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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Vila da Calheta ilha de São Jorge Açores




A vila da Calheta é uma das mais antigas povoações da ilha de São Jorge, depois da sua fundação em 1483 rapidamente cresceu graças a possuir um porto que lhe facilitava bastante a comunicação com a ilha Terceira, próxima.

Foi elevada a vila em 3 de Junho de 1534, por carta régia de D. João III de Portugal. (Arquivo dos Açores, Vol. V, pág. 141) A 12 de Maio de 1718, autorização da fundação do convento da vila da Calheta. Em 1732, tem início da reedificação da sua Igreja Matriz, a Igreja de Santa Catarina.
É sede de um município com 126,51 km² de área e 4 069 habitantes (2001), subdividido em 5 freguesias. O concelho é limitado a noroeste pelo concelho de Velas, sendo banhado pelo Oceano Atlântico em todas as outras direcções.

É sede de um município com 126,51 km² de área e 4 069 habitantes (2001), subdividido em 5 freguesias. O concelho é limitado a noroeste pelo concelho de Velas, sendo banhado pelo Oceano Atlântico em todas as outras direcções.

O seu núcleo populacional à medida que foi crescendo foi também irradiando para as localidades próximas; foi o caso da Fajã Grande, Ribeira Seca, Relvinha, Biscoitos e Norte Pequeno. O seu crescimento justificou que no ano de 1534 fosse desanexada do Concelho de Velas e elevada a Vila.
Ao longo da sua história esta localidade foi por diversas vezes atacada e saqueada por piratas e corsários. Só no ano de 1597 a população conseguir repelir um ataque, chegando ao ponto de se apoderarem da bandeira dos piratas.
Arrasada pelo grande terramoto de 9 de Julho de 1757, que ficou conhecido na história como o Mandado de Deus ao que "ficou sem casa onde se recolhesse o Santíssimo Sacramento",  foi atingida em 1945, a 4 de Outubro, por grande Levante do Mar.

Esta vila possui monumentos e edifícios de interesse público e arquitectónico, seja pela arquitectura utilizada seja pela sua imponência ou características próprias. Exemplo deste caso é a Igreja de Santa Catarina cuja construção é posterior a 1639, pois a 8 de Janeiro desse ano, um grande incêndio destruiu a primeira que remontava ao século XVI.

O desenvolvimento humano da localidade foi progredindo ao longo dos séculos. Sendo que uma das maiores manifestações populares organizativas são as filarmónicas que existem desde 1868.
Além dos recentes festivais musicais organizados pela Câmara Municipal da Calheta e as actividades desenvolvidas pela Escola de Ensino Complementar "Padre Manuel de Azevedo da Cunha".
Duas unidades fabris destinadas à transformação do atum, uma das quais, localizada na Fajã Grande e outra próxima do Porto da Calheta trouxeram um surto económico à localidade. Com a queda da quantidade de pescado no Atlântico a actividade destas unidades foi suspensa.
A Fabrica localizada junto ao Porto da Calheta e que se enquadra numa excelente baía deverá ser convertida numa estalagem com vista a apoiar o desenvolvimento do sector do turismo.
Em tempos idos no Porto da Calheta chegaram a ser construídos navios que faziam a rota de Gibraltar e da América do Norte. A primeira plataforma portuária digna deste nome e que substituiu o pequeno cais então existente foi construído em 1755, no entanto só lhe foi colocado um farolim de sinalização em 1873.

Nesta localidade existem vários balcões bancários e comerciais. Em 1980 foi fundado pela população a Corporação de Bombeiros Voluntários que juntamente como a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia da Calheta prestam apoio social a doentes e necessitados.
Junto à Igreja de Santa Catarina foi construído um Império do Divino Espírito Santo, as instalações da Junta de Freguesia e, um pouco mais afastado, o jardim com o palanque para a música e o busto do maestro Francisco de Lacerda.

Facto curioso e histórico foi construído em lugar alto, destacado e bastante visível a partir do mar, sobre a vila da Calheta uma forca que durou até 1666. Nunca foi utilizada como tal. Esta forca tinha por finalidade servir de aviso à ameaça representada pelos piratas e corsários que se aproximassem da povoação.

Nesta vila existe ainda uma igreja dedicada à evocação de Santo António que se encontra na Rua de Baixo, estrada de ligação com a Ribeira Seca. Igreja de Santo António foi concluída em 1816. é ainda de mencionar nesta vila um fontanário cuja construção recua a 1878.
Esta localidade tem um Parque de Campismo que foi Inaugurado no dia 3 de Julho de 1993. A sua localização foi pensada de forma aproveitar as características excepcionais do local que o transformou num ponto privilegiado para o lazer e prática da natação e pesca. Encontra-se próximo da costa, junto às Poças de Vicente Dias e à Baía de Simão Dias.



quarta-feira, 28 de abril de 2021

José Júlio da Rocha Abreu

 

José Júlio da Rocha Abreu  nasceu em Angra do Heroísmo a 13 de Janeiro de 1857 e faleceu em  Lisboa a  7 de Dezembro de 1938 . Foi um grande comerciante, filantropo e político açoriano que se destacou nos campos da benemerência e do associativismo comercial. Foi irmão do médico e político Eduardo Abreu.

