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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Francisco de Lacerda


 Francisco Inácio da Silveira de Sousa Pereira Forjaz de Lacerda  nasceu na Ribeira Seca a  11 de Maio de 1869  e  faleceu em  Lisboa a  18 de Julho de 1934. Mais conhecido por Francisco de Lacerda, foi um musicólogo, compositor e maestro açoriano.
Além de produzir uma valiosa obra musical como compositor, teve uma notável carreira internacional, tendo sido chefe de orquestra em Portugal, Suíça e França. Embora a sua principal actividade tenha sido a de chefe de orquestra, foi também conferencista, estudioso do folclore e professor de direcção de orquestra, tendo tido alguns alunos que se tornaram célebres. Foi um dos fundadores da Filarmónica de Lisboa.
Foi filho de João Caetano de Sousa e Lacerda, de quem, a partir dos 4 anos de idade, recebeu as primeiras lições de música e de piano. A família de Lacerda era ao tempo uma das mais antigas e mais influentes da ilha, descendente da velha aristocracia da época do povoamento insular. Foi irmão do médico, poeta e político José de Lacerda.
Ainda adolescente veio para Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, onde frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo. Concluídos os seus estudos secundários, partiu para a cidade do Porto, onde se matriculou no curso de Medicina. Interessado pela música, acabou por abandonar os estudos médicos para se dedicar exclusivamente à música.

A conselho do seu professor António Maria Soler, professor de piano e compositor, mudou-se para Lisboa, onde se matriculou no Conservatório Nacional, onde veio a ser aluno de José António Vieira, Francisco de Freitas Gazul e Frederico Guimarães. Concluiu o curso em 1891 com elevada classificação, sendo, no ano seguinte, contratado como professor de piano daquela escola.
Francisco de Lacerda obteve em 1895 uma bolsa de estudos do Estado português que lhe permitiu ir para Paris com o objectivo de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais. Naquela cidade foi aluno, entre outros, de Émile Pessard (harmonia), Louis-Albert Bourgault-Ducoudray (história da música) e Charles-Marie Widor (contraponto e órgão).
Permanecendo em Paris, em 1897 ingressou na Schola Cantorum, prosseguindo a sua formação teórica e de aperfeiçoamento no órgão com Felix Alexandre Guilmant e estudos de composição com Vincent d'Indy. Descobrindo no discípulo excepcionais qualidades de maestro, Vincent d'Indy escolheu-o para seu substituto na classe de orquestra. Neste período foi influenciado pela escola francesa de César Franck, Vincent d'Indy, Gabriel Fauré, Maurice Ravel, Francis Poulenc e Paul Dukas, o que se reflectiu decisivamente nas suas composições e no seu estilo de direcção musical.
Depois de ter passado o ano de 1899 na sua ilha natal, aproveitando para realizar alguma recolha folclorística, regressou a Paris. Ali, por influência de Vincent d'Indy, que fora seu professor de órgão e composição e descobrira o seu talento de chefe de orquestra, em 1900 fez a sua primeira aparição pública como chefe de orquestra. O êxito que de imediato conquistou abriu-lhe as portas para uma bem sucedida carreira à frente de algumas das melhores orquestras europeias em importantes concertos, festivais e temporadas musicais.
Foi nomeado membro do júri da Exposição Universal de 1900, realizada em Paris. Participou na organização da representação de Portugal daquele evento, colaborando com Ressano Garcia, comissário régio, e António Arroio, delegado do Ministério do Fomento do governo português.


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