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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Quinta da Nasce -Água na ilha Terceira Açores

A Quinta da Nasce-Água deve o seu nome à nascente natural de água que se localiza nas proximidades, a norte do núcleo edificado de Angra do Heroísmo.  A propriedade remonta ao tempo do povoamento da ilha, associada a extensos campos de cultivo e vinculada por Rui Dias de Sampaio no século XVI. A sua história posterior conta com marcos importantes: na segunda metade do século XVIII, a quinta é convertida em casa de campo ou "quinta de recreio", cuja opulência não tinha rival na ilha sendo estância ao governador geral dos Açores. 

Nessa altura são criados pomares e hortas, com flores, ervas aromáticas e medicinais, latadas de vinha e passeios. A meados do século XIX o brigadeiro Inácio de Castil Branco transformou a casa em "deleitoso aposento" e o recinto em "recreio do público", construindo nesta fase o lago grande, três jardins em socalco, cada um com uma taça de água. Na quinta seccionada por uma corrente de água, foram instalados dois moinhos e um jardim de buxo, no qual se poderia reconhecer o seu brasão desenhado. A terceira intervenção significativa dá-se em 1899, quando Emídio Lino da Silva adquire a propriedade e constrói a atual casa da quinta, remove o jardim de luxo e outras remanescências e entra no espírito do colecionismo botânico, com plantações de novos exemplares de vegetação exótica.

Aproxima-se, assim, do desenho do jardim atual sendo que, após a morte da sua herdeira, D. Maria Luísa Baldaia, a quinta entra em declínio. Na década de 1980 a sua neta Elisa e o seu marido Jaime Coelho, investiram em obras de restauro, convertendo-a na primeira unidade de Turismo de Habitação dos Açores.

Atualmente é uma unidade hoteleira inserida no jardim romântico do final do séc. XIX com uma pequena mata. À entrada da quinta estende-se um pátio de receção pavimentado com «bagacina» vermelha; a nascente, situam-se as áreas de recreio, a piscina, os espaços ajardinados, os relvados e o pavilhão para a realização de eventos, conjunto de equipamentos recentes, adaptados ao seu atual uso; a poente da casa-Mãe fica o jardim de aparato, composto pelo lago artificial de formas irregulares, em volta do qual se distribui uma profusa vegetação de plantas exóticas e diversos canteiros de flores. Seguindo para norte, as ruas da quinta convergem num amplo largo, enquadrado por plátanos e centrado por uma mesa onde repousa um conjunto escultórico.


( cortesia a Associação Portuguesa dos jardins históricos )




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