Nasceu em Angra do Heroísmo, filho de Bento José de Matos Abreu, conhecido comerciante da praça de Angra, e de Rosa Amélia da Rocha Matos. Cedo ingressou na actividade comercial, passando a ssociado de seu pai em 1875, ainda sem ter completado 18 anos, na firma Bento José de Matos Abreu & Filho. Após o falecimento do pai, herdou a firma, que passou a gerir sob o seu próprio nome (fundando uma empresa que manteve actividade comercial até 1993).

Foi um negociante inteligente e laborioso, gozou de geral estima e consideração, sempre pronto a acudir ao infortúnio. Abriu, estando em Lisboa, conjuntamente com o seu pai Bento José de Matos Abreu, uma subscrição a favor das vítimas das inundações que ocorreram na ilha Terceira na noite de 22 para 23 de Julho de 1891, em particular no lugar do Salto, em São Bento, na parte leste da cidade de Angra do Heroísmo. Espírito generoso e altruísta, esteve ligado aos mais significativos movimentos de assistência pública em Angra, financiando as casas de caridade e asilos da cidade.

Nesta ocasião, e por seu alvitre, fundou o ex-governador civil, o conselheiro José Inácio de Almeida Monjardino, o Cofre de Caridade, aproveitando os donativos angariados. Entre os benfeitores que contribuíram para aquele fundo esteve a rainha D. Amélia. Abriu, também como presidente da Associação Comercial de Angra do Heroísmo, uma subscrição a favor dos necessitados de Cabo Verde. Foi director da Caixa Económica Angrense, juiz substituto e vice-cônsul do Uruguai. Foi membro da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo.

Dirigiu a Caixa Económica Angrense entre 1892 e 1913 (mais de 21 anos), tendo sido o seu principal esteio.  Por sua iniciativa, em 1929 a Caixa Económica aprovou a concessão de 100 contos para a construção do primeiro bairro social construído na Terceira, sendo em 1930 declarado sócio benemérito da instituição, onde foi descerrado um seu retrato da autoria de Martinho da Fonseca.

Foi também vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e presidente da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo. Em 1901, por ocasião da visita régia aos Açores, o rei D. Carlos condecorou-o com o grau de comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa por decreto de 19 de Julho de 1901. Contudo, recusou a condecoração e o título de visconde de Moledo (designação de uma sua grande propriedade agrícola nos Biscoitos).


Foi pai de Eduardo Pereira Abreu (1881 — 1944), casado com Maria Cecília de Simas e Stuart de Mesquita Pimentel.




segunda-feira, 26 de abril de 2021

Vila de Santa Cruz da ilha da Graciosa

 

Após o estabelecimento do primeiro núcleo populacional no Carapacho, zona de costa baixa e abrigada no extremo sudoeste da ilha, face à pouca fertilidade dos solos na zona e à sua vulnerabilidade em relação ao mar, os primeiros povoadores buscaram o interior da ilha, explorando os seus solos férteis e aplainados.


Em poucos anos os principais núcleos populacionais estavam estabelecidos na costa nordeste da ilha, aproveitando as facilidades de desembarque que Praia da Graciosa e as calhetas da Barra e de Santa Cruz ofereciam e a relativa abundância de água nas lagunas ali existentes, além dos poços de maré que podiam ser escavados naqueles locais. Nasciam assim os povoados que viriam a ser as actuais vilas de Santa Cruz da Graciosa e Praia.


Embora Vasco Gil Sodré tenha diligenciado no sentido de obter o cargo de capitão do donatário na ilha, e de ter mesmo construído uma alfândega, diligências em que foi sucedido por seu cunhado Duarte Barreto do Couto, apenas logrou, e mesmo isso não é seguro, governar a parte sul da ilha, estruturada em torno do que viria a ser a vila da Praia.

A capitania da parte norte da ilha, sita em terras bem mais férteis e amplas, foi entregue a Pedro Correia da Cunha, natural da ilha do Porto Santo e co-cunhado de Cristóvão Colombo que, a partir de 1485, logrou obter ao cargo de capitão do donatário em toda a ilha, unificando a administração. Fixando-se com a família em Santa Cruz, tal levou a que este povoado suplantasse a Praia como sede do poder administrativo na ilha. Logo no ano seguinte, Santa Cruz foi elevada a vila e sede de concelho, abrangendo todo o território da ilha e, com ele, as duas paróquias então existentes: Santa Cruz e São Mateus da Praia.

Esta fase em que o concelho de Santa Cruz da Graciosa abrangia toda a ilha terminou quando a cabeça da outra primitiva capitania, o lugar de São Mateus da Praia, foi também elevado a vila por foral concedido por Carta Régia do rei D. João III, datado de 1 de Abril de 1546. Ficou assim a ilha dividida em dois concelhos: a sul o eixo Praia e Luz (tornada freguesia autónoma em 1601); a norte o eixo Santa Cruz e Guadalupe (freguesia autónoma desde 1644).

A estrutura administrativa bicéfala da ilha sobreviveu até ao século XIX, quando por força da reestruturação administrativa que se seguiu à aprovação do segundo código administrativo do liberalismo, o concelho da Praia foi extinto em 1855, sendo o seu território integrado no concelho de Santa Cruz da Graciosa. Embora o decreto de extinção tenha apenas sido executado em 1867, com o fim do concelho, a Praia perdeu a categoria de vila, estatuto que só recuperaria em 2003, por força do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2003/A, de 24 de Junho, aprovado pelo parlamento açoriano.


