quinta-feira, 31 de março de 2016
David Leite crítico e escritor gastronómico luso-americano, neto de micaelenses
Nascido em Fall River, Massachusetts, David Leite é um crítico e escritor gastronómico luso-americano, neto de micaelenses.
Actualmente é considerado o maior especialista norte-americano em gastronomia portuguesa. Escreve para o New York Times, Martha Stewart Living, Bon Appétit, Saveur, Food & Wine, Gourmet, Food Arts, the Los Angeles Times Magazine, Chicaco Sun Times, The Washington Post, entre outras publicações da especialidade dentro e fora dos Estados Unidos da América.
Em Agosto de 2009, lançou nos Estados Unidos da América um magnífico livro sobre a mesa lusitana, denominado “The New Portuguese Table”, em que sugere uma receita inovadora, o “Mc Silva” um hambúrguer feito com o peixe mais consumido pelos portugueses - o bacalhau.
David Leite já foi distinguido com vários prémios, entre os quais, o James Beard Award 2008 e o Bert Greene Award for Food Journalism, em 2006.
O seu trabalho foi por 11 vezes, desde 2001, destaque no Best Food Writing. David Leite é ainda presença assídua em vários programas de rádio, entre eles o Good Food ou o Cooking Today.
quarta-feira, 30 de março de 2016
Rodolfo Botelho, o prodígio da ilha de S. Miguel Açores
Rodolfo Botelho Vieira nasceu no dia 18 de Março de 1981, na cidade da Ribeira Grande, ilha de São Miguel - Açores.
É um violinista versátil dedicado à música contemporânea e à tecnologia da música. Em 2009, foi eleito um dos 100 jovens talentos criativos da União Europeia.
Iniciou os seus estudos musicais com o seu avô materno, tendo depois frequentado a Academia de Música da Ribeira Grande. Aos 12 anos, ingressou no Conservatório Regional de Ponta Delgada, tendo terminado, em 1999, o 8.º grau de violino com a classificação final de 19 valores.
Concluiu, depois, a licenciatura, em violino – instrumentista de orquestra, em Lisboa, na classe do professor Aníbal Lima, na Academia Nacional Superior de Orquestra. Obteve o Certificado de Performance e o mestrado em String Performance, Chamber Music And Orchestra Literature na Northwestern University, Chicago, Estados Unidos da América.
Como músico de orquestra, Rodolfo Vieira foi concertino no Conservatory Project Orchestra, na Latin Chamber Orchestra e na Tutti Chamber Orchestra. Foi também assistente concertino na Civic Orchestra de Chicago sob a direcção de Pierre Boulez, Berhard Haitink, Alan Gilbert e Cliff Colnot. Participou em vários festivais internacionais, nomeadamente, o Ravinia Festival ou o Lucerne Festival Academy.
No campo da música contemporânea e tecnologia da música, o violinista conta com participações em concertos como o Ensemble Dal Niente de Chicago, o International Contemporary Ensemble e o Lucerne Music Festival Academy.
Participou, como solista, na ERA Symphony Orchestra de Chicago, Orquestra Metropolitana de Lisboa e na Orquestra Sinfónica de Espinho. O músico já marcou presença em recitais nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa, tendo sido
convidado para integrar a “Gala Open Days”, da União Europeia.
Rodolfo Vieira é professor assistente da classe de violino do professor Gerardo Ribeiro na Northwestern University e na Meadowmounth School of Music e, lecciona no Music Institute of Chicago e no Midwest Young Artist.
Dos vários prémios que recebeu destacam-se o Jovens Músicos da RDP/Antena 2, o Concurso Internacional Júlio Cardona, da Phiharmonic Society of Arlington, e o Concurso de Música do Meadowmount School of Music.
terça-feira, 29 de março de 2016
O Açoriano Comendador José Cardoso Romeiro radicado no Brasil inaugurou na sua ilha o Lar de Idosos e Centro de Dia
José Cardoso Romeiro nasceu no dia 6 de Abril de 1930, na Vila de S. Sebastião, Concelho de Angra do Heroísmo- Açores e emigrou para o Brasil em 1951.
Começou por trabalhar nas empresas São Jorge e Ultraveloz. Mais tarde tornou-se sócio da empresa Transporte Acre.
