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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O artista plástico que nasceu na cidade da Ribeira Grande ilha de São Miguel Açores


O artista plástico Joe Lima, nasceu em 1963, na cidade da Ribeira Grande, ilha de S. Miguel – Açores e emigrou, muito novo, com a família, para o Canadá.

Naquele país, ao descobrir o seu gosto pelas artes, frequentou escolas superiores de arte, tendo terminado a sua formação e aprendizagem na Concórdia University de Montréal, cidade onde reside.

Conhecendo bem o meio artístico da província do Quebeque, Joe Lima tem vindo a impor as suas obras, cumprindo o seu próprio calendário de exposições, facto que lhe tem permitido estar presente nos mercados da especialidade a nível internacional.

O público reconhece os seus trabalhos  e a crítica tem estado atenta em cada exposição, relevando que tem percorrido um caminho de inspiração luminosa, a par da aplicação de uma técnica de saberes rigorosa, a clássica, mas também aberta à experimentação de materiais reinventados ao jeito dos alquimistas. Os seus frescos portáteis resultam da obtenção de conhecimentos pré testados. O efeito plástico desses trabalhos, onde é possível detectar a tridimensional idade como na escultura, mereceu os mais elogiosos comentários críticos.

Apesar do mérito que se lhe reconhece também na escultura, é na pintura que mais e melhor se tem firmado. Nos seus quadros deixa a marca da sua Açorianidade, explorando as memórias do passado, vividas em espaços desaparecidos e que ele revisita e transpõe para a tela de forma surreal, ocupando-a com paisagens quase monocromáticas, às vezes povoadas por seres disformes, outras vezes ocupadas por ilhas desertas dispersas em mares de aspecto árido, sem vida. Reconheça-se, assim, o seu fascínio por um figurativo que ora nos domina o olhar ora se desvanece sob uma espécie de abstraccionismo indesejado.

Tem participado em diversas exposições que evocam o seu passado açoriano.

Em 2002, apresentou os seus TRABALHOS EM Cambridge numa exposição colectiva intitulada “Sem Saudade”. Aconteceu o mesmo em 2003, marcando o cinquentenário da emigração portuguesa para o Canadá. Antes (2000) expôs na cidade de Ponta Delgada –Açores a e, em 2007, na Carmina Galeria na ilha Terceira -Açores. Escolheu o mesmo espaço para se apresentar a solo em Novembro de 2010.

Refira-se também que Joe Lima participou, com outros artistas plásticos, no workshop “As Cores Míticas da Ilha” promovido pelo Governo dos Açores, através da Direcção Regional das Comunidades, que decorreu na ilha Terceira, no ano de 2005.

Recentemente, representou Portugal na “13th Biennial Competition for Graphic Art” na cidade de Bruges - Bélgica, no “Arentshuis Museum”, na qual foi o vencedor do primeiro prémio.

Trabalhou em exposições no Canadá e na Europa, incluindo a “Gallery Rodger Bellemare”, “Battat Contemporary”, “Collart Collection” e no Museu de Angra do Heroísmo, ilha Terceira – Açores.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Igreja do Santíssimo Salvador, Sé Catedral do Arquipélago dos Açores

A Igreja do Santíssimo Salvador da Sé, também referida apenas como Sé de Angra do Heroísmo, localiza-se na freguesia da Sé, no centro histórico da cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.
Remonta a uma primitiva igreja paroquial, iniciada por Álvaro Martins Homem em 1461. Sob a invocação de São Salvador, deve ter sido concluída em 1496, data da nomeação do seu primeiro vigário.  Sobre esta primitiva igreja pouco ou nada se sabe.
Com o aumento da população e a criação do Bispado de Angra, pela bula Æquum reputamus de 3 de Novembro de 1534, a Câmara Municipal formulou um pedido para que se construísse um novo edifício para a Sé, no mesmo local.  Assim em 1536, a mando do Bispo, e de comum acordo com a Câmara de Angra, fizeram lembrar ao João III de Portugal a necessidade de cumprir o seu compromisso de instalar a sede da diocese.
Apesar disso o soberano não deu seguimento a este pedido, tratando antes dos aspectos organizativos. Este fato levou a Câmara de Angra, em 1557, a mandar nova mensagem ao rei a solicitar construção do novo templo, aproveitando para informá-lo, contudo, que os moradores de Angra não estavam em condições financeiras de contribuir para esse fim.