Pode-se assim dividir a história do concelho de Santa Cruz nas seguintes fases:


1450-1486 — Fase de povoamento inicial, sem estruturas municipais definidas, com o poder apenas nas mãos dos capitães do donatário;

1486-1546 — O concelho de Santa Cruz abrangia toda a ilha, coincidindo em território e sede com a capitania.

1546-1867 — O concelho de Santa Cruz fica restrito ao norte da ilha, abrangendo apenas as freguesias de Santa Cruz e Guadalupe. O sul da ilha constituía o concelho da Praia da Graciosa.

Em 1791 Santa Cruz foi visitada pelo escritor francês François-René de Chateaubriand, que ali aportou aquando da sua passagem em direcção à América do Norte e esteve hospedado no convento franciscano de Santa Cruz, e que depois descreveu a ilha com mestria na sua obra.


Outro visitante célebre foi Almeida Garrett, que esteve em Santa Cruz em 1814, quando com apenas 15 anos visitou um seu tio que era juiz de fora em Santa Cruz. Reza a tradição que terá pregado um sermão na ilha, em óbvia contravenção da lei, e que ali terá escrito versos já reveladores do seu talento de poeta.


Também em 1879 a ilha foi visitada pelo príncipe Alberto I do Mónaco, que no decurso dos seus trabalhos de hidrografia e estudo da vida marinha, aportou à Graciosa no seu iate Hirondelle. Durante a sua permanência na ilha, desceu à Furna do Enxofre, no interior da Caldeira, tendo sido uma das primeiras vozes que se levantaram na defesa da criação de um acesso adequado que permitisse potenciar aquele local como atracção turística.

Ao longo da sua história a ilha foi por diversas vezes assolada por secas avassaladores, que provocaram grande sofrimento, incluindo, segundo alguns historiadores a morte de muitos habitantes. Já no século XIX, e por iniciativa de José Silvestre Ribeiro, então administrador geral do distrito de Angra do Heroísmo, procedeu-se ao envio por navio de água a partir da Terceira para combater a sede que ali grassava. De facto, no Verão de 1844 ocorreu uma seca que para além de afectar gravemente as produções agrícolas pôs em risco a sobrevivência de pessoas e animais. José Silvestre Ribeiro proveu a ilha prontamente com 90 pipas de água e mandou abrir poços e valas. Na noite de 20 de Agosto uma forte chuvada veio aliviar a crise.


Devido à emigração para os Estados Unidos durante as décadas de 1950, 1960 e 1970, e à migração interna que ainda afecta a ilha, o concelho de Santa Cruz da Graciosa entrou num rápido processo de recessão demográfica que na actualidade condiciona em muito a sustentabilidade socio-económica da sociedade graciosense.



sábado, 24 de abril de 2021

António Borges da Câmara de Medeiros

 

António Borges da Câmara de Medeiros  nasceu na Fajã de Baixo a  14 de Junho de 1812  e faleceu em Ponta Delgada a 18 de Março de 1879.

 Foi um grande proprietário, negociante e político açoriano. Interessado pelo progresso da agricultura e amador da botânica, dedicou grande parte da sua vida aos problemas da aclimatação nos Açores de plantas exóticas, sendo por sua iniciativa iniciada a plantação do parque botânico de Ponta Delgada, actual Jardim António Borges.

Exerceu o cargo de governador civil do Distrito de Ponta Delgada.

O Jardim António Borges, hoje a mais importante zona verde da cidade de Ponta Delgada, foi adquirido pela Câmara Municipal em 1957 e oficialmente inaugurado como parque público a 11 de Setembro daquele ano. Em 1958 foi colocado naquele parte um busto de António Borges, da autoria do escultor Numídico Bessone. Por deliberação camarária de 18 de Novembro de 1960 foi dado o nome de António Borges à actual Rua de António Borges, na sequência da atribuição, a 17 de Outubro de 1929, do topónimo Beco do Jardim António Borges ao antigo Beco da Lombinha dos Cães.



quinta-feira, 22 de abril de 2021

Cidade de Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores


O local escolhido pelos primeiros povoadores foi uma crista de colinas, que se abria, em anfiteatro, sobre duas baías, separadas pelo vulcão extinto do Monte Brasil. Uma delas, a denominada "angra", tinha profundidade para a ancoragem de embarcações de maior tonelagem, as naus. Tinha como vantagem a proteção de todos os ventos, exceto os de Sudeste.
As primeiras habitações foram erguidas na encosta sobre essa angra, em ruas íngremes de traçado tortuoso dominadas por um outeiro. Neste, pelo lado de terra, distante do mar, foi iniciado um castelo com a função de defesa, à semelhança do urbanismo medieval europeu: o chamado Castelo dos Moinhos.

Por carta passada pela Infanta Dna. Beatriz em 2 de abril de 1474, a capitania de Angra foi doada a Álvaro Martins Homem, que ao tomar posse dela deu início aos trabalhos da chamada Ribeira dos Moinhos, aproveitando a forças de suas águas e lançando as bases para o futuro desenvolvimento económico da povoação. A partir da proteção propiciada pelo Castelo dos Moinhos (atual Alto da Memória), o casario acompanhou a Ribeira dos Moinhos até à baía, primitivamente por ruas e vielas sinuosas – ruas do Pisão, da Garoupinha, de Santo Espírito, das Alcaçarias – cuja toponímia conservou a memória de suas actividades económicas. Martins Homem deu início à chamada Casa do Capitão, posteriormente acrescentada por João Vaz Corte Real, que também procedeu à canalização da Ribeira, à construção do primitivo Cais da Alfândega, da muralha defensiva da baía de Angra e do Hospital de Santo Espírito.


