domingo, 29 de dezembro de 2024
Ano Velho e Ano Novo
Ano Novo conhecido ainda como ano-bom, é o momento em que um novo ano civil começa e um novo calendário anual é iniciado. Em muitas culturas ao redor do mundo, o evento é comemorado de alguma maneira, principalmente na véspera da data.
O ano-novo do calendário gregoriano começa em 1º de janeiro (“dia de ano-novo”), assim como era no calendário romano. Existem inúmeros calendários que permanecem em uso em certas regiões do planeta e que calculam a data do ano-novo de forma diferente. A comemoração ocidental tem origem num decreto do líder romano Júlio César, que fixou o 1º de Janeiro como o "dia do ano-novo" em 46 a.C.. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro deriva do nome de Jano, que tinha duas faces (sendo, portanto, bifronte) – uma voltada para frente (visualizando o futuro) e a outra para trás (visualizando o passado). O povo romano era politeísta, ou seja, adorava vários deuses diferentes, e não existe nenhum relato de que o povo judeu que viveu nessa mesma época tenha comemorado o ano-novo, nem tampouco de que os primeiros cristãos o tenham feito.
A ordem dos meses no calendário romano vai de janeiro a Dezembro desde o rei Numa Pompilius em cerca de 700 a.C., de acordo com Plutarco e Macróbio. Foi só recentemente que o dia 1º de Janeiro voltou a ser o primeiro dia do ano na cultura ocidental. Até 1751, por exemplo, na Inglaterra e no País de Gales (e em todos os domínios britânicos), o ano-novo começava em 25 de Março. Desde então, o 1º de Janeiro tornou-se o primeiro dia do ano. Durante a Idade Média, vários outros dias foram diversas vezes considerados como o início do ano civil (1º de Março, 25 de Março, 1º de Setembro, 25 de Dezembro). Em muitos países, como República Checa, Brasil, Espanha, Portugal, Itália e Reino Unido, o dia 1º de Janeiro é um feriado nacional. (Para obter informações sobre a mudança do calendário juliano para o calendário gregoriano e o efeito sobre a datação de eventos históricos.
sábado, 28 de dezembro de 2024
Rejane Arruda
Atriz, diretora, dramaturga, pesquisadora. Nasceu em Florianópolis em 30 de Janeiro de 1971. É irmã da também atriz Carolina Kasting, sendo, por conseguinte, descendente de Açorianos e Alemães. É atriz, mestre e doutora em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP), desenvolve pesquisas continuadas na área de Formação do Ator, Teatro Contemporâneo, Atuação para Cinema, interface entre a Arte e a Psicanáiise. Autora do livro "Bisturi: Ator e Cinema" e artigos diversos publicados revistas especializadas. Professora e coordenadora do Curso de Artes Cênicas da Universidade Vila Velha, diretora da Cia Poéticas da Cena Contemporânea e presidente da Associação Sociedade Cultura e Arte, no Espírito Santo.
Estreou no cinema com Ruy Guerra e a partir daí atuou ativamente em um cinema de caráter autoral. Foi premiada Melhor Atriz na Mostra de Curtas Gaúchos do Festival de Cinema de Gramado, pela sua atuação em Sem Abrigo; indicada a melhor atriz no "Festival Internacional de Cinema Independente" por "Eclipse Solar" (2016) e no "Festival Nacional de Cinema de Palmácia" por "A Mesa no Deserto" (2017). Dirigiu e escreveu o curta "A Mulher do Treze" (2018), que segue trajetória em festivais, tendo recebido o Premio Incentivo na Mostra de Cinema Independente da ABD Capixaba e Menção Honrosa no Festival de Cinema de Vitória.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
José Prudêncio Teles
José Prudêncio Teles de Utra Machado nasceu na Horta a 22 de Agosto de 1804 . Foi bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, advogado e magistrado, com importante intervenção política em Angra do Heroísmo na década de 1840.
