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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Dr. Manuel Velho Monteiro Arruda


Manuel Monteiro Velho Arruda (Vila do Porto, 5 de Dezembro de 1873 — Coimbra, 24 de Novembro de 1950) foi um médico e historiador açoriano que durante cerca de 40 anos exerceu as funções de delegado de saúde em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel. Para além das suas funções como médico, dedicou-se ao estudo da genealogia e da história, desenvolvendo importante estudos sobre o povoamento dos Açores, em particular sobre a sua ilha natal, de Santa Maria, e sobre as viagens feitas no Atlântico Noroeste, em especial para as costas da Terra Nova e da Nova Inglaterra, por navegadores que partiram dos Açores durante o período henriquino.
Após ter feito os seus estudos primários em Vila do Porto, no ano de 1889 matriculou-se no Liceu de Ponta Delgada, ficando a residir na cidade de Ponta Delgada em casa de um seu tio, João Bernardo Rodrigues, então ali professor de piano e música. Residiu com os tios, e futuros sogros, até 1894, ano em que terminou os estudos liceais e partiu para o Continente, onde se matriculou no curso de Medicina da Universidade de Coimbra. Nos anos em que viveu em Ponta Delgada conheceu a sua futura esposa, a sua prima Irene Rodrigues, e estabeleceu uma duradoura amizade com o seu primo, e futuro cunhado, o poeta Rodrigo Rodrigues.
A sua progressão académica foi lenta, vindo a diplomar-se apenas em 1904. Durante esta década coimbrã, adquiriu uma sólida cultura humanística e conviveu com um grupo de notáveis açorianos que então ali frequentavam a Universidade, entre os quais Carlos de Mesquita, Humberto de Bettencourt e José Bruno Tavares Carreiro.
Concluído o curso regressou aos Açores (Dezembro de 1904), fixando-se na ilha de São Miguel, obtendo o partido médico da vila da Povoação.2 Em 1905 desposou Irene Arruda Rodrigues, filha do tio em casa de quem vivera enquanto estudante liceal. Deste casamento nasceriam Maria José, Violante, Leonor, Helena e Laura Rodrigues Monteiro Velho Arruda.
Em 30 de Abril de 1908 obteve o partido médico de Vila Franca do Campo, onde fixou residência e exerceu as funções de Delegado de Saúde, cargo que exerceria até se aposentar em 1948. Esta ligação profissional à Medicina não impediria contudo que continuasse a dedicar-se com afinco às questões culturais e depois ao estudo da Genealogia e da História.
O seu entusiasmo pelos estudos genealógicos levou a que se tornasse no maior especialista nas genealogias da sua ilha natal de Santa Maria, completando e documentando com recolha de material dos cartórios paroquiais e municipais e dos arquivos judiciais, os trabalhos sobre as famílias da ilha que haviam sido iniciados pelo seu parente Manuel Barbosa da Câmara Albuquerque.

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