Actualmente, é proprietário de duas empresas de transportes urbanos de passageiros (autocarros) denominadas “Viação Galo Branco Ltda”, que opera, desde 1972, nos municípios de São Gonçalo e Niteroi, bem como a empresa a “Viação Estrela”, com o capital social de 600.000,00 reais, que opera desde 1995 nos bairros de Porto da Pedra, Bairro Antonina, Boa Vista, Paraíso e imediações.
Estas empresas empregam cerca de 1000 funcionários.
No dia 12 de Agosto de 1997, foi distinguido com o prémio “Título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro”, pelos relevantes serviços prestados à comunidade no exercício da sua actividade empresarial.
segunda-feira, 28 de março de 2016
domingo, 27 de março de 2016
Armando Sequeira, o cozinheiro Açoriano que serviu Saddam Hussein
Um cozinheiro dos Açores conseguiu expandir a gastronomia açoriana no Iraque, onde esteve durante cinco anos a servir os iraquianos e onde cativou Saddam Hussein com alguns dos pratos típicos da região.
Natural da Ilha de São Jorge, Armando Sequeira, 69 anos, contou à Lusa a «experiência mais marcante» da sua vida, quando esteve a trabalhar no Iraque como chefe de cozinha.
«Quando surgiu a oportunidade de trabalhar no Iraque foi uma decisão fácil, pois sendo solteiro e sem filhos, não tive de dar contas a ninguém», disse, relembrando a angústia dos seus pais ao vê-lo partir nos anos 80.
«Foi difícil para os meus pais, sobretudo quando começou a guerra entre o Iraque e o Irão, mas nós não nos apercebíamos muito do perigo», contou.
A língua foi o único factor que dificultou a integração no Iraque deste cozinheiro que, aos 42 anos de idade, conheceu de perto a cultura árabe, que considera «fascinante», num país onde era visto como «um menino bonito» e onde foi «sempre muito bem tratado e respeitado».
«Tudo o que lhe metia à frente ele comia»
Os hábitos que Armando tinha em Portugal na cozinha não eram admitidos no Iraque e quando lá chegou e se pôs a limpar o fogão e a lavar a loiça deixou «os árabes de braços caídos, pois um chefe de cozinha não faz essas tarefas».
As sopas de galinha, carne e fígado de carneiro e o cozido dos Açores eram alguns dos pratos típicos açorianos muito apreciados pelos iraquianos e pelo ex-presidente Saddam Hussein.
Armando serviu várias refeições no palácio de Saddam, mas residia numa casa situada a 500 metros do povoamento destinada à recepção de visitas, como ministros e jornalistas estrangeiros, que muitas vezes pediam para conhecer o chefe de cozinha depois de provarem as suas especialidades.
«Era constantemente vigiado, mas nunca me fez confusão, pois nunca tive qualquer problema com o povo iraquiano», afirmou.
Segundo o chefe de cozinha, o ex-presidente iraquiano comia de tudo menos carne de porco, mas de resto, «tudo o que lhe metia à frente ele comia».
Questionado acerca daquele que era considerado por muitos um «tirano», Armando refere Saddam Hussein como «o homem do povo que impunha respeito e autoridade».
sexta-feira, 25 de março de 2016
Açoriana Gilda Nogueira vai mandar no maior banco central do mundo
Emigrou para os EUA aos 8 anos, deixando os Açores para trás. O part-time no East Cambridge Savings Bank, enquanto estudava, abriu-lhe as portas da presidência do banco e garantiu-lhe agora um lugar de conselheira da Reserva Federal (Fed).
Em entrevista exclusiva ao Dinheiro Vivo, Gilda Nogueira conta a história da açoriana que vai "mandar" no maior banco central do mundo.
Qual é a história de Gilda Nogueira? A açoriana que emigrou para os EUA e se tornou CEO de um banco.
Nasci na Ribeira Grande, em São Miguel, onde as gerações da minha família sempre viveram e onde ainda tenho familiares. A minha história é típica de qualquer família de emigrantes. Vim para os EUA com os meus pais em 1968, quando tinha 8 anos. Viemos ter com os meus avós, que emigraram nos anos 50. Não me lembro de ter tido dificuldades em aprender a língua ou a ajustar-me ao novo ambiente. Tenho óptimas recordações daqueles primeiros anos e um forte sentido de pertença devido ao apoio da família, amigos e comunidade.
