceu em Lisboa a 28 de Maio de 1924.  Mais conhecido por Rodrigo Guerra, foi um jornalista e escritor açoriano, que se notabilizou como contista.


Rodrigo Alves Guerra Júnior nasceu no lugar da Areia Larga, arredores da vila da Madalena do Pico, localidade onde os seus pais, residentes na Horta, se encontravam a veranear. Foi filho do comerciante e político Rodrigo Alves Guerra, o 2.º barão de Santana, e de sua mulher Teresa Ribeiro Guerra, ao tempo uma das famílias mais importantes da ilha do Faial. Foi cunhado de Florêncio Terra, outro dos principais intelectuais açorianos da época.


Rodrigo Guerra frequentou o Liceu da Horta, mas não prosseguiu estudos superiores, empregando-se no comércio da família e a partir de 1889 como escriturário da Fazenda da Horta. A partir de 1900 transferiu-se para o quadro das Alfândegas, atingindo o cargo de sub-inspector da Alfândega da Horta. Em 1902 foi transferido para a Alfândega do Porto e depois para a de Lisboa, como inspector, aí trabalhando até falecer.


A sua vasta cultura foi adquirida essencialmente como autodidacta, através da leitura de obras de autores clássicos e modernos, portugueses, franceses e ingleses.  Outro factor importante na sua formação foi o convívio com a plêiade de intelectuais que então viviam no Faial, parte da geração renovadora da tradição literária açoriana que se desenvolveu nos anos finais do século XIX. Entre os notáveis faialenses contemporâneos de Rodrigo Guerra contam-se Ernesto Rebelo, Florêncio Terra (casado com a sua irmã Teresa Amélia Guerra), Garcia Monteiro e Manuel Zerbone. Entre os jovens da época contam-se alguns dos mais afamados escritores faialenses e picoenses, com destaque para António Baptista, Marcelino Lima e Nunes da Rosa.


Rodrigo Guerra iniciou muito jovem a sua actividade literária como publicista, escrevendo para os jornais O Faialense, Grémio Literário e O Açoriano, periódico de que a partir de 1884 foi redactor, em parceria com Florêncio Terra e Henrique das Neves. Para além destes periódicos faialenses, colaborou em várias publicações de Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Lisboa, com destaque para o Jornal de Domingo, a Revista Ilustrada, a Revista Literária, Científica e Artística e a Ilustração Portuguesa.


A sua produção literária centrou-se nos contos, género literário em que se notabilizou. Para além disso escreveu crónicas e algumas peças de teatro, entre as quais O Ideal da Prima, representada a 14 de Julho de 1888, no Teatro União Faialense, pela companhia do actor Afonso Taveira, então em digressão nos Açores.




quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Igreja de São Mateus na Praia da ilha da Graciosa Açores

 

Este templo, sob a invocação de São Mateus, remonta ao século XV.

Em 1546, com a elevação do lugar à condição de freguesia, a Igreja de São Mateus foi elevada a paroquial e matriz.

Terá sido saqueada em fevereiro de 1691, quando do assalto à povoação por cerca de 50 corsários ingleses. Munidos com armas de fogo e facas de ponta, assassinam o meirinho da alfândega, aprisionam diversas autoridades e roubam as igrejas e as habitações, causando a fuga dos habitantes.


Ainda em 1750 o vigário de Santa Cruz, licenciado António Silveira Machado, ouvidor eclesiástico e visitador da Graciosa, testemunha os danos causados na matriz da Praia pelo saque dos ingleses, procurando atenuá-los com o auxílio da Coroa e os sobejos das confrarias.

No interior do templo podem apreciar-se belos altares em talha dourada, e exemplares de Arte flamenga de São Mateus e São Pedro que remontam ao século XVI.


