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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Pão-por-Deus

 

O peditório do pão-por-Deus está associado ao antigo costume que se tinha de oferecer pão, bolos, vinho e outros alimentos aos defuntos. Era costume "durante o ano, nos domingos e dias festivos se oferecerem por devoção picheis, ou frascos de vinho, e certos pães, que põe em uma toalha estendida sobre a sepultura do defunto, e uma vela acesa." Também se colocava pão, vinho e dinheiro no caixão do defunto para a viagem.  No canon LXIX do II Concilio de Braga do ano 572, proibia-se que se levassem alimentos à tumba. Os peditórios para as almas realizam-se ao longo do ano, em Janeiro pelos caretos  , durante a quaresma canta-se às almas santas   e faz-se um peditório (pedir as janeirinhas, pedir as maias, pedir os reizinhos  são peditórios que tal como os dos caretos se inserem no ciclo dos peditórios rituais que têm lugar ao longo do ano)  como o do de "andador de almas", que pedia esmolas pelas almas.  Nos Açores, acreditava-se que uma alma podia azedar o pão. Para que tal não acontecesse, o pão da primeira fornada, "o pão das almas", era colocado numa cadeira na rua à porta de casa, coberto por um pano, para que a primeira pessoa que passasse o levasse para si ou desse a alguém necessitado.


Em Portugal Continental  no dia 1 de Novembro, Dia de Todos-os-Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o Pão-por-Deus (ou o bolinho) de porta em porta. O dia de pão-por-Deus, ou dia de todos os fieis defuntos, era o dia em que se repartia muito pão cozido pelos pobres.


Registado no século XV como o dia em que também se pagava um determinado foro:"Pagardes o dito foro em cada um ano em dia de pão por Deus".O dia primeiro ou da festa de Todos-os-Santos era denominado nos documentos jurídicos do século XV Dia de pão por Deus.


É também costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o santoro. O santoro é uma espécie de pão bento, um bolo comprido, que se dá em dia de Finados ou de Todos-os-Santos e que é do feitio de uma tíbia.  Já pedir o "santorinho", que começava nos últimos dias do mês de Outubro, era o nome que se dava à tradição em que crianças sozinhas, ou em grupo, de saco na mão iam de porta em porta para ganhar doces.  Em Trás-os-Montes pede-se o “pão das almas”.



As crianças quando pedem o pão-por-deus recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, tremoços amêndoas,ou castanhas que colocam dentro dos seus sacos de pano, de retalhos ou de borlas. Em algumas povoações da zona centro e estremadura chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’ ou ‘Dia do Bolinho’. Os bolinhos típicos são especialmente confecionados para este dia, sendo à base de farinha e erva doce com mel (noutros locais leva batata doce e abóbora) e frutos secos como passas e nozes.



Com o passar do tempo, o Pão-por-Deus sofreu algumas alterações, os meninos que batem de porta em porta podem receber dinheiro, rebuçados ou chocolates. Esta atividade é também realizada nos arredores de Lisboa. Antigamente relembrava a algumas pessoas o que aconteceu no dia 1 de Novembro de 1755, aquando do terramoto de Lisboa, em que as pessoas que viram todos os seus bens serem destruídos na catástrofe, tiveram que pedir "pão-por-Deus" nas localidades que não tinham sofrido danos.


Pão por Deus


Que Deus me deu


 Uma esmolinha


  Por alma dos seus



sexta-feira, 28 de outubro de 2022

José Júlio da Rocha Abreu

 

José Júlio da Rocha Abreu  nasceu em Angra do Heroísmo a 13 de Janeiro de 1857 e faleceu em  Lisboa a  7 de Dezembro de 1938 . Foi um grande comerciante, filantropo e político açoriano que se destacou nos campos da benemerência e do associativismo comercial. Foi irmão do médico e político Eduardo Abreu.


Nasceu em Angra do Heroísmo, filho de Bento José de Matos Abreu, conhecido comerciante da praça de Angra, e de Rosa Amélia da Rocha Matos. Cedo ingressou na actividade comercial, passando a ssociado de seu pai em 1875, ainda sem ter completado 18 anos, na firma Bento José de Matos Abreu & Filho. Após o falecimento do pai, herdou a firma, que passou a gerir sob o seu próprio nome (fundando uma empresa que manteve actividade comercial até 1993).