Comecei a trabalhar no East Cambridge Savings Bank (ECSB) em 1977 como empregada de balcão em regime de part-time, enquanto estudava. Depois de completar o curso de Gestão na Universidade de Lesley continuei a trabalhar e fui subindo na hierarquia, tendo trabalhado em quase todas as áreas. Aproveitei todas as oportunidades para aprender, trabalhar e contribuir para a organização. Ocupei cargos de vice-presidente executiva e directora de operações antes de ser nomeada presidente e CEO em 2012. Também integro a fundação de caridade do ECSB.
quinta-feira, 24 de março de 2016
quarta-feira, 23 de março de 2016
Escritor Joel Neto
Escritor e jornalista, Joel Neto nasceu no dia 3 de Março de 1974, na Terra Chã, Angra do Heroísmo, ilha Terceira – Açores.
Nos primeiros anos de vida, frequentou a Escola Primária da Terra Chã e o ciclo preparatório Ciprião de Figueiredo, tendo, mais tarde, concluído o ensino secundário na Escola Jerónimo Emiliano de Andrade.
Em 1989, iniciou a sua carreira no jornalismo, como colaborador do “Diário Insular”, em Angra do Heroísmo.
Em 1992, mudou-se para Lisboa onde frequentou o Curso de Relações Internacionais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Como jornalista, Joel Neto trabalhou em quase todos os media nacionais. Foi editor dos jornais “Record” (1995-2000) e “24 horas” (2000-2001), e da revista “Focus” (2001-2002); e Chefe de Redação do jornal “Correio da Manhã” (2002-2003). Trabalhou também para órgãos de comunicação social como os jornais “O Jogo” e “Diário de Notícias”, os canais de televisão “Sporttv”, “Eurosport” e “RTP Açores”, as rádios “Clube de Angra”, “TSF” ou “RDP África”, e nas revistas “Golfe Magazine” ou “Golf Digest”, entre outros.
Em 2000, publicou o seu primeiro livro, um romance intitulado “O Terceiro Servo”. Dois anos mais tarde, lançou “O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas” (contos, 2002), adotado como obra de leitura obrigatória pela Universidade dos Açores. Em 2003, lançou o livro de crónicas “Al-Jazeera, Meu Amor”. No ano seguinte lançou a biografia “José Mourinho, o Vencedor”. Em 2007, publicou “Todos Nascemos Benfiquistas, Mas Depois Alguns Crescem”, um conjunto de crónicas sobre futebol.
Em 2008, foi o autor de “A Equipa de Todos Nós”, primeiro volume da obra colectiva “Crónica de Ouro do Futebol Português”. Em 2011, lançou uma selecção das suas melhores crónicas no livro “Banda Sonora Para Um Regresso a Casa”. No mesmo ano editou a “Bíblia do Golfe”, uma introdução panorâmica para quem se está a iniciar na modalidade.
2012, marcou o regresso do escritor à ficção, com a publicação, no mês de Abril, de “Os Sítios sem Resposta”, o seu novo romance.
As suas obras, devido ao seu grande sucesso, encontram-se traduzidas em inglês e polaco e representadas em antologias em Espanha, Itália e Brasil.
Participou, em 2005, na iniciativa"Travessias - Encontro de Escritores Atlânticos", evento realizado nas cidades brasileiras de Florianópolis - Santa Catarina e Porto Alegre –Rio Grande do Sul, apoiado pela Direcção Regional das Comunidades, do Governo dos Açores.
terça-feira, 22 de março de 2016
segunda-feira, 21 de março de 2016
O luso descendente Paul Joseph Selva novo subchefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas dos Estados Unidos
O luso descendente Paul Joseph Selva foi confirmado como o novo subchefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas dos Estados Unidos.
Selva, de 56 anos e com família originária na ilha do Faial, Açores, é piloto de formação e exercia as funções de comandante da Base de Transporte Militar Scott, no estado do Illinois.
O general foi nomeado para o novo cargo pelo Presidente Barack Obama em Maio e agora confirmado pelo Senado.
Na mesma altura, o Senado confirmou o General Joseph F. Dunford como presidente do Estado-Maior-General.