Destaca-se ainda a presença de um valioso órgão de tubos de armário, que data de 1793. Este órgão, que se encontra colocado no Coro Alto, teve como mestre construtor António Xavier Machado e Cerveira.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Solar Cunha da Silveira na ilha de São Jorges Açores

 


O Solar Cunha da Silveira é um palacete português localizado no concelho de Velas, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores. Trata-se de um solar urbano de grande dimensão que é pertença de uma das mais abastadas e influentes famílias da ilha de São Jorge do Século XIX.


Apresenta-se dotado de uma arquitectura com feição erudita, com longas faixas verticais feitas em pedra de cantaria de apreciáveis dimensões. Os vãos foram desenhados em verga curva. Este solar apresenta na entrada principal, no que corresponde ao eixo da simetria, uma verga igualmente curva, embora saliente em relação à construção restante.


Ao comprido das duas fachadas voltadas para a rua Cunha da Silveira e para a rua Guilherme da Silveira estende-se uma longa varanda corrida, sem interrupção, onde se abrem treze portadas de comunicação entre o interior da moradia e o mundo exterior.


Este solar foi durante séculos uma das salas de visita da ilha de São Jorge. Neste palacete esteve o rei D. Pedro IV de Portugal, aquando da sua visita à ilha de São Jorge. O Bispo de Angra e o General António Óscar de Fragoso Carmona, foram igualmente dois ilustres visitantes que neste solar deixaram a sua presença.


Depois de uma época gloriosa esteve encerrado durante vários anos até que foi comprado pela Câmara Municipal de Velas, que ali instalou parte dos seus serviços públicos. Dada a dimensão deste edifício está projectada a instalação de dois museus: O Museu do queijo de São Jorge e o Museu de Arte Sacra de Velas.




terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Joss van Hurtere na ilha do Faial Açores

 


Joost de Hurtere  nasceu em  Torhout, 1430 e faleceu na cidade da  Horta ilha do Faial Açores , a 1495, também grafado Joss van Hurtere ou Joss van Hürter, na sua forma aportuguesada Joss de Utra, foi o primeiro povoador da ilha do Faial e o seu primeiro capitão-do-donatário (a partir de 1482, a ilha do Pico foi também incorporada na sua capitania). 


Era filho de Leon de Hurtere, Senhor de Hagebroek, de uma família com funções administrativas e terras nas imediações de Wijnendale, no território de Torhout, na Flandres Ocidental.


Em 1465, Joost de Hurtere desembarca na ilha do Faial com mais 15 compatriotas, onde permanecem por um ano, com o intuito de descobrirem prata e estanho. A designação henriquina da ilha era "Ilha de São Luís". Em 1467, regressa com uma expedição organizada com o fim de iniciar o povoamento. Junto com ele, desembarcam Balduíno e Jossina, seus irmãos, e um primo de nome António. Foram estes os antepassados da genealogia da família Utras (ou Dutras).


Em 21 de Fevereiro de 1468, o Infante D. Fernando concede-lhe a Capitania do Faial. Em 29 de Dezembro de 1482, a Infanta D. Beatriz incorpora a ilha do Pico na sua capitania. A 15 de Outubro de 1484 é emitido um alvará que concede a Joost de Hurtere o foro de cavaleiro da Casa do Duque de Viseu.


Foi casado com D. Beatriz de Macedo, filha de Jerónimo Fernandes, criada da Infanta D. Beatriz, esposa do duque de Viseu. Teve 2 filhos: José de Utra, cujo nome aparece escrito como Joss de Utra, que foi o 2.º Capitão-do-donatário e casou com D. Isabel Corte Real, e Joana de Macedo, que casou em primeiras núpcias com Martin Behaim. Morreu em 1495, na Horta. Hurtere e sua mulher (falecida em 1531), foram sepultados na Ermida de Santa Cruz, local onde hoje existe a Igreja de N. Sra. das Angústias.