Foi um negociante inteligente e laborioso, gozou de geral estima e consideração, sempre pronto a acudir ao infortúnio. Abriu, estando em Lisboa, conjuntamente com o seu pai Bento José de Matos Abreu, uma subscrição a favor das vítimas das inundações que ocorreram na ilha Terceira na noite de 22 para 23 de Julho de 1891, em particular no lugar do Salto, em São Bento, na parte leste da cidade de Angra do Heroísmo. Espírito generoso e altruísta, esteve ligado aos mais significativos movimentos de assistência pública em Angra, financiando as casas de caridade e asilos da cidade.


Nesta ocasião, e por seu alvitre, fundou o ex-governador civil, o conselheiro José Inácio de Almeida Monjardino, o Cofre de Caridade, aproveitando os donativos angariados. Entre os benfeitores que contribuíram para aquele fundo esteve a rainha D. Amélia. Abriu, também como presidente da Associação Comercial de Angra do Heroísmo, uma subscrição a favor dos necessitados de Cabo Verde. Foi director da Caixa Económica Angrense, juiz substituto e vice-cônsul do Uruguai. Foi membro da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo.


Dirigiu a Caixa Económica Angrense entre 1892 e 1913 (mais de 21 anos), tendo sido o seu principal esteio.  Por sua iniciativa, em 1929 a Caixa Económica aprovou a concessão de 100 contos para a construção do primeiro bairro social construído na Terceira, sendo em 1930 declarado sócio benemérito da instituição, onde foi descerrado um seu retrato da autoria de Martinho da Fonseca.

Foi também vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e presidente da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo. Em 1901, por ocasião da visita régia aos Açores, o rei D. Carlos condecorou-o com o grau de comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa por decreto de 19 de Julho de 1901. Contudo, recusou a condecoração e o título de visconde de Moledo (designação de uma sua grande propriedade agrícola nos Biscoitos).


Foi pai de Eduardo Pereira Abreu (1881 — 1944), casado com Maria Cecília de Simas e Stuart de Mesquita Pimentel.




quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Louis Ferreira nasceu na ilha Terceira Açores

 


Louis Ferreira (também conhecido como Luís Ferreira ou Justin Louis, por vezes grafada como Justin Lewis) é um actor canadense nascido-Português. Ferreira é mais conhecido por seus papéis em stargate universe como Coronel Everett Jovem, serial killer Ray Prager no primeira temporada de Durham county,  Assistant Director do FBI John Pollock em faltante  , e vazio da arte em Saw IV.  Ele está atualmente estrelando na série CTV Motive  como detetive de homicídios de Oscar Vega.

Ferreira nasceu em 20 de Fevereiro de 1967, na Terceira , Açores , e emigrou com seus pais para o Canadá no início de sua vida. Ele cresceu na Jane and Finch bairro em North Yorq , Ontario.

O actor foi pelo nome artístico de Justin Louis por 25 anos até que sua mãe nasceu-Português morreu em 2008, depois que ele decidiu usar seu nome de família e "Louis", uma aproximação do seu nome de baptismo, "Luis".

Currículo de Ferreira inclui mais de 100 diferentes créditos na tela, como ele já apareceu em uma ampla gama de programas de televisão, incluindo papéis principais em Hidden Hills , Durham County , Urban Angel , e ausente . Ele também tem papéis recorrentes ou convidado em vários programas de TV, incluindoNCIS ,  CSI: Crime Scene Investigation ,  e Criminal Minds .  Ele também recebeu as Cartas série de televisão a Deus.

Em 2009, Ferreira foi caracterizado como David Maysles nas HBO premiado filme Grey Gardens  opostos Jessica Lange e Drew Barrymore . Outros créditos no cinema incluem retratando Sarah Polley marido em Dawn of the Dead  , bem como papéis em Shooter  e The Lazarus Criança . Ferreira também apareceu no filme de 1995 Blood and Donuts eo filme de 2007 Saw IV . Outros créditos incluem A Marsh ,  Boozecan,  e The Big Slice,.

Em 2011, ele se tornou conhecido como "A Voz da Mazda", expressando uma série de comerciais para a sua campanha nacional de dois anos ..Outro trabalho de narração inclui Polícia Vince  na série de TV The Dating Guy  e Chet no episódio "Hyde and Go Guincho" em série de desenho animado infantil Tales from the Cryptkeeper.