Nasceu na cidade da Horta, ilha do Faial, filho natural do coronel José Telles Machado. Após ter realizado estudos iniciais na sua cidade natal, foi enviado para Coimbra, onde realizou os estudos preparatórios que lhe permitiram o ingresso no curso de Direito da Universidade de Coimbra, onde obteve o grau de bacharel em 1826.
Iniciou a sua carreira profissional em 1827 ao ser despachado juiz de fora na ilha do Pico no ano de 1827 pelo governo do rei D. Miguel I. O facto de ter sido inicialmente nomeado pelas autoridades miguelistas levou a que, apesar de após o estabelecimento do governo constitucional na ilha do Faial ter a 25 de Junho de 1831 tomado posse interinamente juiz de fora naquela ilha, nomeado pelo conde de Vila Flor, fosse excluído do quadro da magistratura criado no âmbito da reforma de maio de 18332. Em consequência dessa exclusão, fixou-se na ilha Terceira, onde estabeleceu em Angra banca de advogado.
Em 1833 casou na ilha Terceira com Violante Telles de Utra Machado, filha da poetisa Francisca Cordélia de Sousa e de Estácio Machado de Utra Teles, coronel do Regimento de Milícias do Faial, oriundo de Angra e sobrinho paterno do seu pai.
Para além e advogado, a partir do início da década de 1840 exerceu as funções de Delegado do Procurador Régio. Aderiu ao partido cartista, tendo em 1845 sido candidato a deputado pelo círculo eleitoral de Angra do Heroísmo, tendo como companheiro de lista António Moniz Corte Real. Foi derrotado pelos cabralistas, e como retaliação foi nesse ano transferido para o cargo de delegado do Procurador Régio na ilha do Pico.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
A Lenda de São Nicolau
Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada.
Conta-se que foi desde muito cedo que Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade.
Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem, decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza.
Quando o bispo de Myra da altura morreu, os anciões da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.
S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É actualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.
S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal.
Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos ao dia de Natal (25 de Dezembro)
A imagem que temos, hoje em dia, do Pai Natal é a de um homem velhinho e simpático, de aspecto gorducho, barba branca e vestido de vermelho, que conduz um trenó puxado por renas, que esta carregado de prendas e voa, através dos céus, na véspera de Natal, para distribuir as prendas de natal. O Pai Natal passa por cada uma das casas de todas as crianças bem comportadas, entrando pela chaminé, e depositando os presentes nas árvores de Natal ou meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de “Um relato da visita de S. Nicolau”, que este escreveu para as suas filhas. Este poema foi publicado por uma senhora chamada Harriet Butler, que tomou conhecimento do poema através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823, sem fazer referência ao seu autor. Só em 1844 é que Clement C. More reclamou a autoria desse poema.
Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.
Actualmente, Há quem atribuía à época de Natal um significado meramente consumista. Outros, vêem o Pai Natal como o espírito da bondade, da oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a generosidade para com o outro.
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
Missa do Galo celebra se desde o século V
Missa do Galo é a missa celebrada na Véspera de Natal que começa à meia noite do dia 24 para o dia 25 de Dezembro. A expressão “Missa do Galo” é específica dos países latinos e deriva da lenda ancestral segundo a qual à meia-noite do dia 24 de dezembro um galo teria cantado fortemente, como nunca ouvido de outro animal semelhante, anunciando a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.
Uma outra lenda, de origem espanhola, conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de Dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou quando São Pedro negou Jesus três vezes, por ocasião da sua morte. A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres que viam, assim, o seu Natal melhorado. Era costume, em algumas aldeias espanholas, levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas. Mas isso era antigamente pois agora isso é proibido.
O Natal significa o nascimento de Cristo, que se revive numa celebração próxima da meia noite, pela convicção de que o nascimento teria ocorrido por essa hora. Por tradição se associa a época natalícia à família, pois o nascimento de uma criança é sempre motivo de reunião e celebração.
