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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

O único refúgio dos primeiros emigrantes constitucionais.

Há 186 desembarcaram na Ilha Terceira, seu único refúgio, os primeiros emigrantes constitucionais.

No Brasil, na França e, especialmente, na Inglaterra, onde havia o depósito de Plymouth, viviam muitos refugiados portugueses que fugiram à perseguição do governo miguelista. Em todo o Portugal só um ponto se mantinha fiel aos liberais – a Ilha Terceira – onde os soldados da Liberdade, sob o comando do conde de Vila Flor, deram o golpe mortal no absolutismo, naquele dia memorável de 11 de Agosto de 1829.
Para esta ilha se encaminharam os foragidos, a engrossar as fileiras do constitucionalismo, encontrando sempre franco abrigo e carinhosa proteção de todos os habitantes da ilha, que a dispensavam indistintamente, ainda que com enormes sacrifícios. César Anjo, o escritor autor do «Diário da Pátria», não esqueceu este facto que assinala o mesmo dia, contando que: «Eram pobres soldados, uns fardados, outros em trajos de fantasia, meio à militar, meio à paisana; muito rotos e sem roupa branca; e todos, como pode imaginar-se, sabendo que tinham ido nos porões dos navios e que raro tinham maca ou enxerga em que se deitassem. Mas que importava isso? As suas almas haviam bramido um cordel de energia, respirando a fragrância da Liberdade».


Em meio do Atlântico, numa ilha que era o coração dele, se abrigaram e se uniram para os arranques finais da luta necessária à conquista da Liberdade, e daqui partiram, nas hostes de D. Pedro IV, embarcando para o Porto onde desembarcaram a combater os soldados de D. Miguel, em número superior.

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