Ferreira retratado Donald Trump no Trump Unauthorized  e foi um chumbo na minissérie The Andromeda Strain . Ele ganhou o prêmio de Melhor Ator por sua interpretação de Robert (Duke) Romano em arcos caídos no Chicago Alt.Film Fest em 1999.  Em 2008, ele ganhou o Prêmio Gêmeos de Melhor Performance por um actor em um dramático Continuando Liderando Role por seu trabalho retratando o serial killer Ray Prager em Durham County .  Ele foi indicado para o mesmo prémio em 2010, para o papel do Coronel Everett Jovem na série de televisão Stargate Universe . Depois de jogar o recorrente papéis de Declan na quinta temporada da série de TV Breaking Bad  e do coronel Henderson Municipal  em Primeval: New World .  Ele atualmente estrela na série CTV Motive  como detective de homicídios de Oscar Vega. Ele ganhou o Prémio Leo de Melhor Performance de chumbo por um Homem em uma série dramática em 2014.




terça-feira, 25 de outubro de 2022

Tom Hanks bisneto de Açorianos

 


Tom Hanks, nome artístico de Thomas Jeffrey Hanks, nasceu a 9 de Julho de 1956, em Concord, Califórnia - EUA.

Os seus ancestrais paternos vieram de Inglaterra. Ambos os avós maternos, apesar de terem nascido na Califórnia, eram descendentes de açorianos.

Estudou na Skyline High School (Oakland, Califórnia), Chabot College (Hayward, California) e California State University (Sacramento).

Iniciou a sua carreira no teatro e depois no cinema, estreando-se no filme de terror «Trilha de Corpos». O seu primeiro sucesso aconteceu em 1984, com a comédia romântica «A Sereia.»

É um dos mais famosos atores norte americanos, tendo obtido um Óscar para melhor actor em dois anos consecutivos, nomeadamente, em 1993 com o filme “Filadélfia” e em 1994 com “Forrest Gump."


É membro da International Thespian Society. Em 1995 foi eleito o “Melhor Actor”, pelos leitores da revista “US.”Em 1999, nas comemorações do Dia dos Veteranos, foi-lhe atribuída a “Distinguished Public Service Award.” Em agosto de 2009, foi eleito vice-presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade responsável pela entrega de óscares.  É o narrador de um documentário realizado por David Guggenheim sobre Barack Obama, desde a sua chegada à Casa Branca em 2009. O trailer, de aproximadamente dois minutos, pode ser visto no Youtube.   Vive dividido entre o Pacific Palisades, em Malibu, Califórnia, e Ketchum, no estado de Idaho.


É detentor de variadíssimos prémios obtidos ao longo da sua relevante carreira cinematográfica.



segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Rui Vaz Gago, do Trato

 


Rui Vaz Gago, do Trato, natural de Beja e filho de Lourenço Anes Gago, Fidalgo, morador em Ponta Delgada veio para S. Miguel no tempo de Rui Gonçalves da Câmara, Terceiro Capitão Donatário, que lhe deu grandes dadas de terras. Foi primeiramente morador em Vila Franca e depois nos Fenais, termo da cidade de Ponta Delgada. Era muito rico, sendo em 1587 a sua fazenda avaliada em 1.300 moios de trigo de renda anual. Fez testamento a 26.10.1493, em que vinculou a terça para seu filho primogénito, que morreu sem filhos, sucedendo-lhe a filha mais velha Beatriz Rodrigues Raposo. O seu testamento é o mais antigo da ilha de S. Miguel. Casou com Catarina Gomes Raposo, que depois de viúva casou com João do Outeiro (Frutuoso, Liv.º IV, Cap.º XII).


O testamento de Rui Vaz Gago, do Trato, foi aprovado a 26.10.1493. Nele fala em seu sobrinho Diogo Vaz e em seu cunhado Bento Gomes. Sua mulher Catarina Gomes Raposo fez testamento em Vila Franca a 27.4.1518, sendo já viúva do primeiro marido e casou com João do Outeiro, Cavaleiro de Cristo. Neste testamento deixa a sua terça vinculada a seu segundo marido e depois a sua filha (dela e dele João do Outeiro) Maria e seus descendentes, e faltando estes a seu filho Pedro Rodrigues Raposo e não tendo este filhos a sua filha Beatriz Rodrigues Raposo e seus descendentes. Fala numa sobrinha sua, Mécia Gomes, filha de seu irmão Pedro Gomes. Fez primeiro codicilo em 1520, em Vila Franca e nele fala em sua filha Isabel, mulher de Sebastião Álvares. Fez segundo codicilo em Porto de Mós, em casa de seu genro D. Gil Eanes da Costa (marido de sua filha Maria), sendo já viúva do segundo marido, que morreu em Lisboa. Os bens vinculados eram 5 moios de terra no Morro da Ribeira Grande, que depois de prolongada demanda entraram na Casa de Jácome Correia.