Tal como sobre a grafia correcta do seu nome, existem consideráveis incertezas sobre a biografia deste pioneiro da colonização açoriana, em parte resultantes da falta de registos históricos credíveis, mas também consequência das barreiras linguísticas que dificultaram o acesso a fontes originais na Flandres e à pressão nacionalista que submergiu a historiografia açoriana durante boa parte do último século e conduziu à menorização todas as fontes ou possíveis influências que pusessem em causa o portuguesismo açoriano e a indiscutível prioridade portuguesa na descoberta e colonização das ilhas.


Os factos conhecidos sobre Joost van Hurtere são escassos e em boa parte contraditórios, mesmo quando se recorre aos registos que lhe são mais próximos.




segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Francisco de Mascarenhas 1.º conde de Santa Cruz ilha das Flores Açores

 


D. Francisco de Mascarenhas nasceu em  1530  em  Lisboa a  4 de setembro de 1608), 1.º conde de Vila da Horta e depois 1.º conde de Santa Cruz (das Flores), foi um aristocrata que, entre outros cargos, foi o 13.º vice-rei da Índia, capitão do donatário nas ilhas do Faial e Pico, e depois de Flores e Corvo, e membro da Junta Governativa de Portugal durante a União Ibérica.


Foi o quarto filho de D. João Mascarenhas, 2.º senhor de Lavre e Estepa, alcaide-mor de Montemor-o-Novo e comendador de Mértola, na Ordem de Cristo, e de D. Margarida Coutinho, terceira filha de D. Vasco Coutinho, 1.º conde de Redondo. O pai foi também capitão de ginetes dos reis D. Manuel e D. João III e do conselho dos mesmos reis.


Ligado à melhor aristocracia, foi um cortesão que desde cedo exerceu importantes cargos, como o de capitão dos ginetes e o de capitão dos cavaleiros, escudeiros e criados da Casa Real de D. João III e depois de D. Sebastião. Foi igualmente membro do Conselho Real de ambos os monarcas.

Regressado ao Reino, em paga dos seus serviços na Índia, foi nomeado pelo rei D. Sebastião, por carta de 10 de março de 1573, capitão-do-donatário das capitanias das ilhas do Faial e do Pico com carácter hereditário, apesar da posse das capitanias estar então em litígio com os herdeiros do último capitão Manuel de Utra Corte Real.

Em 1578 acompanhou D. Sebastião na jornada de Alcácer Quibir, estando presente na fatídica reunião anterior à batalha, ao lado do duque de Aveiro e do conde de Vimioso. Aprisionado pelos muçulmanos, logrou alcançar a liberdade, regressando de novo ao Reino.


Após o seu regresso foi um dos membros da alta aristocracia que defendeu acerrimamente, durante o curto reinado do cardeal-rei D. Henrique, os direitos de D. Filipe II de Espanha à coroa portuguesa. Após a tomada do poder pelos partidários de Filipe II, como prémio da sua fidelidade foi por aquele monarca nomeado vice-rei do Estado da Índia, por carta de 22 de fevereiro de 1581, e encarregado pelo rei de o fazer jurar no Estado da Índia. Entre as muitas mercês e tenças que na altura recebeu para si e para a sua família, foi então agraciado pelo rei com o título de conde da Vila da Horta para usar quando chegasse à Índia. O título justificava-se por ser desde 1573 capitão do donatário nas ilhas açorianas do Faial e Pico, onde aquela vila se localizava.


Em 1593 foi nomeado por D. Filipe I para integrar a Junta Governativa de Portugal, de 5 membros, que assegurou as funções do cargo de Vice-Rei de Portugal em substituição do cardeal arquiduque Alberto de Áustria.


