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terça-feira, 31 de março de 2020

Casa do Gaiato na ilha de São Miguel Açores


 O Padre Elias nasceu a 21 de Agosto de 1926 na freguesia do Faial da Terra e  era filho de António Resendes André e de Maria Amelia Pacheco.
Em 1946, o Elias era aluno do primeiro ano de Filosofia no Seminário de Angra do Heroísmo.
Após a ordenação sacerdotal a 1 de Junho 1952, o Elias seguiu para Continente, estagiando com o padre Américo na Casa do Gaiato em Paço de Sousa e no Tojal. Regressou a S. Miguel em Outubro, iniciando a Obra do Gaiato, originalmente instalada num espaço reservado no edifício da Estação Agrária Distrital em S. Gonçalo. Em breve se deu conta que as acomodações eram exíguas para o funcionamento dos dois serviços.
Procurando solucionar o problema, o padre Américo deslocou-se a S. Miguel reunindo-se com a Junta Geral. Valendo-se dum legado de Alice Moreno, completou-se a transferência da Obra do Gaiato para uma propriedade no Monte Alegre na freguesia das Capelas, (que foi Vila de 1839 a 1853). Concluídas as devidas adaptações, a Casa do Gaiato entrou a funcionar ali a partir de 2 de Abril 1956.

Entretanto, em Julho desse ano falecia o Padre Américo. Foi então que o Padre Elias promoveu o Instituto Apóstolos da Rua e professou com o nome Frei Elias do Monte Carmelo. Em 1961 fundou o “Calvário” para doentes incuráveis e destituídos de amparo de familiares ou de apoio de instituições adequadas.
Seguidamente abriu o “Ninho” para crianças dos três aos seis anos de idade, e o “Lar” para rapazes estudando e trabalhando em Ponta Delgada. Fundou ainda e dirigiu o jornal “O Apóstolo da Rua.” Com o seu estilo desassombrado e empolgante marcou presença assídua na imprensa regional. E como pregador demonstrou uma erudição extraordinária, que a todos comovia e arrebatava.
Faleceu em 1974 em Ponta Delgada.


sábado, 28 de março de 2020

Dr. Alexandre Martins Pamplona Ramos


 Alexandre Martins Pamplona Ramos  nasceu na Praia da Vitória, 6 de Junho de 1865 e faleceu em  Angra do Heroísmo, 4 de Fevereiro de 1933. Foi um médico e político açoriano que se notabilizou no combate à epidemia de peste que afectou a ilha Terceira nos primeiros anos do século XX. Entre outras funções, foi governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo.
Alexandre Martins Pamplona Ramos era filho de António Ramos Moniz Corte-Real e de Maria do Livramento Martins Pamplona Ramos, uma família com raízes na região do Ramo Grande desde os tempos do povoamento. Pelo lado paterno a família estava ligada a Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real, o 1.º conde de Subserra.
Depois de estudos preparatórios na sua vila natal, formou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, tendo, em 1891, ainda aluno do 5.º ano de Medicina, diagnosticado, pela primeira vez em Portugal, uma hemoglobinúria paroxística "à frigore" (ou doença de Harley), doença que viria depois a ser abordada na sua dissertação de formatura, orientada pelo Professor José Curry da Câmara Cabral e publicada em 1895.
Alexandre Ramos distinguiu-se principalmente na investigação e no tratamento da peste, tendo trabalhado com o Dr. António Joaquim de Sousa Júnior no controlo da epidemia de 1908 que afectou a Terceira. Foi considerado pelos Professores Fernand Widal e Francisco Pulido Valente, como um verdadeiro precursor médico e um mestre da ciência clínica e da prática médica.
Tendo-se envolvido na política partidária, o Dr. Pamplona Ramos foi chefe do Partido Regenerador na Terceira nos anos que antecederam a proclamação da República Portuguesa. Após aquela data aderiu ao Partido da União Republicana, então liderado por Brito Camacho, mantendo uma intensa actividade política que marcaria a sua vida profissional e pessoal.
No ano de 1925, nos tempos finais da Primeira República Portuguesa, ocupou por alguns meses o cargo de governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo.
O seu trabalho como médico municipal e subdelegado de saúde na Praia da Vitória granjeou-lhe renome e influência, mormente na Praia da Vitória, onde era considerado um clínico excepcional, muito dedicado aos seus doentes, modesto e humilde. Apesar da profissão que exerceu e da sua popularidade, morreu pobre.
O Dr. Alexandre Ramos foi diversas vezes evocado no passado, nomeadamente pela atribuição do seu nome à rua da Praia da Vitória onde nasceu e pela publicação de diversos artigos sobre a sua vida e obra, com destaque para um publicado por ocasião do 30.º aniversário do seu falecimento, na edição de 4 de Agosto de 1963 do Diário Insular, da autoria do Dr. Francisco Valadão Júnior.