domingo, 23 de outubro de 2022

Igreja de Santo Cristo ilha de São Jorge Açores




A Igreja de Santo Cristo também denominado Santuário da Caldeira de Santo Cristo é um templo Portuguesa localizado na Fajã da Caldeira de Santo Cristo, freguesia da Ribeira Seca, concelho da Calheta, ilha de São Jorge.



O templo desta fajã, cujo Patrono é o Senhor Santo Cristo, foi benzido no dia 10 de Novembro de 1835 embora a sua construção tenha sido iniciada em 1832. Desde essa altura que se transformou num local de culto onde vão devotos de toda a ilha. Vão para o pagamento de promessas e pedidos de graças.

A festa do Padroeiro desta igreja é no primeiro Domingo de Setembro, com missa, procissão e arrematações. Os peregrinos, praticamente de toda a ilha, deslocam-se até aqui, tanto pelo caminho da Fajã dos Cubres, como pela vereda da Caldeira de Cima que começa a grande altitude, na Serra do Topo e que tem vistas de cortar a respiração.


Apresenta trabalhos em cantaria de basalto negro onde se destaca o trabalho efectuado junto das portas e janelas e principalmente a torre sineira. Por cima da referida porta de entrada apresenta uma Cruz pintada de branco.

A referida torre sineira não é dotada de cúpula sendo rematada por quatro pináculos que lhe encimam os cantos.

No interior encontra-se uma imagem do Senhor Santo Cristo no altar-mor e nas laterais uma imagem de Nossa Senhora e outra de São José. O interior apresenta-se simples, em tons de branco e azul celeste e vermelho. O madeiramento do tecto foi elaborado de forma a dar ao edifício um agradável aspecto ao manter a cor original da madeira.


sábado, 22 de outubro de 2022

Augusto Rebelo Arruda

 

Augusto Rebelo Arruda  nasceu em Ponta Delgada a  25 de Fevereiro de 1888  e faleceu  Fajã de Baixoa  22 de Janeiro de 1964.  Foi um advogado, político e empresário açoriano, pioneiro e grande impulsionador do turismo na ilha de São Miguel. Foi sócio fundador da SATA e administrador da Sociedade Terra Nostra e um dos principais produtores de ananás dos Açores, com uma exploração ao tempo modelar, ainda existente na Rua Dr. Augusto Arruda, na Abelheira, freguesia de Fajã de Baixo, arredores de Ponta Delgada.

Augusto Rebelo Arruda foi bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo exercido a advocacia e tendo funções de notário público em Ponta Delgada. Era advogado das empresas do Grupo Bensaúde, tendo sido um dos fundadores da Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos (a actual SATA), proferindo o discurso na cerimónia inaugural dos seus voos, a 15 de Junho de 1947, no então Campo de Aviação de Santana.

Nas eleições gerais de 1919 foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Ponta Delgada integrada nas listas da Conjunção Republicana. Em 1921 foi novamente candidato a deputado no Congresso da República, também pelo círculo de Ponta Delgada, mas pelo Partido Republicano da Reconstituição Nacional, não sendo eleito. Contudo, nesse mesmo ano (1921) foi eleito para a presidência da Câmara Municipal de Ponta Delgada.


Em 1925 foi eleito deputado, também por Ponta Delgada, nas listas do Partido Republicano Português, integrando no parlamento o Grupo Parlamentar de Acção Republicana. Nesse mesmo ano foi escolhido para presidir à Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada.



quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Steve Perry, vocalista de rock luso-americano descendente da ilha do Pico Açores





Steve Ray Perry nasceu em 1949, em Hanford, California, filho único de Raimundo Pereira e Mary C. Quaresma Pereira, filhos de açorianos naturais da ilha do Pico. Cresceu falando português e dessa meninice recorda uma viagem aos Açores.

O pai, que americanizou o nome para Raymond Perry, também era cantor e partiu à procura do sucesso quando Steve contava sete anos e ainda hoje considera a separação dos pais uma "tragédia pessoal do rock".