Nesse mesmo ano, por carta de 17 de setembro de 1593, recebeu por mercê de compensação dos seus serviços e indemnização da perda das capitanias do Faial e Pico, o senhorio da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, e das ilhas de Flores e Corvo, nos Açores, senhorio esse que vagara pela morte de Gonçalo de Sousa da Fonseca.  Recebeu ainda o título de conde de Santa Cruz (vila da ilha das Flores) em substituição do de conde da Vila da Horta.




domingo, 25 de dezembro de 2022

A genealogia de Jesus Cristo





A Genealogia de Jesus está relatada em dois dos quatro Evangelhos, Mateus e Lucas.1 2 Estes relatos são substancialmente diferentes.3 Várias explicações têm sido sugeridas e tornou-se tradicional desde, pelo menos, 1490 pressupor que a genealogia dada por Lucas foi traçada através de Maria e que a Mateus o faz através de José.4Acadêmicos modernos geralmente vêem as genealogias como construções teológicas.5 Mais especificamente, sugere-se que as genealogias foram criadas com o
objetivo de justificar o nascimento de uma criança com linhagem real.6 7 8


Mateus menciona sinteticamente um total de 46 antepassados que teriam vivido até uns dois mil anos antes de Jesus, começando por Abraão. Em seu relato, o apóstolo cita não somente heróis da fé, mas também menciona os nomes das mulheres estrangeiras que fizeram parte da genealogia tanto de Jesus quanto de Davi, que no caso foram Rute, Raabe eTamar. Também não omite os nomes dos perversos Manassés e Abias, ou de pessoas que não alcançaram destaque nas Escrituras judaicas.9 10 Divide então a genealogia de Jesus em três grupos de catorze gerações: de Abraão até Davi, de Davi até o cativeiro babilônico, ocorrido em 586 a.C., e do exílio judaico até Jesus.





Lucas, por sua vez, aborda a genealogia de Jesus retrocedendo continuamente até Adão, talvez com o objetivo de mostrar o lado humano de Jesus. E, superando Mateus, Lucas fornece um número maior de antepassados de Jesus.11 Esta genealogia é considerada por alguns autores como sendo a genealogia da Virgem Maria, a genealogia materna de Jesus, o que explicaria parte das diferenças entre esta e a genealogia apresentada por Mateus.12



Segundo Mateus


Narrativa Os Evangelhos foram escritos com uma finalidade teológica e, portanto, não podem ser considerados, em hipótese alguma, como livros históricos. Não era a intenção desses escribas fazer história, mas de alentar as comunidades cristãs nascentes e de consolidar a nova mensagem que distinguia dos judeus, mas sem romper com a tradição judaica, e distinguia-os dos outros povos, chamados "pagãos".

A genealogia de Jesus, conforme descritas nos evangelhos, tem o intento de dar legitimidade à sua pessoa e aos seus ensinamentos, proclamando que Jesus era aquele esperado e anunciado no AT e fruto da intervenção celestial. Portanto, trata-se de uma mensagem teológica e não histórica que os evangelhos querem passar.




1. Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.

2. Abraão gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó; Jacó gerou a Judá e a seus irmãos;

3. Judá gerou de Tamar a Perez e a Zara; Perez gerou a Esrom; Esrom gerou a Arão;

4. Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe gerou a Naassom; Naassom gerou a Salmom;

5. Salmom gerou de Raabe a Boaz; Boaz gerou de Rute a Obede; Obede gerou a Jessé,

6. Jessé gerou ao rei David. David gerou a Salomão daquela que fora mulher de Urias;

7. Salomão gerou a Roboão; Roboão gerou a Abias; Abias gerou a Asa;

8. Asa gerou a Josafá; Josafá gerou a Jorão; Jorão gerou a Uzias;

9. Uzias gerou a Jotão; Jotão gerou a Acaz; Acaz gerou a Ezequias

10. Ezequias gerou a Manassés; Manassés gerou a Amom; Amom gerou a Josias,

11. e Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos no tempo do exílio em Babilônia.

12. Depois do exílio em Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; Salatiel gerou a Zorobabel;

13. Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde gerou a Eliaquim; Eliaquim gerou a Azor;

14. Azor gerou a Sadoque; Sadoque gerou a Aquim; Aquim gerou a Eliúde;

15. Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar gerou a Matã; Matã gerou a Jacó,

16. e Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.




