O Algar do Carvão localiza-se na freguesia do Porto Judeu, no concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.
A uma altitude de cerca de 550 metros acima do nível do mar, a área apresenta 40,5 hectares e inscreve-se num cone vulcânico que integra a chamada "Zona Basáltica Fissural", entre os maciços vulcânicos da serra de Santa Bárbara, a Oeste, o Pico Alto, a Norte, e o de Guilherme Muniz, a Sul. O Algar é constituído por uma chaminé vertical com 45 metros de Altura, alargada junto à base. O grande aparelho vulcânico do Guilherme Moniz, tem por face voltada a sul a parte anterior da serra do Morião ou Nasce Água. Há relativamente pouco tempo, falando em tempo geológico aconteceu uma nova erupção que deu origem ao cone vulcânico extravasado do Pico do Carvão, que vai a 639 metros de altitude. Segundo o artigo publicado no Jornal Diário Insular de Domingo, dia 20 de Maio de 2001 página 8 e 9, o Algar do Carvão teve início na “ … grande erupção, conhecida como "do Pico Alto", que ocorreu a norte do aparelho vulcânico do Caldeira Guilherme Moniz Já existente, formou um maciço traquítico de dimensões consideráveis que prolongou em muitos quilómetros os limites da ilha então existente. As suas lavas espraiaram-se em longas extensões sobre as quais, mais tarde, uma sequência de centros eruptivos, também eles maioritariamente traquíticos, tomaram lugar, acentuando a orografia deste maciço.
Ainda mais tarde, uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o solo e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano, constituído por dois cones, na sua parte superior composto de escórias (piroclastos de bagacina), que teve uma fase efusiva muito rica, produzindo rios de lava ácida muito fluídas que carbonizavam à passagem toda a vegetação que aí existia. A datação de um dos fósseis então formados, um tronco provavelmente de Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) queimado envolvido pela lava, numa pedreira no lugar da Barraca, deu para esta erupção a idade de 2148 ( ± 115 anos) (Zbyszewski 1971). )
As lavas deste vulcão bastante fluidas e abundantes encheram parte da caldeira Guilherme Moniz enchendo uma lagoa de apreciáveis dimensões que ocupava toda a área da antiga caldeira e transbordaram desta, formando dois grandes rio de lava. Um correu para NE, em direcção às Lajes, estendendo-se 7 quilómetros. O outro, correndo para Norte, atingiu a costa da freguesia dos Biscoitos, depois de percorrer cerca de 9 quilómetros até encontrar o mar. Segundo o artigo publicado no Jornal Diário Insular de Domingo, dia 20 de Maio de 2001 página 8 e 9, o Algar do Carvão a ("…lava, designada por lava jovem, que extravasou do cone, que mais tarde viria a ser chamado de "Pico do Carvão" (por razões de que não há certezas), expelida de grande profundidade, pela elevada fluidez da sua consistência, avançou com grande velocidade e, após preencher e "nivelar" a caldeira do Guilherme Moniz, transbordou em seguida para NE dando origem ao Biscoito das Pontinhas, prolongando-se até ao mar, por um total de 7 km, formando a Caldeira das Lajes (Madeira 2000,c.o.). Outra língua da mesma lava rumou para Sul atingindo a costa da ilha na freguesia da Feteira, formando à passagem o derrame sobre o qual está o aterro intermunicipal da ilha, e junto ao mar o que hoje é conhecido por "Fajã do Ficher", depois de percorrer cerca de 9 km de extensão (Zbyszewski 1971)".
Bastante antes de 1893 já se sabia da existência deste Algar, no entanto a falta de acesos que permitissem o transporte do material necessário à sua exploração, e mesmo a falta de muito deste material fez que o primeiro relato de uma descida ao Algar do Carvão date de (como afirma o artigo publicado no Jornal Diário Insular de Domingo, dia 20 de Maio de 2001 página 8 e 9) ( "… 26 de Janeiro de 1893, com a simples utilização de uma corda, levada a cabo por Cândido Corvelo e José Luís Sequeira. A segunda descida foi efectuada por Didier Couto, em 1934, que elaborou um primeiro perfil do Algar. Um esboço que, suportado apenas pelas observações possíveis, uma vez que a iluminação natural teima em não chegar a toda a extensão da cavidade, se viria a revelar no entanto de bastante valor e rigor.
Apenas a 18 de Agosto de 1963, foram possíveis descidas organizadas ao interior do Algar, por um grupo de entusiastas que mais tarde se haviam de organizar em associação, com recurso a uma "Cadeira" e mais tarde a um "Calção", havendo então oportunidade de ser devidamente explorado.
Agora, (…) com recurso a sistemas de iluminação portáteis mais eficientes foi possível a progressão no Algar de forma a perscrutar até ao mais remoto e ínfimo buraco. Com a recolha de elementos caídos no chão foi possível trazer à luz do dia e aos olhos de todos uma mostra de alguns dos materiais que componham a gruta, deixando antever as possibilidades, àqueles que ainda não haviam entrado.)
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