domingo, 31 de dezembro de 2017
Memórias! Sismo 1 de Janeiro de 1980 ilha Terceira Açores
O sismo dos Açores de 1980, ou sismo d'oitenta, foi um sismo que ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, no qual entre seis a sete dezenas de pessoas faleceram e mais de 400 ficaram feridas, causando sérios danos na Ilha Terceira e afectando Graciosa e São Jorge. Com uma magnitude de 7.2 na escala de Richter, também se fez sentir nas ilhas Pico e Faial, resultando numa fractura de deslize, algo típico no historial de sismos do Arquipélago dos Açores.
Depois do sismo, o então Presidente da República Portuguesa António Ramalho Eanes anunciou três dias de luto nacional, enquanto os esforços de ajuda humanitária, iniciados pela Força Aérea Portuguesa, foram rapidamente enviados ao local por agências governamentais.
O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, foi de magnitude 7.2 na escala de Richter e deu-se a cerca de 35 quilómetros a su-sudoeste de Angra do Heroísmo. Isso causou danos consideráveis em três ilhas: Terceira, São Jorge e Graciosa, destruindo vários edifícios.
De acordo com os relatórios locais, cerca de 70% das casas da Ilha Terceira foram demolidas, incluindo o bairro histórico da capital da ilha, Angra do Heroísmo. Em termos gerais, os edifícios públicos como as sedes governamentais e as igrejas permaneceram intactas, enquanto outros edifícios cederam. Serviços essenciais, como a electricidade e a água, ficaram cortadas em várias áreas.
Inicialmente, o numero de mortes foi fixado em 52, mas posteriormente contabilizou-se 61 e, mais tarde ainda, 73. Além disso, foram contabilizadas cerca de 300 pessoas feridas, embora posteriormente o número tenha ultrapassado as 400. Pelo menos vinte mil pessoas ficaram desalojadas, e danos menores foram registados nas ilhas do Pico e do Faial. Na Base aérea das Lajes, onde se encontra colocada a Força Aérea Portuguesa, um destacamento da Força Aérea dos Estados Unidos e, na época, um destacamento da Marinha dos Estados Unidos, não houve nenhuma baixa e os danos foram mínimos.
A Força Aérea Portuguesa, a Marinha dos Estados Unidos e a Força Aérea dos Estados Unidos, estacionados na base das Lajes, trabalharam em ajuda às populações locais, abrigando mais de 150 famílias; a Força Aérea Portuguesa levaram mantimentos e bens essenciais às vítimas do sismo, enquanto a corveta João Coutinho da Marinha Portuguesa levou médicos para o local. O Presidente da República, Ramalho Eanes, voou num avião até ao local, acompanhado por pessoal médico e suprimentos.
Os funcionários locais, incluindo a PSP, GNR e os bombeiros, abriram caminhos e limparam vias de circulação para a passagem de meios de transporte com suprimentos e pessoal médico. Em resposta ao sismo, estes funcionários públicos também estiveram envolvidos na busca de sobreviventes nos escombros. Imediatamente após o desastre, foram instaladas tendas para substituir temporariamente as casas destruídas para aproximadamente 200 famílias. Casas portáteis também foram construídas pelo projecto People and Prople International, o que resultou em mais 100 abrigos.
Três dias de luto nacional foram declarados por Ramalho Eanes. Depois dos esforços de socorro às populações, dezanove estações sismográficas foram instaladas pela região para monitorizas as actividades sísmicas. Onze destas instalações foram usadas para monitorizar a actividade sísmica, enquanto as outras oito também serviam para a recolha de informações sobre as áreas geotérmicas. O sismo ajudou a que centenas de pessoas das ilhas decidissem emigrar para os Estados Unidos.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Quem foi Francisco Afonso de Chaves e Melo na ilha de São Miguel Açores
Francisco Afonso de Chaves e Melo (Ponta Delgada, 1685 — Ponta Delgada, 10 de Dezembro de 1747) foi um historiador e escritor açoriano. É autor da obra "A Margarida Animada".
Era filho de Francisco Afonso Chaves e de sua esposa, Maria Correia de Melo. Descendia de uma das mais antigas famílias micaelense, que enriquecera no comércio e já estava então entre as mais afluentes da ilha. Era trisneto de Leonor de Chaves, uma irmã da venerável Margarida de Chaves. Foi baptizado a 5 de julho de 1665 na igreja de São Pedro de Ponta Delgada.
Desposou Luzia de Arruda Coutinho na igreja de São Pedro de Ponta Delgada, a 21 de abril de 1721. Sucedeu a seu pai como morgado na administração de um conjunto de vínculos. Residia numa quinta da Canada dos Prestes, e tinha a seu cargo a ermida de Santa Margarida de Chaves. Atingiu o posto de capitão das ordenanças da milícia de Rosto de Cão.
Exerceu diversos cargos administrativos e foi juiz e contador da Fazenda Real em Ponta Delgada. No exercício deste cargo foi acusado de violência na retirada de uma pessoa de uma embarcação, tendo estado preso até ser mandado soltar por ordem régia.
A Margarita Animada, cujo nome completo é A Margarita animada; idéa moral, politica e historica de tres estados, discursada na vida da veneravel Margarida de Chaves, natural da cidade de Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel, com a descripçáo da mesma ilha, é uma obra de natureza histórica, de autoria do capitão de Ordenanças Francisco Afonso de Chaves e Melo (1685-1747).
A Margarida Animada
Foi publicada em Lisboa no ano de 1723, na Oficina de António Pedroso Galrão. Embora aparentemente escrita anos antes, com o objectivo
de manter viva a memória da sua venerável antepassada Margarida de Chaves, cujo processo de canonização o autor ainda acalentava reavivar, compreende ainda uma larga compilação de informações históricas sobre a cidade de Ponta Delgada e a sua fundação.
Com uma edição de pequena tiragem, a obra transformou-se numa raridade bibliográfica, até ser reeditada em 1994 pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, com comentário e anotações de Nuno A. Pereira e Hugo Moreira.