Mary voltou a casar tinha o filho 12 anos e mudou-se para Lemoore, onde Steve formou a primeira banda dando-lhe nome inspirado no apelido português da família, Peartree, a árvore das pêras em inglês. Aos 16 transferiu-se para Los Angeles correndo atrás do sonho de tornar-se cantor.
Uma fita demo dos Alien Project, banda local onde tocou, chegou, em 1977, às mãos de Herbie Herbet, que procurava vocalista para o Journey e Steve Perry tornou-se a voz da banda, gravou 14 álbuns e vendeu 45 milhões de discos até ao dia em que decidiu fazer carreira a solo.


Os Journey nunca mais fizeram nada sem Steve Perry e ele também não foi longe sem a banda. Ainda assim, o primeiro dos três álbuns a solo, "Street Talk", foi disco platina em 1984 e no ano seguinte brilhou no projecto "We Are the World".


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Segunda lista dos sobrenomes que povoaram os Açores

 


Diniz


Drummond


Dutra


Dias


Duarte


Dornelles


Damasceno


Dias



Enes



Escobar


Espínola


Espinoza


Estaco


Evangelho


Esteves


Estrada



Fagundes


Falcão


Faria


Farinha


Fagundes


Ferraz


Ferreira


Ferro


Festa



Figueira


Figueiredo


Flores


Fonseca


Fournier


Fontes


Fraga



Fragoso


França


Franco


Furtado de Mendonça


Freitas


Freire


Furtado


Fortunato


Francisco




Gambão


Godinho


Gois, Góis, Goes e Góes


Gomes


Gonçalves


Goulart - origem em Joz Gouilward, da comitiva de um dos três donatários dos Açores: WILLEN VAN DER HAAGEN (Ilha do Faial), JOZ VAN HUESTER (Ilha do Pico) e JOZ VAN AERTRICJCKE (Ilha do Faial). O nome original GOUILWARD transformou-se ao longo do tempo em GALARD(E), GOLART(E),GOULART(E) e GULARTEJOZ GOUILWARD


Gouveia


Guedes


Guerra


Guilherme da Silveira



Guimarães


Gusmão


Guterres


Gomes


Gonçalves




sábado, 15 de outubro de 2022

Florêncio Terra

 


Florêncio Terra  nasceu  na cidade da Horta, Açores a 18 de Maio de 1858  e faleceu na  cidade da  Horta, a 25 de Novembro de 1941). Foi um escritor, publicista, professor e político açoriano que se notabilizou como contista.

Florêncio José Terra nasceu na ilha do Faial, filho do conhecido capitão da marinha mercante Florêncio José Terra Brum e de Maria dos Anjos da Silva Sarmento. Pelo lado paterno pertencia à família do barão de Alagoa, uma das mais distintas e influentes do seu tempo. Era casado com Teresa Amélia Ribeiro Guerra, filha do segundo barão de Santana, Rodrigo Alves Guerra.

Cursou com distinção o Liceu da Horta, aí começando, em 14 de Outubro de 1888, a reger interinamente a cadeira de Introdução à História Natural.


Pretendendo seguir a carreira do magistério liceal, prestou, de seguida, brilhantes provas em Lisboa, ficando aprovado. Foi nomeado a 8 de Novembro de 1896 professor vitalício, iniciando uma carreira que manteria toda a vida. Ensinou Matemática e Ciências Naturais.

Exerceu em duas ocasiões (1907-1919 e 1928-1929) o cargo de reitor do Liceu da Horta (Liceu Manuel de Arriaga), distinguindo-se como professor e administrador.

Para além da sua actividade como professor liceal, exerceu diversos cargos públicos na administração distrital e local, entre os quais os de vereador e vice-presidente da Câmara.

Foi sócio fundador do Grémio Literário Artista Faialense em 1874.

Pertenceu a uma geração de valores notáveis naquele centro citadino, embora nem todos naturais de lá, conhecendo outras figuras de relevo cultural, da geração anterior. Conviveu com António Lourenço da Silveira Macedo, autor da História das Quatro Ilhas que Formam o Distrito da Horta, com João José da Graça, Garcia Monteiro, Manuel Joaquim Dias, os contistas Nunes da Rosa e Rodrigo Guerra e diversos intelectuais que por aqueles anos viveram na Horta.