O secretário de Defesa, Ash Carter, disse que os dois homens provaram "a sua coragem ao longo das suas carreiras": "o General Dunford desde os primeiros anos na infantaria até à sua liderança no Afeganistão e nos Marines, e o General Selva desde os seus dias iniciais como piloto até à sua liderança do comando de transporte militar".
"Sei que o Presidente Obama, eu e a nossa segurança nacional vão beneficiar largamente dos seus sábios conselhos e da sua perspectiva estratégica conseguida durante anos de experiência operacional", acrescentou Carter.
Selva é um piloto com mais de 3.100 horas de voo, com uma licenciatura em engenharia aeronáutica da Forca Aérea Americana, um mestrado em gestão e recursos humanos e outro em ciência política.
Entre Outubro de 2008 e Outubro de 2011, serviu como assistente do presidente do Estado-Geral-Maior da Marinha.
"Torna-te muito humilde representar os homens e mulheres que vestem o uniforme da nossa nação e a nossa população civil. Eles são exemplo daquilo que de melhor o país tem para oferecer, e prometo ser um defensor apaixonado para garantir que continuemos a ser a forca militar mais bem treinada, melhor dirigida, melhor equipada e mais capaz de todo o mundo", disse.
domingo, 20 de março de 2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
Alguns dos nomes de Cristãos-Novos Açorianos e Madeirenses que foram para o Brasil
Eram numerosos os cristãos-novos portugueses que se movimentavam da Metrópole para as colónias, mercadejando ou simplesmente imigrando para lugares mais seguros para as suas famílias, e as ilhas atlânticas não foram excepções. Os judeus portugueses estiveram, como já disseram alguns historiadores, em todos os poros da colonização portuguesa. Eu diria que eles trilharam por todos os cantos do planeta, e ainda hoje são encontrados seus vestígios nos mais distantes ou diferentes países. Sem contar as colónias do Caribe, as Índias de Castela, a América do Norte e as colónias africanas. Os próprios judeus açorianos estão presentes em todo lado.
Vem para o Brasil no final do século XVII o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, comerciante da Ilha de São Miguel. Com o perdão de 1605, muitos se aproveitam para saírem de Portugal, indo muitos para a Holanda. Entretanto em 16l8, chega à Ilha Terceira um barco com 40 judeus portugueses provenientes da Holanda, entre eles António Rodrigues Pardo. De São Miguel, chega ao Rio de Janeiro o mercador judeu Manuel Homem de Carvalho, da família Homem de Almeida que teve como mártir em Coimbra o Dr. António Homem, líder religioso dos judaizantes. Manuel confessou ter retornado ao Judaísmo na Holanda onde havia estado.
Um pouco antes de 1600, vêm para a Bahia os cristãos-novos terceirenses António Rodrigues Pardo e Pero Garcia. Em 1592, o Pe. Jerónimo Teixeira Cabral, comissário da Inquisição nos Açores, denuncia a infiltração de cristãos-novos na Igreja como clérigos. Muitos partidários de D. António Prior do Crato, pretendente ao trono português, e de etnia hebraica, são expulsos da Ilha por Filipe II da Espanha, então detentor das duas coroas Ibéricas, que fugiram para os Países Baixos e para o Brasil. Entre eles, Manuel Serrão Botelho, que chega ao Brasil logo após 1582. Um contratador dos Açores foi o cristão-novo Miguel Gomes Bravo, natural do Porto que nomeou como arrendatário o cristão-novo Francisco Bocarro.
Miguel veio para o Brasil em 1585, e em 16l0 vai morar no Rio de Janeiro. Era casado com Isabel Pedrosa de Gouveia, tendo grande descendência. Álvaro Fernandes Teixeira, natural da Ilha Terceira, cristão-novo casado com Maria de Azevedo, filha do cristão-novo Diogo Cristóvão, do Porto, e seus parentes vieram residir no Rio de Janeiro no século XVII. Da ilha de São Miguel, vem residir na mesma cidade o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, casado com a congénere Ana Garcia de origem espanhola. Diogo Teixeira de Azevedo, cristão-novo nascido no Rio de Janeiro e filho do casal da Ilha Terceira, Álvaro Fernandes Teixeira e Maria de Azevedo, foi preso pela Inquisição e saiu em Auto-de-Fé em Lisboa em 5 de Abril de 1620, condenado a hábito penitencial e cárcere a arbítrio terminou solto em Junho daquele mesmo ano .
