sexta-feira, 30 de abril de 2021
Vila da Calheta ilha de São Jorge Açores
quarta-feira, 28 de abril de 2021
José Júlio da Rocha Abreu
José Júlio da Rocha Abreu nasceu em Angra do Heroísmo a 13 de Janeiro de 1857 e faleceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1938 . Foi um grande comerciante, filantropo e político açoriano que se destacou nos campos da benemerência e do associativismo comercial. Foi irmão do médico e político Eduardo Abreu.
Nasceu em Angra do Heroísmo, filho de Bento José de Matos Abreu, conhecido comerciante da praça de Angra, e de Rosa Amélia da Rocha Matos. Cedo ingressou na actividade comercial, passando a ssociado de seu pai em 1875, ainda sem ter completado 18 anos, na firma Bento José de Matos Abreu & Filho. Após o falecimento do pai, herdou a firma, que passou a gerir sob o seu próprio nome (fundando uma empresa que manteve actividade comercial até 1993).
Foi um negociante inteligente e laborioso, gozou de geral estima e consideração, sempre pronto a acudir ao infortúnio. Abriu, estando em Lisboa, conjuntamente com o seu pai Bento José de Matos Abreu, uma subscrição a favor das vítimas das inundações que ocorreram na ilha Terceira na noite de 22 para 23 de Julho de 1891, em particular no lugar do Salto, em São Bento, na parte leste da cidade de Angra do Heroísmo. Espírito generoso e altruísta, esteve ligado aos mais significativos movimentos de assistência pública em Angra, financiando as casas de caridade e asilos da cidade.
Nesta ocasião, e por seu alvitre, fundou o ex-governador civil, o conselheiro José Inácio de Almeida Monjardino, o Cofre de Caridade, aproveitando os donativos angariados. Entre os benfeitores que contribuíram para aquele fundo esteve a rainha D. Amélia. Abriu, também como presidente da Associação Comercial de Angra do Heroísmo, uma subscrição a favor dos necessitados de Cabo Verde. Foi director da Caixa Económica Angrense, juiz substituto e vice-cônsul do Uruguai. Foi membro da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo.
Dirigiu a Caixa Económica Angrense entre 1892 e 1913 (mais de 21 anos), tendo sido o seu principal esteio. Por sua iniciativa, em 1929 a Caixa Económica aprovou a concessão de 100 contos para a construção do primeiro bairro social construído na Terceira, sendo em 1930 declarado sócio benemérito da instituição, onde foi descerrado um seu retrato da autoria de Martinho da Fonseca.
Foi também vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e presidente da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo. Em 1901, por ocasião da visita régia aos Açores, o rei D. Carlos condecorou-o com o grau de comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa por decreto de 19 de Julho de 1901. Contudo, recusou a condecoração e o título de visconde de Moledo (designação de uma sua grande propriedade agrícola nos Biscoitos).
Foi pai de Eduardo Pereira Abreu (1881 — 1944), casado com Maria Cecília de Simas e Stuart de Mesquita Pimentel.
segunda-feira, 26 de abril de 2021
Vila de Santa Cruz da ilha da Graciosa
Após o estabelecimento do primeiro núcleo populacional no Carapacho, zona de costa baixa e abrigada no extremo sudoeste da ilha, face à pouca fertilidade dos solos na zona e à sua vulnerabilidade em relação ao mar, os primeiros povoadores buscaram o interior da ilha, explorando os seus solos férteis e aplainados.
Em poucos anos os principais núcleos populacionais estavam estabelecidos na costa nordeste da ilha, aproveitando as facilidades de desembarque que Praia da Graciosa e as calhetas da Barra e de Santa Cruz ofereciam e a relativa abundância de água nas lagunas ali existentes, além dos poços de maré que podiam ser escavados naqueles locais. Nasciam assim os povoados que viriam a ser as actuais vilas de Santa Cruz da Graciosa e Praia.
Embora Vasco Gil Sodré tenha diligenciado no sentido de obter o cargo de capitão do donatário na ilha, e de ter mesmo construído uma alfândega, diligências em que foi sucedido por seu cunhado Duarte Barreto do Couto, apenas logrou, e mesmo isso não é seguro, governar a parte sul da ilha, estruturada em torno do que viria a ser a vila da Praia.