A obra apresenta interesse por introduzir dois fatores inéditos na historiografia açoriana:
é a primeira obra de natureza histórica no arquipélago cujo autor não é membro do clero; e
é o primeiro trabalho de natureza temática, pois apenas se dedica à biografia da religiosa e à cidade de Ponta Delgada.
Era filho de Francisco Afonso Chaves e de sua esposa, Maria Correia de Melo. Descendia de uma das mais antigas famílias micaelense, que enriquecera no comércio e já estava então entre as mais afluentes da ilha. Era trisneto de Leonor de Chaves, uma irmã da venerável Margarida de Chaves. Foi baptizado a 5 de julho de 1665 na igreja de São Pedro de Ponta Delgada.
Desposou Luzia de Arruda Coutinho na igreja de São Pedro de Ponta Delgada, a 21 de abril de 1721. Sucedeu a seu pai como morgado na administração de um conjunto de vínculos. Residia numa quinta da Canada dos Prestes, e tinha a seu cargo a ermida de Santa Margarida de Chaves. Atingiu o posto de capitão das ordenanças da milícia de Rosto de Cão.
Exerceu diversos cargos administrativos e foi juiz e contador da Fazenda Real em Ponta Delgada. No exercício deste cargo foi acusado de violência na retirada de uma pessoa de uma embarcação, tendo estado preso até ser mandado soltar por ordem régia.
A Margarita Animada, cujo nome completo é A Margarita animada; idéa moral, politica e historica de tres estados, discursada na vida da veneravel Margarida de Chaves, natural da cidade de Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel, com a descripçáo da mesma ilha, é uma obra de natureza histórica, de autoria do capitão de Ordenanças Francisco Afonso de Chaves e Melo (1685-1747).
A Margarida Animada
Foi publicada em Lisboa no ano de 1723, na Oficina de António Pedroso Galrão. Embora aparentemente escrita anos antes, com o objectivo
de manter viva a memória da sua venerável antepassada Margarida de Chaves, cujo processo de canonização o autor ainda acalentava reavivar, compreende ainda uma larga compilação de informações históricas sobre a cidade de Ponta Delgada e a sua fundação.
Com uma edição de pequena tiragem, a obra transformou-se numa raridade bibliográfica, até ser reeditada em 1994 pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, com comentário e anotações de Nuno A. Pereira e Hugo Moreira.
A obra apresenta interesse por introduzir dois fatores inéditos na historiografia açoriana:
é a primeira obra de natureza histórica no arquipélago cujo autor não é membro do clero; e
é o primeiro trabalho de natureza temática, pois apenas se dedica à biografia da religiosa e à cidade de Ponta Delgada.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Quem foi Agostinho de Monte Alverne na ilha de São Miguel Açores
Frei Agostinho de Monte Alverne. (Ribeira Grande, 1629? — Ribeira Grande, 1726?), frequentemente grafado como Agostinho de Mont'Alverne ou Agostinho de Montalverne, foi um religioso da Ordem dos Frades Menores e historiador açoriano.
Natural da então vila da Ribeira Grande, viveu e trabalhou na ilha de São Miguel, no Convento e Igreja de São Francisco da sua vila natal.
É autor da obra "Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores", uma das principais referências da historiografia açoriana. Escrita até 1695, conservou-se inédita por quase três séculos. A primeira edição da obra, em três volumes, ocorreu de 1960 a 1962. O manuscrito encontra-se actualmente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
Nesta obra, diferentemente de Gaspar Frutuoso que nas "Saudades da Terra" aborda aspectos naturais (geológicos, topográficos, orográficos, fauna e flora), históricos e humanos (demografia, património, cultura) da Macaronésia, Monte Alverne restringe-se aos Açores, abandonando a perspectiva ultramarina e centrando-se na temática eclesiástica e religiosa, colorindo-a com traços miraculosos.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição localiza-se no centro histórico da cidade e Concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.
Remonta à primitiva Ermida de Nossa Senhora da Conceição, erguida entre os anos de 1460 e 1474, por iniciativa de Álvaro Martins Homem, um dos primeiros povoadores de Angra. A ele se deve ainda, no mesmo período, a construção da primitiva Ermida de São Salvador, atual Sé Catedral.
Embora se desconheça a data da sua edificação, Alfredo da Silva Sampaio refere que o mais antigo documento que se conhece a respeito da Igreja da Conceição é um Alvará de João III de Portugal, passado em 26 de Março de 1553, determinando ao bispo que a ermida passasse a sede da paróquia de mesmo nome.
Ao longo dos séculos conheceu diversas reconstruções.
Em seu interior destacam-se:
um antigo órgão que pertencia ao Convento das freiras da Luz, na Praia da Vitória;
um quadro a óleo no baptistério, representando o batismo de Jesus;
a capela-mor, uma das mais ricamente decoradas da Terceira, com vários retábulos, alguns de reconhecido valor artístico. Sobre esta, Sampaio refere:
"Sobre o arco desta capela estão as armas reais portuguesas, e o tecto é todo coberto por quadros a óleo, em que se representa várias passagens das Escrituras, que têm relação com os mistérios de Nossa Senhora. Nas paredes entre os quadros que representam a morte de Nossa Senhora, São José e São João Baptista, distinguem-se dois grandes painéis, ocupando quase todo o comprimento da capela e que representam, de um lado o nascimento de Cristo, e do outro a Epifania."
1574 - data do mais antigo registo de baptismo desta Paróquia.
1582 (15 de Outubro) - António I de Portugal, antes de partir da ilha, deu uma esmola de quinhentos cruzados para se concluírem as obras desta igreja. À época, a Paróquia tinha novecentos paroquianos, um vigário, um cura e sete beneficiados.
1639 - O jesuíta, Ambrósio Francisco Pinto, natural desta paróquia, foi morto pelos neerlandeses como um dos "Quarenta Mártires do Brasil".
1717 (6 de Dezembro) - Criação da Confraria de Nossa Senhora da Conceição.
1858 (1 de Novembro) - A igreja foi visitada, pelo Infante D. Luís, sendo o seu vigário o Cónego Rogério, cavaleiro das Ordens de Cristo, de Portugal e Brasil e de Nossa Senhora da Conceição.