segunda-feira, 14 de março de 2016
domingo, 13 de março de 2016
Alguns dos nomes de judeus sepultados na ilha do Faial Açores
Neste lugar sagrado estão sepultados 17 membros da comunidade judaica que viveu no Faial, os quais, mercê da sua capacidade empreendedora, atingiram destacado nível económico e elevado estatuto social, chegando alguns deles - designadamente Salomão Bensabat e Salomão Sabat – a integrarem a lista dos quarenta maiores contribuintes do concelho da Horta 2 e outro, Moisés Benarus, gerente e administrador da sociedade comercial “José Benarus & Filhos” e, posteriormente director de várias empresas e instituições como a “Silveira, Edwards & C.ª”, “Caixa Económica Comercial Faialense”, “Caixa Económica Faialense”, “Empresa de Iluminação Eléctrica da Horta” vice-cônsul dos Estados Unidos, membro da Junta Geral, correspondente da agência noticiosa “Associated Press”, agente da “Dominion Line” e director da instalação na Horta da “Western Union Telegraph Company”. Moisés Benarus viveu e morreu em rito judaico e foi o último hebreu faialense.
Daquelas 17 sepulturas, apenas duas não se conseguem identificar. Nas outras repousam os restos mortais das seguintes pessoas:
- Abraão Abisdid, falecido a 16 de Janeiro 1864, e um dos que esteve na génese do estabelecimento do cemitério;
- Jacob Pinto, irmão do rabino Mayer Pinto, f. 14 Maio 1869;
- Salomão Bensabat (1800- 27.2.1874), outro dos fundadores daquele espaço e, como salientámos, um dos mais poderosos judeus faialenses;
- David Bensabat, neto do anterior, teve poucos meses de vida, pois nasceu a 27 de Novembro 1873 e faleceu em 3 de Maio de 1874;
- Salomão Benarus, irmão de Moisés Benarus, nascido na Terceira a 20 de Novembro de 1857 e falecido, aos 27 anos, na Horta em 8 de Junho de 1884;
- Salomão Sabat, casado com Raquel Sabat e faleceu a 30 de Outubro de 1884;
- José Abisdid, falecido em 1886;
- Abraão Benchimol, falecido em 1887;
- José Azencot, falecido em 1889;
- Ranma (?), casada com Samuel Levy [?]
- Alegria Sabat Pinto, nascida a 25 de Junho de 1861 e falecida a 14 de Outubro de 1875;
- Simes Benchimol, casada com o negociante hebraico Abraão Benchimol, faleceu a 16 de Setembro de 1877;
- Maria Sabat Pinto, casada com Mayer Pinto, faleceu em 17 de Setembro de 1882;
- Samuel Benarus, filho de Moisés Benarus e de Maria Amélia Garcia, faleceu a 18 de Julho de 1920, tinha dois meses incompletos, pois nascera a 26 de Maio de 1920;
- Moisés Benarus, nascido na Terceira em 17 de Outubro de 1859, faleceu na Horta a 20 de Junho de 1943 e, como se disse, foi o último membro da comunidade judaica faialense e cujos descendentes têm zelosamente cuidado daquele espaço.
Os nomes dos que repousam no cemitério israelita pertencem a poucas famílias – Absidid, Benarus, Bensabat, Benchimol, Pinto, Sabat – algumas delas ligadas por consórcios entre os seus membros.
Tendo sido utilizado durante 80 anos, este cemitério é, presentemente, o maior testemunho da existência da comunidade hebraica que viveu no Faial, além dos documentos, livros e alfaias zelosamente preservadas pela Dr.ª Maria Luna Benarus e seu marido Manuel Joaquim da Silva Brum.
Agora que se restaurou a sinagoga de Ponta Delgada, aberta ao público como espaço museológico, é importante que a Comunidade Israelita de Lisboa assuma a preservação daquele cemitério que, por documento de 16 de Junho de 1983, ficou à sua guarda definitiva.