Ao mesmo tempo, liberava a área do vale para que, de acordo com os princípios do urbanismo do Renascimento, pudessem ser abertas ruas obedecendo a um plano ortogonal, organizadas por funções, de acordo com as necessidades do porto que crescia com rapidez. Nesse plano ortogonal serão abertas as ruas da Sé e Direita, ligando os principais elementos da cidade: o porto e a casa do capitão nos extremos do braço menor, os celeiros do Alto das Covas e a Câmara Municipal nos do braço maior. Ao longo do século XVI a cidade crescerá até ao Alto das Covas e a São Gonçalo, embora com ruas de traçado mais irregular.

Desse modo, em poucos anos, desde 1478, a povoação fora elevada à categoria de vila e, em 1534, ainda no contexto dos Descobrimentos, foi a primeira do arquipélago a ser elevada à condição de cidade. No mesmo ano, foi escolhida pelo Papa Paulo III, pela bula Æquum reputamus, para sede da Diocese de Angra, com jurisdição sobre todas as ilhas do arquipélago dos Açores.


As razões para esse vigoroso progresso deveram-se à importância do seu porto como escala da chamada Carreira da Índia, centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias e de valores. Por essa razão desde as primeiras décadas do século XVI aqui foi instalada a Provedoria das Armadas, com essa função e a de apoiar a chamada Armada das ilhas. Posteriormente, no contexto da Dinastia Filipina, a estes vieram justar-se os galeões espanhóis carregados de ouro e prata, oriundos das Índias Ocidentais, numa rota que se estendia de Cartagena das Índias, passava por Porto Rico e por Angra, e alcançava Sevilha. Para apoiar essas fainas, foram implantados os primeiros estaleiros navais, na Prainha e no Porto das Pipas, e as fortificações que fecham a baía: o chamado Castelo de São Sebastião e o de São João Baptista.

A cidade, mais de uma vez, teve parte ativa na história de Portugal: à época da Crise de sucessão de 1580 resistiu ao domínio Castelhano, apoiando António I de Portugal que aqui estabeleceu o seu governo, de 5 de Agosto de 1580 a 6 de Agosto de 1582. O modo como expulsou os espanhóis entrincheirados na fortaleza do Monte Brasil em 1641 valeu-lhe o título de "Sempre leal cidade", outorgado por João IV de Portugal.


Posteriormente, aqui esteve Afonso VI de Portugal, detido nas dependências da fortaleza do Monte Brasil, de 21 de Junho de 1669 a 30 de Agosto de 1684.

Posteriormente Angra constitui-se na capital da Província dos Açores, sede do Governo-geral e em residência dos Capitães-generais, por Decreto de 30 de Agosto de 1766, funções que desempenhou até 1832. Foi sede da Academia Militar, de 1810 a 1832.
No século XIX, Angra constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de Março de 1830. Aqui, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), Pedro IV de Portugal organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo e aqui promulgou alguns dos mais importantes decretos do novo regime, como o que criou novas atribuições às Câmaras Municipais, o que reorganizou o Exército Português, o que aboliu as Sisas e outros impostos, o que extinguiu os morgados e capelas, e o que promulgou a liberdade de ensino no país.

Em reconhecimento de tantos e tão destacados serviços, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu à cidade o título de "mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo", e a Rainha D. Maria II de Portugal condecorou-a com a Grã-Cruz da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

A cidade sempre teve forte tradição municipalista, e a sua Câmara Municipal foi a primeira do país a ser eleita, já em 1831, após a reforma administrativa do Constitucionalismo (Decreto de 27 de Novembro de 1830).

Em Angra encontraram refúgio Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular, e a rainha Maria II de Portugal entre 1830 e 1833, durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Por aqui passou Charles Darwin, a bordo do "HMS Beagle", tendo aportado a 20 de Setembro de 1836. Darwin partiu daqui para a ilha de São Miguel em 23 de setembro, após fazer um passeio a cavalo pela ilha, onde entre vários locais visitou as Furnas do Enxofre, tendo na altura afirmado que a nível biológico "nada de interessa encontrar". Mais tarde, e reconhecendo o seu erro, pediu a vários cientistas, nomeadamente a Joseph Dalton Hooker, a Hewett Cottrell Watson e a Thomas Carew Hunt que lhe enviassem espécimes da flora endémica da Macaronésia e também amostras geológicas.

1643 - Por Alvará de 2 de Abril, D. João IV de Portugal concede à cidade de Angra o título de "Mui nobre e leal", pela sua bravura durante a Guerra da Restauração;

1828 - Decreto (não revogado) de 28 de Outubro que declara Angra a Capital da Província dos Açores, com o seguinte preambulo: “Tendo sido esta cidade condecorada com o título de: Muito nobre e sempre leal cidade de Angra, pelos feitos heroicos praticados por seus fiéis habitantes na restauração de Portugal em 1641, e tendo outrossim estas ilhas sido declaradas adjacentes ao reino de Portugal por alvará de 26 de Fevereiro de 1771, e ultimamente (1828) contempladas como província do reino, §. 1.º, artigo 2.º, título 1.º da Carta Constitucional: há por bem esta Junta Provisória, encarregada de manter a legítima autoridade d'el-rei o Sr. D. Pedro IV, declarar em nome do mesmo Augusto Senhor, que todas as nove ilhas dos Açores são uma só e única província do reino, e que esta cidade de Angra é a capital da província dos Açores. As autoridades a quem competir assim o tenham entendido, cumpram e façam executar: e o Secretário dos Negócios Interinos faça dirigir cópia deste decreto às estações competentes e autoridades na forma do estilo. - Angra, 28 de Outubro de 1828. 