Como jornalista, dirigiu, com Luís Barcelos, o semanário literário A Pátria (que inicou publicação a 13 de Dezembro de 1876) e, com Manuel Zerbone, o semanário literário intitulado Biscuit (iniciou publicação a 5 de Julho de 1878).


A sua maior actividade como jornalista exerceu-a no diário O Açoreano ( na 2.ª série, iniciada a 1 de Março de 1895) e no semanário literário e noticioso O Faialense, cuja 2.ª série iniciou a 5 de Novembro de 1901, de parceria com Marcelino Lima e Rodrigo Guerra.

Colaborou ainda nas publicações do Grémio Literário Artista Faialense, n’O Telégrafo, no Correio da Horta e em diversas revistas e jornais de Lisboa, nomeadamente no Ocidente, na Ilustração Portuguesa, no Branco e Negro e na revista literária de O Século.




sexta-feira, 14 de outubro de 2022

RAIZES

 


*** RAIZES ***

Para nascer precisamos de:

2 Pais

4 Avós

8 Bisavós

16 Trisavós

32 Tetravós

64 Pentavós

128 Hexavós

256 Heptavós

512 Oitavós

1024 Eneavós

2048 Decavós

Apenas o total das 11 últimas gerações, foram necessários 4.094 ANCESTROS, tudo isso em aproximadamente 300 anos antes de eu ou você nascer!

Pare um momento e pense...

- De onde eles vieram?

- Quantas lutas já lutaram?

- Por quanta fome já passaram?

- Quantas guerras já viveram?

- Quantas vicissitudes sobreviveram os nossos antepassados?

Por outro lado, quanto amor, força, alegrias e estímulos, nos legaram? 

Quanto da sua força para sobreviver, cada um deles tiveram e deixaram dentro de nós para que hoje estejamos vivos. 

Só existimos graças a tudo o que cada um deles passou.

Então, é nosso dever honrar nossos antepassados!

É preciso ter GRATIDÃO E AMOR a todos os nossos ANTEPASSADOS, porque sem eles cada um de nós não teria a felicidade de conhecer este plano terrestre e desfrutar da vida!!! 

(Fernanda Strobino)



quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O fotógrafo Açoriano que recebeu uma medalha de ouro

 


Cristiano Júnior, nome pelo qual ficou conhecido, nasceu em Santa Cruz das Flores em 21 de Julho de 1832, filho de José Cristiano de Freitas Henriques e de Ana Henriqueta Henriques . Em 1862 já estava no Brasil exercendo a profissão de fotógrafo em Maceió, Alagoas. Logo a seguir transferiu-se para a capital do Império e assim que chegou ao Rio de Janeiro fez uma série de anúncios propondo-se "a tirar retratos por qualquer sistema fotográfico onde for chamado, seja qual for a distância". Neste primeiro momento ainda não se encontrava estabelecido e solicitava aos eventuais fregueses que o chamassem "por escrito no hotel Brisson, Rua da Ajuda 57B". Além de retratos o anunciante aceitava pedidos de encomenda e "quadros e cestas de flores e frutas de cera".



No ano de 1864 associou-se a Fernando António de Miranda (Cristiano Jr. & Miranda ou Cristiano Jr. & Fernando); a sociedade, que recebeu o nome de Photographia do Commercio, parece ter acabado no fim do mesmo ano.


No princípio de 1865 Cristiano Jr. anunciava-se só e informava a clientela de sua transferência para a Rua da Quitanda, 45.  Posteriormente Cristiano Jr. associou-se a Bernardo José Pacheco, com quem manteve o negócio até 1875.




quarta-feira, 12 de outubro de 2022

O início da produção de queijo na ilha de São Jorge Açores parece ter ocorrido nos primórdios da sua colonização

 


O início da produção de queijo na ilha de São Jorge parece ter ocorrido nos primórdios da sua colonização, já que o historiador Gaspar Frutuoso, escrevendo cerca de um século após a estruturação do povoamento da ilha, diz nas Saudades da Terra (Livro VI, capítulo 33.º, intitulado Da Descrição da Ilha de S. Jorge), que Há nela muito gado vacum, ovelhum e cabrum, do leite do qual se fazem muitos queijos em todo o ano, o que dizem ser os melhores de todas as ilhas dos Açores, por causa dos pastos…. Esta dependência entre a qualidade dos queijo e as pastagens foi confirmada pela história e pelos estudos agronómicos modernos.