17. Assim todas as gerações desde Abraão até Davi são catorze gerações; também desde David até o exílio em Babilônia, catorze gerações; e desde o exílio em Babilônia até o Cristo, catorze gerações.

Narrativa

«Ora o mesmo Jesus, ao começar o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, sendo filho (como se julgava) de José, filho de Heli, filho de Matã, filho de Levi, filho de Melqui, filho de Janai, filho de José, filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de Esli, filho de Nagai, filho de Máate, filho de Matatias, filho de Semei, filho de José, filho de Jodá, filho de Joanã, filho de Resá, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri, filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadã, filho de Er, filho de Josué, filho de Eliézer, filho de Jorim, filho de Matã, filho de Levi, filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jonã, filho de Eliaquim, filho de Meleá, filho de Mená, filho de Matatá, filho de Natã, filho de Davi, filho de Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, filho de Salá, filho de Naassom, filho de Aminadabe, filho de Admim, filho de Arni, filho de Esrom, filho de Farés, filho de Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, filho de Terá, filho de Nacor, filho de Serugue, filho de Ragaú, filho de Faleque, filho de Éber, filho de Salá, filho de Cainã, filho de Arfaxade, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lameque, filho de Matusalém, filho de Enoque, filho de Jarete, filho de Maleleel, filho de Cainã, filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus.» (Lucas 3:23-3



sábado, 24 de dezembro de 2022

Missa do Galo celebra se desde o século V

 


Missa do Galo é a missa celebrada na Véspera de Natal que começa à meia noite do dia 24 para o dia 25 de Dezembro. A expressão “Missa do Galo” é específica dos países latinos e deriva da lenda ancestral segundo a qual à meia-noite do dia 24 de dezembro um galo teria cantado fortemente, como nunca ouvido de outro animal semelhante, anunciando a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.


Uma outra lenda, de origem espanhola, conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de Dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou quando São Pedro negou Jesus três vezes, por ocasião da sua morte. A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres que viam, assim, o seu Natal melhorado. Era costume, em algumas aldeias espanholas, levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas. Mas isso era antigamente pois agora isso é proibido.




O Natal significa o nascimento de Cristo, que se revive numa celebração próxima da meia noite, pela convicção de que o nascimento teria ocorrido por essa hora. Por tradição se associa a época natalícia à família, pois o nascimento de uma criança é sempre motivo de reunião e celebração.


Para celebrar o nascimento de Jesus, a missa do galo foi instituída no século V, após o Concílio de Éfeso (431 D.C.), começando a ser celebrada oficialmente na basílica erigida no monte Esquilino pelo o papa Sisto III, dedicada a Nossa Senhora - posteriormente denominada Basílica de Santa Maria Maior. É celebrada à meia noite do dia 24 de dezembro para o dia 25, tendo recebido tal nome por se acreditar que por volta deste horário, há 2018 anos atrás, um galo cantou fortemente anunciando a vinda do Messias. O galo foi escolhido como símbolo desta celebração porque, historicamente e tradicionalmente, representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão.


Segundo o Monsenhor José Roberto Rodrigues Devellard, Coordenador da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o nome "Missa do Galo" teve origem no fato de Jesus ser considerado o sol nascente que veio nos visitar, clareando a escuridão. Por isso, nas igrejas mais antigas, podemos ver um galo em seus campanários, para representar a luz Divina.



Nos primeiros séculos, as vigílias festivas eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se na Igreja e passavam a noite a rezar e a cantar. A Igreja era toda iluminada com lâmpadas de azeite e com tochas. A iluminar a Palavra de Deus havia círios e tochas junto do altar, enquanto que as paredes eram revestidas de panos e tapetes. O templo era perfumado com alecrim, rosmaninho e murta. Em alguns locais mais frios, era costume deitar palha no chão para aquecer o ambiente.