terça-feira, 20 de abril de 2021

Cidade de Ponta Delgada ilha de São Miguel Açores


A primeira capitania, constituída pelas ilhas de Sta. Maria e S. Miguel foi entregue a Gonçalo Velho Cabral, que a delegou mais tarde a João Soares de Albergaria seu sobrinho, que, em 1474 vendeu a ilha de São Miguel a Rui Gonçalves da Câmara, filho segundo de João Gonçalves Zarco, capitão da ilha da Madeira, por 2000 cruzados em dinheiro e 4000 arrobas de açúcar, passando a residir em Vila Franca do Campo, feita vila e sede da capitania. (Na altura o maior e mais populoso povoado açoriano do século XV)
Ponta Delgada, lugar de homens de condição nobre e de poder fez-se vila em 1499, tendo crescido na proporção inversa da perda de importância de Vila Franca do Campo, valor acrescido por meio da criação da alfândega em 1518, uma estrutura importante da coroa, e que a fez sobressair como cabeça da ilha. 

O titulo de cidade é concedido a Ponta Delgada por carta de D. João III, a 2 de Abril de 1546, como reconhecimento do seu dinamismo e crescimento urbano, e pela condição do seu porto, no apoio às naus da Índia, que no mesmo faziam descansar a sua tripulação e se reabasteciam. O seu núcleo urbano cresceu ao longo da costa entre a Calheta de Pêro de Teve, e o atual Campo de São Francisco, lugar que abriga o mosteiro de Nossa Senhora da Esperança, inaugurado em 1541. 

D. João III em 1554 fez criar em Ponta Delgada o ofício de juiz de fora, colocando esta num plano único a nível do arquipélago, equiparando-a a um reduzido número de concelhos que tinham como magistrado judicial um oficial de carreira. Entre 1552 e 1580 foi construído a mando de D. João III o forte de São Brás, para defesa da cidade dos ataques dos corsários num dos extremos da cidade, construção custeada pela câmara e população em geral, tornando-se num dos principais símbolos da cidade. Os anos de 1567 e 1575 registam a fundação do mosteiro de Clarissas de Santo André e a decisão de se erguer uma torre sineira na Matriz respectivamente, que só teve lugar em 1624. 

Por volta de 1580, o bispo D. Pedro de Castilho criou a freguesia de Santa Clara no limite ocidental da cidade, tendo como paroquial a igreja de São Ma- teus, pertencente aos capitães da ilha. Com a criação desta nova freguesia, ficou completo o conjunto de paróquias em que se divide a cidade desde então, cujo concelho regista em 1591 mais de dois mil e setecentos fogos, correspondendo a uns dez mil habitantes e em 1770 aproximadamente 30.000, destacando-se Ponta Delgada dos demais núcleos urbanos do arquipélago, ostentando casas nobres e quintas em seu redor. 

A 1 de Março de 1821 alguns intelectuais e outros, conscientes da importância económica de S. Miguel e movidos pela ideia separatista para com a tutela não desejada da ilha Terceira e dos capitães generais, fizeram acontecer uma revolta da qual resultou um governo interino designado por Junta Governativa, logo reconhecido pelo poder central que acatou as reclamações apresentadas, e que mandou fazer em 1822 a divisão do arquipélago em três comarcas com governos independentes, geridos por um corregedor com poderes alargados. 


No século XIX tornou-se pertinente a necessidade da construção dum porto artificial adequado a um grande movimento de navios, principal porta de entrada e saída de pessoas e bens da ilha, construção justificada por Antero de Quental que escreveu um artigo a respeito, intitulado “Necessidade de uma doca na Ilha de São Miguel”, publicado a 13 de Abril de 1861 no Aurora dos Açores, sendo lançada, a primeira pedra para a sua construção, a 30 de setembro de 1862.

No século XX, um sismo de grande intensidade, a 1 de maio de 1937, pelas 8h da noite, causou danos da freguesia de São Pedro até à das Feteiras.



domingo, 18 de abril de 2021

Açorianos no Brasil




Oficialmente, a primeira entrada de um grupo de açorianos em solo brasileiro se deu em 1619. Foram 300 casais que vinham para se estabelecer no Maranhão após a expulsão dos franceses. Mais tarde em 1675 saíam 50 casais do Faial, vitimas do vulcão de 1672 (Praia do Norte), e que foram mantidas pela bondade do governador da ilha, Jorge Gularte Pimentel, até 1675, quando partiram para o Brasil. Chegaram ao Grão-Pará em 1676 para servir como colonos e mão de obra nas plantações daquele espaço amazónico.
Em 1679, na Graciosa, e em 1719, no Pico, novas erupções vulcânicas obrigaram os ilhéus sinistrados a emigrar para a América Portuguesa, desta vez para a Colónia de Sacramento. Embora não haja a certeza da chegada desses ilhéus, o certo é que há conhecida descendência açoriana em terras uruguaias. Em 1740, um destacamento militar formado com homens das ilhas açorianas se instalou no Amapá e fundou Macapá, sua capital. Em 1770 a fundação do Município de Mazagão se deu na origem de Mazagão Velho, quando a Coroa portuguesa mandou para lá 163 famílias de colonos portugueses cristãos, oriundos do Castelo de Mazagran, (El Djadidá) Marrocos, que se conflituaram com os mouros islamitas.