quarta-feira, 25 de março de 2020

António da Fonseca Carvão Paim da Câmara


António da Fonseca Carvão Paim da Câmara  nasceu em Angra do Heroísmo, 21 de Fevereiro de 1864 e faleceu em  Angra do Heroísmo, 4 de Junho de 1931. Foi um professor liceal, advogado e político açoriano que, entre outras funções, foi governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo (1906). Foi filho do 2.º barão do Ramalho e um dos líderes do Partido Regenerador na ilha.
Concluiu em 1888 o curso de Direito pela Universidade de Coimbra, fixando-se em Angra do Heroísmo onde tinha banca de advogado. Para além da sua actividade forense, foi professor liceal, sendo nomeado por Decreto de 21 de Fevereiro de 1901 para o cargo de director da Escola de Habilitação ao Magistério Primário de Angra do Heroísmo, onde leccionava a disciplina de Pedagogia. Em 1908 foi nomeado professor provisório do Liceu de Angra do Heroísmo.
Herdou a militância familiar no Partido Regenerador, cujo periódico partidário O Regenerador dirigiu (1908), desempenhando diversos cargos políticos, entre os quais o de administrador do concelho de Angra do Heroísmo e o de governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, cargo que exerceu de 22 de Março a 17 de Maio de 1906.

Foi ainda conservador da conservatória do Registo Predial em Angra do Heroísmo (1901), sub-delegado do Procurador Régio na Praia da Vitória e juiz de direito substituto na comarca de Angra do Heroísmo.
É autor dos Apontamentos para lições de pedagogia - teoria e prática , obra onde faz uma síntese, destinada aos alunos da Escola do Magistério, de obras de autores portugueses e franceses.


sábado, 21 de março de 2020

Lidador


O Lidador foi uma embarcação brasileira, que naufragou na ilha Terceira, nos Açores, no início de 1878.
Também conhecido como "naufrágio do barco do sal", actualmente constitui-se em sítio arqueológico integrante do Parque Arqueológico Subaquático da Baía de Angra do Heroísmo.
Embarcação característica da época de transição entre os navios a vela e os a vapor, foi construído nos estaleiros William Walker & Co., em Londres, em 1873. Baptizado como "Lidador", foi inspecionado, para fins de obtenção do seguro marítimo, em Cardiff, no País de Gales, onde também foram testadas as suas correntes e âncoras. Entrou então ao serviço da Empresa Transatlântica de Navegação, ficando registado no porto do Rio de Janeiro. Fazia a rota Portugal-Brasil, com escala nos Açores, transportando passageiros e carga em geral.
Ao final de Janeiro de 1878 o "Lidador", sob o comando do capitão da marinha mercante Augusto Borges Cabral, natural da ilha de Santa Maria, aportou à Horta, na ilha do Faial, onde embarcou emigrantes e passageiros faialenses com destino ao Brasil, e prosseguiu viagem rumo à ilha Terceira, na que seria a sua última escala.

Ao chegar à vista de Angra do Heroísmo, lançou âncora fora das fortalezas da cidade, ou seja, no exterior do alinhamento formado pela ponta de Santo António, no Monte Brasil, e o Forte de São Sebastião. No porto encontravam-se três embarcações de madeira, à vela, a saber: o patacho "Angrense", o patacho "Jane Wheaton" e o lugre "Zebrina", estes últimos de bandeira britânica.
Com o "Lidador" ancorado, as lanchas do porto deram inicio ao serviço da estiva. Ao anoitecer do dia 6 de Fevereiro, já com as operações de embarque quase à metade, o vento começou a soprar com intensidade crescente e rodou para o sul. Pouco mais tarde passou a soprar de sueste, materializando-se o temido vento conhecido localmente como "carpinteiro".
Sob forte pressão do temporal súbito, o Lidador recorreu à sua máquina e iniciou o levantamento da âncora, visando alcançar o mar aberto. Entretanto, possivelmente devido à precipitação, a sua equipagem deixou descair a âncora, não conseguindo voltar a recolhê-la atempadamente. A embarcação, com a máquina a vapor a trabalhar a toda a força, girou em torno da sua amarração vindo a embater - já a 7 de Fevereiro - no recife submerso que se estende a partir da ponta do Forte de São Sebastião por mais de duzentos metros.