Finalmente, a 10 de Janeiro de 1568, já no reinado do Cardeal D. Henrique é que a Coroa tomou a decisão de mandar construir a nova Sé às suas expensas. A opção foi no sentido de se construir um novo templo no mesmo sítio do já existente, mas alargando muitíssimo o espaço, que acabou por ocupar todo um quarteirão no centro da cidade, delimitado pelas rua da Sé, Carreira dos Cavalos, da Rosa e do Salinas. Para esse fim foram destinados 3 mil cruzados anuais dos direitos régios sobre o pastel na ilha de São Miguel, enquanto durassem as obras.
A pedra fundamental foi lançada em 18 de Novembro
de 1570, em cerimónia solene, tendo os seus trabalhos se estendido por meio século, com, pelo menos um período de interrupção nos finais do século XVI, durante a Crise de sucessão de 1580.

O edifício começou a construir-se pela fachada principal, para que a antiga Igreja de São Salvador pudesse continuar a servir o culto. Esta é ladeada por duas torres sineiras e, ente ambas, um templete para o relógio, colocado em 1782.

Adossadas ao corpo da Igreja foram construídas quatro capelas, com recursos de particulares e das irmandades, e as sacristias. No início do século XVII foi construído um claustro, conhecido pelo sítio, que serviu no século XIX de cemitério e desapareceu na década de 1950 para dar lugar ao arranjo que atualmente existe na frente para a rua da Rosa. No século XVIII, também nas traseiras, adicionou-se-lhe a Sacristia Grande e a Sala do Tribunal Eclesiástico.

O templo foi reconsagrado em 1808.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Poeta, escritora e deputada

Natália de Oliveira Correia, nasceu na Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — faleceu em Lisboa, 16 de Março de 1993  foi uma escritora e poeta portuguesa. Deputada à Assembleia da República  (1980-1991), interveio politicamente  ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Tem uma biblioteca com o seu nome em Lisboa em Carnide.

A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Durante as décadas de 1950 e 1960, na sua casa reunia-se uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam as mais destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista) portuguesas e também internacionais. A partir de 1971, essas reuniões passaram a ter lugar no bar Botequim. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

O único refúgio dos primeiros emigrantes constitucionais.

Há 186 desembarcaram na Ilha Terceira, seu único refúgio, os primeiros emigrantes constitucionais.

No Brasil, na França e, especialmente, na Inglaterra, onde havia o depósito de Plymouth, viviam muitos refugiados portugueses que fugiram à perseguição do governo miguelista. Em todo o Portugal só um ponto se mantinha fiel aos liberais – a Ilha Terceira – onde os soldados da Liberdade, sob o comando do conde de Vila Flor, deram o golpe mortal no absolutismo, naquele dia memorável de 11 de Agosto de 1829.
Para esta ilha se encaminharam os foragidos, a engrossar as fileiras do constitucionalismo, encontrando sempre franco abrigo e carinhosa proteção de todos os habitantes da ilha, que a dispensavam indistintamente, ainda que com enormes sacrifícios. César Anjo, o escritor autor do «Diário da Pátria», não esqueceu este facto que assinala o mesmo dia, contando que: «Eram pobres soldados, uns fardados, outros em trajos de fantasia, meio à militar, meio à paisana; muito rotos e sem roupa branca; e todos, como pode imaginar-se, sabendo que tinham ido nos porões dos navios e que raro tinham maca ou enxerga em que se deitassem. Mas que importava isso? As suas almas haviam bramido um cordel de energia, respirando a fragrância da Liberdade».


Em meio do Atlântico, numa ilha que era o coração dele, se abrigaram e se uniram para os arranques finais da luta necessária à conquista da Liberdade, e daqui partiram, nas hostes de D. Pedro IV, embarcando para o Porto onde desembarcaram a combater os soldados de D. Miguel, em número superior.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Um dos primeiros povoadores da ilha Terceira