1862 (31 de Maio) - Arquiconfraria do Coração de Maria, sendo Vigário da Conceição o Cónego Francisco Rogério da Costa, quem nesse mesmo ano iniciou a devoção do Mês de Maria - celebração que depois irradiou para todo o arquipélago dos Açores. As solenes festividades da Primeira Comunhão, a La Salette e outras são também de iniciativa sua.
1867 (2 de Junho) - Fez-se uma grandiosa procissão nesta paróquia em cumprimento de um voto dos terceirenses, formulado em ocasião aflitiva de tremores de terra, terá participado grande parte da população da cidade.
1902 (29 de Novembro) - Inicio da subscrição para a aquisição da imagem de Nossa Senhora da Conceição, actualmente na Capela-mor do Santuário do mesmo nome.
1910 (8 de Dezembro - Inauguração da sua iluminação eléctrica.
1946 (17 de Maio) - Concluídas as obras de beneficiação, o bispo D. Guilherme Augusto, voltou a consagrar a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
1950 - Foi demolida a Sacristia do Santíssimo (uma das três até então existentes) para se fazer um salão (17,50 m x 5m) para a Catequese e reuniões da Acção Católica.
1960 (30 de Abril) - Data da abertura do Centro Recreio Paroquial.
1964 (6 de Dezembro) - foi publicado pela primeira vez o Boletim semanal.
1965 (5 de Fevereiro) - Estreou-se o altar "versus populum", oferta de José Cardoso Martins e Fernando Ávila.
1980 (1 de Janeiro) - A igreja é danificada no grande terramoto.
1987 (8 de Dezembro - A Igreja é reaberta ao culto e elevada a Santuário Mariano, pelo bispo D. Aurélio Granada Escudeiro.
2003 (26 de Março) - Comemorações dos 450 anos da Elevação a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Forte de São Pedro, freguesia dos Biscoitos ilha Terceira
O Forte de São Pedro, também referido como Forte do Porto dos Biscoitos, mas também como Forte de Santo António, localiza-se na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, na costa norte da ilha Terceira, nos Açores.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte da Rua Longa, ao sul.
Foi edificado por volta de 1520, pelo Provedor das Fortificações, Pedro Anes do Canto, para defesa daquele ancoradouro que atendia não apenas as suas terras, mas as naus da Carreira da Índia, e em homenagem a quem foi assim denominado.
DRUMMOND informa que o forte foi edificado no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, o que pode indicar não a sua construção mas a sua reedificação ou reforço à época.
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), recebeu obras de reforço em 1828, passando a abrigar um destacamento de tropa de linha com a função de prevenir uma eventual tentativa de desembarque de forças opositoras ao regime liberal. Ao fim do conflito foi desguarnecido.
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 refere-o como "Forte do Porto", informa que "Esta-se procedendo a algumas pequenas reparações de que preciza", e observa:
"Merece ser conservado, porque obsta ao dezembarque de forças agressoras neste ponto que é o único que podera offerecer probabilidade em toda a costa do Norte da Ilha."
Quando da realização do tombo de 1881, encontrava-se abandonado e parcialmente arruinado; a casa da guarnição fora ocupada por um pescador da freguesia dos Biscoitos.
No contexto da Segunda Guerra Mundial abrigou um ninho de metralhadoras.
Em nossos dias encontra-se conservado como miradouro por iniciativa da Junta de Freguesia dos Biscoitos.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte da Rua Longa, ao sul.
Foi edificado por volta de 1520, pelo Provedor das Fortificações, Pedro Anes do Canto, para defesa daquele ancoradouro que atendia não apenas as suas terras, mas as naus da Carreira da Índia, e em homenagem a quem foi assim denominado.
DRUMMOND informa que o forte foi edificado no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, o que pode indicar não a sua construção mas a sua reedificação ou reforço à época.
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), recebeu obras de reforço em 1828, passando a abrigar um destacamento de tropa de linha com a função de prevenir uma eventual tentativa de desembarque de forças opositoras ao regime liberal. Ao fim do conflito foi desguarnecido.
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 refere-o como "Forte do Porto", informa que "Esta-se procedendo a algumas pequenas reparações de que preciza", e observa:
"Merece ser conservado, porque obsta ao dezembarque de forças agressoras neste ponto que é o único que podera offerecer probabilidade em toda a costa do Norte da Ilha."
Quando da realização do tombo de 1881, encontrava-se abandonado e parcialmente arruinado; a casa da guarnição fora ocupada por um pescador da freguesia dos Biscoitos.
No contexto da Segunda Guerra Mundial abrigou um ninho de metralhadoras.
Em nossos dias encontra-se conservado como miradouro por iniciativa da Junta de Freguesia dos Biscoitos.
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
Caetano Valadão Serpa
Caetano Valadão Serpa nasceu na freguesia da Fajã Grande, Concelho das Lajes, ilha das Flores. Em 1960, obteve o bacharelato em Filosofia, no Seminário Maior de Angra do Heroísmo. Dois anos mais tarde, realizou o mestrado em História, na Gregorian Pontifical University, em Roma, Itália. Em 1965, obteve um mestrado em Educação, Ética e Teologia pela Lateran Pontifical University, também em Roma. Em 1974, fez o doutoramento em História Moderna Europeia, novamente pela Gregorian Pontifical University.
Dedicou quase a totalidade da sua vida profissional ao ensino, tendo iniciado a sua carreira de professor no Seminário de Angra do Heroísmo e no Colégio de Santo Cristo, em Ponta Delgada. Nos Estados Unidos da América foi professor no Ringe & Latin School e no Cambridge College, supervisor de Terapia Expressiva na Lesley University, supervisor de Mediação Escolar e Aconselhamento na Harvard University e University of Massachusetts. Actualmente, é professor de Língua e Cultura Portuguesas na University of Massachusetts, cargo que ocupa desde 2004.
Paralelamente ao seu percurso profissional, Caetano Valadão Serpa marcou presença em vários colóquios e encontros, tendo proferido numerosas conferências de temática histórica, psicológica e literária, nos Estados Unidos da América, Portugal, Canadá e Brasil.