A capitania da parte norte da ilha, sita em terras bem mais férteis e amplas, foi entregue a Pedro Correia da Cunha, natural da ilha do Porto Santo e co-cunhado de Cristóvão Colombo que, a partir de 1485, logrou obter ao cargo de capitão do donatário em toda a ilha, unificando a administração. Fixando-se com a família em Santa Cruz, tal levou a que este povoado suplantasse a Praia como sede do poder administrativo na ilha. Logo no ano seguinte, Santa Cruz foi elevada a vila e sede de concelho, abrangendo todo o território da ilha e, com ele, as duas paróquias então existentes: Santa Cruz e São Mateus da Praia.
Esta fase em que o concelho de Santa Cruz da Graciosa abrangia toda a ilha terminou quando a cabeça da outra primitiva capitania, o lugar de São Mateus da Praia, foi também elevado a vila por foral concedido por Carta Régia do rei D. João III, datado de 1 de Abril de 1546. Ficou assim a ilha dividida em dois concelhos: a sul o eixo Praia e Luz (tornada freguesia autónoma em 1601); a norte o eixo Santa Cruz e Guadalupe (freguesia autónoma desde 1644).
A estrutura administrativa bicéfala da ilha sobreviveu até ao século XIX, quando por força da reestruturação administrativa que se seguiu à aprovação do segundo código administrativo do liberalismo, o concelho da Praia foi extinto em 1855, sendo o seu território integrado no concelho de Santa Cruz da Graciosa. Embora o decreto de extinção tenha apenas sido executado em 1867, com o fim do concelho, a Praia perdeu a categoria de vila, estatuto que só recuperaria em 2003, por força do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2003/A, de 24 de Junho, aprovado pelo parlamento açoriano.
Pode-se assim dividir a história do concelho de Santa Cruz nas seguintes fases:
1450-1486 — Fase de povoamento inicial, sem estruturas municipais definidas, com o poder apenas nas mãos dos capitães do donatário;
1486-1546 — O concelho de Santa Cruz abrangia toda a ilha, coincidindo em território e sede com a capitania.
1546-1867 — O concelho de Santa Cruz fica restrito ao norte da ilha, abrangendo apenas as freguesias de Santa Cruz e Guadalupe. O sul da ilha constituía o concelho da Praia da Graciosa.
Em 1791 Santa Cruz foi visitada pelo escritor francês François-René de Chateaubriand, que ali aportou aquando da sua passagem em direcção à América do Norte e esteve hospedado no convento franciscano de Santa Cruz, e que depois descreveu a ilha com mestria na sua obra.
Outro visitante célebre foi Almeida Garrett, que esteve em Santa Cruz em 1814, quando com apenas 15 anos visitou um seu tio que era juiz de fora em Santa Cruz. Reza a tradição que terá pregado um sermão na ilha, em óbvia contravenção da lei, e que ali terá escrito versos já reveladores do seu talento de poeta.
Também em 1879 a ilha foi visitada pelo príncipe Alberto I do Mónaco, que no decurso dos seus trabalhos de hidrografia e estudo da vida marinha, aportou à Graciosa no seu iate Hirondelle. Durante a sua permanência na ilha, desceu à Furna do Enxofre, no interior da Caldeira, tendo sido uma das primeiras vozes que se levantaram na defesa da criação de um acesso adequado que permitisse potenciar aquele local como atracção turística.
Ao longo da sua história a ilha foi por diversas vezes assolada por secas avassaladores, que provocaram grande sofrimento, incluindo, segundo alguns historiadores a morte de muitos habitantes. Já no século XIX, e por iniciativa de José Silvestre Ribeiro, então administrador geral do distrito de Angra do Heroísmo, procedeu-se ao envio por navio de água a partir da Terceira para combater a sede que ali grassava. De facto, no Verão de 1844 ocorreu uma seca que para além de afectar gravemente as produções agrícolas pôs em risco a sobrevivência de pessoas e animais. José Silvestre Ribeiro proveu a ilha prontamente com 90 pipas de água e mandou abrir poços e valas. Na noite de 20 de Agosto uma forte chuvada veio aliviar a crise.
