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terça-feira, 10 de maio de 2022

Solar da Mafoma na ilha de São Miguel Açores

 


 

DESCRIÇÃO: Unidade paisagística composta por uma casa solarenga, anexos e infra-estruturas de apoio, fontanário, fábrica de chá, jardins e quinta para cultivo de árvores de fruto.

A habitação é composta essencialmente por dois corpos de planta rectangular, com dois pisos, formando um "L": o corpo principal, de maiores dimensões, disposto ao longo da rua e o corpo da cozinha que é perpendicular ao primeiro. No corpo maior, a eixo, há um torreão que se destaca na fachada formando um terceiro piso.

A fachada principal organiza-se segundo um eixo de simetria, está dividida em cinco módulos separados por pilastras e fica enquadrada em cada extremidade por um corpo com balcão. O balcão do lado esquerdo acompanha a empena e tem acesso pelo jardim de lazer, por meio de uma escada em pedra. O balcão do lado direito, mais largo e pouco profundo, só tem acesso pelo interior da casa.

O acesso ao interior faz-se por uma grande porta axial que faz a ligação ao recinto posterior através de um átrio de grandes dimensões, com uma arcada em pedra, onde se situam duas escadas simétricas para acesso ao piso superior. A porta principal é encimada por duas janelas de sacada, com varanda comum, entre as quais se situa uma pedra de armas.

O recinto posterior, relvado, fica definido pelo corpo principal a sudoeste, pelo corpo da cozinha a sudeste, pelos corpos das cavalariças e arrumos a noroeste e pelo muro da quinta a nordeste. Do lado noroeste dos edifícios situa-se o jardim de recreio. Do lado oposto situa-se um terreiro com algumas árvores de fruto em torno de um "cafuão". Ao lado direito da habitação encostam três corpos, voltados para o terreiro, do qual estão parcialmente separados por um muro. Na extremidade sudeste deste terreiro, encostada ao muro da propriedade, situa-se a antiga fábrica de chá, actualmente em ruínas. Na parte posterior de todo este conjunto situa-se a quinta. As estruturas de apoio à fábrica, nomeadamente os antigos telheiros de secagem do chá, prolongam-se pela quinta em toda a extensão sudeste do muro que limita a propriedade. Todos os recintos exteriores são rectangulares e murados.

Os edifícios, de um modo geral, são construídos em alvenaria de pedra rebocada e pintada de amarelo, excepto os socos, os cunhais, as pilastras, as cornijas, as faixas horizontais, as molduras dos vãos, as balaustradas dos balcões, as escadas e os elementos decorativos que são em cantaria à vista. As coberturas variam entre as duas e as quatro águas, em telha de meia-cana tradicional, com telhão na cumeeira e beiral duplo sobre as fachadas principais. Algumas estruturas de apoio têm cobertura de uma só água.

A quinta está dividida em quatro "quartéis" delimitados por sebes altas de metrosíderos e cameleiras. Na intersecção das ruas divisórias há uma mesa de pedra ao centro e um banco em cada vértice dos quartéis. A rua principal, no eixo do solar, dá acesso ao antigo fontanário parietal que se situa no muro nordeste da propriedade. O fontanário é enquadrado, de cada lado, por uma coluna e dois colunelos embebidos e é rematado por uma cornija com pináculos embebidos nos extremos. É encimado por um elemento decorativo (sucedâneo de um par de volutas) que enquadra uma lápide com a data "1789". Ao centro do fontanário, acima das bicas e enquadrado pelas pilastras e pela cornija, há uma edícula que contém um registo de azulejo (amarelo, azul e branco) e é ladeada por duas flores em relevo.



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