A colisão provocou um rombo no casco da embarcação e a consequente submersão da máquina. A caldeira, subitamente inundada, explodiu. Impotente para manobrar, a embarcação flutuou para oeste vindo a colidir com o "Jane Wheaton", a quem quebrou o mastro do gurupés, vindo a naufragar em paralelo ao cais da Figueirinha, a não mais de cinquenta metros de distância da costa.
Os náufragos, em pânico, foram evacuados pelos botes dos demais navios ancorados na baía e pelas lanchas da cidade. A carga e as bagagens dos passageiros e tripulantes tiveram destino diferente: as divergências suscitadas entre o representante da agência da Empresa Transatlântica de Navegação e o Consulado Brasileiro deram azo a que nada se fizesse acerca do material que ainda se encontrava por salvar e que acabou por afundar com o navio desconhecendo-se do que se compunha.
Visando minorar a delicada situação dos náufragos, o prelado da diocese de Angra do Heroísmo abriu uma subscrição pública para auxiliar as vítimas e João de Bettencourt de Vasconcellos Correia e Ávila acolheu, na sua própria casa, oito homens e dezanove mulheres.  Este acto do visconde de Bettencourt foi bem visto aos olhos da população à época.

domingo, 15 de março de 2020

Igreja Matriz de São Sebastião edificada pelos primeiros povoadores da ilha Terceira Açores em 1455


Foi edificada pelos primeiros povoadores da ilha em 1455, tendo sofrido importantes obras de conservação durante o século XVI, mais precisamente as iniciadas em 1568, dado que a sua capela-mor se encontrava bastante arruinada. Nesta data foram acrescentados alguns elementos construtivos ao templo.
O seu interior foi consumido por um grande incêndio em 8 de maio de 1789, tendo as obras de recuperação sido concluída em 1795. Nesta campanha foi coberta grande parte da estrutura original em pedra, assim como muito das pinturas até então existentes nas paredes, tendo se lhe banalizado o frontispício.

Apenas na segunda metade do século XX, a partir de 1964, é que se iniciou uma intervenção de restauro, por iniciativa da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). À época, o boletim n.º 117 da DGEMN (Setembro de 1964) referiu:
"Antes das obras de restauro, a igreja matriz de São Sebastião revelava exteriormente muito pouco da sua fábrica primitiva; a construção de 1789 banalizou-lhe o frontispício, escondeu muitos dos elementos, que subsistiam, das construções afonsina e manuelina."

O Dr. Baptista de Lima, numa comunicação ao "XVI Congresso Internacional de História da Arte", resume a evolução, em quatro fases, deste monumento:

"A primeira fase, gótica e arcaisante já para a época, é da fundação da igreja afonsina; compara-a aquele autor [Alfredo da Silva Sampaio] às das igrejas de Santa Clara de Santarém, Santa Maria dos Olivais de Tomar, São Domingos de Guimarães e Sé de Silves, todas do século XIII, duas centúrias anteriores à de São Sebastião."

"São dessa fase a cabeceira poligonal que forma a capela-mor, com seus botaréus, cachorrada e cimalha, bem como as três portas ogivais, a principal e as duas laterais."
"Planta simples, de três naves, cruzeiro com duas capelas manuelinas acrescentadas à planta primitiva - As de Nossa Senhora da Encarnação e dos Passos."
"Numa terceira fase, ainda no século XVI - em 1568 - a capela-mor, talvez por ameaçar ruína, foi inteiramente reconstruída, ficando muito mais ampla, e alinhando com as duas colaterais. Dessa reconstrução data abóbada actual; antes seria de artesões, como as demais capelas da igreja manuelina."