João Leonardes, O Velho - Foi um dos primeiros povoadores da ilha Terceira, integrou o grupo capitaneado por Jácome de Bruges, procedente
da ilha da Madeira, segundo Drummond.
Era proprietário das terras das Contendas  na Vila de S. Sebastião.
A baía das Contendas localiza-se na Vila de São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.
Integra uma das zonas de protecção especial para aves selvagem formada pela Ponta das Contendas, por esta baía e pela Baía das Mós, incluindo o Ilhéu da Mina e a falésia para ambos os lados das duas baías.
Trata-se de uma baía dotada de uma importante área protegida cujo aceso é bastante fácil tanto por terra como por mar. É formada por fundos marinhos de escoadas lávicas de natureza basáltica e traquibasáltica que se encontram parcialmente recobertos por formações sedimentares quaternárias, mais recentes do tipo calhaus rolados e blocos de granulometria heterogénea e ainda por areias. Nesta baía encontra-se ainda o ilhéu da Mina que forma ele próprio um habitat ao dar abrigo a uma grande variedade de fauna marítima.


As escoadas lávicas e os blocos de maior tamanho apresentam cavidades resultantes da intensa erosão marinha, permitindo um tipo de fundo com clareiras de areia, blocos de pedra de calhaus rolados pequenos e médias dimensões, grutas pequenas, rochas dispersas em fundo de areia e apresenta uma profundidade média da ordem dos 15 metros.

Este local é muito utilizado para fazer mergulho de observação com ou sem escafandro, tanto nocturno como diurno.
A Reserva Natural da Baía das Contendas destina-se a dar protecção às aves selvagens, tanto às aves dos Açores como às aves migratórias.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

José da Lata - "O sol " (Recolha 1952) tradicional da Terceira-Açores,do...

José Martins Pereira (Cinco Ribeiras, 6 de Janeiro de 1898 — Terra Chã, 10 de Fevereiro de 1965), mais conhecido por José da Lata, foi um pastor de gado bravo, manobrador de touros nas corridas à corda, que se notabilizou como cantador e improvisador popular. Uma das personalidades que mais marcaram a cultura popular da ilha Terceira no século XX, era um extraordinário animador de festas populares, particularmente como cantador de Reises e do Rancho de matança, peças típicas do folclore terceirense, e como tocador de viola-da-terra.

José da Lata foi uma figura típica da freguesia da Terra Chã, pois apesar de nascido na freguesia de Nossa Senhora do Pilar, viveu a maior parte da sua vida naquela freguesia, no Caminho para Belém, em frente da Canada dos Folhadais.

José da Lata trabalhou como pastor de gado bravo, profissão de que surgiu a sua alcunha, como resultado de uma aposta com rapazes da sua idade, quando apostou que amarraria uma lata nas hastes de um touro bravo. Ganha a aposta, perante o grande feito, ficou conhecido como o "José da Lata". Ganhou tal mestria na manobra dos toiros na típica toirada à corda que era apontado como o melhor pastor entre os pastores e um verdadeiro mestre na arte de produzir uma boa toirada.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Os primeiros imigrantes que vieram das regiões da Holanda e Bélgica para os Açores

Govaert Lodwijk que deu origem
aos nomes Gularte, Goulart e Luis.
Leon de Hurtere, cujos filhos emigraram para os açores, entre eles Joz van Hurtere que originou
Dultra, Dutra e Horta.
Jacob van Brugge, fundador da Vila da Praia na Ilha Terceira, em janeiro de 1451, com muitos descendentes, incluindo a família "de Bruges" local.

Willem de Kersemakere, que deu origem a Casamaca e Silveira este por sua esposa Margarida de
Sabuya possivelmente seu

sobrenome original seria van der Haagen, de onde vem também Vandraga.

Willem van der Bruyn ou Guilherme de Brum.


Joz van Aertrycke que originou o sobrenome da Terra.

Pieter van de Roos, de originou os sobrenome da Rosa

Van de Olm - Fernão Dulmo, que fundou Quatro Ribeiras na Terceira.

van den Berghe (Berge)

Bettencourt

Bormans (Bermans)

Bulscamp (Bulcão)

Van Can (Cao),


sábado, 10 de fevereiro de 2018

O Carnaval na ilha Terceira Açores é único no mundo e remonta o tempo dos primeiros povoadores

O Carnaval Pagão começa quando Pisistráto oficializa o culto a Dionísio na Grécia, no século VII a. C. e termina, quando a Igreja Católica adopta a festa em 590 d. C.
A primeira concentração carnavalesca se localizava no Egipto. A festa era nada mais que dança e cantoria em volta de fogueiras. Os foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes sociais.
A tradição espalhou por Grécia e Roma, entre o século VII a. C. e VI d. C. Também o Carnaval chega a Veneza e se espalha pelo mundo. Diz-se que foi em Veneza que a festa tomou as características actuais: máscaras, fantasias, carros alegóricos, desfiles e outras coisas mais.

