Alexandre Martins Pamplona Ramos era filho de
António Ramos Moniz Corte-Real e de Maria do Livramento Martins Pamplona Ramos,
uma família com raízes na região do Ramo Grande desde os tempos do povoamento.
Pelo lado paterno a família estava ligada a Manuel Inácio Martins Pamplona
Corte Real, o 1.º conde de Subserra.
Depois de estudos preparatórios na sua vila
natal, formou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, tendo, em 1891, ainda
aluno do 5.º ano de Medicina, diagnosticado, pela primeira vez em Portugal, uma
hemoglobinúria paroxística "à frigore" (ou doença de Harley), doença
que viria depois a ser abordada na sua dissertação de formatura, orientada pelo
Professor José Curry da Câmara Cabral e publicada em 1895.
Alexandre Ramos distinguiu-se principalmente
na investigação e no tratamento da peste, tendo trabalhado com o Dr. António
Joaquim de Sousa Júnior no controlo da epidemia de 1908 que afectou a Terceira.
Foi considerado pelos Professores Fernand Widal e Francisco Pulido Valente,
como um verdadeiro precursor médico e um mestre da ciência clínica e da prática
médica.
Tendo-se envolvido na política partidária, o
Dr. Pamplona Ramos foi chefe do Partido Regenerador na Terceira nos anos que
antecederam a proclamação da República Portuguesa. Após aquela data aderiu ao
Partido da União Republicana, então liderado por Brito Camacho, mantendo uma
intensa actividade política que marcaria a sua vida profissional e pessoal.
No ano de 1925, nos tempos finais da Primeira
República Portuguesa, ocupou por alguns meses o cargo de governador civil do
Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo.
O seu trabalho como médico municipal e
subdelegado de saúde na Praia da Vitória granjeou-lhe renome e influência,
mormente na Praia da Vitória, onde era considerado um clínico excepcional,
muito dedicado aos seus doentes, modesto e humilde. Apesar da profissão que
exerceu e da sua popularidade, morreu pobre.
O Dr. Alexandre Ramos foi diversas vezes
evocado no passado, nomeadamente pela atribuição do seu nome à rua da Praia da
Vitória onde nasceu e pela publicação de diversos artigos sobre a sua vida e
obra, com destaque para um publicado por ocasião do 30.º aniversário do seu
falecimento, na edição de 4 de Agosto de 1963 do Diário Insular, da autoria do
Dr. Francisco Valadão Júnior.
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