Devido à emigração para os Estados Unidos durante as décadas de 1950, 1960 e 1970, e à migração interna que ainda afecta a ilha, o concelho de Santa Cruz da Graciosa entrou num rápido processo de recessão demográfica que na actualidade condiciona em muito a sustentabilidade socio-económica da sociedade graciosense.
sábado, 24 de abril de 2021
António Borges da Câmara de Medeiros
António Borges da Câmara de Medeiros nasceu na Fajã de Baixo a 14 de Junho de 1812 e faleceu em Ponta Delgada a 18 de Março de 1879.
Foi um grande proprietário, negociante e político açoriano. Interessado pelo progresso da agricultura e amador da botânica, dedicou grande parte da sua vida aos problemas da aclimatação nos Açores de plantas exóticas, sendo por sua iniciativa iniciada a plantação do parque botânico de Ponta Delgada, actual Jardim António Borges.
Exerceu o cargo de governador civil do Distrito de Ponta Delgada.
O Jardim António Borges, hoje a mais importante zona verde da cidade de Ponta Delgada, foi adquirido pela Câmara Municipal em 1957 e oficialmente inaugurado como parque público a 11 de Setembro daquele ano. Em 1958 foi colocado naquele parte um busto de António Borges, da autoria do escultor Numídico Bessone. Por deliberação camarária de 18 de Novembro de 1960 foi dado o nome de António Borges à actual Rua de António Borges, na sequência da atribuição, a 17 de Outubro de 1929, do topónimo Beco do Jardim António Borges ao antigo Beco da Lombinha dos Cães.
quinta-feira, 22 de abril de 2021
Cidade de Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores
terça-feira, 20 de abril de 2021
Cidade de Ponta Delgada ilha de São Miguel Açores
domingo, 18 de abril de 2021
Açorianos no Brasil
quinta-feira, 15 de abril de 2021
Vila do Porto ilha de Santa Maria Açores
terça-feira, 13 de abril de 2021
Visconde José Coelho Pamplona que partiu para o Brasil
José Coelho Pamplona (Porto Martins, 24 de Abril de 1843 – São Paulo, 28 de Junho de 1906), primeiro e único visconde de Porto Martim, foi um industrial e financeiro de origem açoriana, radicado em São Paulo, Brasil, que exerceu uma importante influência na sua terra natal através de importantes investimentos em prol da comunidade. A sua actividade filantrópica estendeu-se ao Brasil, onde foi mecenas de diversos artistas. Está ligado à abertura da Avenida Paulista, em São Paulo, e a importantes investimentos imobiliários e industriais naquela cidade.
José Coelho Pamplona nasceu a 24 de Abril de 1843 no lugar de Porto Martim, então parte da freguesia do Cabo da Praia, hoje freguesia de Porto Martins, no sueste da ilha Terceira, Açores. Descendente de uma das mais antigas famílias da ilha, nasceu do segundo casamento de seu pai, quando este já tinha idade avançada. A família desde há muito que mantinha relacionamento estreito com o Brasil, pelo que José Coelho Pamplona tinha fixados no Rio de Janeiro dois meio-irmãos muito mais velhos, os quais tinham enriquecido pela exploração de uma pedreira. Assim, aos 13 anos parte para o Rio de Janeiro, juntando-se a seus irmãos.
Casou com Maria Vieira Paim. Em 1874, mudou-se para a cidade de São Paulo, tendo aí fundado uma fábrica de sabão, ceras e óleos vegetais, amealhando grande fortuna.
Existe um excelente retrato a óleo do visconde de Porto Martim, de autoria do pintor brasileiro Óscar Pereira da Silva, obra de grande valor artístico e perfeição técnica.
José Coelho Pamplona recebeu o título de Visconde de Porto Martim, criado pelo rei D. Carlos I de Portugal, por Decreto de 24 de Agosto de 1905.