O Carnaval Cristão passa a existir quando a Igreja Católica oficializa a festa, em 590 d. C. Antes, a instituição condenava a festa por seu carácter “pecaminoso”. No entanto as autoridades eclesiásticas da época se viram num beco sem saída. Não era mais possível proibir o Carnaval. Foi então que houve a imposição de cerimónias oficiais sérias para conter a libertinagem. Mas esse tipo de festa batia de frente com a principal característica do Carnaval: o riso, a brincadeira, etc.
É só em 1545, no Concílio de Trento, que o Carnaval é reconhecido como uma manifestação popular de rua. Em 1582, o Papa Gregório XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano e estabelece as datas do Carnaval. O motivo da mobilidade da data é não coincidir com a Páscoa Católica, que não pode ter data fixa para não coincidir com a Páscoa dos Judeus.

Nos Açores, mais propriamente na ilha Terceira, reside uma das formas mais peculiares do Carnaval em Portugal, as Danças e Bailinhos de Carnaval. Esta tradição, tida como a maior manifestação de teatro popular em Portugal, remonta ao tempo dos primeiros povoadores e reflecte um estilo teatral bem ao jeito dos Autos vicentinos.


domingo, 4 de fevereiro de 2018

Alfredo da Silva Sampaio


Alfredo da Silva Sampaio  nasceu em Angra do Heroísmo, 19 de Setembro de 1872  e faleceu em Angra do Heroísmo, 21 de Novembro de 1918.  Foi um médico açoriano que se notabilizou como naturalista e fundador do primeiro posto de observação meteorológica na ilha Terceira. Publicou uma vasta obra sobre a história, a geografia e a história natural da Terceira.

Bacharel em medicina e cirurgia formado pela Universidade de Coimbra em 1888, foi guarda-mor da estação de saúde de Angra do Heroísmo, médico municipal e do Hospital de Santo Espírito da mesma cidade. Foi professor provisório do Liceu Nacional também de Angra do Heroísmo e eminente historiador que muito contribuiu para o conhecimento da História dos Açores.
Foi estudante muito distinto, regressando à Terceira em 1888. Foi guarda-mor da estação de saúde de Angra, médico do partido municipal e do Hospital de Santo Espírito, director do posto meteorológico e presidente do Montepio Terceirense e um dos maiores contribuintes do conceho.

Redigiu, sobre um plano esquissado pelo seu pai, a obra Memória sobre a Ilha Terceira, editada em Angra do Heroísmo no ano de 1904. Foi sócio efectivo da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, sócio honorário da Academia Físico-Química Italiana e presidente da assembleia geral da Sociedade Protectora dos Animais da Ilha Terceira.
Escreveu também a peça de usos e costumes Processo da Moda, dezenas de vezes representada no Teatro Angrense, e a revista Cosmorama.

Morreu vítima do contágio no combate à peste.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A Ermida do Séc XVII

A Ermida de Nossa Senhora dos Remédios localiza-se na freguesia das Lajes, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores.
Remonta possívelmente ao século XVII, à veneração de uma imagem da Virgem, resguardada à beira do caminho em um nicho rústico de pedra. No final século XVIII, com o aumento da população, graças à doação de um terreno pelos descendentes de D. Inácio Castiblanco do Canto e Sampaio em 1796, e às esmolas para esse fim recolhidas, foi erguida a ermida, possívelmente em 1797 ou 1798.
Durante a crise sísmica de 1800-1801 a edificação ficou arruinada.
No contexto da Guerra Civil Portuguesa o seu sino foi recolhido em 1829 para ser refundido e com o bronze assim obtido cunhar-se moeda em Angra.

O terramoto de 1841 arruina novamente o templo, reconstruido nos anos de 1842 e 1843.
De acordo com um documento publicado pelo Bispado de Angra do Heroísmo, esta ermida teve muitos estragos ficando impossibilitada de servir ao culto em resultado dos estragos causados pelo terramoto do dia 1 de Janeiro de 1980.