É igualmente relevante lembrar que os judeus faialenses fundaram, em meados do século XIX, uma sinagoga que Marcelino Lima localiza na rua do Livramento, à esquina da travessa de São Francisco, num prédio confinante com o quintal de Salomão Sabat, cuja casa – situada na rua Conselheiro Medeiros – ainda ostenta numa das suas varandas as iniciais SS. O último rabino da religião hebraica foi Mayer Pinto que, em 1887, fez inserir na imprensa do Faial um extenso e comovente adeus, ao retirar-se, na companhia de sua cunhada Ester Sabat, “desta ilha, talvez para sempre (…) despedindo-se dos restos mortais de alguns dos seus parentes que deixa(va) aqui no cemitério hebraico [a esposa Maria Sabat Pinto, o irmão Jacob Pinto e a jovem filha de 14 anos, Alegria Sabat Pinto], legando-lhes uma eterna saudade, desejando-lhe o eterno descanso dos justos, ao passo que roga(va) a todas as excelentíssimas autoridades presente e futuras se dignem manter a inviolabilidade daquele jazigos que são para eles penhores sagrados”.
A presença dos judeus na ilha do Faial está abundantemente assinalada na documentação local: escrituras notariais, jornais, actas e livros de registos camarários, bem como o enorme acervo da Casa Bensaúde que se encontra devidamente preservado. Todavia, o testemunho mais evidente e marcante é o cemitério hebraico que, mercê da dedicação de uma só família, se encontra em bom estado de conservação. É a manutenção desse espaço sagrado que deve mobilizar a Comunidade Israelita de Lisboa e, ao menos interessar, a Câmara Municipal da Horta.
sábado, 12 de março de 2016
Cemitério dos judeus na cidade da Horta ilha do Faial Açores
Na antiga cerca do Carmo, mesmo junto ao cemitério geral da cidade da Horta, lá estão, conservados e intactos, os jazigos de 17 pessoas de religião hebraica que constituem o que ainda hoje se chama, com toda a propriedade, “Cemitério dos Judeus” o qual, como toda a realização humana, também tem uma história.
As primeiras referências que dele se conhecem são as constantes de uma Portaria de 13 de Maio de 1851 de D. Maria II autorizando o estabelecimento no Faial do cemitério dos hebreus.
Diz esse documento que “Sua Majestade a Rainha, atendendo ao que lhe representaram Salomão Bensabat (naturalizado português), Abraão Abisdid e outros hebreus, residentes na cidade da Horta, ilha do Faial, pedindo que lhe seja permitido estabelecer um cemitério privativo para os da sua religião e conformando-se com as informações do governador civil do distrito, em vista da disposição do decreto de 21 de Setembro de 1835, [o diploma que determinou às câmaras municipais a construção de cemitérios para que as igrejas deixassem de ser utilizadas para tal fim] há por bem conceder licença para que os suplicantes estabeleçam fora da cidade um cemitério privativo no lugar e com as condições que forem designadas pelos facultativos convocados perante a competente autoridade administrativa , ficando os suplicantes obrigados a observar as precauções que lhes forem prescritas pela respectiva autoridade de polícia sanitária a cuja fiscalização estiverem sujeitos”
Obtida a indispensável mercê régia, havia que adquirir o terreno necessário para a implantação desse cemitério. Quase de imediato foi isso que se fez.
Atesta-o uma escritura, lavrada a 19 de Abril de 1852 no tabelião José Baptista da Silveira, pela qual Anselmo Pereira e sua mulher Ana Jerónima venderam, pelo preço de duzentos mil réis, a Salomão Bensabat, Salomão Sabat e Abraão Abisdid, membros da comunidade judaica faialense “sessenta braças de terra lavradia sita no lugar da cerca do extinto Convento do Carmo”, ficando cada um dos compradores com “a terça parte das mesmas sessenta braças de terreno por terem entrado para esta compra com parte iguais”.
Donos do prédio onde se iria fixar o cemitério israelita – o “Campo da Igualdade” onde jazem os seus mortos – estabeleceram na dita escritura que “até ao tempo do falecimento do primeiro dos compradores só será permitido o enterramento de qualquer hebreu que haja de falecer nesta ilha ou na do Pico com permissão de qualquer deles compradores a qual não poderá ser negada”. Mais consignavam que quando falecesse qualquer um dos três compradores a sua parte ficava desde então pertencente à comunidade hebraica e assim seguiria até que falecesse o último deles, “sem que seus herdeiros ao mesmo terreno mais direito tenham que qualquer outro da sua religião”. Falecidos os três instituidores do cemitério hebraico ficaria ele pertencendo à comunidade israelita que porventura existisse na ilha do Faial ou, na falta desta, aos fiéis daquela religião que habitassem em território português.