O jejum da vigília conduzia ao desprendimento e contemplação do mistério religioso. Quando se aboliu o jejum, o povo continuou a chamar consoada à ceia de Natal, embora fosse mais abundante. Como era costume comer peixe, esta tradição continuou. O termo “consoada”, que significa pequena refeição, surgiu no Séc. XVII, mas só se divulgou quando a classe mais rica começou a realizar uma pequena refeição após a missa da vigília do Natal.


Na tradição católica cristã, todas as velas do advento se encontram acesas na Missa do Galo. Faz-se então celebração em missa solene e comunhão pelo nascimento do Messias, Jesus Cristo, onde além de vários outros cânticos, canta-se o tradicional cântico de Glória. Dada a sua importância e a tradição, pois anuncia o nascimento do Deus vivo, eis que o verbo se fez carne (Jo 1,14), o próprio Papa, bispo de Roma, deve conduzir a celebração pessoalmente, pois ele é sucessor de Pedro, o apóstolo que Jesus mesmo designou como primeiro dirigente da Igreja (Mt 16,18).



O Natal é a única celebração do calendário litúrgico que contempla três eucaristias: a da noite, a da aurora e a do dia. Destas três celebrações, a da noite (do galo) é a que reúne os aspectos históricos e humanos do nascimento de Cristo. Segundo São Gregório Magno a missa da noite comemora o nascimento temporal de Jesus; a da aurora ou do galo, celebra o nascimento de Jesus no coração dos fiéis; a missa do dia ou da festa, evoca o nascimento do Verbo no seio do Pai. Celebrada à meia-noite, a missa do galo, «in galli cantu», passou a ser a primeira da sequência litúrgica. Seguia-se-lhe a da «aurora» ou missa de alva (introduzida no século VI) e a missa própria do dia, que no século IV fora a primitiva celebração da festa religiosa do Natal.


A vigília de Natal começava com uma oração, com a leitura de Palavra de Deus, pregação e com um canto. Após a missa seguia-se a representação de um auto de Natal, dentro da Igreja. Antes do sol nascer, rezava-se a missa do galo ou da aurora. A meio da manhã do dia 25, celebrava-se a missa da festa. Ao entrar na Igreja, a grande curiosidade era o presépio. A missa de Natal começava com um cântico natalício. No momento do “Gloria in excelsis Deo”, as campainhas tocavam para assinalar o nascimento do Redentor. No fim da missa, todos iam beijar o menino. Em algumas Igrejas, o presépio estava tapado até à altura do cântico.



Hoje, tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para suas casas, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio, realizam cânticos e orações em memória do Messias, filho de Deus, e confraternizam-se e compartilham a Ceia de Natal, com eventual distribuição de presentes.


O nome Missa do Galo só se usa em português e espanhol. Na maior parte do mundo cristão chama-se simplesmente missa da noite de Natal ou missa da meia noite. Nos países de língua portuguesa e espanhola é que há a tradição de se chamar Missa do Galo.

Não há uma apenas uma explicação para este nome existindo várias lendas.

Uma aponta para um Papa. Terá sido Sisto III, que em 400, instituiu uma missa para celebrar o nascimento de Cristo ‘ad galli cantus’, isto é ‘à hora que o galo canta’, tendo com isto querido dizer ao início do novo dia: a meia-noite.

Há quem avance a explicação para o insólito nome escolhido com os primórdios do cristianismo, quando os cristãos iam em peregrinação a Belém onde se encontravam para rezar à hora do primeiro canto do galo.



E também diga que há muitos muitos anos se deu o acontecimento extraordinário de um galo cantar à meia noite da véspera para o dia de Natal, assinalando a chegada de Cristo.

Finalmente, há ainda a lenda de um galo ter assistido ao nascimento do Menino Jesus – além do burro e da vaca – tendo ficado o animal com a tarefa de para sempre festejar e anunciar a data ao mundo.


Num artigo de 2010, a Agência Ecclesia, da Igreja Católica, dá mais uma razão. Esta é de origem espanhola, e “conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte”. A seguir, a “ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim, o seu Natal melhorado”.