É também autor de várias publicações, entre elas os livros “Uma pessoa só é pouca Gente”, “Gente sem nome”, “GUIOMAR”, “A gente dos Açores” e a “A Emigração Açoriana”. O seu livro “A gente dos Açores” foi um dos três primeiros livros de Língua Portuguesa seleccionado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América a ser traduzido para braille.
Em 2010, foi distinguido com o Portuguese Language Award. Em 2003, recebeu o Portuguese World Language Award – Prémio Língua e Cultura, da Luso-American Education Foundation. É Membro Honorário do Clube Luís Camões.
Em 2003, participou no I Encontro de Escritores Açoriano da Diáspora, evento promovido pela Direcção Regional das Comunidades.
É Conselheiro do projecto "Rede Prestige Azores".
domingo, 17 de dezembro de 2017
Forte do Negrito na ilha Terceira Açores
Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (Outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566):
As suas obras foram custeadas com o produto de impostos aumentados sobre mercadorias, géneros alimentícios, ancoragem de navios, e mais tarde, novos impostos sobre a fazenda dos habitantes da ilha, tendo a cidade de Angra contribuído com dez mil cruzados e a então vila da Praia com cinco mil.
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim do Negrito." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".
Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767:
"35º - Forte do Negrito. Precisa ser todo reformado de novo por estar muito arruinado; tem três canhoneira e três peças de ferro capazes, e os seus reparos bons: precisa para se guarnecer três artilheiros e doze auxiliares."
Encontra-se referido como "30. Forte do Negrito da Calheta de S. Matheus" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte carece ser rachado, guarnecido, e rebuscado, e carece de todas as portas novas, e também precisa alguma providencia a respeito do caminho, que segue o mesmo Forte, o qual se acha arruinado."
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) voltou a revestir-se de importância estratégica, constando o seu alçado e planta, sob o nº 24, na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por Joze Rodrigo d'Almeida em 1830", atualmente no Gabinete de Estudos de Arquitetura e Engenharia Militar, em Lisboa.
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa:
"As muralhas pelo lado do mar precizão de algumas reparações; acha-se já aprovado o competente orçamento mas não tem sido posto em execução por falta de meios pecuniários."
"Deve ser conservado pelo apoio que presta aos demais pontos fortificados; tem cinco canhoneiras e um barbete, um soffrivel alojamento, uma boa caza para palamenta e um paiol provizorio."
Serviu de armazém e habitação a pescadores de uma companhia baleeira.
No século XX, esteve guarnecido tanto durante a Primeira Guerra Mundial quando da Segunda. As últimas obras nele efectuadas pelo Exército Português datam de 1940, sob a orientação do Sargento Laranjeira e do Sargento Lima. Por iniciativa de Manuel Coelho Baptista de Lima, então presidente da Câmara Municipal de Angra, o Exército cedeu o forte à autarquia, para manutenção e aproveitamento cultural e turístico. Nele vivia, à época, uma viúva extremamente pobre, em instalações que não possuíam as mais elementares condições de salubridade e habitação.
Actualmente
encontra-se requalificado como espaço cultural e museu, utilizado pela Junta de Freguesia de São Mateus da Calheta.
As suas obras foram custeadas com o produto de impostos aumentados sobre mercadorias, géneros alimentícios, ancoragem de navios, e mais tarde, novos impostos sobre a fazenda dos habitantes da ilha, tendo a cidade de Angra contribuído com dez mil cruzados e a então vila da Praia com cinco mil.
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim do Negrito." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".
Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767:
"35º - Forte do Negrito. Precisa ser todo reformado de novo por estar muito arruinado; tem três canhoneira e três peças de ferro capazes, e os seus reparos bons: precisa para se guarnecer três artilheiros e doze auxiliares."
Encontra-se referido como "30. Forte do Negrito da Calheta de S. Matheus" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte carece ser rachado, guarnecido, e rebuscado, e carece de todas as portas novas, e também precisa alguma providencia a respeito do caminho, que segue o mesmo Forte, o qual se acha arruinado."
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) voltou a revestir-se de importância estratégica, constando o seu alçado e planta, sob o nº 24, na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por Joze Rodrigo d'Almeida em 1830", atualmente no Gabinete de Estudos de Arquitetura e Engenharia Militar, em Lisboa.
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa:
"As muralhas pelo lado do mar precizão de algumas reparações; acha-se já aprovado o competente orçamento mas não tem sido posto em execução por falta de meios pecuniários."
"Deve ser conservado pelo apoio que presta aos demais pontos fortificados; tem cinco canhoneiras e um barbete, um soffrivel alojamento, uma boa caza para palamenta e um paiol provizorio."
Serviu de armazém e habitação a pescadores de uma companhia baleeira.
No século XX, esteve guarnecido tanto durante a Primeira Guerra Mundial quando da Segunda. As últimas obras nele efectuadas pelo Exército Português datam de 1940, sob a orientação do Sargento Laranjeira e do Sargento Lima. Por iniciativa de Manuel Coelho Baptista de Lima, então presidente da Câmara Municipal de Angra, o Exército cedeu o forte à autarquia, para manutenção e aproveitamento cultural e turístico. Nele vivia, à época, uma viúva extremamente pobre, em instalações que não possuíam as mais elementares condições de salubridade e habitação.
Actualmente
encontra-se requalificado como espaço cultural e museu, utilizado pela Junta de Freguesia de São Mateus da Calheta.
sábado, 16 de dezembro de 2017
Combate da Ladeira da Velha na ilha de S. Miguel Açores
O Combate da Ladeira da Velha foi um recontro travado, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), a 3 de Agosto de 1831, entre as forças liberais vindas da ilha Terceira e forças da guarnição da ilha de São Miguel, fiéis a Miguel I de Portugal.
Após o desembarque das forças Liberais no Pesqueiro da Achadinha (concelho de Nordeste, sob o comando do 7.º conde de Vila Flor (1831), o combate feriu-se nas encostas do vale que da Ribeira do Limo e Cerrado Novo sobem até à Ladeira da Velha, na freguesia de Porto Formoso, concelho da Ribeira Grande, tendo as forças miguelistas sido vencidas, abrindo o caminho à conquista da ilha pelos liberais.