Para celebrar o nascimento de Jesus, a missa do galo foi instituída no século V, após o Concílio de Éfeso (431 D.C.), começando a ser celebrada oficialmente na basílica erigida no monte Esquilino pelo o papa Sisto III, dedicada a Nossa Senhora - posteriormente denominada Basílica de Santa Maria Maior. É celebrada à meia noite do dia 24 de dezembro para o dia 25, tendo recebido tal nome por se acreditar que por volta deste horário, há 2018 anos atrás, um galo cantou fortemente anunciando a vinda do Messias. O galo foi escolhido como símbolo desta celebração porque, historicamente e tradicionalmente, representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão.
Segundo o Monsenhor José Roberto Rodrigues Devellard, Coordenador da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o nome "Missa do Galo" teve origem no fato de Jesus ser considerado o sol nascente que veio nos visitar, clareando a escuridão. Por isso, nas igrejas mais antigas, podemos ver um galo em seus campanários, para representar a luz Divina.
Nos primeiros séculos, as vigílias festivas eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se na Igreja e passavam a noite a rezar e a cantar. A Igreja era toda iluminada com lâmpadas de azeite e com tochas. A iluminar a Palavra de Deus havia círios e tochas junto do altar, enquanto que as paredes eram revestidas de panos e tapetes. O templo era perfumado com alecrim, rosmaninho e murta. Em alguns locais mais frios, era costume deitar palha no chão para aquecer o ambiente.
O jejum da vigília conduzia ao desprendimento e contemplação do mistério religioso. Quando se aboliu o jejum, o povo continuou a chamar consoada à ceia de Natal, embora fosse mais abundante. Como era costume comer peixe, esta tradição continuou. O termo “consoada”, que significa pequena refeição, surgiu no Séc. XVII, mas só se divulgou quando a classe mais rica começou a realizar uma pequena refeição após a missa da vigília do Natal.
Na tradição católica cristã, todas as velas do advento se encontram acesas na Missa do Galo. Faz-se então celebração em missa solene e comunhão pelo nascimento do Messias, Jesus Cristo, onde além de vários outros cânticos, canta-se o tradicional cântico de Glória. Dada a sua importância e a tradição, pois anuncia o nascimento do Deus vivo, eis que o verbo se fez carne (Jo 1,14), o próprio Papa, bispo de Roma, deve conduzir a celebração pessoalmente, pois ele é sucessor de Pedro, o apóstolo que Jesus mesmo designou como primeiro dirigente da Igreja (Mt 16,18).
O Natal é a única celebração do calendário litúrgico que contempla três eucaristias: a da noite, a da aurora e a do dia. Destas três celebrações, a da noite (do galo) é a que reúne os aspectos históricos e humanos do nascimento de Cristo. Segundo São Gregório Magno a missa da noite comemora o nascimento temporal de Jesus; a da aurora ou do galo, celebra o nascimento de Jesus no coração dos fiéis; a missa do dia ou da festa, evoca o nascimento do Verbo no seio do Pai. Celebrada à meia-noite, a missa do galo, «in galli cantu», passou a ser a primeira da sequência litúrgica. Seguia-se-lhe a da «aurora» ou missa de alva (introduzida no século VI) e a missa própria do dia, que no século IV fora a primitiva celebração da festa religiosa do Natal.
A vigília de Natal começava com uma oração, com a leitura de Palavra de Deus, pregação e com um canto. Após a missa seguia-se a representação de um auto de Natal, dentro da Igreja. Antes do sol nascer, rezava-se a missa do galo ou da aurora. A meio da manhã do dia 25, celebrava-se a missa da festa. Ao entrar na Igreja, a grande curiosidade era o presépio. A missa de Natal começava com um cântico natalício. No momento do “Gloria in excelsis Deo”, as campainhas tocavam para assinalar o nascimento do Redentor. No fim da missa, todos iam beijar o menino. Em algumas Igrejas, o presépio estava tapado até à altura do cântico.
Hoje, tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para suas casas, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio, realizam cânticos e orações em memória do Messias, filho de Deus, e confraternizam-se e compartilham a Ceia de Natal, com eventual distribuição de presentes.