A Agência acrescenta que havia ainda o “costume, em algumas aldeias espanholas e portuguesas, de levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas”.




sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Ceia de Natal

 


A Ceia de Natal envolve muitas tradições populares. O peru é o prato mais tradicional, tendo sido usado desde o século XVI na Europa.  Recentemente, no Brasil, o pernil de porco e o frango passaram a estar muito próximos do peru na ceia de Natal.


As tradições dos pratos variam em cada país. Em Portugal, come-se peru e bacalhau com batatas e couves, e na Galiza bacalhau com couve-flor. Na Rússia evita-se a carne, enquanto na Jamaica há um grande uso de ervilhas. Na Alemanha come-se carne de porco. Pratos tradicionais de tempero forte também são muito comuns. Na Austrália, onde as festividades natalinas acontecem durante o verão, as pessoas costumam fazer a ceia de natal em praias. No Brasil, incorporaram-se várias receitas que chegaram ao país com a colonização portuguesa, como a rabanada e o bolinho de bacalhau. Recentemente em vários lugares do mundo é típico comer mariscos na ceia de Natal.

Em Portugal, a ceia de natal recebe o nome de consoada sendo celebrada na noite do dia 24 de Dezembro, a véspera de Natal. Esta tradição leva as famílias a reunirem-se à volta da mesa de jantar, comendo uma refeição reforçada. Por ser uma festa de família, muitas pessoas percorrem longas distâncias para se juntarem aos seus familiares.



A origem do nome “Consoada” vem do Latim "consolata", de "consolare", "consolar".

Na tradição católica os fiéis participavam, ao final da noite, na Missa do Galo.

Segundo a tradição portuguesa, a Consoada consiste principalmente em bacalhau cozido, seguido dos doces, como aletria, rabanadas, filhoses e outros doces. Em algumas regiões do país (principalmente no Norte), o polvo guizado com couves e batatas também consta da mesa de Natal. Em Trás-os-Montes, peru no forno, canja de galinha e assados de borrego, porco ou leitão também marcam o Natal, enquanto na Beira Alta, o cabrito é uma tradição. No Alentejo e no Algarve, o peru recheado assado são pratos que podem constar das mesas.


Em Portugal, depois da Consoada, é tradição fazer a distribuição dos presentes de Natal.


No início do século XII d.C., os presentes eram distribuídos em nome de S. Nicolau, a 6 de Dezembro. Contudo, a Contrarreforma católica do Concílio de Trento (1545 – 1563) passou essa função ao Menino Jesus, sendo a distribuição feita no dia 25 de Dezembro, assinalando a data do nascimento de Jesus.



quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Três Reis Magos


Os Três Reis Magos na tradição da religião cristã, são personagens que teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. Foram mencionados apenas no Evangelho segundo Mateus,  onde se afirma que teriam vindo "do leste" para adorar o "nascido rei dos Judeus". Mateus não especifica quantos são (diz apenas que são "uns magos"), mas como três presentes (ouro, incenso e mirra) são citados, diz-se tradicionalmente que tenham sido três, mas também especula-se que possam ter sido quatro, doze ou até mais.  São figuras constantes em relatos da natividade e nas comemorações do Natal.


Segundo Mateus 2:1-12, "uns magos vieram do oriente a Jerusalém," pois uma estrela os havia alertado sobre o nascimento do "rei dos Judeus". Um grupo de sacerdotes e escribas os guiou a Belém, "onde havia de nascer o Cristo (...), porque assim está escrito pelo profeta". A estrela os guiou e "se deteve sobre o lugar onde estava o menino", e então os magos, "entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra."


Não há relato sobre o nome dos magos. A eles tradicionalmente são atribuídos os nomes Melquior, Baltasar e Gaspar.

A exegese vê na chegada dos magos o cumprimento da profecia contida «Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo» (Salmos 72:11).

Na antiguidade, o ouro era um presente para um rei, o olíbano (incenso) para um sacerdote, representando a espiritualidade, e a mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade).