Entre a freguesia do Porto Formoso e a Ponta de Santa Iria existe um arrebentão ao fundo do qual se abre uma enseada, onde em mil oitocentos e trinta e um desembarcaram as tropas liberais, comandadas pelo Conde de Vila Flor.
Os miguelistas, já se tinham instalado em lugar seguro, com alta serrania pelo sul e com as rochas sobre o mar, pelo norte. Os liberais começaram a subir o difícil arrebentão com a ideia de se posicionarem bem para que pudessem enfrentar e vencer os miguelistas. Com grande dificuldade e cuidado, o Conde de Vila Flor e demais liberais iam-se a pouco e pouco aproximando do lugar em que se haviam de esconder, perto da Ribeira das Limas. No cimo da ladeira encontrava-se uma velha, uma alma pura como a de muitos outros micaelenses, convencida que os liberais não eram mais que um bando de pedreiros livres e ameaçadores da coroa do Senhor D. Miguel da fé cristã.
A velha tinha visto muitos soldados a desembarcar no calhau e, quando se apercebeu que eram liberais que subiam à socapa, foi fazendo rolar e a atirar pelo arrebentão abaixo grandes pedras, tantas quantas pôde e as mais pesadas que encontrou. Os liberais julgaram que tinha ali um grande exército, fugiram como puderam, esconderam-se em furnas ou buracos, mas nem todos se conseguiram desviar.
Assim aquela velha, tal como fizera há muitos anos uma padeira em Aljubarrota, conseguiu dar cabo de uns tantos soldados e ajudou a vencer mais um combate e duma forma que ninguém esperava. A partir daí o povo passou a chamar àquele arrebentão Ladeira da Velha
Após o desembarque das forças Liberais no Pesqueiro da Achadinha (concelho de Nordeste, sob o comando do 7.º conde de Vila Flor (1831), o combate feriu-se nas encostas do vale que da Ribeira do Limo e Cerrado Novo sobem até à Ladeira da Velha, na freguesia de Porto Formoso, concelho da Ribeira Grande, tendo as forças miguelistas sido vencidas, abrindo o caminho à conquista da ilha pelos liberais.
Entre a freguesia do Porto Formoso e a Ponta de Santa Iria existe um arrebentão ao fundo do qual se abre uma enseada, onde em mil oitocentos e trinta e um desembarcaram as tropas liberais, comandadas pelo Conde de Vila Flor.
Os miguelistas, já se tinham instalado em lugar seguro, com alta serrania pelo sul e com as rochas sobre o mar, pelo norte. Os liberais começaram a subir o difícil arrebentão com a ideia de se posicionarem bem para que pudessem enfrentar e vencer os miguelistas. Com grande dificuldade e cuidado, o Conde de Vila Flor e demais liberais iam-se a pouco e pouco aproximando do lugar em que se haviam de esconder, perto da Ribeira das Limas. No cimo da ladeira encontrava-se uma velha, uma alma pura como a de muitos outros micaelenses, convencida que os liberais não eram mais que um bando de pedreiros livres e ameaçadores da coroa do Senhor D. Miguel da fé cristã.
A velha tinha visto muitos soldados a desembarcar no calhau e, quando se apercebeu que eram liberais que subiam à socapa, foi fazendo rolar e a atirar pelo arrebentão abaixo grandes pedras, tantas quantas pôde e as mais pesadas que encontrou. Os liberais julgaram que tinha ali um grande exército, fugiram como puderam, esconderam-se em furnas ou buracos, mas nem todos se conseguiram desviar.
Assim aquela velha, tal como fizera há muitos anos uma padeira em Aljubarrota, conseguiu dar cabo de uns tantos soldados e ajudou a vencer mais um combate e duma forma que ninguém esperava. A partir daí o povo passou a chamar àquele arrebentão Ladeira da Velha
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
A lenda do Cavaleiro da ilha do Corvo Açores
A Lenda do Cavaleiro da ilha do Corvo é uma tradição oral da ilha do Corvo, nos Açores. Liga-se à descoberta dos Açores com base nos mitos que envolviam as ilhas do Grande Mar Ocidental e a época dos descobrimentos portugueses.
A lenda iniciou-se após 1452, quando os primeiros navegadores que navegavam para Ocidente a partir de Portugal continental avistaram aquela que veio a ser chamada de Ilha do Corvo. Afirma que, ao aproximarem-se da nova terra avistada, os navegadores viram sobre a parte mais alta de um monte uma estátua equestre.
O alazão apoiado nas patas traseiras, com as patas dianteiras levantadas no ar a apontar para o noroeste, apontava para a frente, para mostrar o caminho do Novo Mundo. O cavaleiro empunhava uma espada num braço erguido. Ambos tinham sido esculpidos no basalto negro vulcânico, pedra mãe do substrato da ilha do Corvo.
Esta estátua teria sido mandada retirar por Manuel I de Portugal para ser levada à sua Corte. No entanto, ao ser transportada numa nau, a estátua naufragou junto com a embarcação que a transportava. Dela apenas restam lendas, histórias e registos nas Crónicas de João III de Portugal e de Damião de Góis.
A lenda iniciou-se após 1452, quando os primeiros navegadores que navegavam para Ocidente a partir de Portugal continental avistaram aquela que veio a ser chamada de Ilha do Corvo. Afirma que, ao aproximarem-se da nova terra avistada, os navegadores viram sobre a parte mais alta de um monte uma estátua equestre.
O alazão apoiado nas patas traseiras, com as patas dianteiras levantadas no ar a apontar para o noroeste, apontava para a frente, para mostrar o caminho do Novo Mundo. O cavaleiro empunhava uma espada num braço erguido. Ambos tinham sido esculpidos no basalto negro vulcânico, pedra mãe do substrato da ilha do Corvo.