O nome Missa do Galo só se usa em português e espanhol. Na maior parte do mundo cristão chama-se simplesmente missa da noite de Natal ou missa da meia noite. Nos países de língua portuguesa e espanhola é que há a tradição de se chamar Missa do Galo.
Não há uma apenas uma explicação para este nome existindo várias lendas.
Uma aponta para um Papa. Terá sido Sisto III, que em 400, instituiu uma missa para celebrar o nascimento de Cristo ‘ad galli cantus’, isto é ‘à hora que o galo canta’, tendo com isto querido dizer ao início do novo dia: a meia-noite.
Há quem avance a explicação para o insólito nome escolhido com os primórdios do cristianismo, quando os cristãos iam em peregrinação a Belém onde se encontravam para rezar à hora do primeiro canto do galo.
E também diga que há muitos muitos anos se deu o acontecimento extraordinário de um galo cantar à meia noite da véspera para o dia de Natal, assinalando a chegada de Cristo.
Finalmente, há ainda a lenda de um galo ter assistido ao nascimento do Menino Jesus – além do burro e da vaca – tendo ficado o animal com a tarefa de para sempre festejar e anunciar a data ao mundo.
Num artigo de 2010, a Agência Ecclesia, da Igreja Católica, dá mais uma razão. Esta é de origem espanhola, e “conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte”. A seguir, a “ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim, o seu Natal melhorado”.
A Agência acrescenta que havia ainda o “costume, em algumas aldeias espanholas e portuguesas, de levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas”.
Genuíno Madruga
Genuíno Alexandre Goulart Madruga , é um pescador, empresário e navegador, mais conhecido por ter sido o primeiro Português que, navegando em solitário à Volta do Mundo, cruzou o Cabo Horn a 24 de janeiro de 2008, navegando do Atlântico para o Pacífico.
Genuíno Madruga, nasceu no dia 09 de dezembro de 1950 na freguesia de São João, Lajes do Pico, Ilha do Pico, Açores, mas ainda criança veio viver para a cidade da Horta (Ilha do Faial). Em 1962, com a idade de 12 anos, fez-se pescador, após construir a sua primeira embarcação a remos, uma chata com 2,6 metros com tábuas de caixote que ia pedindo aos comerciantes e pregos que ia comprando com o dinheiro que ia ganhando. O serrote e o martelo tinham sido oferta do pai. As suas embarcações foram sendo sucessivamente substituídas por outras mais apetrechadas.
Tornou-se ativista sindical, empenhado na defesa dos direitos dos pescadores. Em 1974 foi eleito presidente da Casa dos Pescadores da Horta. Foi Delegado da Secretaria de Estado das Pescas e dos Serviços de Lotas e vendagem da Direção Geral das Pescas, tendo organizado as lotas nos portos do Faial, Pico e Flores.
De 1974 a 1976 fez parte da Comissão Administrativa da Junta Central das Casas dos Pescadores, tendo sido eleito, em 1975, para os órgãos sociais da Mútua dos Pescadores. Desempenhou funções em diversos órgãos sociais desta instituição, do Conselho Fiscal à Assembleia Geral. Foi eleito Presidente do Conselho Municipal da Horta.
Em 1983, a convite do secretário regional da Agricultura e Pescas, Adolfo Lima, foi a Inglaterra, Espanha e França para conhecer outras técnicas de pesca e escolher as embarcações cabinadas mais apropriadas para a reconversão da frota artesanal dos Açores.
Em 1985, concluiu, na Escola Profissional de Pescas, em Lisboa, o curso de Mestre Pescador, com a classificação de “Excelente”.
Em 1999, adquiriu na Alemanha um veleiro em fibra de vidro com 11,1 metros, que batizou de “Hemingway”.
Em 2000, no dia 28 de outubro fez-se ao mar para circum-navegar o planeta a bordo do veleiro “Hemingway”. Chegou ao porto da cidade da Horta no dia 18 de maio de 2002, concretizando sua primeira volta ao mundo em veleiro solitário.