Durante a Idade Média começa a devoção dos Reis Magos (e que são "baptizados"), tendo as suas relíquias sido transladadas no séc. VI desde Constantinopla (Istambul) até Milão. Em 1164, com os três já a serem venerados como santos, estas foram colocadas na catedral de Colônia, em Colônia (Alemanha), onde ainda se encontram.


Em várias partes do mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Com o nome de Festa de Santos Reis há importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil.

Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal. Dos seus presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países, como por exemplo os de língua espanhola, a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de Janeiro, e os pais muitas vezes se fantasiam de Reis magos. No Brasil e em Portugal, o evento é conhecido como Dia de Reis ou Epifania.




quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Tradição do bacalhau na consoada desde 1780

 


Na Idade Média, dado o calendário cristão obrigar a cumprir-se o jejum perto das principais de festividades religiosas e igualmente por ser proibido o consumo de carne neste período, os portugueses começaram a consumir o peixe e, mais tarde, o bacalhau seco, que era de fácil acesso em qualquer parte do país, tornando-se no rei do Natal.

Ramalho Ortigão descreve no seu livro “Natal Minhoto” a riqueza de uma mesa de ceia de Natal no Norte do país apesar de, nesta altura, a sua confeção ser mais próxima ao “Bacalhau à Provençal” que também é descrito por Lucas Rigaud, cozinheiro real, em 1780.

Existem, a partir daí, várias referências a este prato, que passam pelo bacalhau acompanhado por hortaliças descrito por Ferra Júnior; à “A Noite de Natal no Porto” de Assis de Carvalho que revela a proximidade da família nesta altura do ano na companhia do peixe; assim como em 1923, Santos Graça em “O Poveiro”.



Esta tradição ter-se-á iniciado a Norte do país dado que em outras regiões preferiam uma consoada menos magra com o uso de carnes como o peru ou mesmo o porco, que interrompiam o jejum após a Missa do Galo.


No início do século XX, a tradição no Alentejo era o porco, no Funchal o porco, uma canja e cálice de vinho na madrugada na consoada, a Norte a acompanhar o bacalhau, um polvo.


Passada a revolução de 1820 os restaurantes e casas de pasto passaram a generalizar a utilização do bacalhau, tornando-se este quase obrigatório para qualquer refeição social, tertúlia ou convívio.



A vulgarização desde consumo parece ter surgido após a Segunda Guerra Mundial dado o abastecimento de bacalhau ser regulamentado pelo Estado Novo. Tendo o bacalhau chegado, desta forma a todo o país, também a televisão impulsionou a propaganda do regime que refletia neste prato a humildade e simplicidade que deveria ser a mesma do povo português.




terça-feira, 20 de dezembro de 2022

A Lenda de São Nicolau

 

Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada.

Conta-se que foi desde muito cedo que Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade.

Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem, decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza.



Quando o bispo de Myra da altura morreu, os anciões da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.

S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É actualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.

S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal. 


Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos ao dia de Natal (25 de Dezembro)

A imagem que temos, hoje em dia, do Pai Natal é a de um homem velhinho e simpático, de aspecto gorducho, barba branca e vestido de vermelho, que conduz um trenó puxado por renas, que esta carregado de prendas e voa, através dos céus, na véspera de Natal, para distribuir as prendas de natal. O Pai Natal passa por cada uma das casas de todas as crianças bem comportadas, entrando pela chaminé, e depositando os presentes nas árvores de Natal ou meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de “Um relato da visita de S. Nicolau”, que este escreveu para as suas filhas. Este poema foi publicado por uma senhora chamada Harriet Butler, que tomou conhecimento do poema através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823, sem fazer referência ao seu autor. Só em 1844 é que Clement C. More reclamou a autoria desse poema.



Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.

Actualmente, Há quem atribuía à época de Natal um significado meramente consumista. Outros, vêem o Pai Natal como o espírito da bondade, da oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a generosidade para com o outro.