"Mais tarde, durante o século XVII e o século XVIII, a planta da igreja sofre novos acrescentos: a sacristia, o baptistério, uma arrecadação junto da capela dos Passos."
"Finalmente, depois do incêndio de 1789, o frontispício da igreja foi inteiramente modificado ao gosto da época, ficando com um portal barroco, a encobrir a primitiva porta principal, gótica."
"Assim, e com a decoração interior que Alfredo da Silva Sampaio nos descreve, nos começos deste século, permaneceu até às obras de restauro que ali promoveu a direcção-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais."

Sobre o seu espólio, do inventário efectuado em 3 de Agosto de 1812 pelo seu tesoureiro, Francisco Manuel Sebastião de Andrade, tombado num dos livros paroquiais, dos ornamentos, paramentos e alfaias de prata (quatro cruzes, seis coroas, outros tantos castiçais, cinco resplendores, e outras peças), apenas restam uma naveta, um turíbulo, uma custódia, seis cálices, o prato de um par de galhetas, o purificador e um vaso pequeno. Tudo o mais, sem se referir os paramentos, pálios e frontais de brocado de ouro, desapareceu desde então.


Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 38.147, de 5 de Janeiro de 1951, publicado no Diário da República, I Série, n.º 4.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Orlando Manuel Monteiro de Azevedo


Orlando Manuel Monteiro de Azevedo nasceu no dia 12 de maio de 1949, em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores, tendo chegado ao Brasil em 1963.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, em 1980, Orlando de Azevedo dedica-se profissionalmente à fotografia documental em projectos especiais, assim como, à criação  do seu estúdio em Curitiba. É especializado em expedições e projectos de longa duração.
É colaborador de várias revistas brasileiras e estrangeiras, tendo participado activamente em exposições colectivas e individuais no Brasil e noutros países.
Foi director de Artes Visuais da Fundação Cultural de Curitiba (1993-96), tendo criado a Bienal Internacional de Fotografia e o Museu de Fotografia Cidade de Curitiba. Em 1994, realizou a exposição “A Revolta”, do artista Franz Krajcberg, visitada por mais de um milhão de pessoas.

Em 1998, foi considerado artista português de destaque no universo das artes visuais pelo Ministério das Relações Exteriores e Secretaria das Comunidades Portuguesas. Nesse mesmo ano, representou o Brasil no fórum de debates durante o encerramento do Mois de la Photo, exposição internacional de fotografia em Paris. Em 2003, recebe o prémio Talento do Paraná. Dois anos depois, a Câmara dos Vereadores de Curitiba confere-lhe o certificado de Honra e Mérito pela sua participação na Comunidade Portuguesa em Curitiba e na cultura local. Em 2007, venceu o prémio cultura e divulgação Cidade de Curitiba. Ainda neste ano, foi um dos três finalistas mundiais no campo das artes para portugueses radicados no exterior.
Ao longo da sua carreira já publicou 10 livros, o último deles intitulado “Expedição Coração do Brasil – Paranaguá, Largamar”, um seguimento do projecto “Expedição Coração do Brasil”, iniciado em 1999.

domingo, 8 de março de 2020

A Lenda do Pezinho de Nossa Senhora é uma tradição oral da ilha Terceira Açores


Nos dias do início do povoamento nos princípios do século XV, várias pessoas passavam junto de um curso de água denominado Ribeira das Sete, quando avistaram a Virgem Nossa Senhora a pairar sobre a água, dizendo: "Estai atentos. Aqui próximo, no mar, há-de aparecer uma imagem minha". Ao dizer isto, Nossa Senhora colocou um pé na rocha basáltica de um dos lados da ribeira, desaparecendo em seguida e deixando a pegada marcada.
Quando o acontecimento foi divulgado pela localidade e seus arredores, as populações ficaram alvoraçadas. Muitas, apesar de cépticas, iam espreitar o mar para ver se avistavam alguma coisa. Ficaram então muito admiradas quando, passados alguns dias, deu à costa um caixote feito em madeira. Tinha vindo levado pelo mar, ficando depositado num poço de maré. Ao ser aberto, foi encontrada uma imagem, como havia sido predito: a de Nossa Senhora da Ajuda, esculpida em pedra.