As condições edafo-climáticas excelentes para a produção de pastagem existentes na ilha e a introdução, ainda antes do seu povoamento, de gados, fizeram com que, desde o início, os habitantes recorressem ao fabrico de queijos como reserva alimentar e forma de aproveitamento do excesso de produção de leite face ao seu consumo em natureza. Por outro lado, a especificidade dos queijos feitos em São Jorge, para além da perícia e dos saberes dos queijeiros jorgenses, é atribuível às características dos pastos abundantes nas zonas de média e elevada altitude, caracterizados pela existência na pastagem das chamadas ervas de misturas, uma consolidação natural de gramíneas e leguminosas,  que lhes dá particulares características que se reflectem nas propriedades organolépticas do leite ali produzido.

Outro factor potenciador da precocidade do desenvolvimento da produção de queijo em São Jorge foi a presença de numerosos flamengos entre os seus primeiros povoadores, com destaque para o grupo capitaneado por Willem van der Hagen, o antepassado dos actuais Silveiras da ilha. Estes povoadores vieram encontrar nas zonas altas da ilha um clima semelhante ao da sua terra de origem onde estavam habituados a produzir carne, leite e lacticínios, com destaque para os queijos.


José Pereira da Cunha da Silveira e Sousa Júnior, agrónomo e um dos maiores produtores de queijo dos finais do século XIX, escreveu em 1887  que Em S. Jorge, cognominada a terra do queijo e onde há mais de um século se manipula industrialmente o leite, tem-se em bem verdade, multiplicado o número de fabricantes…. Tal implica, como aliás o provam os registos municipais e dos conventos da ilha,  que já em meados do século XVIII, o fabrico de queijo se expandira bastante, exportando-se para as restantes ilhas dos Açores e mesmo para o exterior do arquipélago. Por essa altura já se distinguia o queijo da terra’’ (o antepassado do actual Queijo São Jorge) do queijo flamengo.



Esta destrinça evoluiu ainda mais quando, por influência da família Cunha da Silveira, grandes proprietários e produtores de queijo, foram introduzidas algumas melhorias tecnológicas na produção de queijo, recorrendo-se à vinda de técnicos estrangeiros. Foi assim que São Jorge recebeu nessa época a visita dum profissional hamburguês (…) de nome Fernand Ranchel, que assentou arraiais, no lugar do Loural, junto à povoação do Toledo, onde se dedicou ao fabrico de um queijo de pasta dura, por certo o modelo donde saiu o "queijo de São Jorge", conhecida pelo nome de "queijo da terra", sucedâneo dos primeiros tipos de pasta mole e semi-dura até aí usados pela indústria caseira. Este facto deve datar do princípio do século passado, ou seja de princípios do século XIX.

Sabe-se que há cerca de duzentos anos, o queijo de São Jorge já tinha a forma actual, cilíndrica, volumosa, tipo "roda", tendo-se chegado a produzir alguns, por encomenda especial, com tais dimensões e peso que eram necessários alguns homens para o transportarem. Ernesto Rebelo, refere-se a uma queijo para oferta, de enormes proporções, que o fidalgo Jorge da Cunha mandou fabricar em São Jorge para obsequiar o seu amigo D. José Pegado de Azevedo, bispo de Angra, quando este visitou a ilha do Faial.


O Queijo são Jorge é assim o produto de quase quinhentos anos de evolução na produção de queijo de leite de vaca, mantendo as característicos específicas que o clima e a vegetação das pastagens da ilha determinam por via do leite cru utilizado. Quanto à forma e consistência da pasta, parece ter ganho as suas características actuais há cerca de 200 anos, mantendo-se desde aí relativamente constante. Um passo fundamental na regulação da produção do queijo foi dado em 1986, com a criação da Região Demarcada do Queijo de São Jorge e a regulamentação do registo de Denominação de Origem Protegida (DOP) atribuído à marca Queijo São Jorge.

Apesar de serem produzidas apenas 1800 toneladas por ano, a partir de leite fornecido por cerca de oitocentos produtores agrupados em nove cooperativas, o Queijo São Jorge mantém-se como um dos pilares da economia de São Jorge, mal grado os constantes problemas de gestão que têm afectado as estruturas produtoras.


Em 1991 foi criada uma confraria, denominada Confraria do Queijo de São Jorge, à qual foram atribuídas funções na constituição da câmara de provadores para certificação na estrutura associada à UNIQUEIJO, a estrutura gestora da produção.