As primeiras referências que dele se conhecem são as constantes de uma Portaria de 13 de Maio de 1851 de D. Maria II autorizando o estabelecimento no Faial do cemitério dos hebreus.
Diz esse documento que “Sua Majestade a Rainha, atendendo ao que lhe representaram Salomão Bensabat (naturalizado português), Abraão Abisdid e outros hebreus, residentes na cidade da Horta, ilha do Faial, pedindo que lhe seja permitido estabelecer um cemitério privativo para os da sua religião e conformando-se com as informações do governador civil do distrito, em vista da disposição do decreto de 21 de Setembro de 1835, [o diploma que determinou às câmaras municipais a construção de cemitérios para que as igrejas deixassem de ser utilizadas para tal fim] há por bem conceder licença para que os suplicantes estabeleçam fora da cidade um cemitério privativo no lugar e com as condições que forem designadas pelos facultativos convocados perante a competente autoridade administrativa , ficando os suplicantes obrigados a observar as precauções que lhes forem prescritas pela respectiva autoridade de polícia sanitária a cuja fiscalização estiverem sujeitos”
Obtida a indispensável mercê régia, havia que adquirir o terreno necessário para a implantação desse cemitério. Quase de imediato foi isso que se fez.
Atesta-o uma escritura, lavrada a 19 de Abril de 1852 no tabelião José Baptista da Silveira, pela qual Anselmo Pereira e sua mulher Ana Jerónima venderam, pelo preço de duzentos mil réis, a Salomão Bensabat, Salomão Sabat e Abraão Abisdid, membros da comunidade judaica faialense “sessenta braças de terra lavradia sita no lugar da cerca do extinto Convento do Carmo”, ficando cada um dos compradores com “a terça parte das mesmas sessenta braças de terreno por terem entrado para esta compra com parte iguais”.
Donos do prédio onde se iria fixar o cemitério israelita – o “Campo da Igualdade” onde jazem os seus mortos – estabeleceram na dita escritura que “até ao tempo do falecimento do primeiro dos compradores só será permitido o enterramento de qualquer hebreu que haja de falecer nesta ilha ou na do Pico com permissão de qualquer deles compradores a qual não poderá ser negada”. Mais consignavam que quando falecesse qualquer um dos três compradores a sua parte ficava desde então pertencente à comunidade hebraica e assim seguiria até que falecesse o último deles, “sem que seus herdeiros ao mesmo terreno mais direito tenham que qualquer outro da sua religião”. Falecidos os três instituidores do cemitério hebraico ficaria ele pertencendo à comunidade israelita que porventura existisse na ilha do Faial ou, na falta desta, aos fiéis daquela religião que habitassem em território português.
quinta-feira, 10 de março de 2016
domingo, 6 de março de 2016
João Vaz Corte-Real Capitão-donatário de Angra de Heroísmo terá chegado primeiro que Colombo
O Real Canadian Portuguese Historical Museum em Toronto, no Canadá, pretende reconhecer a presença portuguesa na América do Norte dezanove anos antes da chegada de Cristóvão Colombo ao continente, anunciou a instituição.
"Sempre houve vestígios de que o navegador português João Vaz Corte-Real esteve no Canadá em 1422, dezanove anos antes da chegada de Cristovão Colombo à América do Norte", afirmou Suzy Soares, a presidente do Real Canadian Portuguese Historial Museum (RCPHM, sigla em inglês).
Alguns historiadores canadianos continuam, nos dias de hoje, a ter algumas dúvidas de que o antigo capitão-donatário de Angra (Açores) tenha estado onde hoje se localiza o Canadá, antes de 1492, mas em Portugal, para muitos estudiosos "é um dado adquirido", juntando agora os vários pontos de vista e provar de que João Vaz Corte-Real "passou realmente pelo Canadá antes de Colombo".