A imagem foi levada para a igreja paroquial, onde a população pensou lhe dedicar um altar. Mas no dia seguinte à sua entrada na igreja, a imagem tinha desaparecido. A imagem acabaria por ser encontrada no local da Lapinha, onde tinha sido encontrada, junto de uma pequena furna cavada na rocha. Quando soube do ocorrido, uma aldeã da localidade disse que nessa noite tinha visto passar o que lhe pareceu uma senhora em trânsito da igreja para o local da Lapinha, transportada por anjos.
Depois de este fenómeno acontecer repetidamente, a população já sabia onde encontrar a imagem. Um dia, o padre e alguns homens da localidade resolveram levar mais uma vez a imagem para a igreja. Mas quando foram pegar nela, ficou repentinamente tão pesada que não foi possível deslocá-la. Foi assim que o povo percebeu finalmente que a Virgem queira ali ficar, próxima do mar. O povo edificou-lhe então a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda, onde colocaram a imagem.

A esta ermida acorrem todos os anos muitos fiéis, vindo em peregrinação e para solicitar os milagres da virgem.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Rui Vaz Gago, do Trato


Rui Vaz Gago, do Trato, natural de Beja e filho de Lourenço Anes Gago, Fidalgo, morador em Ponta Delgada veio para S. Miguel no tempo de Rui Gonçalves da Câmara, Terceiro Capitão Donatário, que lhe deu grandes dadas de terras. Foi primeiramente morador em Vila Franca e depois nos Fenais, termo da cidade de Ponta Delgada. Era muito rico, sendo em 1587 a sua fazenda avaliada em 1.300 moios de trigo de renda anual. Fez testamento a 26.10.1493, em que vinculou a terça para seu filho primogénito, que morreu sem filhos, sucedendo-lhe a filha mais velha Beatriz Rodrigues Raposo. O seu testamento é o mais antigo da ilha de S. Miguel. Casou com Catarina Gomes Raposo, que depois de viúva casou com João do Outeiro (Frutuoso, Liv.º IV, Cap.º XII).

O testamento de Rui Vaz Gago, do Trato, foi aprovado a 26.10.1493. Nele fala em seu sobrinho Diogo Vaz e em seu cunhado Bento Gomes. Sua mulher Catarina Gomes Raposo fez testamento em Vila Franca a 27.4.1518, sendo já viúva do primeiro marido e casou com João do Outeiro, Cavaleiro de Cristo. Neste testamento deixa a sua terça vinculada a seu segundo marido e depois a sua filha (dela e dele João do Outeiro) Maria e seus descendentes, e faltando estes a seu filho Pedro Rodrigues Raposo e não tendo este filhos a sua filha Beatriz Rodrigues Raposo e seus descendentes. Fala numa sobrinha sua, Mécia Gomes, filha de seu irmão Pedro Gomes. Fez primeiro codicilo em 1520, em Vila Franca e nele fala em sua filha Isabel, mulher de Sebastião Álvares. Fez segundo codicilo em Porto de Mós, em casa de seu genro D. Gil Eanes da Costa (marido de sua filha Maria), sendo já viúva do segundo marido, que morreu em Lisboa. Os bens vinculados eram 5 moios de terra no Morro da Ribeira Grande, que depois de prolongada demanda entraram na Casa de Jácome Correia.


domingo, 1 de março de 2020

Adriano Paim de Lima Andrade

Nasceu a 30 de Dezembro de 1944, na freguesia das Lajes da ilha Terceira.
Faleceu a 24 de Fevereiro de 2012.
Concluiu a licenciatura em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade
de Coimbra, em Julho de 1970, tendo feito exame final do internato da
especialidade de cirurgia geral nos Hospitais da Universidade de Coimbra com a
classificação de “Muito Bom com Distinção e Louvor”.
A partir de 1980, no Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, além de
reconhecido cirurgião, responsável pela introdução nos Açores da cirurgia
laparoscópica, exerceu diversas funções de chefia, designadamente de Director
Clínico e de Presidente do Conselho de Administração.

Foi vice-presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Cirurgia e
vogal da direcção nacional da Sociedade Portuguesa de Coloproctologia.
Foi sócio da Sociedade das Ciências Médicas Portuguesas, da Sociedade
Portuguesa de Coloproctologia, da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, sócio
fundador da International Society of Surgery e membro da International Society
for Digestive Surgery.

Foi durante 11 anos presidente da Assembleia Municipal da Praia da Vitória.