Em 1723, no sudeste, são conhecidos alguns açorianos que marcaram a região (Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, e interior de Minas), através da sua descendência. Eram ilhéus migrantes de outras partes do território brasileiro que chegavam em busca de terras e riqueza.

O enorme afluxo de gente que a descoberta do ouro e as disputas para a exploração do metal (Guerra dos Emboabas- luta entre os paulistas, descobridores das minas, e os portugueses e brasileiros vindos de todos os lados) proporcionou, tornou o comercio de carne e alimentos uma ocupação muito rentável. Mesmo com o declínio da produção aurífera e diamantífera, com a situação mais apaziguada, os migrantes passaram a procurar terras para o cultivo e criação de gado, era uma nova e atractiva possibilidade para conseguir uma vida mais digna e estável. O sertão estava à espera de quem tivesse força e coragem para conquistá-lo. O governo através de seus representantes políticos e militares apoiava-os, montando troços militares pelos caminhos, distribuindo terras (sesmarias) a quem se dispusesse a ocupá-las. Assim é que os migrantes brasileiros e portugueses foram empurrando os negros dos quilombos e os índios cada vez mais para o interior, destruindo-os ou assimilando-os, tomando-lhes o espaço.


Fato semelhante ocorreu no século XIX, no actual Espírito Santo, quando entre 1813 e 1814 chegaram quatro levas de açorianos (200 indivíduos) para fundar a colónia de Santo Agostinho (hoje Viana). Conta a história que, quando o governador, Francisco Alberto Rubim da Fonseca e Sá Pereira (1795-1890) recebia um grupo de ilhéus (da Horta-Faial), viu um dos guardas do palácio do governo, Antonio de Freitas Lira, encantado com a beleza de uma das seis irmãs faialenses (Luiza Aurélia da Conceição), tocar os cabelos da jovem, irritado, como desagravo, declarou no ato o noivado deles. Verdade ou não, o fato é que três meses depois casaram. Em breve, todas elas se transformariam em matriarcas de destacadas famílias capixabas.

Entre os primeiros povoadores de arraiais e vilas de Minas, Mato Grosso do Sul e sul goiano, não é difícil encontrar a presença açoriana. Pamplonas em Formiga, Botelhos em Araxá, Borges, Vilelas, no Prata. Junqueiras, Rodrigues da Cunha, Terras, Goulart, em Uberaba...
Mas sem dúvida alguma a maior e mais marcante leva ilhoa ocorreu no sul do país. Pode-se dizer que grande parte dos portugueses que para lá foram são das ilhas, o que se pode verificar nos arquivos legais e histórias familiares dos seus descendentes.

Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os estados brasileiros onde mais se encontram sinais desses emigrantes, seja na genética, na arquitectura, na religiosidade ou na cultura popular. Os manezinhos, descendentes dos antigos povoadores açorianos, ainda conservam alguns dos seus hábitos e costumes. Não é sem motivo que chamam a ilha de Santa Catarina (onde está a Capital Florianópolis) a décima ilha açoriana.

A cada situação de fome ou desequilíbrio social, a emigração era a solução. Em 1771 e 1774 saíram da Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Flores e Corvo 301 pessoas. Destino Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco.



quinta-feira, 15 de abril de 2021

Vila do Porto ilha de Santa Maria Açores



Frei Gonçalo Velho Cabral, fidalgo da Casa do Infante D. Henrique e Comendador da Ordem de Cristo, terá chegado à ilha em 1432. Santa Maria foi a sede da primeira Capitania das ilhas dos Açores, inicialmente abrangendo a própria Santa Maria e a de ilha de São Miguel. O seu povoamento terá se iniciado em 1439, após o desembarque das gentes na praia dos Lobos, no atual lugar dos Anjos.

O povoado do Porto terá sido fundado em 1450, por Fernão de Quental e João da Castanheira, em posição dominante numa lomba soalheira da costa Sul, frente a ampla enseada, entre duas ribeiras - a Ribeira de São Francisco, também referida como Ribeira Grande, a oeste, e a Ribeira do Sancho, a este -, que lhe asseguravam tanto a defesa quanto o abastecimento de água. Foi elevado a vila pelo o primeiro foral dos Açores, cerca de 1470. Genes Corvelo trouxe os papeis referentes à Câmara Municipal e à Igreja Matriz.


Sobre o primitivo núcleo urbano e população, refere Frutuoso:

"Tem esta Vila do Porto três ruas compridas, que correm direitas a esta ermida de Nossa Senhora de Concepção e ao porto, as quais começam do adro da igreja principal. A rua do meio, muito larga e formosa e de boa casaria, faz um cotovelo, pelo qual se não vê do adro da igreja principal a ermida da Concepção, que sobre o porto está, o que foi inadvertência dos primeiros edificadores, porque, vendo dali a dita ermida, ficava a rua com muito mais frescura. As outras duas ruas não são tão povoadas por se antremeterem nelas paredes de muitas hortas e quintais e sarrados (sic), divididas estas três ruas com outras azinhagas e travessas. Acima da igreja principal, para dentro da terra, ficam algumas casas, as mais delas de palha, em um caminho a modo de rua muito larga, que vai correndo antre sarrados e acabar antes que cheguem a uma ermida de Santo Antão, que está em um alto; da qual ermida para cima, ficam terras de pão e casais de homens que moram fora da Vila espalhados, pelo que tem a Vila mais de cem fogos, e com outros fregueses da mesma Vila, que a ela vêm ouvir missa, há na sua freguesia, que é a principal da ilha, trezentos e setenta e oito fogos, e almas de confissão mais de mil e trezentas."