Em 2002, quando terminou a sua viagem, foi homenageado pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, pelas Câmaras Municipais de vários Concelhos dos Açores, incluindo todas as do Faial e Pico, e por outras entidades.
No dia de Portugal, em 10 de Junho de 2003 foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Entre 2003 e 2005 foi Presidente do Clube Naval da Horta.
No dia 24 de janeiro de 2008, pelas 9h (hora dos Açores) tornou-se o primeiro português a cruzar o Cabo da Ilha de Horn em solitário e o décimo homem a fazê-lo na história mundial da navegação à vela em solitário.
Em 05 de agosto de 2008, foi admitido como membro da Confraria dos Capitães do Cabo Horn do Chile.
Em 06 de junho de 2009, chegou ao Porto das Lajes do Pico, concretizando sua segunda volta ao mundo em veleiro solitário.
No dia 10 de junho, foi editado o CD “Genuíno” (2009) constituído por músicas e poesias alusivas às viagens de circum-navegação de Genuíno Madruga, entre as quais o poema propositadamente escrito por Dias de Melo, pouco antes de falecer.
sábado, 14 de dezembro de 2024
Tradição do bacalhau na consoada desde 1780
Na Idade Média, dado o calendário cristão obrigar a cumprir-se o jejum perto das principais de festividades religiosas e igualmente por ser proibido o consumo de carne neste período, os portugueses começaram a consumir o peixe e, mais tarde, o bacalhau seco, que era de fácil acesso em qualquer parte do país, tornando-se no rei do Natal.
Ramalho Ortigão descreve no seu livro “Natal Minhoto” a riqueza de uma mesa de ceia de Natal no Norte do país apesar de, nesta altura, a sua confeção ser mais próxima ao “Bacalhau à Provençal” que também é descrito por Lucas Rigaud, cozinheiro real, em 1780.
Existem, a partir daí, várias referências a este prato, que passam pelo bacalhau acompanhado por hortaliças descrito por Ferra Júnior; à “A Noite de Natal no Porto” de Assis de Carvalho que revela a proximidade da família nesta altura do ano na companhia do peixe; assim como em 1923, Santos Graça em “O Poveiro”.
Esta tradição ter-se-á iniciado a Norte do país dado que em outras regiões preferiam uma consoada menos magra com o uso de carnes como o peru ou mesmo o porco, que interrompiam o jejum após a Missa do Galo.
No início do século XX, a tradição no Alentejo era o porco, no Funchal o porco, uma canja e cálice de vinho na madrugada na consoada, a Norte a acompanhar o bacalhau, um polvo.
Passada a revolução de 1820 os restaurantes e casas de pasto passaram a generalizar a utilização do bacalhau, tornando-se este quase obrigatório para qualquer refeição social, tertúlia ou convívio.
A vulgarização desde consumo parece ter surgido após a Segunda Guerra Mundial dado o abastecimento de bacalhau ser regulamentado pelo Estado Novo. Tendo o bacalhau chegado, desta forma a todo o país, também a televisão impulsionou a propaganda do regime que refletia neste prato a humildade e simplicidade que deveria ser a mesma do povo português.
Ermida de Nossa Senhora das Mercês ilha Terceira Açores
A Ermida de Nossa Senhora das Mercês é uma ermida católica, dedicada a Nossa Senhora das Mercês, localizada no Caminho das Vinhas, freguesia de Feteira, concelho de Angra do Heroísmo
Por volta de 1590 o padre Manuel Martins Coelho Baião, ao tempo vigário da freguesia da Ribeirinha, a cujo território o lugar então pertencia, edificou a expensas suas uma ermida no lugar da Canada das Vinhas, então desprovido de habitação permanente, destinado a celebrar missa durante o período das vindimas, quando os proprietários dos vinhedos ali existentes ali se fixavam durante algumas semanas em abrigos improvisados.
O lugar manteve-se despovoado até ao início do século XVIII e, quando ali já residiam 6 famílias, foi ganhando progressivamente vida própria. Nesse período, a ermida, que entretanto tinha passado à posse da família Toste Parreira, constituiu-se como o centro da vida comunitária, embrião da atual freguesia da Feteira.