Esta estátua teria sido mandada retirar por Manuel I de Portugal para ser levada à sua Corte. No entanto, ao ser transportada numa nau, a estátua naufragou junto com a embarcação que a transportava. Dela apenas restam lendas, histórias e registos nas Crónicas de João III de Portugal e de Damião de Góis.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Batalha da Praia da Vitória na ilha Terceira Açores
A batalha da Praia foi um combate naval ocorrido no dia 11 de agosto de 1829, na baía da então Vila da Praia, em que forças Miguelistas intentaram um desembarque naquele trecho do litoral da Ilha Terceira, nos Açores. A derrota dos absolutistas neste recontro foi decisiva para a afirmação e posterior vitória das ideias liberais em Portugal.
O dia 11 de agosto apresentou-se com nevoeiro e tempo brusco, com pancadas de chuva e rajadas de vento. No mar, apresentou-se uma esquadra composta por vinte e uma embarcações, sob o comando do almirante José Joaquim da Rosa Coelho (1773-1833), com cerca de 3.000 homens, artilhada com um total de 370 canhões:
1 nau (Nau "D. João VI")
3 fragatas (Fragatas "Pérola", "Dianna" e "Amazona")
1 corveta (Corveta "Princeza Real")
5 charruas (Charruas "Jaya Cardozo", "Galatea", "Orestes", "Princeza da Beira" e "Princeza Real")
5 brigues (Brigues "13 de Maio", "Infante D. Sebastião", "Providência", "Glória" e "Devina Providência")
A força de desembarque era comandada pelo coronel Azevedo Lemos (que, em agosto de 1828 conquistara a Madeira), transportada em:
2 patachos (Patachos "Bom-fim" e "Carmo e Almas")
2 escunas (Escunas "da Graciosa" e "Triunfo d'Inveja")
2 iates (Iates "Bom Despacho" e "Santa Luzia")
A esta força acrescentavam-se seis barcas canhoneiras, cada uma com uma peça.
Pelo lado de terra, um arco de pequenos fortes de marinha e baterias, leais a Maria II de Portugal, defendiam aquele trecho de litoral com cerca de cinco quilómetros de extensão:
Forte de Santa Catarina
Bateria de São José
Bateria de São Caetano
Forte de Santo Antão
Bateria de São João
Forte das Chagas
Forte da Luz
Forte do Porto
Forte do Espírito Santo.
A batalha iniciou-se com a clássica abertura de pesado fogo da artilharia dos navios da esquadra sobre os fortes, tendo o bombardeamento se estendido por quatro horas. Estima-se que foram disparados, pelos navios, cerca de 5.000 tiros, a que os fortes resistiram como puderam.
Com o vento Oeste impelindo os navios para Leste, os invasores intentaram um primeiro desembarque junto ao Forte do Espírito Santo seguido por um segundo, mais para dentro do areal e próximo à Vila da Praia, a coberto da artilharia embarcada. Ambas as tentativas foram, entretanto, repelidas pelos defensores em terra, os chamados "Voluntários da Rainha", homens recém-incorporados, com pouco treino, sob o comando de militares liberais evadidos de outras unidades do Exército Português e que haviam conseguido alcançar a ilha.
Ao fim do dia de luta os Miguelistas levantaram ferro, deixando nas mãos dos liberais algumas centenas de mortos e prisioneiros. A derrota Miguelista é atribuída a erros de estratégia por parte de seus comandantes.
A vitória liberal nesta batalha transformou a percepção da Terceira, antes considerada como "a ratoeira", agora vista como "baluarte da liberdade".
Após o fim do conflito, a soberana concederia à vila o título de Praia da Vitória.
O dia 11 de agosto apresentou-se com nevoeiro e tempo brusco, com pancadas de chuva e rajadas de vento. No mar, apresentou-se uma esquadra composta por vinte e uma embarcações, sob o comando do almirante José Joaquim da Rosa Coelho (1773-1833), com cerca de 3.000 homens, artilhada com um total de 370 canhões:
1 nau (Nau "D. João VI")
3 fragatas (Fragatas "Pérola", "Dianna" e "Amazona")
1 corveta (Corveta "Princeza Real")
5 charruas (Charruas "Jaya Cardozo", "Galatea", "Orestes", "Princeza da Beira" e "Princeza Real")
5 brigues (Brigues "13 de Maio", "Infante D. Sebastião", "Providência", "Glória" e "Devina Providência")
A força de desembarque era comandada pelo coronel Azevedo Lemos (que, em agosto de 1828 conquistara a Madeira), transportada em:
2 patachos (Patachos "Bom-fim" e "Carmo e Almas")
2 escunas (Escunas "da Graciosa" e "Triunfo d'Inveja")
2 iates (Iates "Bom Despacho" e "Santa Luzia")
A esta força acrescentavam-se seis barcas canhoneiras, cada uma com uma peça.
Pelo lado de terra, um arco de pequenos fortes de marinha e baterias, leais a Maria II de Portugal, defendiam aquele trecho de litoral com cerca de cinco quilómetros de extensão:
Forte de Santa Catarina
Bateria de São José
Bateria de São Caetano
Forte de Santo Antão
Bateria de São João
Forte das Chagas
Forte da Luz
Forte do Porto
Forte do Espírito Santo.
A batalha iniciou-se com a clássica abertura de pesado fogo da artilharia dos navios da esquadra sobre os fortes, tendo o bombardeamento se estendido por quatro horas. Estima-se que foram disparados, pelos navios, cerca de 5.000 tiros, a que os fortes resistiram como puderam.
Com o vento Oeste impelindo os navios para Leste, os invasores intentaram um primeiro desembarque junto ao Forte do Espírito Santo seguido por um segundo, mais para dentro do areal e próximo à Vila da Praia, a coberto da artilharia embarcada. Ambas as tentativas foram, entretanto, repelidas pelos defensores em terra, os chamados "Voluntários da Rainha", homens recém-incorporados, com pouco treino, sob o comando de militares liberais evadidos de outras unidades do Exército Português e que haviam conseguido alcançar a ilha.
Ao fim do dia de luta os Miguelistas levantaram ferro, deixando nas mãos dos liberais algumas centenas de mortos e prisioneiros. A derrota Miguelista é atribuída a erros de estratégia por parte de seus comandantes.