José Coelho Pamplona é lembrado pelo topónimo Rua Pamplona no distrito Jardim Paulista da cidade de São Paulo. O nome daquela rua, que começa na Bela Vista e termina no Jardim Paulista, foi oficializado em 1916. A Rua Luís Coelho, situada nas imediações, é uma homenagem ao filho do visconde.
domingo, 11 de abril de 2021
Quem partiu da ilha Terceira Açores no ano de 1929 para a Argentina, Brasil e Estados Unidos da América
13- Manuel Dinis dos Anjos, 21 anos de idade, freguesia da Serreta Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
14- Manuel Machado da Rocha, 18 anos de idade, freguesia de Santa Barbara Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
15- José Ávila Parreira, 22 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para a Argentina
16- Manuel José de Matos, freguesia de São Mateus Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
17- Manuel Vieira Airoso, 25 anos de idade freguesia das Doze Ribeiras Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
18- Manuel Machado Fagundes,21 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para Argentina
19- Carlos Pereira do Couto, 22 anos de idade, freguesia de Santa Barbara Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
20- Manuel da Costa Serpa, 23 anos de idade, freguesia de São Bartolomeu Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
21- António Martins Soares, 27 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para a Argentina
22- Francisco da Rocha Freitas, 22 anos de idade, freguesia de S. Bartolomeu Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
23- António dos Santos Fernandes, 22 anos de idade, freguesia da Terra Chã Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
24- José Machado de Castro, 27 anos, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
25- Rosa de Jesus Mendes, 16 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
26- António Tavares, 15 anos, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
27- António Machado Evangelho, 26 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina
28- António Toste de Lemos, 22 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
29- Francisco Simas da Rosa, 22 anos, freguesia de São Bento Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
30- José Vieira de Freitas, 23 anos de idade, freguesia de São Bartolomeu Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
31- João Martins Correia, 22 anos de idade, freguesia da Agualva Concelho da Praia da Vitória. Para o Brasil
32- Alberto Cardoso de Borba, freguesia das Fontinhas Concelho da Praia da Vitória. Para o Brasil
33- António Mendes Leal, 40 anos de idade, freguesia de São Mateus Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
34- José Dias Mendes, 25 anos de idade, freguesia de Santa Barbara Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
35- Maria de Jesus Borges, 23 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil
36- Manuel Fagundes de Bettencourt, 21 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para a Argentina
sexta-feira, 9 de abril de 2021
Quem partiu da ilha Terceira Açores no ano de 1930 para a Argentina, Brasil e Estados Unidos da América
1- António Pereira Dinis, 21 anos, Feteira. Para o Brasil
2- Maria da Conceição Veiga, 48 anos, São Bartolomeu. Para o Brasil
3- Mateus Simões, 28 anos, Fonte do Bastardo. Para o Brasil
4- Eugénia da Luz, 23 anos, Luz ilha Graciosa. Para os Estados Unidos da América
5- José de Sousa Tomé, 38 anos, Ribeirinha. Para os Estados Unidos da América
6- Francisca Candida, 21 anos, Ribeirinha. Para os Estados Unidos da América
7- José Tomé, 13 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América
8- Nelson de Sousa Tomé, 12 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América
9- António da Costa Correia, 53 anos, Santa Barbara. Para a Argentina
10- Luís Gonçalves Ferreira, Doze Ribeiras. Para a Argentina
11- Maria Adelaide Mendes da Costa, 22 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América
12- Francisco de Sousa Teixeira Júnior, 23 anos, São Bartolomeu. Para o Brasil
13- Francisco Ferreira Dias, 21 anos, Santa Luzia. Para o Brasil
14- João Barcelos da Rocha, 30 anos, Santa Barbara. Para o Brasil
15- Serafim Nunes Pires, 23 anos , Vila Nova. Para a Argentina
16- Francisco Artur Freitas, 23 anos, Agualva. Para a Argentina
17- Maria da Conceição Brasil de Lima, 50 anos, São Mateus. Para o Brasil
18- Agostinho Luís da Costa, 23 anos, Ribeirinha. Para o Brasil
19- Francisco Gonçalves Rodrigues, 21 anos, Ribeirinha. Para o Brasil
20- António Pacheco Ferreira, 25 anos, Ribeirinha. Para o Brasil
21- Joaquim de Matos Júnior
,23 Calheta ilha de São Jorge. Para o Brasil
22- Serafim Machado Coelho, Cinco Ribeiras.Para o Brasil
23- Manuel Joaquim Monteiro, 29 anos, Santa Cruz Praia da Vitória. Para o Brasil
24- Emilia da Conceição Rocha, 28 anos, São Bento. Para o Brasil
25- Elias de Sousa da Rocha, 25 anos, Santa Barbara. Para a Argentina
26- Francisco Amarante, 22 anos, Santa Barbara. Para a Argentina
27- Francisco Cota da Costa, 20 anos, Doze Ribeiras. Para a Argentina