Em 10 de setembro de 1863 o lugar da Feteira foi elevado a curato sufragâneo da paroquial de São Pedro da Ribeirinha, tendo a Ermida de Nossa Senhora das Mercês como local de culto. Ao tempo o local teria cerca de 300 habitantes permanentes. Foi primeiro cura o padre Domingos Correia de Ávila.
A ermida, que ao tempo era propriedade de Inácio Toste Parreira, era demasiado pequena para nela se instalar o Santíssimo Sacramento em sacrário permanente, o que obrigava a recorrer à paroquial da Ribeirinha sempre que algum enfermo necessitasse de comungar. Em consequência, logo após a elevação a curato surgiu a iniciativa de construir uma igreja com dimensões adequadas, sendo intenção ampliar a ermida. Contudo, o proprietário opôs-se à ideia e não cedeu o terreno para a construção. Perante a recusa, e porque tinha acabado de ser construída a nova estrada real ligando Angra a São Sebastião sem recurso à antiga estrada litoral, foi resolvido construir a nova igreja junto àquela estrada, no local onde o Caminho das Vinhas (hoje das Mercês) nela desembocava.
Em consequência dessa opção, após a construção da nova igreja, hoje a Igreja de Nossa Senhora da Consolação, inaugurada em 1868, a ermida deixou de ter funções públicas, ficando a cargo dos seus proprietários. A mudança de orago da igreja paroquial resultou de Inácio Toste Parreira não ter autorizado a transferência da imagem de Nossa Senhora das Mercês, que o povo almejava para padroeira. A solução foi aceitar, aquando da inauguração da igreja paroquial, a oferta de uma imagem de Nossa Senhora da Consolação, oferecida por Maria Luísa Guedes Sampaio, ao tempo viúva de Diogo Labatt. Contudo, a benfeitora impôs como condição que a imagem mantivesse a invocação, o que obrigou a mudar a invocação da igreja. Contudo, o orago do curato, hoje freguesia, manteve-se como Nossa Senhora das Mercês, pois a Santa Sé não autorizou a mudança.
A ermida mantém uma festividade anual, reminiscência da antiga festa que se fazia aquando das vindimas.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
O primeiro uso registrado de uma árvore para celebrar o Natal foi em 1510
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Ermida de Santa Catarina ilha Terceira Açores
A Ermida de Santa Catarina, ou Capela de Santa Catarina de Alexandria, localiza-se na freguesia de São Pedro, município de Angra do Heroísmo.
Pouco se sabe acerca da data de sua construção ou quem tenha sido o seu fundador. É anterior a 1589, ano em que Gaspar Frutuoso conclui o livro VI das "Saudades da Terra", onde já se encontra mencionada. Uma inscrição epigráfica informa a data de 1550 como de sua construção, e de 1975 como de sua reconstituição.
Também é referida pelo padre António Cordeiro, na sua "Historia Insulana"" (1717) quando este se ocupa da Restauração na ilha Terceira, e informa que junto a esta ermida foi estabelecido um posto de combate batendo a baía do Fanal e a Fortaleza de São João Baptista:
"Hum Afonso Gomes Peres, homem rico, e grande contratador fez outro Reduto, ou Fortim em o posto que estava acima de Santa Catarina, onde pôs vinte soldados escolhidos, e alguma artilharia, e tudo à sua custa, e impedia dali a comunicação com a Ponta do Zimbreiro do Castelo, a qual fica para Ocidente, e defendia a larga Baía do Fanal, e ficou por mérito para sempre este homem chamando-se o Capitão Afonso Gomes Peres.".
Assim é-nos permitido saber que em 1640, durante o cerco feito pelos terceirenses à Fortaleza de São João Baptista foi ali instalado um pequeno reduto denominado de Reduto de Santa Catarina, destinado a vigiar a baía do Fanal, e impedir quaisquer socorros aos espanhóis por aquele flanco.