Páginas

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Piratas e corsários na ilha do Corvo Açores




Apesar de seu isolamento, ao longo se sua história a ilha sofreu diversas incursões de corsários e piratas. Os corvinos, entretanto, souberam impor-se, muitas vezes aliando-se aos incursores e participando ativamente na sua atividade. Em troca de proteção e dinheiro, a ilha fornecia água, alimentos e homens, ao mesmo tempo que permitia tratar os enfermos e reparar os navios.

Em 1587, o Corvo foi saqueado e as suas casas queimadas pelos corsários ingleses, que haviam atacado as Lajes das Flores. No ano de 1632, a ilha sofreu duas tentativas de desembarque de piratas da Barbária, no local do atual cais Porto da Casa, que na altura ainda era apenas uma baía. Duzentos corvinos usaram tudo ao seu dispor para repelir os atacantes que acabaram por desistir com baixas. A imagem de Nossa Senhora do Rosário foi colocada na Canada da Rocha e daí, diz a lenda que ela protegeu a população das balas disparadas.

Foi o segundo pároco da ilha, o florentino Inácio Coelho, irmão do cronista frei Diogo das Chagas. Foi ele quem conseguiu que D. Martinho de Mascarenhas, 2.º capitão do donatário, assumisse o sustento do pároco, bem como a ele se deve a presumível redacção e divulgação dos fatos e atribuição à Virgem Maria do milagre da vitória dos corvinos sobre os piratas. A partir de então, a imagem passou a ser chamada de Nossa Senhora dos Milagres.
Em 1674 o lugar do Corvo foi elevado a paróquia, sendo o seu primitivo orago Nossa Senhora do Rosário. Antes dessa data, a ilha era visitada anualmente por um padre de Santa Cruz das Flores por ocasião da Quaresma. O primeiro pároco foi o faialense Bartolomeu Tristão.


Sem comentários:

Enviar um comentário