O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas celebra a data de 10 de Junho de 1580, data da morte de Camões , sendo também este o dia dedicado ao Anjo Custódio de Portugal. Este é também o dia da Língua Portuguesa, dos cidadãos e das Forças Armadas.
A primeira referência ao caráter festivo do dia 10 de Junho é no ano 1880 por um decreto real de D Luís. I que declara "Dia de Festa Nacional e de Grande Gala" para comemorar apenas nesse ano os 300 anos da hipotética data da morte de Luís de Camões, 10 de junho de 1580.
A pedido do rei D. Manuel I de Portugal, o Papa Júlio II instituiu em 1504 a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto já seria antigo em Portugal. O pedido terá sido feito ao papa Leão X e este autorizou a sua realização no terceiro Domingo de Julho. A sua devoção quase desapareceu depois do séc. XVII, mas seria restaurada mais tarde, em 1952, quando mandada inserir no Calendário Litúrgico português pelo Papa Pio XII, para comemorar o Dia de Portugal no 10 de Junho.
Terá surgido pela primeira vez na Batalha de Ourique, e a sua devoção deu uma tal vitória às forças de D. Afonso Henriques sobre os invasores muçulmanos que lhe deu a oportunidade de autoproclamar-se rei de Portugal.
Nas suas Memórias, a Irmã Lúcia contou ainda que, entre Abril e Outubro de 1916, nas aparições de Fátima, teria já aparecido um anjo aos três pastorinhos, por três vezes, duas na Loca do Cabeço, no lugar dos Valinhos, e outra junto ao poço do quintal de sua casa, chamado o Poço do Arneiro, no lugar de Aljustrel, em Fátima, convidando-os à oração e penitência, e afirmando ser o "Anjo da Paz, o Anjo de Portugal".
Tinha uma flauta.
Não tinha mais nada mas tinha uma flauta
Tinha um órgão no sangue uma fonte de música
Tinha uma flauta.
Os outros armavam-se mas ele não:
Tinha uma flauta.
Os outros jogavam perdiam ganhavam
Tinham Madrid e tinham Lisboa
Tinham escravos na índia mas ele não:
Tinha uma flauta.
Tinham navios tinham soldados
Tinham palácios e tinham forcas
Tinham igrejas e tribunais
Mas ele não:
Tinha uma flauta.
Só ele Príncipe.
Dormiam rainhas na cama do rei
Princesas esperavam no Belvedere
Ele tinha uma escrava que morreu no mar.
Morreram escravas as rainhas
Morreram escravas as princesas
Nenhuma teve o seu rei
Para nenhum chegou o Príncipe.
Por isso a única rainha
Foi aquela escrava que morreu no mar:
Só ela teve
O que tinha uma flauta.
Morreram os reis que tinham impérios
Morreram os príncipes que tinham castelos
Mas ele não:
Tinha uma flauta.
De fora vieram reis
Vieram armas de fora
Os príncipes entregaram armas
Ficou sem armas o povo.
As armas de fora venceram
Todas as armas de dentro.
Só não venceram o que não tinha armas:
Tinha uma flauta.
E as vozes de fora mandaram
Calar as vozes de dentro.
Só não puderam calar aquela flauta.
Vieram juízes e cadeias.
Mas a flauta cantava.
Passaram por todas as fronteiras.
Só não puderam passar
Pela fronteira
Daquela flauta.
E quando tudo se perdeu
Ficou a arma do que não tinha armas:
Tinha uma flauta.
Ficou uma flauta que cantava.
E era uma Pátria.
Manuel Alegre
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