A vitória liberal nesta batalha transformou a percepção da Terceira, antes considerada como "a ratoeira", agora vista como "baluarte da liberdade".
Após o fim do conflito, a soberana concederia à vila o título de Praia da Vitória.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Alguns dos náufragos nas ilhas dos Açores
De encontro à costa norte da Terceira desfizera-se a nau-capitânia da frota mexicana, uma das mais ricas a afundar-se nesta tempestade.
A nau Santa Maria del Puerto afundou-se a menos de duas léguas da Terceira, sendo abandonada pela sua tripulação assim que a água no seu interior ultrapassou a capacidade de esgotamento das bombas.
O San Medel y Céledon foi visto, pela última vez, junto às Formigas.
A nau Madalena, do esquadrão de Urquiola, deu à costa na Terceira perdendo-se metade da sua tripulação.
Um patacho do mesmo esquadrão deu à costa na Graciosa, tendo-se salvo a artilharia e a tripulação.
Uma outra nau, a Vegoña de Sevilla, do esquadrão de Sancho Pardo, perdeu-se em mar alto, afogando-se cerca de 70 homens da sua tripulação de 200.
Duas outras naus naufragaram junto ao Topo, em São Jorge, tendo-se salvo quase toda a tripulação.
Junto a São Miguel naufragaram ainda duas naus das Índias e um galeão biscaínho.
Quanto ao Revenge, deu à costa na Terceira, junto à Serreta num local asperissimo. Da sua tripulação de emergência, apenas sobreviveu um homem, que morreu pouco tempo depois, dos ferimentos sofridos no naufrágio.
Ainda nesse ano, Suarez de Salazar aconselhava o Rei a proceder ao salvamento das peças do Revenge. Entre 1592 e 1593, procedeu-se à recuperação de 14 bocas de fogo, recorrendo-se a meios de recuperação subaquática ainda não totalmente esclarecidos. Para trás ficaram 7 peças que foram, em 1603, arrastadas por uma tempestade para uma profundidade menor, junto à costa, conforme o relatado pelo capitão de artilharia Pedro de Lumbieras. No ano seguinte, foram despendidos
cerca de 500 ducados com a recuperação dessas peças, essenciais para o suprimento da fortaleza de São Filipe. Quase 34 anos depois, a 4 de Julho de 1625, foram recuperadas outras duas peças. Para a tarefa, foi escolhido um artilheiro espanhol, Sebastiano Rivero, que participara já nas anteriores recuperações, tendo só ele recuperado 18 canhões. Uma destas peças era um meio canhão de bronze, com cerca de 40 quintais - 2 toneladas - de peso.
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Roberto de Mesquita Henriques
Roberto de Mesquita Henriques nasceu em Santa Cruz das Flores a 19 de Junho de 1871, filho de Maria Amélia de Freitas Henriques e do seu primo e marido António Fernando de Mesquita Henriques, proprietário, secretário da Administração do Concelho de Santa Cruz e pagador das Obras Públicas na ilha das Flores. A família estava ligada à pequena aristocracia florentina, tendo na ilha vasta parentela. Tinha também ligações familiares no Faial e na Terceira.
De um casamento anterior, o pai tinha duas filhas; o primeiro filho do casal foi Carlos Fernando de Mesquita Henriques, o poeta Carlos de Mesquita, nascido em 1870, que viria a ser professor da Universidade de Coimbra.
Roberto de Mesquita iniciou os seus estudos no Outono de 1878, matriculando-se na escola régia de Santa Cruz das Flores, estabelecimento que frequentou até Junho de 1875, altura em que foi aprovado no exame do segundo grau da instrução primária. Entretanto, no ano anterior, o seu irmão Carlos já havia concluído o ensino primário e fora enviado para a cidade de Angra do Heroísmo onde iniciara os estudos liceais, razão pela qual em Setembro de 1875 Roberto de Mesquita partiu para a Terceira, onde também se matriculou no Liceu de Angra do Heroísmo.
Os irmãos Mesquita Henriques ficam hospedados em casa de um florentino, de nome Dionísio, onde partilham um quarto. Têm como encarregado de educação Luís da Costa, aparentemente um parente residente na Terceira. Parece datar deste ano passado na Terceira a iniciação dos irmãos na literatura e na poesia, mas, apesar disso, são ambos mal sucedidos nos estudos, regressando às Flores em Julho de 1876 sem ter obtido aprovação. Roberto nem fora admitido a exame.
Perante o insucesso na Terceira, atribuído à influência de um professor florentino hostil à família, no ano imediato optam por se matricular no Liceu da Horta, partindo para aquela cidade em Outubro de 1876. No Faial conseguem o almejado sucesso académico e aprofundam o seu interesse pela literatura, talvez mesmo pela criação poética. Dois dos seus professores, Rodrigo Alves Guerra e Ludovico de Meneses, estimulam essa veia literária dos jovens estudantes, introduzindo-os na tertúlia literária criada em torno da redacção do periódico O Açoreano de que Rodrigo Alves Guerra era redactor.
Roberto de Mesquita consegue aprovação em todas as disciplinas do 1.º ano logo em 1887, o mesmo acontecendo no ano imediato, tendo mesmo conseguido uma distinção na disciplina de Português. Em Julho de 1889 termina as disciplinas do 3.º ano liceal, com excepção de Latim e Matemática, disciplinas em que foi eliminado sem admissão a exame. No ano imediato continua no Liceu da Horta, aparentemente para completar o 3.º ano, mas não existem registos que o comprovem.
Foi neste ano de 1890, quando ainda era estudante liceal, que ocorreu a estreia literária do jovem Roberto de Mesquita, que sob o pseudónimo de Raul Montanha, publica o soneto Fé no periódico O Amigo do Povo, de Santa Cruz das Flores (Março), a que se segue o poema O Último Olhar, saído no Diário de Anúncios de Ponta Delgada.