"Todos sabem da existência da Pedra de Dighton, localizada em Berkley, Massachusetts (Estados Unidos), e que tem palavras escritas que só podem ser em português. No entanto a história é muito complexa, pois há sempre várias versões dos acontecimentos", sublinhou.Suzy Soares estabelece como objectivo do museu ir à procura de mais provas e "reconhecer a descoberta da América" pelo navegador português João Vaz Corte-Real.
O Real Canadian Portuguese Historical Museum comemorou o 30.º aniversário, e no dia 5 de Março, pelas 18:30 (23:30 de Lisboa) vai homenagear 'João Vaz Corte-Real' durante um jantar de gala.
No evento estará em exposição uma réplica de uma caravela com três metros de comprimento, utilizada pelo navegador na viagem até ao Canadá, e será apresentado ainda um busto de Corte-Real.
O primeiro-tenente Nuno Gonçalves da Marinha Portuguesa, chefe de investigação do departamento do Museologia, vai abordar a presença portuguesa no Canadá.
Já o realizador Rui Bela apresenta o documentário 'Memórias do Mar'.
O evento terá também o objectivo de "angariar apoio financeiro para dar continuidade ao trabalho do museu", que tem dado destaque à presença portuguesa na história do país
A denominação da região e mar do Labrador no Canadá, é em homenagem ao navegador português João Fernandes Lavrador que em 1498, juntamente com Pedro Barcelos, explorou aquela região.
Mathieu da Costa, provavelmente de pai português e mãe africana, foi o primeiro afro descendente de que há registo no Canadá (1600) e o português Pedro da Silva, foi o primeiro carteiro no Canadá (1673).
Joe Silvey (1853) um pioneiro na colonização da costa oeste do Canadá, um exemplo de miscigenação, porque tomou duas índias como esposas, é outra das referências portuguesas em terras do Canadá.
Calcula-se que existam no Canadá cerca de 550 mil portugueses e luso descendentes, estando a grande maioria localizada na província do Ontário.
sexta-feira, 4 de março de 2016
Craig Mello é de ascendência Açoriana
Craig Cameron Mello nasceu a 19 de Outubro de 1960, em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos da América. É de ascendência açoriana e filho de James Mello (paleontólogo), e de Sally Mello (artista).
Professor de Medicina Molecular na Universidade de Massachussets e investigador do Instituto de Medicina Howard Hughes, em Maryland, é graduado em Bioquímica pela Universidade de Brown e doutorado em Biologia Celular e do Desenvolvimento pela Universidade de Harvard.
Em 2006, conjuntamente com Andrew Fire, recebeu o Prémio Nobel da Medicina pela descoberta do mecanismo fundamental para o controlo dos fluxos de informação genética, que pode ajudar a explicar algumas doenças, entre as quais alguns tipos de cancro. Além deste, recebeu vários prémios científicos, destacando-se: 2003 - Prémio em Biologia Molecular da Academia Americana de Ciências e o Prémio Wiley em Ciências Biomédicas da Universidade Rockefeller; 2005 - Prémio Brandeis University's Lewis S. Rosenstiel, o Prémio Gairdner Foundation International e o Prémio Massry; 2006 - Prémio Paul Ehrlich e Ludwig Darmstaedter.
A Universidade dos Açores decidiu, a 26 de Janeiro de 2012, atribuir-lhe o grau de doutor ‘honoris causa’ por esta descoberta, tendo sido apadrinhado na cerimónia realizada em Ponta Delgada, por Maria Leonor Medeiros, professora catedrática de Bioquímica do Departamento de Ciências Tecnológicas e Desenvolvimento.
Na primeira vez que visitou os Açores, em Julho de 2009, Craig Mello deixou no Arquipélago o diploma e a medalha do Prémio Nobel, numa iniciativa destinada a “inspirar os jovens açorianos a estudar ciência.”
Na altura, admitiu que o seu conhecimento sobre o Arquipélago resultava apenas das “histórias” contadas pelo avô (Frank Melo) e pelo pai, referindo que o bisavô “depois de ter saído dos Açores, nunca mais regressou.”
Os bisavôs Eugénio Castanho de Melo e Maria da Glória Barracôa, nasceram na freguesia da Maia, em S. Miguel, e emigraram para os EUA no início do século XX.
É um dos conselheiros do projecto "Rede Prestige Azores".
terça-feira, 1 de março de 2016
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