E ainda sobre a população e caráter dos naturais:



"É povoada esta Vila e toda a ilha de gente muito honrada, e muitos têm fidalguia por suas progénies, e outros por (a)lianças de casamentos com os Capitães e seus filhos, de que nasceram fidalgos. Todos os homens honrados, naturais da terra, quase geralmente são altos de corpo, bem dispostos e bem proporcionados, de bons e graves rostos e boas fisionomias, presumptuosos (sic) e amigos de honra, como o deve ser qualquer homem honrado, por não fazer coisa menos do que dele se espera. E todos de tão grandes espíritos, que, se saíssem da mãe para África ou lugares de fronteira, fariam sem dúvida feitos honrosos e ganhariam grande nome, mas na ilha não são dados a muito trabalho, pelo que nela não há muitas coisas boas e curiosas que pudera haver, se se deram a isso, com que foram mais ricos do que são, pois a terra de si é fértil, posto que pequena, para tão nobre e tanta gente. As mulheres, pelo conseguinte, da mesma maneira são generosas e nobres, bem postas e discretas, com uma grave formosura e virtude, que lhe acrescenta sua nobreza."

Apesar de não haver conhecido atividade sísmica desde o povoamento - causadora de catástrofes ao longo da história das demais ilhas -, Santa Maria e Vila do Porto foram sempre marcadas pelo isolamento e inacessibilidade que lhe limitavam o poder defensivo diante de ataques de corsários e piratas da Barbária. Desse modo, já em 1480, de uma nau Castelhana, desembarcaram cerca de quarenta homens, armados de arcabuzes, no porto da Vila. Foram rechaçados por um grupo de moradores, sob o comando do 2.º capitão do donatário, João Soares de Albergaria, com tiros de pedreiro, na altura do Calhau da Roupa, afirmando-se que João Soares foi capturado e levado a ferros para Castela.  Mais tarde, a vila seria atacada por corsários franceses (1553 e 1576), ingleses (1589), e piratas da Barbária (1616 e 1675). Acredita-se que o desaparecimento dos documentos relativos à fundação da vila tenha ocorrido na sequência dos saques e dos incêndios causados pelo ataque de corsários à vila em 1616.


A vila desenvolveu-se numa linha Norte-Sul, desde o Forte de São Brás até à Igreja de Santo Antão. A prosperidade dos primeiros tempos é atestada pelos seus solares e templos, nomeadamente na parte antiga da vila, assim como pela implantação de um dos primeiros hospitais de Misericórdia do Arquipélago.

Em 1901 recebeu a visita do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia; ainda nesse mesmo ano, elegeu a primeira Câmara republicana do arquipélago.

Com a construção do Aeroporto, ao final da Segunda Guerra Mundial, a povoação e a freguesia adquiriram nova dinâmica, urbana, económica e cultural. Como exemplo, foram inaugurados o Clube Asas do Atlântico (1946), o "Cine Aeroporto" (1946, depois "Atlântida Cine") e o "Cine Mariense" (1953).



terça-feira, 13 de abril de 2021

Visconde José Coelho Pamplona que partiu para o Brasil

 

José Coelho Pamplona (Porto Martins, 24 de Abril de 1843 – São Paulo, 28 de Junho de 1906), primeiro e único visconde de Porto Martim, foi um industrial e financeiro de origem açoriana, radicado em São Paulo, Brasil, que exerceu uma importante influência na sua terra natal através de importantes investimentos em prol da comunidade. A sua actividade filantrópica estendeu-se ao Brasil, onde foi mecenas de diversos artistas. Está ligado à abertura da Avenida Paulista, em São Paulo, e a importantes investimentos imobiliários e industriais naquela cidade.


José Coelho Pamplona nasceu a 24 de Abril de 1843 no lugar de Porto Martim, então parte da freguesia do Cabo da Praia, hoje freguesia de Porto Martins, no sueste da ilha Terceira, Açores. Descendente de uma das mais antigas famílias da ilha, nasceu do segundo casamento de seu pai, quando este já tinha idade avançada. A família desde há muito que mantinha relacionamento estreito com o Brasil, pelo que José Coelho Pamplona tinha fixados no Rio de Janeiro dois meio-irmãos muito mais velhos, os quais tinham enriquecido pela exploração de uma pedreira. Assim, aos 13 anos parte para o Rio de Janeiro, juntando-se a seus irmãos.

Casou com Maria Vieira Paim. Em 1874, mudou-se para a cidade de São Paulo, tendo aí fundado uma fábrica de sabão, ceras e óleos vegetais, amealhando grande fortuna.

Existe um excelente retrato a óleo do visconde de Porto Martim, de autoria do pintor brasileiro Óscar Pereira da Silva, obra de grande valor artístico e perfeição técnica.