Um ano mais tarde, em 1891, continua a estudar na Horta, agora só, já que o irmão Carlos já estava em Coimbra a cursar Direito. Neste ano já subscreve com o seu nome os poemas com que colabora na Ilha das Flores e no O Açoreano. Conclui o 3.º ano liceal, mas parece não ter iniciado a frequência do 4.º ano (então o ano final do curso), manifestando então o desejo de partir para Lisboa, onde pretendia frequentar a Escola do Exército.
Aparentemente por insuficiência económica da família, que já sustentava em Coimbra o irmão mais velho, os planos de partir para Lisboa goram-se e Roberto de Mesquita regressa às Flores no Verão de 1891, interrompendo definitivamente os estudos.
A partir das Flores continua a publicar versos no periódico faialense O Açoreano, recebendo de Coimbra livros e notícias sobre literatura e poesia, enviados por seu irmão Carlos, que entretanto se ligara aos poetas simbolistas e aos meios intelectuais progressistas, que incluíam o seu primo Fernando de Sousa, um activista republicano. Durante alguns messes de 1891 tem como companhia nas Flores o seu antigo professor, o poeta Rodrigo Guerra, agora oficial das alfândegas.
sábado, 2 de dezembro de 2017
Ana Maria de Jesus Ribeiro com origens nos Açores e foi a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi
Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (Laguna, 30 de Agosto de 1821 — Mandriole, Itália, 4 de Agosto de 1849) foi a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi, conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos".
Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registo dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registo de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma acção judicial para obter o registo de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A acção terminou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna. Assim, em 5 de Dezembro de 1998, proferiu-se:
Anita Garibaldi, descendente de portugueses imigrados dos Açores à província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta.2 O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antónia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).
Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de Agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimonio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.
Durante a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, participa da tomada do porto de Laguna, na então província de Santa Catarina, onde conheceu Anita, que se apaixonou e decidiu lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. Eles ficaram juntos pelo resto da vida de Anita, que seguiu Garibaldi em seus combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália. Eles tiveram quatro filhos .
Em 12 de Janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira. Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indómito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distracção dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas, chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.
Em 16 de Setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e actual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Francisco Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.
Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registo dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registo de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma acção judicial para obter o registo de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A acção terminou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna. Assim, em 5 de Dezembro de 1998, proferiu-se:
Anita Garibaldi, descendente de portugueses imigrados dos Açores à província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta.2 O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antónia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).
Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de Agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimonio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.
Durante a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, participa da tomada do porto de Laguna, na então província de Santa Catarina, onde conheceu Anita, que se apaixonou e decidiu lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. Eles ficaram juntos pelo resto da vida de Anita, que seguiu Garibaldi em seus combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália. Eles tiveram quatro filhos .
Em 12 de Janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira. Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indómito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distracção dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas, chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.
Em 16 de Setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e actual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Francisco Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
Há 146 anos, é fundada a primeira Biblioteca Pública nos Açores, no Clube Popular Angrense na Ilha Terceira.
Há 146 anos, é fundada a primeira Biblioteca Pública nos Açores, no Clube Popular Angrense na Ilha Terceira.
A Ilha Terceira foi a primeira terra dos Açores que fundou uma biblioteca pública – 1.º de dezembro de 1871 – ao ter conhecimento da instituição das bibliotecas populares do continente.
O governo da metrópole, convidado a contribuir com o seu auxílio para este empreendimento educativo e patriótico, enviou 358 volumes, alguns habitantes da ilha contribuíram com várias obras, de forma que a biblioteca contava, no primeiro aniversário da sua inauguração, cerca de dois mil volumes, entre os quais se encontravam os mais apreciáveis monumentos da nossa literatura.
O iniciador desta grande obra educativa foi um homem que deixou um nome glorioso nesta terra, que adotou por pátria, Mateus Augusto, que, falando na abertura da biblioteca, em sessão solene, disse: «Abençoada instituição! No nosso país plantou-se a voz do dedicado apóstolo da instrução para todos, o Senhor D. António da Costa e o seu nome, como aconteceu, devia vincular-se à primeira biblioteca popular dos Açores.
Aos esforços do incansável obreiro para tudo quanto é útil e civilizador, que são os desejos e a vontade da sua alma por quanto contribuiu afirmar em sólidas bases a grande ideia democrática, e tal que há-de perpetuar-se pela educação e pelo ensino, pelo amor e pela virtude, sem os horrores do sangue nem a carnificina de irmãos devem os terceirenses a sua biblioteca popular».
O Clube Popular Angrense foi também a primeira sociedade que instituiu uma escola noturna gratuita.
Pormenor da estante oferecida por Almeida Garrett à primeira Biblioteca Publica nos Açores.
Atualmente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 360, Angra do He
roísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.
A Ilha Terceira foi a primeira terra dos Açores que fundou uma biblioteca pública – 1.º de dezembro de 1871 – ao ter conhecimento da instituição das bibliotecas populares do continente.
O governo da metrópole, convidado a contribuir com o seu auxílio para este empreendimento educativo e patriótico, enviou 358 volumes, alguns habitantes da ilha contribuíram com várias obras, de forma que a biblioteca contava, no primeiro aniversário da sua inauguração, cerca de dois mil volumes, entre os quais se encontravam os mais apreciáveis monumentos da nossa literatura.
O iniciador desta grande obra educativa foi um homem que deixou um nome glorioso nesta terra, que adotou por pátria, Mateus Augusto, que, falando na abertura da biblioteca, em sessão solene, disse: «Abençoada instituição! No nosso país plantou-se a voz do dedicado apóstolo da instrução para todos, o Senhor D. António da Costa e o seu nome, como aconteceu, devia vincular-se à primeira biblioteca popular dos Açores.
Aos esforços do incansável obreiro para tudo quanto é útil e civilizador, que são os desejos e a vontade da sua alma por quanto contribuiu afirmar em sólidas bases a grande ideia democrática, e tal que há-de perpetuar-se pela educação e pelo ensino, pelo amor e pela virtude, sem os horrores do sangue nem a carnificina de irmãos devem os terceirenses a sua biblioteca popular».
Pormenor da estante oferecida por Almeida Garrett à primeira Biblioteca Publica nos Açores.
Atualmente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 360, Angra do He
roísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.
Subscrever:
Mensagens (Atom)