José Coelho Pamplona recebeu o título de Visconde de Porto Martim, criado pelo rei D. Carlos I de Portugal, por Decreto de 24 de Agosto de 1905.


José Coelho Pamplona é lembrado pelo topónimo Rua Pamplona no distrito Jardim Paulista da cidade de São Paulo. O nome daquela rua, que começa na Bela Vista e termina no Jardim Paulista, foi oficializado em 1916. A Rua Luís Coelho, situada nas imediações, é uma homenagem ao filho do visconde.



domingo, 11 de abril de 2021

Quem partiu da ilha Terceira Açores no ano de 1929 para a Argentina, Brasil e Estados Unidos da América

 


13-  Manuel Dinis dos Anjos, 21 anos de idade, freguesia da Serreta Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

14-  Manuel Machado da Rocha, 18 anos de idade, freguesia de Santa Barbara Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

15-  José Ávila Parreira, 22 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para a Argentina

16-  Manuel José de Matos, freguesia de São Mateus Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

17-  Manuel Vieira Airoso, 25 anos de idade freguesia das Doze Ribeiras Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

18-  Manuel Machado Fagundes,21 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para Argentina

19-  Carlos Pereira do Couto, 22 anos de idade, freguesia de Santa Barbara Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

20-  Manuel da Costa Serpa, 23 anos de idade, freguesia de São Bartolomeu Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

21-  António Martins Soares, 27 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para a Argentina

22-  Francisco da Rocha Freitas, 22 anos de idade, freguesia de S. Bartolomeu  Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

23-  António dos Santos Fernandes,  22 anos de idade, freguesia da Terra Chã Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

24-  José Machado de Castro, 27 anos, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

25-  Rosa de Jesus Mendes, 16 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

26-  António Tavares, 15 anos, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

27-  António Machado Evangelho, 26 anos de idade, freguesia da Ribeirinha  Concelho de Angra do Heroísmo. Para a Argentina

28-  António Toste de Lemos, 22 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

29-  Francisco Simas da Rosa, 22 anos, freguesia de São Bento Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

30-  José Vieira de Freitas, 23 anos de idade, freguesia de São Bartolomeu Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

31-  João Martins Correia, 22 anos de idade, freguesia da Agualva Concelho da Praia da Vitória. Para o Brasil

32-  Alberto Cardoso de Borba, freguesia das Fontinhas Concelho da Praia da Vitória. Para o Brasil

33- António Mendes Leal, 40 anos de idade, freguesia de São Mateus Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

34-  José Dias Mendes, 25 anos de idade, freguesia de Santa Barbara Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

35-  Maria de Jesus Borges, 23 anos de idade, freguesia da Ribeirinha Concelho de Angra do Heroísmo. Para o Brasil

36-  Manuel Fagundes de Bettencourt, 21 anos de idade, Santa Cruz da Praia da Vitória. Para a Argentina



sexta-feira, 9 de abril de 2021

Quem partiu da ilha Terceira Açores no ano de 1930 para a Argentina, Brasil e Estados Unidos da América

 

1-  António Pereira Dinis, 21 anos, Feteira. Para o Brasil

2-  Maria da Conceição Veiga, 48 anos, São Bartolomeu. Para o Brasil

3-  Mateus Simões, 28 anos, Fonte do Bastardo. Para o Brasil

4-  Eugénia da Luz, 23 anos, Luz ilha Graciosa. Para os Estados Unidos da América

5-  José de Sousa Tomé, 38 anos, Ribeirinha. Para os Estados Unidos da América

6-  Francisca Candida, 21 anos, Ribeirinha. Para os Estados Unidos da América

7-  José Tomé, 13 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América

8-  Nelson de Sousa Tomé, 12 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América

9-  António da Costa Correia, 53 anos, Santa Barbara. Para a Argentina

10-  Luís Gonçalves Ferreira, Doze Ribeiras. Para a Argentina



11-  Maria Adelaide Mendes da Costa, 22 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América

12-  Francisco de Sousa Teixeira Júnior, 23 anos, São Bartolomeu. Para o Brasil

13-  Francisco Ferreira Dias, 21 anos, Santa Luzia. Para o Brasil

14-  João Barcelos da Rocha, 30 anos, Santa Barbara. Para o Brasil

15-  Serafim Nunes Pires, 23 anos , Vila Nova. Para a Argentina

16-  Francisco Artur Freitas, 23 anos, Agualva. Para a Argentina

17-  Maria da Conceição Brasil de Lima, 50 anos, São Mateus. Para o Brasil

18-  Agostinho Luís da Costa, 23 anos, Ribeirinha. Para o Brasil

19-  Francisco Gonçalves Rodrigues, 21 anos, Ribeirinha. Para o Brasil

20-  António Pacheco Ferreira, 25 anos, Ribeirinha. Para o Brasil



21-  Joaquim de Matos Júnior

,23 Calheta ilha de São Jorge. Para o Brasil

22-  Serafim Machado Coelho, Cinco Ribeiras.Para o Brasil

23-  Manuel Joaquim Monteiro, 29 anos, Santa Cruz Praia da Vitória. Para o Brasil

24-  Emilia da Conceição Rocha, 28 anos, São Bento. Para o Brasil

25-  Elias de Sousa da Rocha, 25 anos, Santa Barbara. Para a Argentina

26-  Francisco Amarante, 22 anos,  Santa Barbara. Para a Argentina

27-  Francisco Cota da Costa, 20 anos, Doze Ribeiras. Para a Argentina